Amigo imaginário ou real?
A psicologia afirma,
mas ao mesmo tempo, alerta: "Os amigos imaginários tendem a
desaparecer por volta dos sete e oito anos de idade, quando as
crianças começam a interagir com amigos do mundo real. Por isso, se
a brincadeira se estender por muito tempo, recomenda-se consultar um
especialista".
O amigo invisível,
oculto ou imaginário, que algumas crianças afirmam manter contato
através do diálogo e até mesmo da brincadeira, geralmente, passa
despercebido pelo campo visual dos pais, que acabam atribuindo a
situação à fantasia infantil.
No entanto, para as
psicoterapias de abordagem interdimensional, cuja práxis é
fundamentada na crença da imortalidade do espírito, uma criança
que mantém um diálogo com um amigo, considerado invisível aos
olhos dos pais, pode representar um contato realizado por intermédio
de sua sensibilidade supra sensorial, ou seja, mediunidade.
Nestes últimos anos,
temos atendido vários casos de adultos que afirmavam estabelecer
conversas sigilosas com seu amigo e outras entidades espirituais na
infância.
O sigilo era mantido devido à contrariedade dos pais
diante do fato, que acontecia através de reprimenda, ameaças,
zombaria ou até mesmo de aplicação de "corretivos"
físicos ou castigos.
Os anos foram passando para estas pessoas e,
apesar da experiência repressora na infância, os contatos
continuaram a ocorrer, com ou sem permissão dos médiuns. Era algo
que fluía ao natural e que interferia nas suas vidas privadas.
Alguns casos acabaram
com o diagnóstico de esquizofrenia e tratamento à base de
substâncias químicas, cujo efeito tende a bloquear o que é
considerado alucinação.
Porém, as pessoas continuavam de uma forma
mais ou menos intensa, a ter experiências visuais e auditivas com
seres invisíveis para a maioria dos humanos.
Na psicoterapia
interdimensional, cada caso é acompanhado e tratado com o respeito
que merece, isto é, considerando-se o histórico de pessoas
portadoras de mediunidade em desequilíbrio, envolvidas numa
experiência que tem proporcionado transtornos desde a infância.
Entre estes indivíduos, alguns apresentam diagnóstico de síndrome
do pânico e depressão, acompanhados de seus respectivos tratamentos
químicos que não apagavam completamente da percepção supra
sensorial os registros quase que diários de suas sensibilidades
especiais.
Outros, simplesmente se negaram a tomar remédios e
conseguiram lidar razoavelmente com as suas experiências mediúnicas,
embora continuassem a interferir em suas vidas privadas e
profissionais.
Um caso que atualmente
estamos tratando é típico e ocorre muito mais do que imaginamos.
Trata-se de um jovem de 23 anos que desde criança convive com a
mediunidade de vidência e audiência, sem, no entanto, a experiência
ter afetado a sua vida a ponto de prejudicá-lo nos estudos e nas
relações afetivas.
Contudo, sem entender a fundo o que vem
ocorrendo desde a infância, ele desenvolveu um medo que manifesta-se
disfarçado de sintomas depressivos, como a ansiedade.
Por este
motivo, ele resolveu procurar uma psicoterapia que não adotasse
tratamento químico e que fosse de abordagem interdimensional.
No momento, estamos
estabelecendo, através do processo psicoterapêutico, as conexões
necessárias entre o seu histórico infantil na relação parental
com as suas experiências supra sensoriais na infância.
Detectando
sentimentos mais intensos para mais adiante buscarmos a sintonia com
episódios registrados pela sua memória extracerebral através da
regressão.
Como tratamento auxiliar, sugerimos florais, que são
essências de flores que atuam sutilmente nos sentimentos negativos e
pensamentos fixos, geradores de ansiedade, tristeza e angústia,
entre outros.
O relato de
experiência, que descrevemos a seguir, é apenas um entre dezenas
que recebemos anualmente por e-mail ou encontramos pela internet em
sites afins, e que expressa a dúvida que paira sobre os casos que
envolvem o amigo imaginário na infância.
"O caso aconteceu
comigo, não sei se realmente foi sobrenatural, porém, até hoje me
intriga muito.
Sou filha única por parte de mãe e como meu pai
sempre morou em outra cidade, não fui criada com meus meio-irmãos.
Por isso, fui criada meio que sozinha, sem outras crianças com quem
brincar.
E como acontece com muitas delas na faixa dos quatro anos,
tinha amigos imaginários.
O fato estranho é que ao fazer uma
pesquisa e perguntar a minha tia que é psicóloga, notei algumas
diferenças no meu caso, pois quando uma criança cria um amigo
imaginário, normalmente é só um amigo que ela sabe não ser real.
No entanto, lembro até hoje dos meus amigos, já que eram dois
garotos com quase a mesma idade que eu.
Lembro deles como se fossem
reais. Lembro dos seus rostos e nomes.
Um era Rodrigo e o outro
chamava-se Dario (nunca vi ninguém com esse nome).
Recordo das
brincadeiras e do fato estranho de que somente fui amiga deles quando
morava na minha primeira casa.
Naquela ocasião, lembro de ter
conversado com eles sobre a mudança, e eles falarem que gostariam de
se mudar comigo mas que não podiam deixar aquela casa.
E pelas
pesquisas que fiz, uma criança só deixa de contatar com o amigo
imaginário quando sente-se mais segura. Mas o que aconteceu comigo
foi o contrário, pois na época me sentia insegura com a mudança de
residência.
O que mais me impressiona nesta experiência é o fato de ter deixado de conversar com eles depois que me mudei, porque eles não podiam deixar aquela casa. Para finalizar, acredito que os meus amigos não eram imaginários, mas reais".
CONCLUSÃO
Até os sete ou oito
anos de idade, a criança encontra-se receptiva às ressonâncias de
sua reencarnação anterior e sensível à sua recente experiência
no plano espiritual.
A partir desta fase, ela, enquanto espírito que
é, começa a "encaixar" na dimensão física.
No entanto,
algumas crianças continuam vendo e falando com espíritos devido ao
seu grau mediúnico.
Muitas acabam escondendo dos pais as suas
experiências, a ponto de guardarem os seus segredos por tempo
indeterminado ou até mesmo pelo resto de suas vidas.
Quando esta situação
passa a ser detectada pelos pais da criança ou do adolescente,
sugerimos que o caso seja encaminhado a um profissional capacitado
para realizar uma avaliação que considere a possibilidade de haver
relação ou interferência espiritual no comportamento do ente
querido.
Este procedimento, se
realizado a tempo através do processo psicoterapêutico, impede que
a criança acumule traumas psíquicos com as suas experiências de
contato com a dimensão extra-física, que podem gerar consequências
desagradáveis ao futuro adulto.
(Flávio Bastos*)
* Criador intuitivo da
Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros
cursos: Terapia Regressiva Evolutiva, Psicoterapia Reencarnacionista,
Terapia Floral, Psicoterapia Holística, Parapsicologia, Capacitação
em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose e Dimensão
Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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