"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"
(Teillard de Chardin)
24 novembro 2016
Dica de livro: “A Última Carta do Tenente” - William Douglas
Às vezes um livro chega até nós através de mãos invisíveis.
Este é um deles.
Nele, envolvida por um lindo projeto gráfico, lemos uma
declaração de amor à Vida.
Num momento definitivo, durante o acidente com o submarino russo
Kursk ocorrido em 2000, o personagem principal deixa suas derradeiras palavras,
escritas com imensa dificuldade, fazendo um balanço geral de sua vida e emoções.
O acidente é real, a obra ficção.
Um verdadeiro chacoalhar em cada leitor.
Tocante e verdadeiro.
Recomendadíssimo!
*
“Não quero morrer sem
falar de minhas TENTATIVAS.
Tentei amar, tentei tantas coisas, fiz o que pude.
Tentei entender Deus e a vida, mas minha mente é pequena e o tempo foi pouco.
Tentei cumprir minha missão, mas tive dificuldade até mesmo em descobrir qual
era.
No dia da partida,
tenho resposta para todas as perguntas do mundo no meu bolso.
Vivi à procura, e
agora que as tenho você está longe.
Sobre o amor, eu nunca
entendi bem, seja o do filho, do amigo, do marido, do irmão, do próximo.
Fiquei devendo amor,
morro com dívidas vultosas.”
*
Sinopse:
Em agosto de 2000, um acidente com o submarino
russo Kursk fez com que marinheiros ficassem presos sem que houvesse tempo para
salva-los.
Quando finalmente os corpos foram resgatados, no bolso do uniforme
de um deles, foi encontrada uma mensagem para sua mulher, escrita nas poucas
horas que lhe restava.
Editora Planeta.
* * *
Decreto de Renascimento
Hoje acordei para uma nova vida!
Hoje deixo de lado, tudo aquilo que me entristece e que não
faz mais sentido para minha evolução.
Hoje decreto do fundo do meu coração que estou pronto para viver uma nova vida. Hoje determino que tudo aquilo que é ruim vá embora
da minha vida.
Hoje determino que tudo aquilo que me fez mal no passado,
desapareça e nunca mais retorne.
Hoje já consigo sentir meu corpo mais leve e meu espírito
cuidando da minha mente.
Hoje já compreendo melhor meus anseios e meus desejos e não
me engano mais.
Hoje sinto todos os antigos sentimentos de amargura,
fraqueza, preguiça e desânimo se dissolvendo.
Hoje consigo ver todas as pessoas que um dia me ajudaram e
me incentivaram. E me sinto grato por todas elas.
Hoje consigo ver todos aqueles que se foram desse mundo e
deixaram um espaço vazio em meu peito. E me sinto confortado, pois tenho
certeza que um dia reencontrarei todos eles pelas entranhas da eternidade.
Hoje vejo meu espírito sorrindo e me dizendo obrigado por eu
ter despertado para uma nova vida. Hoje sinto o amor e a paz dentro do meu
espírito.
Hoje, eu e meu espírito somos UM em comunhão com Aquele que
um dia nos criou. Hoje me sinto feliz e vejo a luz da verdade iluminando
novamente os meus caminhos.
Assim é, e assim será para todo o sempre!
(Autor desconhecido)
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* * *
02 novembro 2016
A Morte não é nada
A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me deem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.
(Santo Agostinho)
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01 novembro 2016
Ser sensível nesse mundo requer muita coragem.
Todo dia.
Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos,
de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas
vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade.
Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada.
Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se
assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza.
Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura
de que ninguém sofra por nada.
Essa saudade, que às vezes faz a alma marejar, de um lugar
que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe.
Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque
os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a idéia
de um mundo que possa acordar sorrindo.
Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.
Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não
tem jeito: só consigo ser igual à mim.
(Ana Jácomo)
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