“Os olhos da Alma só podem ver quando o tempo Divino retira o véu que os cobre.”
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“Os olhos revelam o estado do coração daquele que olha. Jesus disse que os olhos são a lâmpada do corpo; se forem bons, tudo será luminoso, mas se forem maus, tudo será trevas (Mateus 6:22-23).
Rubem Alves escreveu que os olhos são pintores: eles pintam o mundo exterior com as cores que carregamos dentro da gente. Olhos luminosos veem um mundo colorido; olhos sombrios veem um mundo escuro.
William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”.
Não tem jeito, a gente vê fora conforme o que está dentro de nós. Um coração feio vê feiura em tudo; um coração belo vê beleza até no caos.
Raramente enxergamos os fatos; vemos um mundo interpretado. Quando nascemos, a existência nos impõe óculos limitantes: pessimistas, violentos, preconceituosos, dicotômicos, culturais. Esses óculos, que só veem preto e branco, enfeiam o mundo de fora e contaminam ainda mais o mundo de dentro.
Os olhos precisam ser despidos de tudo isso, precisam ser “batizados” — purificados para ver claramente.
Viver com os olhos da alma iluminados é enxergar a beleza oculta nas simplicidades, nas complexidades e até nas adversidades da vida. Um coração alinhado com a bondade e a verdade transforma a percepção.
Tem gente que vê diabo em tudo; prefiro andar com gente que vê Deus. E tem aqueles de olhos narcisistas da música do Caetano: “que acha feio tudo aquilo que não é espelho”. Deus me livre!
Quem vê com o coração iluminado, vê a vida mais rica, plena, verdadeira e leve. Porque ver é viver, e viver é saber ver.
O que você vê?”
Jeferson Pillar
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