De repente, tudo fazia
sentido.
Não, não era um
pesadelo!
Aquele vulto iluminado,
que sempre me pareceu uma névoa resplandecente e que ficava a um
canto do quarto desde o início aos poucos foi entrando em foco, até
que pude reconhecer minha mãezinha.
Fiquei fitando-a
incrédulo e sem conseguir dizer nada, até que ela aproximou-se e
explicou-me tudo.
Meu corpo, no leito
hospitalar ainda vivia, como um vegetal. Mas, aproximava-se o fim.
Como já faziam anos
que estava naquele estado, meu espírito - eu mesmo! - estava
praticamente liberto no derradeiro momento.
Estranhamente,
reconheço agora, nada de mal senti durante este tempo todo. Parecia
estar naquele estado de sonolência entre o dormir e o acordar, sem
saber distinguir exatamente onde.
Às vezes ouvia as
vozes de meus familiares, a esposa, os filhos. Jurava poder sentir
minha própria respiração e o toque de mãos amigas.
Outras tantas, parecia
flutuar por lugares e ver pessoas, velhas conhecidas, embora eu não
pudesse reconhecê-las. Ia e vinha sem noção do que se passava
exatamente.
A única certeza era a
névoa iluminada sempre ali, a um canto do quarto, como a me guardar.
Assim, esclarecido e
conformado em deixar temporariamente meus amados na Terra, vi meu
corpo falecer. Vi meu enterro e procurei conter-me, ante a comoção
de todos.
Entendi que o Plano
Espiritual nos chama na hora certa e agradeci a forma com que fui
reconduzido à vida astral. Como minha crença em Deus não era lá
muito sólida, fui sendo trazido aos poucos, da forma já aqui
narrada, o que para mim acabou sendo uma bênção.
Agradeço a Deus por
tudo e pela oportunidade de aqui comparecer hoje.
Creio que meu relato
pode inspirar os amigos verdadeiros daqueles que passam por tal
transição, e suscitar neles a força e a fé necessários para
ajudá-los na longa viagem de volta para casa.
Não existem barreiras
para quem ama.
Boa noite a todos.
Autor: Sebastião Cunha
Psicografado por:
Cleber P. Campos
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário