"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

12 fevereiro 2013

Papa Pio XII – Um médium no Vaticano



Quem foi Pio XII??

Comecemos por situar esse Papa no século XX para que as coisas tenham uma ordem desejável.

Pio XII foi Papa no momento histórico mais difícil do século XX. 

Seu pontificado, longo, de 19 anos (1939-1958), inclui todo o cruel período da Segunda Guerra.

Ao ser eleito sucessor de Pedro, o cardeal  Eugênio Pacelli, diplomata experiente, sabia das terríveis dificuldades que teria pela frente - e dispôs-se a enfrentá-las.

Enfrentou-as dentro de seu estilo mais marcante, a discrição e o silêncio já citados. Não há mais sábio modo de agir quando se está no meio da tormenta: silêncio não significa omissão...

A ação discreta de Pio XII também foi reconhecida por gente como o scholar judeu Pinchas E. Lapide, pesquisador sobre papas e catolicismo, que em seu livro Three Popes and the Jews (Londres, 1967) estima que Pio XII e inúmeros padres, freiras e leigos católicos tenham salvo de 700 mil a 850 mil judeus da fúria nazista até à custa da própria vida em não poucos casos.

Como foi reconhecida pelos rabinos italianos que, em comissão, agradeceram a ele pessoalmente, depois da guerra, o que fizera pelos judeus perseguidos, escondendo-os em casas religiosas, defendendo-lhes a vida de vários modos.

Um deles, Israel Zolli, acabou convertido ao catolicismo. Ao ser batizado, escolheu o nome de Eugênio. E explicou que estava homenageando o papa que tinha salvado tantos judeus.



A palavra espírita dita por Divaldo Franco


Diz-nos Divaldo que o então Cardeal Eugenio Pacelli em um dia de fevereiro de 1939 estava muito preocupado com as dores do mundo, visto que as nações eram recém-saídas de uma primeira grande guerra em que a Alemanha saiu muito arranhada...

Era fevereiro de 39 e em certa madrugada desceu à cripta subterrânea para orar junto ao túmulo de Pio X, seu grande amigo que um dia lhe deu o anel e chapéu de cardinalato...

Aquela oração preocupada e sintonizada foi ouvida e a vibração local se modificou ao que ele abriu os olhos, tendo na sua frente uma aparição espiritual muito querida para sua vida - Era o espírito Pio X.

O susto e contentamento foi de inopino, ao que o Cardeal murmurou:

- Santidade...!

O espírito totalmente visível aos olhos de Eugênio, disse com carinho e gravidade de voz: 

- Venho em nome do Senhor dizer que se prepare para assumir o comando do Clero católico e serás Papa...

Eugênio Pacelli analisando a gravidade da mensagem de importante peso para época, murmurou em emoção:

- Não posso ser Papa, pois Pio XI governa com sabedoria e benignidade...

-  Serás Papa, Pacelli,  e em breve o mundo entrará num caos de hostilidade e descontentamento, necessitando assim de uma nova governança...

A entidade se despediu e desapareceu na psicosfera espiritual ambiente, deixando o então Cardeal pensativo e insone dali por diante...

Alguns dias depois o Papa governante cai doente e o mal não foi diagnosticado adequadamente, falecendo em poucas horas de coma...

Por unanimidade Eugênio foi eleito Papa Pio XII - conhecido como o Papa da paz, a enfrentar a fúria belicosa e obsessiva dominante. O mundo recebeu a notícia que a fumaça branca saíra das chaminés novamente, conforme orientação espiritual antecipada no subsolo do Vaticano.



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09 fevereiro 2013

Dica de vídeo: "Nos bastidores de uma Reunião Espírita"



Excelente apresentação de Américo Sucena, com o recurso de ilustrações  do Projeto Imagem, em que se descreve em detalhes preciosos tudo aquilo que acontece em uma reunião espírita e que é invisível aos nosso olhar, como encarnados.

Vale a pena conferir!


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Dica de livro: "A Obsessão e Seus Mistérios", de Carlos Bernardo Loureiro



“A Obsessão e Seus Mistérios” é uma tentativa de Carlos Bernardo Loureiro de colocar, nas páginas de um só livro, a longa experiência obtida em mais de trinta anos de pesquisas na seara da mediunidade e de trabalhos junto a Espíritos obsessores dos mais variados níveis e tendências.

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Com uma linguagem clara e didática, o autor nos mostra a obsessão desde a época de Jesus ate nossos dias, suas variadas formas, inclusive sua relação com a criminologia.

Editora Mnêmio Túlio.

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Marimbondos no poço



Há mais de 30 anos atuo numa região de recomposição e resgate, muito conhecida pelos espíritas como “Umbral”.

Seria como o simbólico “purgatório” dos católicos.

Na última passagem fui padre, numa região do triângulo mineiro, onde tive, no início do Século recém findo, contato direto com o professor Eurypedes Barsanulfo, já que a cidade de Sacramento também pertencia à paróquia onde eu exercia o sacerdócio.

Por designação desse Apóstolo do Bem, sem méritos para isso, desde 1977 coordeno o trabalho de apoio e recuperação de irmãos que, encarnados, possuíam talentos artísticos, sobretudo musicais. Meu relato agora se refere a outro tipo.

Tenho observado, aqui no umbral, um expressivo aumento da população espírita, com pessoas de notável conhecimento doutrinário, principalmente nas regiões mais inferiores, onde os humores são muito pesados, com insuportável calor, alternado por frios inclementes, lama e substâncias gelatinosas, caldos de cheiro repelente e aparência repugnante.

É o que chamamos aqui simplesmente de “poço”.

Importante observar que a revolta do ser simples tem uma aparência e efeitos ruins a seu redor, mas a do culto, ilustrado, ornado com títulos e saberes, é um espetáculo tenebroso, na acepção mais perversa do termo.

O espectro semelhante a lavas vulcânicas, que se forma em torno e sobre esses pobres irmãos, é arrepiante, tremendo, auto-gerados, com formações próprias, na insubordinação. Uma barrela de tons lúgubres, malcheirosos.

E nos informam os obreiros que trabalham no socorro a estes infelizes seres, da dificuldade em fazer com que eles se recomponham.

Porque aquele que não conhece a Verdade, ou dela pouco sabe, quando a descobre, dissolve suas culpas no arrependimento, e se transforma, em pouco tempo. 

Mas, o que dizer ao que detém conhecimentos e informações que costumam estar até acima dos que os abordam?

Com isso, geram uma forte energia negativa, sulfurosa, que remonta às visões de Alighieri sobre o inferno.

A revolta provém das dores intensas produzidas nas quedas morais e mentais, que carregaram consigo. As reações ânimo-energéticas afetam as estruturas do perispírito retido, causando dor profunda, contínua.

E os irmãos, evoluídos em teoria, mas falhos em algumas atitudes definidas como muito graves, não aceitam a prova, rebelando-se na maior parte das vezes. 

E clamam por Jesus, por Deus, pelos amigos que estejam em posição superior. A maioria passou na existência carnal grande tempo a pregar, sem vivenciar. Mas, devido à gravidade dos erros acumulados, precisam atravessar períodos de expiações, que agravados pela contumácia são ampliados, elastecidos.

É importante observar que, o maior sofrimento e a dose de mais intensa prova geralmente são conferidas aos religiosos de todos os segmentos, e sobretudo, ultimamente, aos espíritas.

Isso nos faz lembrar Jesus, na advertência de que ao que muito for dado, muito será pedido.

E quais são essas faltas de tamanha gravidade? Muitas vezes as cometemos sem nos darmos conta de sua profundidade. Este é o fundamental objetivo dessa mensagem.

Exemplifico - certo dirigente espírita das Minas Gerais, de grande vulto. conhecido pela erudição e liderança, ao se encaminhar, após o desencarne consciente, para o setor de triagem, se surpreendeu por ser designado às regiões umbralinas.

Sob a acusação de discriminação, racismo e orgulho aviltado, foi-lhe mostrado, na tela da vida, os atos e os efeitos, que produziram feridas morais enormes nos atingidos e precipitaram discípulos e seguidores em erros também de grande monta.

E tudo estava sintetizado em um pequeno folheto, um impresso, de dimensões pequenas, que trazia um trecho da chamada “Pureza Doutrinária”.

Nesse informe alertava ao mundo sobre a Verdade da Doutrina espírita, da necessidade em seguir Kardec (O Codificador sempre reagiu a isso, pedindo, ao revés, que sigamos Jesus), e condenava veementemente aos cultos místicos, a que chamou de supersticiosos e inferiores, citando de modo condenatório, pessoas que usavam o termo “espírita” para trabalhos em terreiros, e em outros locais, numa inclemente censura aos praticantes dos atos de magia, esoterismo e de origem africana.

Cerca de 800 mil desses folhetos já foram distribuídos, em diversas impressões, espalhados em muitos lugares, o que, infelizmente continua até hoje.

Nessa miscelânea, e baseado na “bula” muitos julgaram poder agredir, ou mesmo desprezar os que, por razões diversas, decidem por práticas diferentes do culto a Deus. 

Aí, o “ não julgueis para não serdes julgados” era mera teoria. E o “amai-vos uns aos outros” se esquadrinhava apenas nos limites dos festivos salões de palestras.

Acolher, ensinar, orientar, compreender não servia. 

Os méritos conseguidos em vida pelo esforçado dirigente eram grandes, mas, a quota de dívidas auferida pelos efeitos de tão desastrosa empreitada era muito maior.

Sofre muito ainda o nosso irmão. E isso prosseguirá até que compreenda e se arrependa, de verdade. O radicalismo de uma ortodoxia discriminatória é um grave e deletério descaminho.

Temos rogado em nossas orações para que a consciência venha rápida. Não tem vindo, pois ele insiste em ser socorrido por altas patentes celestes.

Jesus, e todas as doutrinas e religiões que dEle se derivam não precisam de defensores, menos de fiscais.

O punho cerrado tem que ser trocado pela mão estendida. 

Acreditamos que o Mestre espere menos marimbondos e mais abelhas!

Propagar, difundir, espalhar, ensinar os preceitos firmados pelo Divino Mestre é indispensável.

Porém, jamais devemos nos descuidar das frestas por onde entra o mal, ou por onde sai o ódio, que podem, como temos assistido, intoxicar e comprometer todo o bem que é feito, às vezes de uma vida inteira.

“Amai-vos e instruí-vos”, na exortação do ínclito codificador aos espíritas não cria privilégios nem superioridade formal, mas aumenta a responsabilidade em servir, em praticar, indiscriminadamente, o amor de Cristo!

Muitos destes deteriorados irmãos, vigiaram os outros, o mundo, e se esqueceram de vigiarem-se a si próprios.

Assim, assistimos a subida a planos luminosos de caridosos seres, que passaram pela vida sem grandes conhecimentos, mas auxiliaram na elevação e no Bem ao semelhante, mesmo porfiando em humildes e despojados terreiros, tendas, barracos e cafuas.

Enquanto isso, laureados e amedalhados “doutores de Deus” são conduzidos a regiões pantanosas e de sofrimento, para o acerto de contas, inevitável, com as próprias consciências.

Enquanto descem, imploram o apoio de amigos e exigem, sem eco, a ajuda e intercessão do Papa, Lutero, Kardec, Chico Xavier e outros.

Em vão.

(Pe. Aldo)


Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus em sessão pública no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada, em 17 de Janeiro de 2009.
Fundoamor- Fundação Operatta de Amparo e Orientação- Sabará MG- fundoamo@gmail.com



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Emmanuel fala sobre o carnaval



Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.

É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização.

Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da trevas  nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.

Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.

Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras.

Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem?

Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.

É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.


(Emmanuel)


(Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939 / Revista Internacional de Espiritismo, Janeiro de 2001)





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Vai dar certo...



Oro a Deus não pedindo cargas mais leves, e sim ombros mais fortes.
E tenho repetido que no que depender de mim, me recuso a ser infeliz. As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.

(Caio Fernando Abreu)

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Pedacinhos - Guilherme Arantes



"Adeus também foi feito pra se dizer..."

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02 fevereiro 2013

Aprendendo com os próprios erros




Ambrósio recebeu o assistente Rogério, que se fazia acompanhar de um visitante.

- Este é Dagoberto, velho amigo, pai de Mariana, que reencarnou sob orientação de nossa casa.

O diretor da respeitável instituição socorrista, no Plano Espiritual, contemplou com simpatia o recém-chegado, percebendo sofrida ansiedade em seu olhar.

- Temos acompanhado a trajetória de Mariana, amparando-a na medida do possível. Conhecemos a extensão de seus problemas atuais.

- Sabe, então, que minha filha casou-se há duas semanas, em virtude de uma inesperada gravidez... Estou muito preocupado, pois ela tem apenas dezessete anos e o marido, Leo, 20. 
Ambos abandonaram os estudos por força da nova situação, assumindo atividades profissionais. Embora a aparente felicidade, sinto-os apreensivos e perturbados. Para minha tranqüilidade venho pedir-lhe um favor...

Observando que o amigo vacilava, Rogério adiantou-se:

- Dagoberto gostaria de examinar o planejamento reencarnatório de Mariana, a fim de verificar se sua situação atual faz parte das experiências que programou.

Considerando que a solicitação não se inspirava em mera curiosidade, partindo do coração angustiado de um pai, e que a consulta poderia reservar valores educativos, Ambrósio solicitou a uma auxiliar que providenciasse o dossiê da jovem.

Em breves momentos os três Espíritos podiam tomar contato com os eventos mais significativos da experiência reencarnatória de Mariana, relacionados com nascimento, família, estrutura física, detendo-se em alguns dados reveladores:

Profissão: MÉDICA.

Casamento: Por volta dos trinta anos encontraria Rubens, companheiro de pretéritas existências, que a antecedera em dez anos na experiência física.

Filhos: Receberia três Espíritos, Magda, Flávia e Alberto.

Objetivos principais da reencarnação: Consolidação de ligações afetivas, encaminhamento dos filhos, desenvolvimento de tarefas em favor da saúde humana.

Tempo aproximado devida: setenta anos.

Dagoberto não se conteve:

- Meu Deus! Estamos diante de um desvio!

Ambrósio confirmou:

- Sem dúvidas. Mariana casou-se com o homem errado, na hora errada, pelo motivo errado.

- E o filho?

- Não é nenhum daqueles que deveria acompanhá-la. Trata-se de entidade sofredora, ligada ao psiquismo do marido. O envolvimento passional favoreceu o automatismo reencarnatório.

- E agora?

- Bem, a partir do momento em que se afastou do planejamento feito, é difícil prever o futuro. 
Podemos, entretanto, adiantar algo a respeito. Mariana não será feliz no casamento. 
Passados os tempos de euforia sexual, experimentará indefinível angustia, sentindo que algo saiu errado em sua vida.
A vocação para a Medicina a fará sentir-se lesada em suas aspirações. 
O filho não lhe satisfará os anseios maternos. 
No tempo previsto o companheiro que lhe estava destinado aparecerá em seu caminho, impondo-lhe a amargura de um amor impossível. 
Se ceder às solicitações do coração, assumirá NOVOS compromissos cármicos relacionados com a infelicidade e a deserção dos deveres conjugais.

- E os espíritos que devem renascer em seu lar?

- Dificilmente ela se disporá a ter mais filhos, em face das desilusões conjugais. De qualquer forma, o quadro agora é diferente. O planejamento de todo o grupo será refeito.

- Minha pobre filha! Não é um preço muito alto para simples engano sentimental?

Ambrósio suspirou:

- É o preço da liberdade, meu caro. O desenvolvimento cultural da sociedade humana implica na expansão do livre-arbítrio. As pessoas hoje são mais livres para decidirem suas próprias vidas. Ocorre que raros dão-se ao trabalho de avaliar as conseqüências de seus atos, cultivando comedimento.

- Mariana perdeu então a existência?

- Absolutamente. Embora o desvio em que se envolveu, ela colherá proveito. Aprenderá quanto à importância da reflexão, habilitando-se, em experiências futuras, a cumprir seus compromissos sem desvios. As frustrações do presente serão, em última instância, uma vacina contra equívocos semelhantes.

- Aprenderá com os próprios erros...

- Exatamente. E os sofrimentos decorrentes a tornarão mais receptivas à ajuda espiritual. Como seu pai você terá maior acesso ao seu coração, amparando-a.

Despedindo-se do visitante, Ambrósio abraçou-o, acentuando:

- Não se deixe dominar pelo desalento. Sua filha precisa de você mais que nunca. E lembre-se: uma existência na Terra é apenas um elo na imensa cadeia de reencarnações, um segundo na eternidade. Tudo passa, menos o Reino de Deus, a meta suprema.  
Mariana está a caminho como todos nós.

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Na sua imensa sabedoria o Criador harmoniza os acontecimentos em favor de nosso aprendizado, nos caminhos da Evolução.

Reprogramações existenciais são realizadas vezes sem conta, na medida em que, fazendo mau uso do livre-arbítrio,comprometemo-nos em desvios do caminho, até que nos disponhamos a cumprir a programação maior, adequando-nos às Leis Divinas.

Então desfrutaremos de liberdade irrestrita para fazer exatamente o que Deus espera de nós.

(extraído do livro – “Encontros e Desencontros”, de Richard Simonetti)

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Perturbadores espirituais - Joanna de Ângelis




Sim, produzem perturbações  os Espíritos que se debatem em aflição, na retaguarda do Além-túmulo, e na agonia, esparzem inquietação.

Perturbados, disseminam intranqüilidade; ociosos, divertem-se, tumultuando; vitimados pela maldade em que sucumbiram, destilam energias deletérias, que terminam por infelicitar.

Não nos referimos, aqui, à problemática obsessiva, propriamente definida.

Ocorre que, cada um, em situando o coração onde coloca os interesses, ao concentrar-se, sintoniza com mentes idênticas, que respondem aos apelos formulados, por meio de expressões equivalentes ou através de atos idênticos.

Vives sob a construção do que pensas, e cultivas o campo em que colocas as aspirações.

Seja consciente da responsabilidade ou não, a vida responde conforme a pauta das interrogações que se formulam.

Se te aclimatas à conversação da ira, sintonizarás com Espíritos odientos, que te cercearão o avanço.

Se formulas idéias pessimistas, identificar-te-ás com Espíritos perturbadores, que se comprazem nas cogitações enfermiças do pensamento em desalinho.

Se te distrais no dever espiritual, facultas o conúbio com Espíritos inferiores, que te sitiam a casa mental, gerando desequilíbrios nos centros do teu discernimento.

Se te permites leviandades e cogitações perniciosas, serão inumeráveis os pensamentos venais que te advirão, em processos hipnológicos de longo curso, em que se adestram os Espíritos vingativos e perversos.

Sim, perturbam os homens da Terra, os que chegaram ao Mundo Espiritual perturbados, vencidos, infelizes em si mesmos.

Antes que lobriguem a sintonia perfeita com a tua mente, levanta-te pela austeridade moral, disciplinando os pensamentos e as atitudes, a fim de librares acima das faixas densas e nefastas em que se situam os perturbados espirituais, nossos irmãos enfermos da retaguarda evolutiva, podendo, então, ajudá-los com segurança.

Instado, momentânea ou repentinamente a quaisquer injunções negativas, lembra-te da higiene mental pela prece e pela meditação, não te favorecendo o devaneio infeliz.

Mantém, assim, os pensamentos na diretriz evangélica e alça-te à luz do Amor, porque somente no clima e nas paisagens do amor de Nosso Pai haurirás a vitalidade essencial para o indispensável amor que liberta e felicita, no mesmo teor com que nos ama Jesus, libertando-te, por fim, das constrições lamentáveis que são produzidas pelos perturbadores espirituais.


(Joanna de Ângelis)


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Morte na Boate - Richard Simonetti



Tragédias como a de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que vitimou 231 pessoas sempre suscitam a dúvida crucial: Maktub? Estava escrito?

A meu ver está escrito apenas que morreremos um dia, mas sem definição do dia e hora, já que estes pertencem às contingências humanas, subordinadas ao livre-arbítrio.   

Raros vivem integralmente o tempo concedido por Deus para as experiências humanas. 

Multidões retornam antes do tempo à espiritualidade por cuidarem mal do corpo, por se comprometerem no vício, no desregramento, na indisciplina, no crime…

Há quem diga que débitos cármicos, nascidos de desvios cometidos em passadas existência teriam originado uma espécie de resgate coletivo na funesta madrugada.

Além de logisticamente complicado juntar pessoas que queimam e sufocam seus semelhantes para morte igual, tal resgate lembra a pena de talião defendida por Moisés, o olho por olho, à distância do amor que cobre a multidão dos pecados, ensinado por Jesus.

Há sempre a idéia supostamente consoladora, de que tudo vem de Deus. 

Assim pensando, seria, porventura, mais razoável imaginar que Deus estimula a negligência, a indisciplina, os vícios, os assassinatos, as bebedeiras, a agressividade, a maldade, a violência, as guerras, que diziam milhões de pessoas para que as pessoas paguem suas dívidas?

Seria razoável imaginar que Deus inspirou os americanos a soltar duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, para que 200 mil japoneses quitassem seus débitos?

Essas mortes são de inspiração humana, jamais divina.

O verdadeiro consolo está em considerar que o Espírito, a individualidade pensante, não morrerá jamais.

Nascer e morrer são apenas duas faces da mesma moeda: a vida imortal, que se estende ao infinito, no desdobrar de experiências que nos conduzem à perfeição. 

Então, como diz Jesus, não mais experimentaremos a experiência da morte, em planos de matéria densa como a Terra. Nessa concepção está o verdadeiro consolo.

Quanto aos nossos amados, que nos antecedem no retorno à Espiritualidade, estão ausentes apenas aos nossos olhos.

Se pudéssemos ver saberíamos que eles nos procuram, sofrem com nossa angústia, perturbam-se com nosso desconsolo, fortalecem-se com nossa coragem, vibram com nossas esperanças, torcem para que sejamos firmes e fortes no enfrentar os embates da existência a fim de que o reencontro mais tarde se dê em bases de vitória sobre as provações humanas, ensejando-nos luminoso porvir.

(Richard Simonetti)





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