"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

05 outubro 2011

A Cura Real


Um texto lindo, sobre a necessidade de uma mudança verdadeira, uma reforma íntima, se quisermos melhorar nossa qualidade de vida.


* * *


A Cura Real

Não trate apenas dos sintomas, tentando eliminá-los sem que a causa da enfermidade seja também extinta.

A cura real somente acontece do interior para o exterior .....

- Sim, diga a seu médico que voce tem dor no peito, mas diga também que sua dor é dor de tristeza, é dor de angústia.

- Conte a seu médico que voce tem azia, mas descubra o motivo pelo qual você, com seu gênio, aumenta a produção de ácidos no estômago.

- Relate que voce tem diabetes, no entanto, não se esqueça de dizer tb que não está encontrando mais doçura em sua vida e que está muito difícil suportar o peso de suas frustrações.

- Mencione que voce sofre de enxaqueca, todavia confesse que padece com seu perfeccionismo, com a autocrítica, que é muito sensível à crítica alheia e demasiadamente ansioso.

- Muitos querem se curar, mas poucos estão dispostos a neutralizar em si o ácido da calúnia, o veneno da inveja, o bacilo do pessimismo e o câncer do egoísmo. Não querem mudar de vida.

- Procuram a cura de um câncer, mas se recusam a abrir mão de uma simples mágoa.

- Pretendem a desobstrução das artérias coronárias, mas querem continuar com o peito fechado pelo rancor e pela agressividade.

- Almejam a cura de problemas oculares, todavia não retiram dos olhos a venda do criticismo e da maledicência.

- Pedem a solução para a depressão, entretanto, não abrem mão do orgulho ferido e do forte sentimento de decepção em relação a perdas experimentadas.

- Suplicam auxílio para os problemas de tireóide, mas não cuidam de suas frustrações e ressentimentos, não levantam a voz para expressarem suas legítimas necessidades.

- Imploram a cura de um nódulo de mama, todavia, insistem em manter bloqueada a ternura e a afetividade por conta das feridas emocionais do passado.

- Clamam pela intercessão divina, porém permanecem surdos aos gritos de socorro que partem de pessoas muito próximas de si mesmos.


Deus nos fala através de mil modos; a enfermidade é um deles e por certo, o principal recado que lhe chega da sabedoria divina é que está faltando mais amor e harmonia em sua vida.

Toda cura é sempre uma autocura e o Evangelho de Jesus é a farmácia onde encontraremos os remédios que nos curam por dentro.

Há dois mil anos esses remédios estão à nossa disposição.
Quando nos decidiremos?


(texto extraído do livro “O Médico Jesus” , de José Carlos De Lucca)





04 outubro 2011

Espelho das águas - com Carlos Walker



Lindíssima interpretação, desta música de Tom Jobim que eu adoro!

Tristeza sem razão...


Por vezes, nos erguemos pela manhã envoltos em nuvens de tristeza. Se alguém nos perguntar a causa, com certeza não saberemos responder.
 
Naturalmente, atravessamos as nossas dificuldades. Não há quem não as tenha. É o filho que não vai bem na escola, o marido que vive a incerteza do desemprego, um leve transtorno de saúde.

Nada, contudo, que seja motivo para a tristeza profunda que nos atinge.

Nesse dia tudo parece difícil. 

Saímos de casa e a entrevista marcada não se concretiza. A pessoa que marcou hora conosco cancelou por compromisso de última hora. E lá se vão as nossas esperanças de emprego, outra vez.

O material que vimos anunciado com grande desconto já se esgotou nas prateleiras, antes de nossa chegada. 

A fila no banco está enorme, o cheque que fomos receber não tinha saldo suficiente.

É... Nada dá certo mesmo! Dizemos que nem deveríamos ter saído de casa, nesse dia. 

Agora, à tristeza se soma o desalento, o desencanto.

Consideramo-nos a última pessoa sobre a face da Terra. Infelizes, abandonados, sozinhos.

Ninguém que nos ajude.

E, no entanto, Deus vela. Ao nosso lado, seguem os seres invisíveis que nos amam, que se interessam por nós e tudo fazem para o nosso bem-estar.

O que está errado, então? Com certeza, a nossa visão do que nos acontece.

Quando a tristeza nos invade no nascer do dia, provavelmente tivemos encontros espirituais, durante o sono físico, que para isso colaboraram.

Seja porque buscamos companhias não muito agradáveis ou porque não nos preparamos para dormir, com a oração. 

Seja porque reencontramos amores preciosos e os temos que deixar para retornar à nossa batalha diária, entristecendo-nos sobremaneira.

Ao nos sentirmos assim, busquemos de imediato a luz da prece, que fortalece e ilumina, espancando as sombras do desalento.

Abrir as janelas, observar a natureza, mesmo que o dia seja de chuva e frio. Verifiquemos como as árvores, quando castigadas pelos ventos e pela água, balançam ao seu compasso.

Passada a tempestade, se recompõem e continuam enriquecendo a paisagem com seus galhos, folhas, flores e frutos.

Olhemos para as flores. Mesmo que a chuva as despedace, elas, generosas, deixam suas marcas coloridas pelo chão, ou permitem-se arrastar pela correnteza, criando um rio de cores e perfumes pelo caminho.

Aprendamos com a natureza e afugentemos o desânimo com a certeza de que, depois da tempestade, retornará o tempo bom, o sol, o calor.

Não nos permitamos sintonias inferiores, porque se vibrarmos mal, nos sentiremos mal e, naturalmente, tudo se nos tornará mais difícil.

Nunca estaremos sós. Jesus está no leme das nossas vidas, atento, vigilante, e não nos faltará em nossas necessidades.

* * *

Se estamos tristes, abramos os ouvidos para as melodias da vida, melodias que soam das mais profundas regiões do amor Celeste.

Busquemos ajuda, peçamos socorro, não dando campo a essas energias de modo que possamos, na condição de filhos de Deus, alegrar-nos com tudo quanto o Pai construiu e colocou à nossa disposição a fim de que pudéssemos crescer, amar e servir.


(com pensamentos finais do cap. 12 do livro Revelações da luz, pelo Espírito Camilo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.)

Muita Paz







03 outubro 2011

Dar o exemplo?


Naquela tarde, o trabalho havia sido intenso no consultório médico de nossa jovem espírita. Parecia até que todos os seus pacientes haviam combinado comparecer juntos.

O que mais a preocupava, entretanto, é que estava programada para uma palestra num Centro Espírita, às 14 horas, devendo discorrer sobre a paciência, no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IX, nº 7 a 10.

Atendido o último consulente, assustou-se, ao consultar o relógio: estava com pouco tempo e não desejava faltar ao compromisso doutrinário.

Entrou em seu carro e logo disparou, disposta a fazer o possível para chegar a tempo.

Acontece, porém, que na estrada à sua frente alguém ziguezagueava, ora para a direita, ora para a esquerda, ou para o meio da pista, atrapalhando-a.

Imaginou até que era de propósito para impedir-lhe a ultrapassagem desejada o que, aliás, muito a irritava.

A continuar assim, iria perder a hora da palestra. Também, com um motorista daquela espécie!...

Felizmente, numa reta maior da estrada, conseguiu a ultrapassagem de que precisava e, ao emparelhar com o motorista (era uma mulher), não se conteve e pespegou-lhe sua impaciência num desaforo:

-"Sua burra, por que não aprende, primeiro, a dirigir uma carroça?"

Correu quanto pôde e, afinal, chegou a tempo para fazer sua palestra.

Já sentada à mesa, quando ia começar sua exposição, contemplando o auditório, teve uma surpresa: a motorista xingada estava presente, para ouvi-la.

Seus olhos cruzaram-se com os da assistente, que logo se levantou, abandonando o salão.

A expositora entendeu o gesto mudo de reprovação da assistente que, com sua retirada, contestava-lhe a autoridade para falar sobre paciência.

(Esse Capelli)









Como “planejar” sua próxima encarnação


[…] O planejamento da próxima encarnação, enquanto se está encarnado, permite a conclusão ou a interrupção de processos em curso que tenderiam a prejudicar o espírito.

Se, desde agora, ele vê que determinado processo o prejudicará nesta e, principalmente, na próxima encarnação, retoma o controle da situação, reprogramando ações para esta e para a outra.

Não conseguindo realizar algumas aspirações nesta, ele as adia para a próxima.

É claro que, após a morte do corpo, quando estará o espírito liberto de suas contingências, e tendo uma visão melhor a respeito de sua própria evolução, poderá alterar tudo que planejou.

Começando a planejar desde agora, o espírito se prepara melhor para uma possível alteração no futuro. O planejamento antecipado servirá também como marcador para a próxima encarnação.

O espírito poderá, desde já, determinar-se a realizações benéficas no futuro. Seu processo de reaprendizagem, comum na infância e adolescência, poderá ser menor e mais fácil, se, desde já ele se programar a não esquecer ou a relembrar o que já sabe.

Um indivíduo, que já passou dos cinqüenta anos, tendo uma profissão estável, sem outros recursos para o sustento de sua família além dos dela provenientes, sentindo-se inclinado a dedicar-se a outra atividade, que lhe desperte o interesse, para a qual, porém, não possui a necessária qualificação; reconhecerá, por isso, que qualquer aventura em mudar de profissão resultará na falência de recursos para a família, o que poria em risco sua atual encarnação.

Após reflexões, ele deve adiar tal desejo para a próxima encarnação, quando, numa época mais propícia, atenderá seu anseio. Ou então se esforçará para capacitar-se de forma mais tranqüila em prazo mais dilatado.

Caso resolva adiar, não deverá haver nenhuma frustração para o espírito que, conscientemente, tomou a decisão.

Não é incomum encontrar-se pessoas que mudaram suas vidas a partir de decisões abruptas, cujas conseqüências puseram, desde já, em risco sua encarnação futura.

Qualquer um de nós tem esse direito, o qual se finda quando atingimos o do outro, o que nos exige reflexão.

É necessário planejar a atual (correção de rumo) e a próxima encarnação, desde agora.

É como fazer uma análise e balanço da atual encarnação.

Para se alcançar tal estágio são necessárias algumas reflexões básicas. Em primeiro lugar deve-se fazer um retrato de si mesmo quanto a certos aspectos fundamentais de sua própria vida, nesta encarnação. A começar pelas qualidades que se tem.

Enumere tudo aquilo que você sabe fazer, isto é, o que tem aptidão. Coloque todas as habilidades que possui.

Verifique as mínimas coisas que é capaz de realizar.

Se você não conseguir enumerar todas ou acha que está faltando alguma, peça auxílio a alguém que conheça sua personalidade o suficiente para ajudá-lo nessa tarefa. Depois disso, descreva sua personalidade.

Fale de você. Do que você gosta, de suas emoções, de seus sentimentos, dos seus conflitos e problemas. Fale das pessoas que têm influência em sua vida. De seus pensamentos, de suas
emoções mais íntimas. Fale de sua infância, de seus pais, de sua convivência com os outros. Faça um breve relato de sua vida até hoje.

Descreva seus planos para o futuro. Fale do que você não realizou, mas que ainda pensa em realizar.

O ideal seria você escrever tudo isso. Não sendo possível, procure alguém em quem você confie. Diga-lhe seus objetivos e fale tudo o que você quer. Não é tarefa fácil. Mas é necessário desabafar tais conteúdos conscientes. Preferencialmente procure alguém que saiba das existências sucessivas a que estamos sujeitos[...]

Você verá que algumas decisões, se tomadas desde agora, implicarão em assumir algumas conseqüências antecipadas.

Outras terão que ser novamente adiadas para uma encarnação mais futura. A partir das respostas, elabore então, tudo que você pretende para a próxima encarnação e que poderia ter sido exeqüível nesta, se você tivesse tomado as decisões acertadas.

O que for possível fazer desde já, não espere mais tempo.

Trata-se de idealizar o que é possível a partir de suas próprias capacidades.

Há pessoas que, depois de replanejarem suas vidas e vislumbrarem o que pretendem realizar em outra encarnação, efetivamente começam ainda nesta.

Se, por exemplo, você pretende alcançar um melhor grau de escolaridade na próxima encarnação, que tal começar agora, matriculando-se num curso noturno ou em suas horas vagas?

Se você pretende seguir esta ou aquela profissão na próxima encarnação, porque não começar a habilitar-se desde já, buscando os meios para tal?

Se você não conseguiu constituir família nem ter filhos como desejaria, que tal adotar uma criança ou amparar uma família carente?

A maioria das pessoas condiciona seu progresso numa encarnação à obtenção de recursos financeiros. Nem sempre dosamos a quantidade que efetivamente necessitamos.

Alguns preferem a sorte grande numa loteria, afirmando que não só resolveria seus problemas como os dos outros. Geralmente seus próprios parentes. Há até quem prometa entregar alguma sobra a
instituições de caridade, numa tentativa de colocar-se em vantagem perante os que nada prometem a Deus.

Seria o dinheiro um real empecilho para se progredir numa encarnação? É evidente que a resposta é negativa, pois, alguns progressos, efetivamente dependem dele, mas outros (muitos outros), no campo das relações humanas, principalmente, não dependem de dinheiro algum.

Dessa forma, o planejamento para a próxima encarnação poderá ter menos condicionantes.

Quando partimos para o “se”, nada fazemos, pois, tudo dependerá de fatores exteriores desconhecidos.

Claro que, muitos fatores não dependerão de nós, mas, o planejamento deve ser feito tendo por base o que é de nossa responsabilidade. Quando assim agimos estamos reduzindo a interferência daqueles fatores.

Se, por exemplo, determinamo-nos, nesta encarnação, a realizar, na próxima existência, algo em favor de um grupo de pessoas, às quais sabemos que prejudicamos já nesta encarnação, poderemos alterar, desde agora, algum processo educativo em curso que poderia ser imprevisível para nós.

Dessa maneira, pode-se entender o conselho de Jesus ao recomendar a reconciliação com o adversário enquanto estivermos no caminho com ele.

No seu planejamento para a próxima encarnação, naturalmente você gostaria de se encontrar com pessoas a quem hoje devota afeição. Lembre-se que, nem sempre será possível reencontrar todo mundo que você quer.

Que tal colocar no meio dessas pessoas, alguém a quem você não tem afeição ou com quem você teve dificuldades de relacionamento? 

Não se preocupe, o esquecimento do passado favorecerá um bom reencontro, o qual será beneficiado pela sua disposição de transformar esse desafeto em um amigo.

Planejar a próxima encarnação é desejar um futuro melhor para si próprio. Planeja bem quem deseja um futuro melhor também para outrem.

O planejamento da reencarnação constitui-se num grande mercado futuro para determinadas profissões que envolvem o aconselhamento. Os filósofos, psicólogos, psicoterapeutas, sociólogos e educadores em geral, poderão abrir consultórios, clínicas, espaços holísticos de orientação ao encarnado sobre sua futura reencarnação.

Claro que nunca é demais lembrar da responsabilidade de quem venha a dedicar-se a tal atividade.

O cuidado deve ser muito grande. Seria oportuno o conhecimento das leis de Deus e da vida no mundo espiritual, para não se resvalar na empulhação de espertalhões. 

Os Centros Espíritas seriam, naturalmente, os locais mais indicados para tais orientações, quando não se tratem de considerações profissionais.

Naqueles ambientes se iniciará o processo de planejamento da atual e, principalmente, da futura reencarnação do sujeito. Tais consultórios, ou centros espíritas, teriam o amparo de institutos de pesquisa e o apoio de técnicas modernas de investigação do passado e do futuro, do reencarnado.

A primeira vista parece algo fantástico se não fosse sério. 

Trata-se de uma importante forma de orientar o ser humano. Hoje, de forma ainda embrionária, essa orientação, sem o caráter de planejamento, é feita nos Centros Espíritas de orientação kardecista.

(texto extraído do livro “Reencarnação – um processo educativo”, de Adenáuer Novaes)




A médium que batia no marido (crônica)


Rosicléia apresentou os primeiros sinais do desenvolvimento da sua mediunidade após três anos de casada com Everton.

A primeira vez que ela reparou algo diferente foi quando o marido saiu do banho e como de costume, largou a toalha molhada em cima da cama. Rosicléia sentiu um fogo subindo pelo corpo, o coração acelerou e uma voz gritou em seus pensamentos: - Ele pensa que eu sou sua escrava!

Rosicléia estava com muita raiva e inebriada por essas emoções foi para a cozinha fazer o jantar. Enquanto cozinhava, lutava para parar de remoer os pensamentos que a atormentavam.

O casal sentou-se para fazer a refeição juntos e assim que Everton colocou a primeira garfada de comida na boca, disse nostálgico para a esposa: - O picadinho da minha mãe é famoso. Da próxima vez que encontrarmos com ela, vou pedir para ela te dar a receita!

Rosicléia ficou descontrolada! Aquela foi a gota d´água e os pensamentos estavam como pipoca estourando na panela: - Como pode dizer que meu picadinho é ruim?

A raiva era tamanha que Rosicléia foi chorando para o quarto e Everton entendeu que ela deveria estar em um "daqueles dias".

O problema é que as coisas não melhoravam, a mãe de Rosicléia aconselhou a filha dizendo que era natural isso acontecer com todos os casais depois de um tempo.

Mas Rosicléia não conseguia entender como era possível estar incomodada com coisas que antes ela não se importava. O futebol na hora da novela, a tampa aberta no banheiro, o esquecimento da data do aniversário, o papo machista com os amigos no bar, a falta de atenção com as coisas importantes...

Mas ela pensava: - Casamento é assim mesmo, eu que estou tendo pensamentos intrusos, pensamentos que não são meus.

Jucelina, a vizinha de Rosicléia depois de saber do problema da amiga a levou até o Centro que ela frequentava.

No atendimento fraterno foi explicado para Rosicléia: isso é mediunidade, você precisa estudar e trabalhar. Everton ao saber do problema da esposa, resolveu também frequentar o Centro espírita para apoiá-la.

Rosicléia estudou bastante, mas não conseguia sentir nenhuma melhora. Ao contrário, agora a vontade de ¨voar no pescoço" do marido era por vezes, incontrolável. Ela mesma chegou a conclusão que se tratava de uma obsessão complexa.

Everton e Rosicléia foram convidados pelos companheiros que estavam acompanhando o problema do casal, a participar de uma reunião para desenvolvimento mediúnico.

Logo nas primeiras reuniões, depois da observação de uma médium que mencionou ter percebido uma entidade próxima de Rosicléia, aconteceu a primeira manifestação psicofônica. Algumas palavras de raiva foram manifestadas, acompanhadas de socos e tapas contra Everton que amparava a esposa.

Toda semana era assim, Rosicléia saia da reunião aliviada e Everton repleto de hematomas.

Os dirigentes resolveram permitir a situação, uma vez que Rosicléia passou a desmaiar na rua, passar noites atormentada, chorava descontroladamente e já não conseguia mais se concentrar em suas atividades diárias.

A mediunidade de Rosicléia podia ser melhor definida como “socofônica”, contra o marido é claro.

Os protestos logo chegaram, isso não podia mais ser permitido na reunião mediúnica.

Principalmente depois que uma médium experiente disse não ter visto nenhuma entidade no momento da “socofonia”.

- Será que é animismo? - pensou Rosicléia de maneira assustada.

Um sábio preto-velho que seria melhor recebido na reunião, se viesse de médico alemão, manifestou com simplicidade sua orientação para ela:

- Fia, se toda muié que tivé vontade de batê no marido trapaiado, colocá a culpa na mediunidade, os obsessor e os guia vão ficá sem emprego! Ao invés da fia caçá obsessor desencarnado, acerta os pontero com o obsessor do marido. Bendita oportunidade da reencarnação!

E assim nunca mais Everton apanhou de Rosicléia e também foi o fim das toalhas molhadas em cima da cama.






Água e conselhos, só os dê a quem os pede


Água e conselhos só são importantes e nos interessam quando sentimos falta, por isso não adiante oferecer água a quem está saciado nem conselhos a quem deles não precisa, ou crê não precisar.

É a necessidade que nos levará a buscar a água que sustenta a vida do corpo nos devolvendo o equilíbrio, e igualmente será a consciência da própria incapacidade de avaliar ou discernir bem determinada situação o que nos levará a buscar ajuda externa, numa atitude de humildade diante de situações que percebemos acima de nossas forças de entendimento.

A água será bem recebida, quando dela tivermos necessidade.

Os conselhos serão bem aceitos quando esgotados em nossos próprios recursos, compreendermos que não sabemos tudo, e que onde há orgulho há sempre, também, sofrimento.

Nesse momento, o conselho será a água que sacia a alma.


(De “Dia a Dia – Conceitos para viver melhor”, de Paulo R. Santos)





02 outubro 2011

Aprendendo sobre Transcomunicação Instrumental - TCI


A Transcomunicação Instrumental (TCI) significa toda comunicação feita entre o nosso plano e outros níveis de existência, por meios técnicos.

Atualmente essas comunicações ocorrem através de rádio, tevê, gravador, secretária eletrônica, fax, telefone, computador, e recentemente por tevê-fone (aparelho, onde o ser aparece no monitor de tevê e fala simultâneamente pelo telefone). 

Por estes meios, é possível se documentar as experiências, possibilitando as pesquisas, e fazendo com que as provas sejam irrefutáveis.

Os contatos não dependem de fé, não se restringem a grupos isolados, pois têm cunho eminentemente científico. Qualquer pessoa, de qualquer religião, poderá manter contato com seus falecidos e verificar essa realidade.

A divulgação da TCI se faz de pouco tempo para cá, mas o que sabemos pela História, é que já se passaram 100 anos, desde que alguém, pensou pela primeira vez contatar o Plano Espiritual. 

O que se tem de mais remoto sobre a TCI, é sobre dois pesquisadores do século passado: Thomas Edson (americano) e padre Roberto Landell de Moura, brasileiro, que era também inventor. 

Na vasta literatura sobre Edson, existe referência de que ele chegou a criar um aparelho, que o colocava em contato com os mortos, mas, seus biógrafos, não deram informações sobre os resultados.[...]

O Homem, através da tecnologia, cujos recursos são cada vez mais sofisticados, irá de encontro a realidade do espírito, e comprovará que somos seres imortais. 

O contato com parentes e amigos falecidos, já começa a fazer parte do nosso dia -a -dia, a nossa fé, já não será mais infundada.

A facilidade das comunicações globais e a própria evolução do Homem, irão fazer com que não pensemos mais que somos seres pequenos, mas seres que reconhecem a sua jornada evolutiva, tendo uma visão de fatos concretos, que ele próprio terá a oportunidade de vivenciar.[...]

(Rosa Alves de Faria Almeida - in memoriam)


* * *


Talvez cause espanto ao leitor a informação de que o famoso escritor brasileiro Coelho Neto tenha obtido comunicação mediúnica de sua netinha, falecida, por meio de um telefonema. 
Mas é exatamente isto o que o romancista maranhense (1864-1934) declarou aos jornais em 1923. 

Basta que seja consultado o Jornal do Brasil em sua edição de 7 de junho do referido ano (1923), onde o beletrista dá detalhes da conversa que se estabeleceu entre a criança e a mãe, filha de Coelho Neto, compreensivelmente desolada com a perda da menina e consolada ao ouvir-lhe a voz ao telefone.

Maior espanto talvez terá o leitor se lhe for dito que o grande inventor Thomas Alva Édison também andou tentando montar um aparelho (ele que nos legou tantos e tantos inventos, dentre eles a lâmpada incandescente) para que os vivos pudessem conversar com os seus mortos queridos!

E a segunda metade do século XX trouxe alvissareiras notícias sobre isto, como iremos conseguir sumariar.

Até então os fatos mediúnicos eram realizados através de médiuns e as sessões contavam com a presença de sábios. 

É oportuno lembrar, neste sentido, o livro Médiuns e Fantasmas, de Robert Tocquet, onde aparecem atas de experimentações com a médium Eusápia Paladino, no Instituto Geral Psicológico, com a presença de cientistas como Pierre e Madame Curie, casal amplamente conhecido por suas pesquisas fundamentais na radioatividade.

Mas agora são utilizados aparelhos eletrônicos, propiciando esta comunicação com o Além. Não será, pois, admissível dizer que seria tudo alucinação ou produto do inconsciente.

Assim é que, em 1968, o padre suíço Leo Schimd fez a gravação de vozes do mundo invisível, e seu livro dando notícia dos experimentos só veio a lume em 1987, após a sua morte, não sabemos se por receio de represália das autoridades eclesiásticas.

Raudive, por sua vez, deu a lume o livro O Inaudível se faz audível. com base em 72 mil gravações. 

Em 1982 os cientistas americanos George W. Meek e Willian J. O'Neill anunciaram que tinham conseguido gravar 20 horas de palestras com seu colega George Jeffries Mueller, falecido de ataque cardíaco havia 14 anos. 

Um ano depois, obtiveram a imagem do Dr. Mueller numa tela de aparelho de televisão.

Entre 1984 e 1985 Kenneth Websler, na Inglaterra, recebeu por meio de computadores cerca de 250 comunicações de uma pessoa que viveu no século XVI. Os textos foram gravados em inglês arcaico e os dados pessoais foram devidamente comprovados posteriormente.

Na Alemanha Ocidental, entre 1985 e 1988, Klaus Schreiber, com a ajuda do engenheiro eletrônico Martin 
Wenzel, obteve pela televisão imagens de pessoas já falecidas. 

Quer dizer, na época da Informática e da Computação, os mortos se comunicam com os vivos também se valendo de tecnologia mais avançada.

Todavia, cabe aqui a advertência contida em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, expressa nos seguintes termos categóricos e oportunos:

"Todos os homens poderiam crer nas manifestações e a Humanidade continuar estacionária. Que importa crer na existência dos espíritos, se esta crença não torna o homem melhor, mais bondoso e mais indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e mais paciente nas dificuldades aquele que a adotou? De que serve ao avarento ser espírita se continua a ser avarento; ao orgulho, se continuar cheio de si; ao invejoso, de permanecer ciumento?"


(Celso Martins - Mediunidade ao seu Alcance)



Fontes: 







O Relógio


O colégio onde eu estudava, em menina, costumava encerrar o ano letivo com um espetáculo teatral. Eu adorava aquilo, porém nunca fora convidada para participar, o que me trazia uma secreta mágoa.

Quando fiz onze anos avisaram-me que, finalmente, ia ter um papel para representar. Fiquei felicíssima, mas esse estado de espírito durou pouco: escolheram uma colega minha para o desempenho principal. A mim coube uma ponta, de pouca importância.

Minha decepção foi imensa. Voltei para casa em pranto. Mamãe quis saber o que se passava e ouviu toda a minha história, entre lágrimas e soluços. Sem nada dizer ela foi buscar o bonito relógio de bolso de papai e colocou-o em minhas mãos, dizendo:

- Que é que você está vendo?

- Um relógio de ouro, com mostrador e ponteiros.

Em seguida, mamãe abriu a parte traseira do relógio e repetiu a pergunta:

- E agora, o que está vendo?

- Ora, mamãe, aí dentro parece haver centenas de rodinhas e parafusos.

Mamãe me surpreendia, pois aquilo nada tinha a ver com o motivo do meu aborrecimento. Entretanto, calmamente ela prosseguiu:

Este relógio, tão necessário ao seu pai e tão bonito, seria absolutamente inútil se nele faltasse qualquer parte, mesmo a mais insignificante das rodinhas ou o menor dos parafusos.

Nós nos entrefitamos e, no seu olhar calmo e amoroso, eu compreendi sem que ela precisasse dizer mais nada.

Essa pequena lição tem me ajudado muito a ser mais feliz na vida.

Aprendi, com a máquina daquele relógio, quão essenciais são mesmo os deveres mais ingratos e difíceis, que nos cabem a todos.

Não importa que sejamos o mais ínfimo parafuso ou a mais ignorada rodinha, desde que o trabalho, em conjunto, seja para o bem de todos.

E percebi, também, que se o esforço tiver êxito o que menos importa são os aplausos exteriores. O que vale mesmo é a paz de espírito do dever cumprido...

(Autor desconhecido)





 




Homeopatia e Espiritismo


Com o conceito de que o “semelhante cura o semelhante”, o alemão Samuel Hahnemann desenvolveu, por volta de 1800, a homeopatia.

Segundo o princípio de semelhança, também chamado de Lei de similitude, é que são desenvolvidos os tratamentos homeopáticos.

Isto quer dizer que a homeopatia usa para curar uma doença, uma substância capaz de provocar sintomas semelhantes ao da doença.

Esse princípio se opõe exatamente ao utilizado pela alopatia, que se utiliza de uma substância a qual ira agir de forma contrária à enfermidade, ou seja um medicamento tradicional tem a finalidade de combater o agente causador da doença.

Assim, diante de uma insônia, enquanto o método alopático prescreve uma droga de efeitos soníferos, a Homeopatia indicará uma substância que pode produzir a mesma insônia que o paciente sofre. 

No entanto, para que o medicamento não sobreponha seus efeitos aos da própria enfermidade, ele é submetido a uma diluição e agitação, processo chamado dinamização, de forma a ser empregado em doses mínimas e infinitesimais, chegando a máxima que quanto mais diluído a substância, maior será o seu poder de cura.

Desta maneira perde a substância todo e qualquer efeito tóxico e passa a agir estimulando o organismo a reagir contra a sua própria enfermidade. 

Portanto, podemos considerar que a Homeopatia age dentro dos princípios de ação e reação, estimulando o organismo a reagir contra o seu próprio mal.

Na Homeopatia a ação dos medicamentos não é de natureza material ou química, mas sim de ordem dinâmica, “fluídica”.

E este é o fator que liga a homeopatia ao espiritismo. 

É verdadeiramente imaterial, decorre não de um principio ativo da substância medicamentosa, mas de um dinamismo próprio de algo que, no seu âmago, se encontra com a sua potencialidade de ação como que reprimida e oculta, sendo que a substância natural que lhe serve de base (extrato natural de plantas) seja submetida a um processo especial de desmaterialização, que trata-se da diluição com dinamização por agitação molecular, que ‘e realizada até a inexistência de qualquer resíduo físico presente no medicamento.

Transformam-se em essência depois de atingido a 12ª diluição centesimal (12CH), quando se ultrapassa o limiar de dispersão molecular. Por isso eles podem atuar na unidade sutil do ser.

Tal a razão de afirmar-se: “mente sã, corpo são”.

Para o tratamento homeopático não interessa a doença e sim o doente, como um todo, todos seus sintomas mentais, espirituais e físicos.

Na infância aprendemos que o corpo humano é dividido em cabeça tronco e membros. Está certo... Mas, é apenas um resumo. Somos constituídos de corpo físico, corpo etérico, corpo astral (perispírito), corpo mental e espírito. 

Assim fica mais fácil entendermos que a homeopatia age fundamentalmente sobre o “perispírito” (transformação do fluido universal, a fim de se poder unir o espírito à matéria).

Como o Perispírito está ligado átomo a átomo, célula a célula ao corpo físico, tudo o que passa num, repercute imediatamente no outro.

Nesse sentido, o equilíbrio funcional do perispírito pode ser perturbado por agentes fluídicos, da mesma natureza portanto que ele, e essa perturbação, repercutindo no corpo físico, torna-o também enfermo.

Do mesmo modo, pela ação de elementos também fluídicos, porém, salutares, pode normalizar-se o perispírito e, consequentemente, o organismo material, intimamente ligado a ele, volta ao seu normal funcionamento.

Como a homeopatia visa curar o doente e não a doença, o medicamento homeopático trabalha na nossa essência energética, ou fluído vital e vai interferir na causa mais profunda da doença antes mesmo que ela se manifeste.

Adoecemos, quase sempre, pelo desequilíbrio psíquico o qual provoca uma alteração energética (fluídica) que irá repercutir no corpo físico.

Como a maioria de seus contemporâneos, Hahnemann acreditava que a saúde era uma questão de equilíbrio e harmonia, mas para ele era a força vital, o espírito contido no corpo, que produziam o balanceamento e a harmonização, ou seja, a cura.

Os medicamentos homeopáticos são preparados a partir de substancias naturais provenientes dos reinos Animal, Vegetal e Mineral.

No seu preparo são usadas tanto substancias que possuem ação tóxica, como as consideradas não tóxicas, ou inertes.

Através de um processo de diluições e dinamizações sucessivas, a força curativa das substancias fica armazenada nas moléculas de água ou álcool da solução utilizada para o preparo dos medicamentos.

Os medicamentos sintetizados a partir de matéria natural, são considerados vivos, e cada ser vivo emite vibrações em forma de energia vibratória, produzindo a energia vital.

Por isso devemos considerar alem da homeopatia a fitoterapia e os florais de Bach como formas de tratamento que envolvem energia vital, mas sem esquecer que apenas na homeopatia ocorrem as dinamizações que tornam o medicamento “fluídico”, podendo este então atuar no perispírito do individuo doente.

A maioria dos extratos ativos utilizados na homeopatia, tem sua base diluída em água que é um ótimo condutor de força eletromagnética, e proporciona a absorção dos fluidos sobre ela projetados, os conserva e os transmite ao organismo doente quando ingerida.

Basta ter amor e acreditar, dentro do potencial de nossa própria fé, lembrando que Deus nos deu essa imensa natureza para que dela nos sirvamos como a um bálsamo de alívio e cura a todos os males.

Uma importante característica da Homeopatia é o conhecimento da maneira como o organismo reage ao estímulo do medicamento. O organismo irá responder com uma série de reações que em seu conjunto compõem o que chamamos de Lei de Cura.

De modo geral podemos dizer que haverá inicialmente uma etapa de piora dos sintomas para se seguir uma melhora duradoura e abrangente.

Essa etapa de piora mostra que, ao retornarem, as doenças na verdade não haviam sido curadas levando então a conclusão de que a doença, não é o que se vê e se analise por meios materiais, mas sim a projeção de uma energia mórbida proveniente da mente ou espírito, sendo então absorvida pelo órgão em uma tentativa de aliviar ou curar os planos mais profundos.

Então concluiu-se que um órgão poderá se ver livre do processo mórbido sem que na verdade se cure a sua doença, ou seja, ela pode ser simplesmente suprimida.

A supressão dos sintomas físicos, faz o organismo lançar o adoecimento em um lugar mais profundo, e cada vez que se aprofunda a doença, o sistema emocional irá piorando, até o ponto em que somente ele adoecerá.

O processo se aloja então na própria mente. Dessa forma vemos que as doenças físicas são, na verdade, mecanismos defensivos da mente ou espírito.

Devemos lembrar também que a cura verdadeira deve partir do próprio doente, pois ele é quem se deixa contaminar com a enfermidade.

A homeopatia se une assim aos ensinamentos espíritas, que nos informa ser a doença um mecanismo de cura do espírito imortal. Somos levados a concordar com o nobre mentor André Luiz que na obra Entre a Terra e o Céu, nos relata: 

“A carne é assim como um filtro que retém as impurezas do corpo perispiritual, liberando-o dos males nela adquiridos. [...] Compreendemos, assim, que as enfermidades complicadas e longas guardam função específica [...] 
 O corpo físico funciona como um abafador da moléstia da alma, sanando-a, pouco a pouco.”

Não é preciso maior clareza para compreendermos, enfim, que toda doença cumpre um papel no ordem do destino individual e não é obra de mero acaso ou fracasso biológico, como a ciência materialista nos induziu a pensar.

E isso requer modificar nossos parâmetros terapêuticos diante dela. Para isso veio ao mundo a Medicina Homeopática.

Mas não podemos nos deixar influenciar pela cultura na qual vivemos, de que o tratamento deve ser anestésico e imediatista, no qual a minoria das pessoas buscam uma cura profunda, pois esta requer um processo, nem sempre agradável, de auto-conhecimento, e não muito fácil, de auto-burilamento. 

Esta minoria sabe que existem cápsulas e comprimidos para dores de cabeça, mas cápsulas ou doses homeopáticas de carinho, confiança, forca de vontade e fé em Deus, - não existem.

(Portal Espírita Lema)