Excelente regravação da música
“Mais uma Vez”, de Renato Russo e Flávio Venturini, pelo grupo musical Rosa de Saron. Para ouvir, ouvir e ouvir... Sempre que as sombras tomarem nosso coração... * * *
Que venha o novo ano com todas as surpresas que trará. As boas e as não tão boas. Todas surpreendem, excitam os sentidos e a imaginação, para aderir, gozar, alegrar ou para resistir, suportar, crescer. Que venha um ano cheio de criatividade para aprendermos a fazer do pouco muito, do nada tudo, da pequenez grandeza e da humildade plenitude. Um ano que desate a potencialidade de fazer brotar a beleza, articular as palavras em harmoniosas frases e sonoros versos, combinar as cores em dança multi e furta-cor, que enfeitice os olhos e os faça piscar de emoção. Que venha um ano – como todos – com nascimentos e mortes. Nascimentos que alegrarão mulheres e homens, que farão anciãos chorar de emoção e ternura. Diante dos recém-nascidos duros corações se abrandarão, inflexíveis ditadores se tornarão misericordiosos, almas secas pela descrença e pela aridez se tornarão umedecidas pelas lágrimas do acolhimento. Nascimentos inesperados, não planejados e mesmo indesejados, que venham todos, pois nascer é sempre bendito e a vida é santa e sempre nova em sua força cheia de fragilidade. Mortes que serão descanso a quem chegou ao fim de seus dias ou que, enfim, repousa da luta inglória contra uma longa e inclemente enfermidade. Mortes heróicas em nome de ideais, de crenças, de causas humanas e sobrenaturais. Mortes prematuras e injustas, que farão a humanidade sentir-se indigna, pecadora e assassina, ainda que não haja puxado o gatilho, acionado a injeção letal, ou mergulhado a faca nas entranhas do outro. Mortes que denunciam e gritam alto que fomos criados para a vida e pela vida lutamos e nela cremos e em nada mais que ela. E se a morte acolhemos como irmã, seguindo o Irmão Francisco, que seja apenas a morte natural, que é suave transição para vida mais plena e mais cheia do Autor da vida. E não a morte brutal, interrupção indevida do plano criador, “de emboscada antes dos vinte, de velhice antes dos trinta, de fome um pouco por dia”, como dizia o poeta. (...) Que traga suavidade, alguma suavidade, por Deus, que ninguém aguenta mais violência, agressão, destruição da terra e da vida, crueldades várias em laboratórios, ruas, praças públicas, quartéis e cárceres. Que venha carregado de misericórdia e compaixão, para que os corações fiquem mais doces, mais pacientes e mais desejosos de amar. Que venha distribuindo fome e sede de justiça para que haja saciedade e mansidão, para que se tenha o direito de possuir a terra. Que venha tocando todas as coisas com o condão do Espírito que, ao soprar, faz tudo novo e fecundo, permitindo ao broto desabrochar em flor, à semente tornar-se árvore, à criança afiançar-se na força e na potência da vida adulta. Que venha acariciando o rosto dos que choram e enxugando-lhes as lágrimas; rolando na grama com os que se extasiam no jogo amoroso; brincando de correr, de pular com os bichinhos e as crianças; tocando música para todos os ouvidos... e também para os que já não conseguem ouvir. Que venha...o Novo Ano. E que possamos acolhê-lo com corações novos, não remendados. Que sua novidade nos ajude a suportar o tempo que passa inexorável sobre nossos corpos, consolando-nos com a Força Santa que nos faz crescer até a estatura que Deus sonhou para cada um de nós. Que venha o Ano Novo. Que seja feliz. E que ao longo de seus dias e meses possamos aprender, de novo e sempre, a sermos humanos e divinamente novos, ainda que os cabelos já estejam brancos, a face enrugada e as pernas trôpegas. (Maria Clara Lucchetti Bingemer) * * * Fonte: http://www.verbodivino.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=327:que-venha-o-novo-ano-com-todas-as-surpresas-que-trara&catid=70&Itemid=105
Exatamente assim. Pesada, sufocada. Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros ... quero parar de me doar e começar a receber. Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências... eu vou gostando... eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou... e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos... e vou... dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar. (Caio Fernando de Abreu) * * *
Lançado em 2006, o
filme mostra o Natal de 1914, em plena 1ª Guerra Mundial.
A neve e presentes da
família e do exército ocupam as trincheiras francesas, escocesas e
alemãs, envolvidas no conflito.
Durante a noite os
soldados saem de suas trincheiras e deixam seus rifles de lado, para
apertar as mãos do inimigo e confraternizar o Natal. É o suficiente
para mudar a vida de um padre anglicano, um tenente francês, um
grande tenor alemão e sua companheira, uma soprano.
*
O diretor Christian
Carion soube do cessar-fogo no Natal de 1914 por acaso, ao descobrir
em 1993 um livro chamado "Battles of Flanders and Artois
1914-1918", de Yves Buffetaut.
Foi nele que encontrou
os eventos narrados no filme, contados na passagem intitulada "O
Incrível Inverno de 1914".
A incrível
trégua não oficial em 25 de Dezembro de 1914
Não há a menor dúvida
de que realmente aconteceu – a trégua de Natal não oficial de
1914 – mas até hoje, muitas pessoas não estão totalmente a par
dos detalhes e extensão deste notável hiato na guerra, que ocorreu
durante aquelas poucas horas do quinto mês do primeiro ano de
conflito.
Registro
histórico das tréguas em tempo de guerra
Tréguas em períodos
de guerra não eram tão incomuns.
Exemplos de
interrupções temporárias em conflitos datam de séculos atrás e
incluem as guerras Peninsular e da Criméia (entre os ingleses e
franceses na primeira e ingleses e russos na segunda).
Estórias similares são
contadas a respeito de refeições trocadas entre os lados opostos
durante a Guerra Civil Americana e, em 1900, na Guerra dos Boers, na
África do Sul.
De fato, em várias
arenas da Primeira Guerra Mundial a tradição continuou além do
Natal.
O extraordinário líder
alemão da guerrilha na África Leste, Coronel Paul von
Lettow-Vorbeck, era famoso por suas cavalheirescas – segundo
alguns, civilizadas – maneiras com que ele conduzia a guerra.
Por exemplo, após
humilhar as forças indianas lideradas pelos britânicos na batalha
de Tanga, no início de Novembro de 1914, líderes de ambos os lados
se reuniram sob uma bandeira branca para trocar opiniões acerca da
ação e para compartilhar uma garrafa de brandy.
Entretanto, este estilo
de cortesia foi considerado extinto com a aparição da relativamente
nova forma de guerra mecanizada que caracterizou a Primeira Guerra
Mundial, certamente como era combatida no Front Oeste.
Apesar disso, não eram
incomuns breves cessar-fogo serem taticamente aceitos e observados
por uma hora ou mais, como durante o café-da-manhã em setores mais
calmos onde apenas poucas jardas separavam as tropas aliadas das
germânicas; um caso de “viva e deixe viver”.
Início com
árvores de Natal e cantigas
Embora existam muitas
histórias individuais acerca de como o Natal não oficial foi
iniciado em vários setores, para a maior parte ele foi iniciado
pelas tropas alemãs estacionadas defronte às forças britânicas,
onde uma distância relativamente curta separava as trincheiras ao
longo da Terra de Ninguém.
Muitos soldados alemães
tinham, como era seu costume na véspera de Natal, começado a montar
árvores de Natal, adornadas com velas acesas – com a exceção
que, desta vez, foram posicionadas ao longo das trincheiras do Fronte
Oeste.
Inicialmente surpresos
e, então, desconfiados, os observadores britânicos reportaram a
existência delas para os oficiais superiores.
A ordem recebida foi
que eles não deveriam atirar mas, em vez disso, observar
cuidadosamente as ações dos alemães.
A seguir foram ouvidos
cânticos de Natal, cantados em alemão.
Os ingleses
responderam, em alguns lugares, com seus próprios cânticos.
Aqueles soldados
alemães que falavam inglês então gritaram votos de Feliz Natal
para “Tommy” (o nome popular dos alemães para o soldado
britânico); saudações similares foram retribuídas da mesma
maneira para "Fritz".
Em algumas áreas,
soldados alemães convidaram “Tommy” para avançar pela “Terra
de Ninguém” e visitar os mesmos oponentes alemães que eles
estavam tão absortos em matar poucas horas antes.
Edward Hulse, um
tenente dos Scots Guards, com 25 anos de idade, escreveu no diário
de guerra do seu batalhão: "Nós iniciamos conversações
com os alemães, que estavam ansiosos para conseguir um armistício
durante o Natal. Um batedor chamado F. Murker foi ao encontro de uma
patrulha alemã e recebeu uma garrafa de uísque e alguns cigarros e
uma mensagem foi enviada por ele, dizendo que se nós não
atirássemos neles, eles não atirariam em nós”.
Consequentemente, as
armas daquele setor ficaram silenciosas aquela noite.
A notícia se
espalha
Estórias começaram a
se espalhar sobre visitas trocadas entre as forças aliadas
(incluindo algumas francesas e belgas) e os inimigos alemães.
Tais
visitas não estavam restritas aos soldados rasos somente: em algumas
ocasiões, o contato inicial foi feito entre oficiais, que definiram
em conjunto os termos da trégua, acrescentando somente o quanto seus
homens poderiam avançar em direção às linhas inimigas.
Estes termos
normalmente permitiam o enterro das tropas de cada lado que jaziam ao
longo da “Terra de Ninguém”, alguns mortos há apenas uns dias,
enquanto outros haviam esperado meses pela dignidade de um funeral –
todos, porém, tiveram que ser deixados onde haviam caído, pois
metralhadoras cobriam o local onde eles jaziam na desolação entre
as trincheiras opostas.
Naturalmente, homens
das equipes encarregadas dos funerais entraram em contato com os
membros das equipes similares do inimigo quando, então, conversas
foram entabuladas e cigarros trocados.
Cartas foram
encaminhadas para serem entregues para famílias ou amigos vivendo em
cidades ou vilarejos beligerantes.
O mais notável de tudo
foi, talvez, a história da partida de futebol entre o regimento
inglês de Bedfordshire e as tropas alemãs (alegadamente vencido por
3-2 pelos últimos).
O jogo foi interrompido
quando a bola atingiu um emaranhado de arame farpado. Em muitos
setores a trégua durou até a meia-noite de Natal; enquanto em
outros durou até o primeiro dia do ano seguinte.
Reação oficial
e do público
As reações à trégua
de Natal vindas de várias fontes vieram sob várias formas.
Os Governos aliados e o
alto-comando militar reagiram com indignação (principalmente entre
os franceses).
O Comandante-em-Chefe
britânico, Sir John French, possivelmente tinha previsto a suspensão
das hostilidades no Natal quando emitiu uma ordem antecipada
alertando suas forças para um provável aumento da atividade alemã
durante o Natal: ele, portanto, instruiu seus homens para redobrar o
estado de alerta durante esta época.
Após a trégua ele
escreveu severamente: "Eu emiti ordens imediatas para
prevenir qualquer recorrência deste tipo de conduta e convoquei os
comandantes locais para prestarem contas, o que resultou em punições
severas".
A igreja Católica,
através do Papa Benedito XV, tinha solicitado anteriormente uma
interrupção temporária das hostilidades para a celebração do
Natal. Embora o Governo alemão tenha indicado sua concordância, os
aliados rapidamente discordaram: a guerra tinha que continuar, mesmo
durante o Natal.
Quase imediatamente à
trégua, as mensagens enviadas chegaram para os familiares e amigos
daqueles servindo no front através do método usual: cartas para
casa. Estas cartas foram rapidamente utilizadas por jornais locais e
nacionais (incluindo alguns na Alemanha) e impressas regularmente.
O autor de Sherlock
Holmes, Sir Arthur Conan Doyle, comentou em sua história da guerra o
“episódio humano em meio às atrocidades que tem manchado a
memória da guerra”.
Sir Horace
Smith-Dorrien, o Comandante do II Corpo britânico na época, reagiu
com uma simples instrução:
"O Comandante
do Corpo, portanto, ordena aos Comandantes de Divisão para incutirem
em todos os seus comandantes subordinados a absoluta necessidade de
encorajarem o espírito ofensivo das tropas, enquanto estiverem na
defensiva, por todos os meios à sua disposição. Relações
amistosas com o inimigo, armistícios não oficiais (i.e. ‘nós não
atiramos se vocês não atirarem’, etc.) e a troca de tabaco e
outros confortos, não importa o quão tentadores e ocasionalmente
agradáveis possam ser, estão absolutamente proibidos".
A visão do
soldado no front
Nas cartas para casa,
os soldados na linha de frente foram praticamente unânimes em
expressar seu espanto com os eventos do Natal de 1914.
Um alemão escreveu:
"aquele foi um dia de paz na guerra; é uma pena que não
tenha sido a paz definitiva".
O Cabo John Ferguson
contou como a trégua foi conduzida no seu setor:
"Nós apertamos
as mãos, desejando Feliz Natal e logo estávamos conversando como se
nos conhecêssemos há vários anos.
Nós estávamos em
frente às suas cercas de arame e rodeados de alemães – Fritz e eu
no centro, conversando e ele, ocasionalmente traduzindo para seus
amigos o que eu estava dizendo.
Nós permanecemos
dentro do círculo como oradores de rua. Logo, a maioria da nossa
companhia (Companhia ‘A’), ouvindo que eu e alguns outros
havíamos ido, nos seguiu...
Que visão –
pequenos grupos de alemães e ingleses se estendendo por quase toda a
extensão de nossa frente!
Tarde da noite nós
podíamos ouvir risadas e ver fósforos acesos, um alemão acendendo
um cigarro para um escocês e vice-versa, trocando cigarros e
souvenires.
Quando eles não
podiam falar a língua, eles tentavam se fazer entender através de
gestos e todos pareciam se entender muito bem.
Nós estávamos
rindo e conversando com homens que só umas poucas horas antes
estávamos tentando matar!"
Bruce Bairnsfather, o
autor dos famosos cartuns ‘Old Bill’, resumiu os sentimentos de
muitas das tropas britânicas quando ele escreveu:
"Todos estavam
curiosos: ali estavam aqueles malditos comedores-de-salsicha, que
tinham começado aquela infernal guerra européia e, ao fazer isso,
nos enfiaram no mesmo lamaçal junto com eles... Não havia um átomo
de ódio em qualquer dos lados aquele dia e ainda, no nosso lado, nem
por um momento havia a vontade de guerrear e a vontade de deixá-los
relaxados".
Uma vez e somente
uma
No entanto, a reação
foi de tal monta que precauções especiais foram tomadas durante os
Natais de 1915, 1916 e 1917, usando mesmo o expediente de realmente
aumentar os bombardeios de artilharia. Os eventos do final de
Dezembro de 1914 nunca mais foram repetidos.
Investigações foram
conduzidas para determinar se a trégua não oficial foi de alguma
maneira organizada de antemão; o resultado da apuração foi
negativo. Aquilo foi um evento genuinamente espontâneo, que ocorreu
em alguns setores mas não em outros.
Embora a história dos
conflitos inclua numerosos exemplos de gestos generosos entre
inimigos, a trégua de Natal no Front Oeste foi talvez o mais
espetacular e, certamente, o mais renomado de seu tipo. Boa vontade
para todos os homens – por um período.
Mesmo naquele
aparentemente pacífico dia de Natal, a guerra não foi completamente
esquecida; muitos dos soldados que apertaram as mãos de Tommy ou
Fritz em 25 de Dezembro de 1914, trataram de observar a estrutura das
defesas do inimigo, de modo que se pudesse tirar vantagem de qualquer
falha nas defesas no dia seguinte...
Adolf Hitler, um jovem
cabo do 16ª Reserva bávara de Infantaria, estava entre os
opositores à trégua.
Monumento
Um memorial da Trégua
de Natal foi inaugurado em Frelinghien, França, em 11 de novembro de
2008.
Neste mesmo dia, no local onde no dia de Natal de 1914 seus
antepassados regimentais saíram de suas trincheiras para jogar
futebol, homens do 1º Batalhão dos Royal Welch Fusiliers jogaram
uma partida de futebol com o Batalhão alemão 371. Os alemães
venceram por 2-1.
Embora
a “Trégua de Natal” hoje pareça um eco distante de uma época
passada, estando nós mesmos vivendo num mundo em que os conflitos
são alimentados por imensas diferenças culturais, fazendo com que
tais tréguas se tornem praticamente impossíveis, ela permanece um
símbolo de esperança.
*
Vídeo clip da música de Paul McCartney - Pipes of Peace - inspirada
na Trégua de Natal, ocorrida durante a Primeira Guerra
Mundial.
Diariamente eu chego a
simples conclusão de que a vida é tão maravilhosa porque também é
feita de colos, de feridas que cicatrizam, de amigos que celebram ou
choram junto, de café coado com coador de pano, de gente que pega
ônibus ou faz caminhada pela manhã, de quem planta o que se pode
comer, de vizinhos que alimentam seus gatos com comida de gente.
Que a vida é feita de
algumas pessoas que direcionam todo o seu potencial criativo para
melhorar a qualidade de vida de gente que eles nem conhecem.
Que é feita de e-mails
que chegam recheados de saudade e de cartas extraviadas solitárias
numa gaveta de um correio qualquer.
De muros e pontes e
cais. De aviões que suprimem distâncias e de barcos que chegam. De
bicicletas que atravessam cidades. De redes que balançam gente. De
rostos que recebem beijos. De bocas que beijam. De mãos que se dão.
Que existem pessoas
altamente gostáveis, altamente rabugentas, altamente generosas,
pessoas distraídas que perdem as coisas, mal educadas que buzinam
sem necessidade, pessoas conectadas que se preocupam com o lixo,
pessoas apaixonadas e apaixonantes, possíveis e impossíveis,
pessoas que se entregam, pessoas que se privam, pessoas que machucam,
pessoas que chegam pra curar; desencadeadores de poemas, de sorrisos,
de lições de vida que ficarão guardadas para sempre..
A vida é tão
maravilhosa porque ela nos compensa com ela mesma.
Shirley, Goodness e
Mercy sabem que o trabalho de um anjo é interminável -
especialmente na véspera do Ano-novo.
Ao lado de seu novo
aprendiz, o anjo Will, elas se preparam para entrar em ação na
festa de um de ano da Times Square.
Quando Will identifica
dois solitários no meio da multidão, ele decide que a meia-noite
será o momento perfeito para dar aquele empurrãozinho divino de que
eles precisam para acabar com a solidão.
Então, por "acidente",
Lucie Ferrara e Aren Fairchild esbarram-se no meio da alegria da
festa, mas, assim como se aproximam, acabam se perdendo: um encontro
marcado que não acontece os afasta pelo resto da vida. Ou será que
não?
Um ano depois, Lucie é
a chef de um novo e aclamado restaurante, e Aren é um colunista de
sucesso em um grande jornal de Nova York.
Durante todo o ano que
passou, os dois não se esqueceram daquela noite.
Shirley, Goodness,
Mercy e Will também não se esqueceram do casal...
Para uni-los novamente,
os anjos vão usar uma receita antiga e certeira: amor verdadeiro
mais uma segunda chance (e uma boa dose de confusão), para criar um
inesquecível milagre de Natal.
Não sei se dezembro
mexe com vocês como mexe comigo.
Provavelmente não.
Amar dezembro
como eu o amo, esperá-lo como eu o espero, senti-lo como eu o sinto,
reconheço que parece coisa de criança.
E é.
Às vezes, o menino
que eu fui há tanto tempo volta e assume a direção do homem maduro
que eu já deveria ser. Em dezembro o menino sempre vem. Vem e altera
minha vida.
Logo nos primeiros dias
do mês, já acordo diferente. As notícias do rádio, da TV e do
jornal são aquelas de sempre: doença, miséria, fome, tragédia,
desgraça, destruição. Há quem mata por nada. Há gente humilhada,
gente ofendida, gente espezinhada, gente ressentida. Pessoas que
acham o otimismo um escárnio e consideram a felicidade só uma
palavra longa, sem nenhum significado.
Gente que sofre em
dezembro tanto quanto sofre todo mês, de janeiro a novembro. Eu sei.
Mas em dezembro eu sempre acredito que nem tudo esta perdido, que
alguma coisa pode mudar. Defeito? Acho que sim. Ingenuidade? Creio
que é. E tenho certeza de que herdei os dois, o defeito e a
ingenuidade, de minha mãe.
Quando chegava
dezembro, minha mãe esquecia as mágoas, fingia não estar sentindo
mais a sinusite que atormentava os seus dias e concentrava-se toda
nos preparativos para o Natal.
O Natal, para ela, eram
os presentes, a árvore, os enfeites, a ceia, as nozes, o doce de
semente de papoula cuja receita, uma preciosidade, tinha atravessado
o mar e chegado com a família ao Brasil.
O Natal era isso tudo
e, mais importante, eram os filhos reunidos todos em volta da mesa,
tentando esconder as lágrimas trazidas pela simples, mas comovente
Noite Feliz.
Chorávamos todos, no
Natal, e sabíamos muito bem por quê.
Chorávamos porque
pressentíamos que um dia nos faltaria até aquele raro momento de
comunhão, aquele instante único no ano, fruto da tenacidade daquela
mulher que, chorando mais do que todos nós, dava graças a Deus por
ter conseguido de novo, pelo menos por uma noite, colar os estilhaços
de sua família.
Ela procurava nos
ensinar, Natal após Natal, que tínhamos nascido para viver juntos.
E nós sabíamos que passados aqueles instantes mágicos, voltaríamos
a nos estranhar, a nos maldizer, a nos afastar.
Sabíamos que, um dia,
não pousariam mais sobre nós aqueles olhos azuis, que não nos
reuniríamos mais sob o irresistível apelo daquela doce voz.
Minha mãe amava
dezembro porque dezembro era o mês do Natal e porque acreditava que,
na época do Natal, as pessoas se tornavam melhores e os milagres se
tornavam possíveis.
De janeiro a novembro,
pedir-lhe algo que não pudesse dar era deixá-la triste. Em
dezembro, era deixá-la arrasada. Ela sempre achou, até o fim, que
no mês do nascimento de Jesus, não se devia negar nada a ninguém.
Conhecendo essa
fraqueza do seu coração, eu lhe pedi uma vez, num longínquo
dezembro, que ela me trouxesse do centro, onde ia fazer as últimas
compras para o Natal, um almanaque de histórias em quadrinhos.
Foi
pura maldade do menino que eu era. O almanaque era caro e eu não
ignorava que o dinheiro para a ceia do dia 24, arrancado com tanto
sacrifício do meu pai, estava bem mais curto do que em outros anos.
Foi o que ela me disse. Insisti, bati o pé, chorei. Quando saiu, ela
estava quase chorando também.
Algumas horas depois,
quando ela voltou e começou a colocar os pacotes em cima da mesa, eu
não lhe dei tempo nem de tomar água. Quis logo saber se havia
comprado o que eu tinha pedido.
Suspirando, ela, do
fundo de uma sacolinha, puxou o almanaque. Só então eu notei que
suas mãos e seus braços estavam feridos. Baixando os olhos, vi
também dois machucados enormes nos joelhos. Perguntei o que tinha
acontecido e minha mãe me contou que, quando o bonde tomado por ela
na Praça da árvore se pôs em movimento, meu almanaque havia
deslizado do seu colo e caído na rua.
Prevendo que eu não ia
acreditar naquilo, ela, desesperada, saltou do bonde e estatelou-se
com os pacotes no chão. Por pouco não foi atropelada por um carro.
O motorista, furioso, tinha xingado minha mãe de louca. Vendo-a
desamassar cuidadosamente os pacotes, senti que o motorista não
tinha errado ao xingá-la. Ela era louca, sim. Louca de amor pelos
filhos, pela família, pelo Natal.
Desde esse remoto dia,
toda vez que dezembro vem eu lamento não ter herdado um pouco mais
dessa saudável loucura, um pouco mais dessa bendita ingenuidade de
minha mãe.
Gostaria de sonhar, com
a mesma intensidade com que ela sonhava, gostaria de acreditar, com a
mesma intensidade com que ela acreditava, que em dezembro os milagres
são possíveis, que em dezembro tudo pode mudar.
Não sei se foi a chuva, se foi o silêncio ou a solidão, mas hoje a saudade chegou mais cedo.
O tempo todo em volta de mim querendo
atenção...
Resisti o quanto pude, mas sem que eu percebesse ela me
abraçou e virou lágrima...
Saudade é amar um
passado que ainda não passou. É recusar um presente que nos
machuca. É não ver o futuro que nos convida...
(Pablo Neruda)
*
Quem quiser plantar
saudade, trate de escaldar a semente. Plante no solo bem duro, onde o
Sol seja mais quente. Pois se plantar no molhado, ela cresce e mata a
gente.
Sabemos que nenhum de
nós consegue, sozinho, alcançar o sucesso. Devemos, portanto, atuar
juntos, como um povo unido, para a reconciliação nacional, para a
construção da nação, para o nascimento de um novo mundo.
Que haja justiça para
todos.
Que haja paz para
todos.
Que haja trabalho, pão,
água e sal para todos.
Que cada um de nós
saiba que o seu corpo, a sua mente e a sua alma foram libertados para
se realizarem. Nunca, nunca, nunca mais deixaremos esta bela terra
voltar a experimentar a opressão de uns sobre outros.
Vamos deixar a
liberdade reinar.
*
A educação é a arma
mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.
*
O bravo não é quem
não sente medo, mas quem o vence.
*
Não me julgue pelo meu
sucesso. Me julgue por quantas vezes eu caí e consegui me levantar.
*
Não há nada como
regressar a um lugar que está igual para descobrir o quanto a gente
mudou.
*
Uma boa cabeça e um
bom coração formam uma combinação formidável. Mas quando você
adiciona a isso uma língua ou uma caneta alfabetizada, aí você tem
algo realmente muito especial.
Você não encontrará
nenhuma paixão se se conforma com uma vida que é inferior àquela
que é capaz de viver.
*
Depois de escalar uma
grande montanha se descobre que existem muitas outras montanhas para
escalar.
*
A bondade do homem é
uma chama que pode ser escondida, mas nunca extinta.
*
Se você fala com um
homem numa linguagem que ele compreende, o recado entra na cabeça
dele. Se você fala com um homem em sua língua, o recado vai para o
seu coração.
*
Lidere de trás e deixe
os outros acreditarem que eles estão à frente.
*
Você não encontrará
nenhuma paixão se se conforma com uma vida que é inferior àquela
que é capaz de viver.
*
Se você quer fazer as
pazes com seu inimigo, você tem que trabalhar com seu inimigo.
Assim, ele se torna seu parceiro.
*
Ser livre não é
apenas se livrar das correntes que lhe prendem, mas viver sendo capaz
de respeitar e engrandecer a liberdade dos outros.
*
Você não é amado
porque você é bom, você é bom porque é amado.
*
Eu sou o capitão da
minha alma.
*
Devemos promover a
coragem onde há medo , promover o acordo onde existe conflito, e
inspirar esperança onde há desespero.
*
Perdoem. Mas não
esqueçam!
*
Não há nada como
regressar a um lugar que está igual para descobrir o quanto a gente
mudou.
*
Ninguém nasce odiando
as pessoas por causa da cor de sua pele, ou por seu passado, ou por
sua religião. As pessoas aprendem a odiar e, se elas podem aprender
a odiar, elas também podem aprender a amar - já que amar é um
sentimento que vem com mais naturalidade ao coração humano do que o
seu oposto.