Abaixo um relato interessante que encontrei em minhas andanças pela net:
“Em uma cidade de minha região, anos atrás, os mentores espirituais que coordenam todas as tarefas daquele centro espírita, emitiram um grave alerta:
“- Faz-se necessário que a Direção da Instituição tome medidas urgentes, pois o trabalhador mais importante desta casa, em breve, precisará ausentar-se por uma semana, para resolver problemas particulares. Alertamos que, se nada for feito, teremos graves prejuízos na realização de nossas tarefas.” – Foi a mensagem dada pelos zelosos administradores espirituais.
O que se viu, a partir de então, foi uma das coisas mais curiosas que se poderia imaginar…
Em vez de se ocuparem imediatamente com a resolução do problema, a imensa maioria dos trabalhadores ficou pensando:
Será que sou Eu o trabalhador mais importante desse Centro Espírita?
Rapidamente, uma nuvem escura de vaidade e orgulho empestou todo o ambiente espiritual. Alguns já cuidaram de enumerar, mentalmente, as atribuições na casa, enquanto outros emocionavam-se com as lembranças dos anos vividos ali.
Outros, ainda, se davam conta que talvez precisassem mesmo fazer aquela viagem à tia do primo de segundo grau do irmão de seu cunhado…
A notícia logo correu todos os departamentos da casa e um burburinho paralisante tomou todos os cantos da Instituição.
A diretoria da Casa, por sua vez, confessava-se impotente diante da situação. Afinal, quem seria o trabalhador mais importante dali?
A bem da verdade, a vaidade também tomou conta de suas mentes, mas buscando manter um ar de mal comedida modéstia, diziam não saber quem seria o tal trabalhador… enquanto, no íntimo, sonhavam com a aclamação dos demais trabalhadores a enaltecerem os seus valores…
Aquele Centro Espírita fazia atendimentos 3 vezes por semana, notadamente tratando pacientes portadores de casos de obsessão espiritual, além de outros casos de saúde e de orientações as mais diversas.
Cerca de 200 fichas eram distribuídas a cada noite, proporcionando atendimentos individuais e a familiares, além de outro tanto de espíritos que, encaminhados às salas mediúnicas, eram esclarecidos e amparados.
O trabalho, a cada noite, era imenso nos dois planos da vida.
Duas semanas se passaram e nada foi feito. Afinal, comentava-se, os amigos espirituais foram imprecisos em suas afirmações.
Especulava-se que o problema teria sido do médium que recebeu a comunicação, enquanto outros afirmavam que o trabalhador mais importante da casa só não havia se tornado conhecido a todos porque a inveja dos demais não deixavam que ele fosse apontado, queixavam-se, legislando em causa própria…
Ao final do período, pareceu que nenhum trabalhador da casa havia faltado. Ao contrário, muitos que há tempos não compareciam ás suas tarefas, apressaram-se em reassumí-las. O fato é que poucas foram as vezes que aquela Casa contou com tantos trabalhadores de uma só vez.
Para não dizer que ninguém havia faltado, o Seu Luiz, velho amigo nosso, nos confidenciara que mantivesse ele informado sobre o desfecho da situação. Ele precisaria ficar uns dias fora mas já havia avisado à diretoria da casa, com semanas de antecedência.
Seu Luiz é um bem humorado negro, de cerca de 70 anos de idade, dono de um fiteiro onde vende bombons e pipoca, em um bairro pobre da periferia.
Tendo um lado inteiro do corpo paralisado e não alfabetizado, há muitos anos passou a entregar as fichas de atendimento às pessoas que chegavam para o tratamento, já que essa função era rejeitada por todos. também, o motivo era simples: O entregador de fichas tinha que chegar cerca de duas horas antes de todo mundo, para organizar as filas e receber as garrafas de água fluidificada, ficando até o final de todos os trabalhos para recolher as mesmas fichas e guardá-las na secretaria, para que no dia seguinte, tudo se repetisse.
Para Seu Luiz, aquela função era perfeita. Ele queria ajudar a Casa, mas não tinha outra maneira. E ele amava fazer aquilo. Conversava com todos, simpático, fazendo amizades com hordas de desconhecidos noite após noite. Foi assim,inclusive, que nos tornamos amigos.
Aconteceu na Sexta-feira! Era dia de desobessão espiritual.
Já, no portal, algumas pessoas discutiam alto e falavam palavras de baixo calão, disputando o direito de serem atendidas primeiro, sendo fortemente influenciadas por suas companhias espirituais.
Mais adiante, uma multidão se algomerava em frente á sala de passe enquanto outros reclamavam da demora no atendimento. Outros não sabiam para onde se dirigir, nem o que fazer, já que estavam ali pela primeira vez.
O barulho tomava conta da pequena construção. Alguns trabalhadores estavam irritados enquanto a maioria estavam desconcentrados, desarmonizados, incapacitados de entrar em sintonia com os amigos espirituais… aquilo estava um caos!
A noite demorou para terminar. Fora desgastante para todos.
Quando os últimos trabalhadores ensaiavam deixar a Instituição, a mesma médium da comunicação anterior informou que os mentores da casa pediam uma reunião de emergência.
Assim foi feito.
A primeira pergunta feita ao Presidente do Centro, foi:
- Querido irmão, cabia a você ter evitado os graves prejuízos desta noite. Nós alertamos. Agora, gostaríamos de saber por qual motivo não foi providenciado um substituto para o trabalhador mais importante desta Casa, o nosso querido Luiz?
- Reza a lenda que o dirigente ficou uma semana procurando uma justificativa…
Essa pequena história, trazida à nossa mente por um querido espírito amigo, Japoaci, ilustra bem o quão andamos distante da prática, da internalização do Evangelho de Jesus em nossos corações. Inúmeras vezes nos alertou o Mestre Nazareno que os últimos seriam os primeiros, e que o maior na Terra será o menor nos Céus e que o menor na Terra será o Maior no Reino dos Céus.
Humildade, Amor e Caridade verdadeiras, praticadas no silêncio de nossos corações: Eis as nossas ferramentas de evolução.
Orgulho, vaidade e maledicência, praticadas em mancheias em todas as situações: Eis os intrumentos de nossa perdição.
Que nos ampare a todos o nosso Mestre Jesus,
Médico de nossas almas.”
(Ylen)
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