"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

15 outubro 2011

Retrato de Mulher Triste


Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.

Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.

Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.

Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.

(Cecília Meireles, in "Poemas")



Não seja um exilado da Terra


“Quando os mundos se aproximam desses períodos de expurgos, previstos e planejados pela ordem espiritual, entram em uma fase em que aumenta, em muito, a intensidade física e emocional da vida dos espíritos ali encarnados, quase sempre em teor de baixa vibração, se projetando na aura do próprio mundo nos planos espirituais adjacentes.
Produz-se uma onda de magnetismo deletério, criando um processo violento e drástico de purificação geral. Estamos agora num período desses“.

Estou iniciando este artigo tomando como base esta psicografia contida no livro “Exilados de Capela”. 

É claro que qualquer comparação com a situação atual da Terra não é mera semelhança. É pura realidade!

Não vou enunciar aqui as dezenas de catástrofes que vêm acontecendo a cada dia no planeta.

Apenas quero lembrar mais uma vez que é chegado o momento de olharmos para a frente e nos lembrarmos de nossa origem divina e nossa destinação no Reino de Deus, tão apregoada pelo Cristo. “Eu vi um novo céu e uma nova terra. Porque o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar não mais existia“. Apocalipse, 21:1

Segundo o “Relatório Stern”, nada menos que 100 milhões de pessoas serão obrigadas a abandonar as zonas costeiras, isso motivado pelo avanço do mar. Com isso, outras regiões se tornarão áridas e teremos os chamados povos “refugiados do clima”.

Não é de hoje que mensagens mediúnicas, a ciência, textos bíblicos e profecias alertam sobre as calamidades que se abaterão sobre a nossa querida Terra com dias de “trevas e ranger de dentes”.

Porém, tudo isso parece ficção.

O homem, herdeiro do planeta e que deveria cuidar da sua evolução, prima em devastá-lo por causa de sua cobiça e egoísmo.

Não pensem vocês que esta teoria joga o problema para daqui a 30 anos ou cem. Nada disso! 

Uma corrente de cientistas considera que o fato é tão real quanto a olho nu. “Estes fatos não vão acontecer num futuro de ficção científica, mas ainda nesta geração...“, comentou o ex-ministro inglês Tony Blair depois de ler um relatório preparado pela comunidade científica inglesa.

O momento é agora! 

Se você realmente se considera um cristão, não de carteirinha, comece a se preparar espiritualmente, pois o Cristo sempre nos espera de braços abertos.[...]

(Alberto Carlos Gomes Lomba)









Gosto do modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão.

(Clarice Lispector)




A Cela Oculta


Cada criatura na Terra traz consigo uma cela oculta, em que trabalha com os instrumentos da provação em que se burila.

Pensa nisso e auxilia aos que te rodeiam.

Esse companheiro alcançou a fortuna, mas sofre a falta de alguém; outro dispõe de autoridade, no entanto, suporta espinhosos conflitos nos sentimentos; essa irmã construiu o lar sobre preciosas vantagens materiais, contudo, tem um filho que lhe destrói a felicidade; e aquele outro atingiu o favor público, entretanto, é portador de moléstia indefinível a corroer-lhe todas as forças.

Quando encontres alguém que te pareça em crises de inquietação e desarmonia, isso não é sinal de que a tua presença se lhe faz indesejável.

Esse alguém estará em momentos de enormes dificuldades no reduto invisível do coração em que se aperfeiçoa. E os resíduos da luta íntima se lhe transbordam do ser pelas janelas do trato.

Observa o ponto nevrálgico da própria vida em que o sofrimento te procura para efeito de prova e compadece-te dos outros para que os outros se compadeçam de ti.

(Meimei)

(De “SOMENTE AMOR”, de Francisco cândido Xavier, pelos espíritos Maria Dolores e Meimei)






09 outubro 2011

Não estamos sós...


Para se compreender bem o título deste artigo, devemos começar dizendo que a morte nada retira nem acrescenta do espírito desencarnado.

Quando alguém deixa esta vida leva para o outro lado todo o patrimônio (espiritual) que acumulou em vidas passadas, acrescidas das conquistas feitas na sua última existência na carne.

Assim, se a morte deixa intacto o patrimônio moral e intelectual de um espírito, também preserva os seus gostos e as particularidades de seu caráter.

Desta maneira, o intelectual desencarnado continua a frequentar as bibliotecas, os salões de palestras e conferências, as universidades e outros locais afinados com ele.

O espírito que gostava de arte pode prosseguir frequentando teatros, salas de pintura e até mesmo cinema. O sexófilo, por seu lado, busca secar as suas antigas paixões carnais nos "inferninhos", nos prostíbulos; nos lugares onde se fazem trocas de casais, nos motéis e assim por diante.


Os antigos alcoólatras vagueiam nos bares em busca de afins, bêbados inveterados, que serão dominados por eles e se transformarão em canecos vivos desses espíritos infelizes.

Poder-se-ia perguntar: Qual a utilidade de uma informação como essa?

A resposta não é difícil: estamos vivendo em um universo repleto de vida espiritual invisível.

É como disse o apóstolo Paulo de Tarso: "somos vigiados por uma nuvem de testemunhas, testemunhas do bem e testemunhas do mal."

Esses espíritos desencarnados que continuam a agir como se vivos estivessem, representam o papel de colaboradores, verdadeiros anjos-da-guarda caso sejam bons, mas temíveis "demônios"- obsessores (quando maus) que nos espreitam para tirar de nós seu proveito.


Esses seres do mundo invisível são atraídos para ambientes e situações com que se encontram afinizados e essas atrações acontecem através de uma espécie de cumplicidade entre as ondas mentais que lançamos no espaço.

Essas ondas podem entrar em sintonia com bons ou maus espíritos.

Somos motivados ou mesmo intuídos a agir corretamente e a produzir boas obras. Em caso contrário, as nossas ondas mentais pesadas, densas, negativas, entram em contato com espíritos da mesma faixa vibratória.

Com esta sintonia tendemos a praticar o mal sugerido pelos desencarnados com quem mantemos cumplicidade.

Esse fato explica com bastante clareza a violência que vemos com tristeza todos os dias em nossa sociedade contemporânea; vítimas desta espécie de espíritos, as pessoas (muitas delas médiuns indisciplinados e ignorantes na espiritualidade) tornam-se joguetes dos obsessores e praticam todas as espécies de crimes.

São esses espíritos que a tradição mais antiga denominou demônios, trasgos, duendes e que se encontram entre os mais diversos povos e nas mais diversas épocas.


Embora eu tenha usado o termo vítima para classificar aquele que permite ter a sua mente invadida por um espírito imperfeito, a bem da verdade essa "vítima" nada tem de inocente, pois foi ela que, com seus maus pensamentos, sua invigilância, chamou para perto de si este tipo de espírito.

Essas perturbações, em alguns casos, são tão graves que o obsidiado é classificado como mentalmente insano e internado em um nosocômio com o diagnóstico de esquizofrenia ou outro rótulo usado pela Psiquiatria.

As pessoas que são detentoras deste tipo de conhecimento correm menor risco de sofrerem um processo objetivo uma vez que aprenderam a importância de cuidar para que seus pensamentos se mantenham em um nível mais alto, impedindo que espíritos impuros dele se aproximem e o tomem para si. 
 

Falando sobre a mútua influência entre encarnados e desencarnados, anota André Luiz:

"-Aqui, André, observa você o trabalho simples da transmissão mental e não pode esquecer que o intercâmbio do pensamento é movimento livre do Universo. Desencarnados e encarnados, em todos os setores de atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de idéias. Cada mente é um verdadeiro mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que lhe assemelham.
Os tristes agradam os tristes, os ignorantes se reúnem, os criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de trabalho e realização"

Este texto confirma todas as coisas que dissemos até aqui, ou seja, que somos constantemente assediados por um grande número de espíritos desencarnados bons e maus.

Mais à frente, neste mesmo livro, encontramos um exemplo de uma pessoa que por sua conduta espiritualizada não permite ser assediada por espíritos infelizes. Vamos conhecer este texto:

"Ela conserva ainda o seu vaso orgânico na mesma pureza com que o recebeu dos benfeitores que lhe prepararam a presente encarnação.
Ainda não foi conduzida ao plano das emoções mais fortes e as suas possibilidades de recepção, no domínio intuitivo, conservando-se claras e maleáveis.
Suas células ainda se encontram absolutamente livres de influências tóxicas; seus órgãos vocais, por enquanto, não foram viciados pela maledicência, pela revolta, pela hipocrisia; seus centros de sensibilidade ainda não sofreram desvios até agora; seu sistema nervoso goza de invejável harmonia e o seu coração envolvido em bons sentimentos, comunga com a beleza das verdades eternas através da crença sincera e consoladora."

Esta descrição denota a antítese entre a pureza e a impureza, entre a luz e as trevas. 
 

O personagem em questão não pode sofrer o assédio e muito menos a posse de espíritos impuros porque está inteiramente limpa e os espíritos impuros detestam a pureza na mesma proporção com que amam o vício e a podridão.

Assim, quando um espírito ignorante se aproxima de um espírito que se encontra escudado no bem, ele se afasta.

Trabalhemos, pois, meus irmãos, para fazer uma faxina em nosso interior e, tornando-o limpo, não teremos porque temer os espíritos obsessores.


(Livro "Missionários da luz", pags 56 e 58 - psicografia de Chico Xavier, pelo espírito Andre Luiz)

(José Carlos Leal*)


*filósofo, professor, escritor e conferencista espírita José Carlos Leal, do Rio de Janeiro-RJ. José Carlos é Graduado pela Universidade Gama Filho e pós-graduado em nível de Mestrado, pela UFRJ, é livre docente em Teoria da Literatura pela Universidade Gama Filho. É autor de mais de trinta livros, espíritas e não-espíritas.










Terremotos


Dizem que passado o terremoto de Lisboa (1755), o Rei perguntou ao General o que se havia de fazer. Ele respondeu ao Rei: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.

Essa resposta simples, franca e direta tem muito a nos ensinar.

Muitas vezes temos em nossa vida “terremotos” avassaladores, o que fazer?

Exatamente o que disse o General: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.

E o que isso quer dizer para a nossa vida?

Sepultar os mortos significa que não adianta ficar reclamando e chorando o passado. É preciso “sepultar” o passado. Colocá-lo debaixo da terra. Isso significa “esquecer” o passado.

Enterrar os mortos e cuidar dos vivos significa que, depois de enterrar o passado, em seguida temos que cuidar do presente.

Cuidar do que ficou vivo. Cuidar do que sobrou. Cuidar do que realmente existe.

Fazer o que tiver que ser feito para salvar o que restou do terremoto.

Fechar os portos significa não deixar as 'portas' abertas para que novos problemas possam surgir ou 'vir de fora' enquanto estamos cuidando e salvando o que restou do terremoto de nossa vida.

Significa concentrar-se na reconstrução, no novo.
É assim que a história nos ensina. A história é “a mestra da vida”.


(Desconheço a autoria)




Teatro das Almas


É preciso tocar alguns e instigar os brios de outros, enquanto se esclarece a todos. 

O trabalho espiritual sincero e sério é muito difícil e atrai muitas flechas de adversários fanáticos, e outros tantos da mesma linha, porém invejosos.

Quando espiritualidade e amor forem competição de "egos supostamente evoluídos", será melhor optar pelo "inferno da humildade" trabalhadora.

Ninguém disse que é fácil trabalhar no Bem.

O homem ainda portador de um espírito primitivo não entende e recusa o Bem, desconfiado de todos e de si mesmo. 

Projeta as vantagens imaginadas que deseja para si, mas não consegue, no irmão que trabalha com abnegação.

Estes não confiam em si, mas têm prontas na ponta da língua o espeto em brasa para cortar a carne crua do irmão que trabalha.

Serão necessárias muitas gerações de sofrimento para aqueles que não desejam se desapegar dos entulhos do coração.

Quem carrega entulho, quando consegue andar, vai devagar; e quem não carrega apegos ou entulhos, corre ou voa nos caminhos da evolução.

Todas as almas têm os mesmos atributos e capacidades e estão plenas de Luz, embora ainda opaca, dentro de seus corações, mas é preciso partir as cascas dos egos para liberar esta Luz que porta a Paz e o Amor.

Mirem-se nos bons exemplos, e arrisquem a errar; e quando verem seus irmãos tentando e errando, em lugar de lançar o chicote que queima, ofereçam as mãos para ajudar.

Ninguém sabe tudo, ninguém é nada sozinho!

Somos todos pequenas peças de um imenso mecanismo, criadas para trabalharmos juntos em harmonia nos palcos cósmicos do amor.

O sol é para todos e a vida nos oferece novas oportunidades todos os dias.

Vamos reciclar nossas consciências, vamos reciclar nossos corações.

Já é tarde, mas é o momento de assumir a responsabilidade consciencial, pois já nascemos com ela.

Trabalhem não para satisfazer ao ego dos outros, mas para satisfazer as necessidades espirituais do trabalho em si.

O amparo não é dado aos bons, mas aos que se dispõem.

Às vezes, é preciso "chutar o balde" e o "pau da barraca" para reciclar algumas coisas na vida. Às vezes, o comodismo não é por preguiça, mas por medo e covardia em função da medíocre opinião dos outros.

Às vezes, a inércia e o medo do novo é na verdade medo das profundas responsabilidades que desejamos recusar.

O homem mais forte do mundo é o que perdoa, e o mais fraco é aquele que se magoa.


P.S. Texto inspirado espiritualmente por Ramatís.


Paz e Luz,

(Dalton Campos Roque)








Adversários Espirituais


A ação do bem provoca, inevitavelmente, uma reação de violência naqueles que se comprazem no clima da viciação.

O esforço desprendido em favor da mudança emocional e psicológica das criaturas desperta um sentimento de revolta em muitos que se demoram nas licenças perniciosas.

Porque há tentativas em prol de um mundo menos infeliz, surgem movimentos que pretendem manter o estado vigente.

***

Há mentes que conspiram contra a tua dedicação e fidelidade ao ideal do bem.

Não te causem estranheza as dificuldades que se apresentam ante as tuas disposições de serviço edificante.

São inspiradas e promovidas pelos adversários ocultos, que se atribuem o direito de malsinar e perseguir.

Eles crivam a alma dos que lhe caem em desagrado com as farpas do ódio, gerando, em sua volta, cizânia, mal-estar e antipatia.

Promovem inveja de curso perigoso e estabelecem mal-entendidos de efeitos desagradáveis.

Excitam uns e adormecem outros, enquanto expõem o bom e o belo.

Recorrem a expedientes desonestos, desde que te desanimem o esforço.

Atrevem-se à agressão e armam os insensatos que convivem na mesma faixa vibratória, desejando paralisar-te o trabalho.

São os Espíritos imperfeitos, os impiedosos, que se alimentam, que se alimentam dos pensamentos mais sórdidos, vivendo uma psicosfera densa, onde estabelecem o seu campo de ação e aí se movimentam, que se fazem adversários gratuitos.

Respeita-os, sem os recear.

Não sintonizes com os seus ardis, nem reajas pela revolta ou mágoa, a fim de que não sincronizes psiquicamente com eles ou os que se lhes fazem dóceis instrumentos.

O bem dá-te uma couraça de resistência e defesa.

***

Jesus, por todos os títulos, o Amigo Excelente, foi por eles visitado e, na ignorância em que se debatiam, não tergiversaram em intentar dificultar-Lhe o superior ministério.
Como nada podiam conseguir diretamente, não desistiram: insuflaram invejas, ódios, perseguições e desequilíbrios contra o Senhor, que os venceu com o amor transcendente e sublime de que era dotado.

(Joanna de Ângelis)

(De “Roteiro de Libertação”, de Divaldo P. Franco, ditado por Diversos Espíritos) 





Idoso ou velho?


Você se considera uma pessoa idosa ou velha?


E você que é jovem, como deseja chegar lá?


Acha que é a mesma coisa?

Pois então ouça o depoimento de uma pessoa de oitenta e oito anos:


Idosa é uma pessoa que tem muita idade.

Velha é a pessoa que perdeu a jovialidade.


Você é idoso quando sonha.

É velho quando apenas dorme.


Você é idoso quando ainda aprende

É velho quando já nem ensina.


Você é idoso quando pratica esportes, ou de alguma outra forma se exercita.

É velho quando apenas descansa.


Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs.

É velho quando seu calendário só tem ontens.


O idoso é aquela pessoa que tem tido a felicidade de viver uma longa vida produtiva, de ter adquirido uma grande experiência. Ele é uma ponte entre o passado e o presente, como o jovem é uma ponte entre o presente e o futuro.

E é no presente que os dois se encontram.

Velho é aquele que tem carregado o peso dos anos, que em vez de transmitir experiência às gerações vindouras, transmite pessimismo e desilusão. Para ele, não existe ponte entre o passado e o presente, existe um fosso que o separa do presente pelo apego ao passado.


O idoso se renova a cada dia que começa; o velho se acaba a cada noite que termina.


O idoso tem seus olhos postos no horizonte de onde o sol desponta e a esperança se ilumina.

O velho tem sua miopia voltada para os tempos que passaram.


O idoso tem planos.

O velho tem apenas saudades.


O idoso curte o que resta da vida.

O velho sofre o que o aproxima da morte.


O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos tempos.

O velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a modernidade.


O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e de esperanças. Para ele o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega.

O velho cochila no vazio de sua vida e suas horas se arrastam destituídas de sentido.


As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso.

As rugas do velho são feias porque foram vincadas pela amargura.


Em resumo, idoso e velho, são duas pessoas que até podem ter a mesma idade no cartório, mas têm idade bem diferente no coração.


Se você é idoso, guarde a esperança de nunca ficar velho.


(desconheço a autoria)

06 outubro 2011

Dica de filme: "O Filme dos Espíritos" - Estréia dia 07 de Outubro 2011



Em linhas gerais, o filme conta a história de um homem, Bruno Alves, que, por volta dos 40 anos, perde a mulher e se vê completamente abalado.
A perda do emprego se soma à sua profunda tristeza e o suicídio lhe parece a única saída.
Nesse momento, ele entra em contato com “O Livro dos Espíritos”, obra escrita por Allan Kardec.
A partir daí, o protagonista da história começa uma jornada de transformação interior rumo aos mistérios da vida espiritual.

A história que inspirou o filme pode ser vista no cap. 52 do livro “O Espírito da Verdade”, obra ditada por Espíritos

Diversos por intermédio dos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Intitulado “Há um século”, o texto é de autoria do Espírito de Hilário Silva.

Eis o relato escrito por Hilário Silva:

“Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado. Fazia frio. Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos. A pressão aumentava... Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.

Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail – a doce Gaby –, a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada. O professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela.

E leu:

Sr. Allan Kardec:

Respeitoso abraço.

Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.

Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital.

Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoinette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.

Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo. Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...

A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano. Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa. Minhas forças fugiam. Namorara diversas vezes o Sena e acabei planeando o suicídio. ‘Seria fácil, não sei nadar’ – pensava.

Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie. Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés. Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera. Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso: ‘Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. – A. Laurent.’

Após ler a carta providencial, Allan Kardec experimentou nova luz.

Estupefato, li a obra O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver.’

Ainda constavam da mensagem agradecimentos finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.

O Codificador desempacotou, então, um exemplar de O LIVRO DOS ESPÍRITOS ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na página do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missivista se referira, mas também outra, em letra firme: ‘Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. – Joseph Perrier.’

Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro... Aconchegando o livro ao peito, raciocinava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.

Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas... Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.

Allan Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinhos... O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima...”