"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

17 abril 2011


Há pensamentos que são orações. 
Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos...
(Victor Hugo)

Amor e ódio


Tudo é amor. Até o ódio, o qual julgas ser a antítese do amor, nada mais é senão o próprio amor que adoeceu gravemente. 
(Chico Xavier)

Solidão Aparente


Em meados de 1932, o "Centro Espírita Luiz Gonzaga" estava reduzido a um quadro de cinco pessoas, José Hermínio Perácio, D. Carmen Pena Perácio, José Xavier, D. Geni Pena Xavier e o Chico.

Os doentes e obsidiados surgiram sempre, mas, logo depois das primeiras melhoras, desapareciam como por encanto.

Perácio e senhora, contudo, precisavam transferir-se para Belo Horizonte por impositivos da vida familiar.

O grupo ficou limitado a três companheiros.
D. Geni, porém, a esposa de José Xavier, adoeceu e a casa passou a contar apenas com os dois irmãos.

José, no entanto, era seleiro e, naquela ocasião, foi procurado por um credor que lhe vendia couros, credor esse que insistia em receber-lhe os serviços noturnos, numa oficina de arreios, em forma de pagamento.
Por isso, apesar de sua boa vontade, necessitava interromper a freqüência ao grupo, pelo menos, por alguns meses.

Vendo-se sozinho, o Médium também quis ausentar-se.
Mas, na primeira noite, em que se achou a sós no centro, sem saber como agir, Emmanuel apareceu-lhe e disse:
- Você não pode afastar-se. Prossigamos em serviço.

- Continuar como? Não temos freqüentadores...- respondeu-lhe Chico.

- E nós?- disse o espírito amigo. Nós também precisamos ouvir o Evangelho para reduzir nossos erros. E, além de nós, temos aqui numerosos desencarnados que precisam de esclarecimento e consolo. Abra a reunião na hora regulamentar, estudemos juntos a lição do Senhor, e não encerre a sessão antes de duas horas de trabalho.

Foi assim que, por muitos meses, de 1932 a 1934, o Chico abria o pequeno salão do Centro e fazia a prece de abertura, às oito da noite em ponto. Em seguida, abria o "Evangelho Segundo o Espiritismo", ao acaso e lia essa ou aquela instrução, comentando-a em voz alta.

Por essa ocasião, a vidência nele alcançou maior lucidez.
Via e ouvia dezenas de almas desencarnadas e sofredoras que iam até o grupo, à procura de paz e refazimento.
Escutava-lhes as perguntas e dava-lhes respostas sob a inspiração direta de Emmanuel.

Para os outros, no entanto, orava, conversava e gesticulava sozinho...
E essas reuniões de um Médium a sós com os desencarnados, no Centro, de portas iluminadas e abertas, se repetiam todas as noites de segundas e sextas.

(Lindos casos de Chico Xavier)

Espíritas não-praticantes?


Que conceito afinal devemos ter sobre "ser espírita"?

Será coerente e proveitoso admitirmos, junto aos roteiros educativos da Doutrina Espírita, a figura tradicional do "religioso não-praticante"?

Será que devemos oficializar essa expressão a fim de prestigiar aqueles que ainda não se julgam espíritas?

Essas são mais algumas indagações a cogitar na formação de uma idéia mais lúcida sobre a natureza da proposta educativa do Espiritismo para a humanidade.

Ouve-se, com certa freqüência nos ambientes doutrinários, algumas frases que expressam dúbias interpretações sobre o que seja "ser espírita". Companheiros que ainda não se sentem devidamente ajustados aos parâmetros propostos pelos roteiros da codificação dizem: "ainda não sou espírita, estou tentando!", outros, desejosos em amealhar algum crédito de aceitação nos grupos, dizem: "quem sou eu para ser espírita?!", "Quem sabe um dia serei!".

Com todo respeito a quaisquer formas de manifestar sobre o assunto, não podemos deixar de alertar que somente uma incoerência de conceitos pode ensejar idéias dessa natureza, agravadas pela possibilidade de estarmos prestigiando o indesejável perfil do "ativista não-praticante", aquele que adere à filosofia mas não assume em si mesmo os compromissos que ela propõe.

"Ser espírita" é algo muito dinâmico e pluridimensional; tentar enquadrar esse conceito em padrões rígidos é repetir velhos procedimentos das práticas exteriores do religiosismo milenar.

Nossas vivências nesse setor levaram-nos a adotar, como "critério de validade", alguns parâmetros muito vagos e dogmáticos para aferir quem seria verdadeiramente seguidor do bem e da mensagem do Cristo.

Parâmetros com os quais procuramos fugir das responsabilidades através da criação de artifícios para a consciência, gerando facilidades de toda espécie através de rituais e cerimônias que entronizaram o menor esforço nos caminhos da espiritualização humana.

Ser espírita é ser melhor hoje do que ontem, e buscar amanhã ser melhor do que hoje; é errar menos e acertar mais; é esforçar pelo domínio das más inclinações e transformar-se moralmente, conforme destaca Kardec. Nessa ótica, temos que admitir uma classificação muitíssimo maleável para considerar quem é e quem não é espírita.

Façamos assim algumas reflexões puramente didáticas sobre esse tema, sem qualquer pretensão de conclui-lo, mas com intenção cristalina de "problematizar" nossos debates fraternos. Tomemos por base o tema da transformação íntima, o qual deve sempre ser a referência prioritária na melhor assimilação do que propõe a finalidade do Espiritismo.

1 - Em primeira etapa, chega-se à casa espírita.

2 - Em uma segunda etapa, o conhecimento doutrinário penetra os meandros da inteligência,

3 - e na terceira fase, a mais significativa, o Espiritismo brota de dentro dela para espraiar-se no meio onde atua, gerando crescimento e progresso.

São três etapas naturais que obedecem ao espírito de seqüência da qual ninguém escapa.

Fases para as quais jamais poderemos definir critérios de tempo e expectativa para alguém, a não ser para nós próprios. Fases que geram responsabilidade a cada instante de contato com as Verdades imortais, mas que são determinadas, única e exclusivamente, pela consciência individual, não sendo prudente estabelecer o que se espera desse ou daquele coração, porque cada qual enfrentará lutas muito diversificadas nos campos da vida interior.

Portanto, o critério moral deve preponderar a qualquer noção pela qual essa ou aquela pessoa utilize para se considerar espírita.

Nessa ótica encontramos o "espírita da ação", aquele batalhador, tarefeiro, doador de bênçãos, estudioso, que movimenta em torno das práticas.

Temos também o "espírita da reação", aquele que reage de modo renovado aos testes da vida em razão de estar aplicando-se afanosamente à melhoria de si mesmo.

Sem desejar criar rótulos e limitações indesejáveis, digamos que o primeiro está conectado com o movimento espírita, enquanto o segundo com a mensagem espírita. O movimento é a ação dos homens na comunidade, enquanto a mensagem é a essência daquilo que podemos trazer para a intimidade a partir dessa movimentação com o meio. O ideal é que, através da "escola" da ação no bem, se consolide o aprendizado das reações harmonizadas na formação da personalidade ajustada com a Lei Natural do amor.

O espírita não é reconhecido somente nos instantes em que encanta a multidão com sua fala ou quando arrecada gêneros na campanha do quilo, ou ainda por sua lavra inspirada na divulgação, ou mesmo pela tarefa de direção.

Essas são ações espíritas salutares e preparatórias para o desenvolvimento de valores na alma, mas o serviço transformador do campo íntimo, que qualifica o perfil moral do autêntico espírita, é medido pelo modo de reagir às circunstâncias da existência, pelo qual testemunha a intensidade dos esforços renovadores de progresso e crescimento a que se tem ajustado.

Pelas reações mensuramos se estamos ou não assimilando no mundo íntimo as lições preciosas da espiritualização. A ação avalia nossas disposições periféricas de melhoria, todavia somente as reações são o resultado das mudanças profundas que, somente em situações adversas ou na convivência com os contrários, temos como aquilatar em que níveis se encontram.

Melhor seria que não aderíssemos à idéia incoerente do "espírita não-praticante" para não estimular as fantasias do menor esforço que ainda são fortes tendências de nossas vivências espirituais.

A definição por um posicionamento transparente nessa questão será uma forma de estimular nossa caminhada. Razão pela qual devemos ser claros e sem subterfúgios ao declarar nossa posição frente aos imperativos da vivência espírita.

A costumeira expressão: "estou tentando ser espírita", na maioria das ocasiões, é mecanismo psicológico de fuga da responsabilidade, é a criatura que sabe que não está fazendo tanto quanto deveria, conforme seus ditames conscienciais, se justificando perante si mesmo e os outros.

Libertemo-nos das capas e máscaras e cultivemos nas agremiações kardequianas o mais límpido diálogo sobre nossas necessidades e qualidades nas lutas pelo aperfeiçoamento. Formaremos assim uma "corrente de autenticidade e luz" que se reverterá em vigorosa fonte de estímulo e consolo às angústias do crescimento espiritual.

Deixemos de lado essa necessidade insensata de definirmos conceitos estreitos e "padrões engessados" que não auxiliam a sermos melhores que somos. Aceitemos nossas imperfeições e devotemo-nos com sinceridade e equilíbrio ao processo renovador.

Estejamos convictos de um ponto em matéria de melhoria espiritual: só faremos e seremos aquilo que conseguimos, nem mais nem menos. O importante é que sejamos o que somos, sem essa necessidade injustificável de ficar criando rótulos para nossos estilos ou formas de ser.

Certamente em razão disso o baluarte dos Gentios asseverou em sua carta aos Corintios, capítulo 15 versículos 9 e 10: "Não sou digno de ser chamado apóstolo, mas, pela graça de Deus, já sou o que sou. "

(Espírito Ermance Dufaux)

Dica de livro: "Diálogo com as Sombras" - Hermínio C. Miranda



Como funciona um grupo de trabalho espírita?
Como é dialogar com um obsessor?
Que cuidados o grupo deve ter?
Como deve agir o doutrinador?

A maioria de nós provavelmente conhece o Espiritismo através da leitura de livros, do passe semanal, de informações que a mídia oferece a respeito de psicografias e do médium Chico Xavier.

Sempre admirei o trabalho que acontece atrás das portas fechadas, de maneira reservada, e que funciona como um resgate semanal, feito de amor ao próximo, tentando trazer para a Luz aqueles que permanecem nas Trevas, aliviando o sofrimento tanto daquele encarnado que sofre a obsessão quanto do espírito que está na condição momentanea de obsessor, mas que precisa sim, de orientação e doutrinação, para sair de séculos ou até mesmo milenios de uma idéia fixa. 

Neste livro, vamos entender o processo de comunicação com nossos irmãos do Plano Espiritual e como funcionam as sessões mediúnicas.

Através de uma linguagem clara, o autor sugere técnicas e recursos, baseado em atendimento dos quais participou, descrevendo o desenvolvimento do diálogo entre comunicante e esclarecedor.

Aborda aspectos relacionados com a linguagem, a prece, o passe e desdobramentos e ainda oferece, orientações sobre a formação do grupo, preparo e educação de seus componentes encarnados e tece comentários sobre os desencarnados. 

Excelente leitura!
Recomendadíssimo.

16 abril 2011

Encontrarei-te em meus sonhos


Podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono?
Certo e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podes ter, sem que o suspeites, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.” (Livro dos Espíritos, questão 414.)

***
A saudade que fica pra nós que permanecemos e a que vai conosco quando perecemos não deve ser nada fácil...

Quanto tempo precisamos agüentar até o reencontro feliz, repleto de lágrimas e conforto ao abraçar um amigo, beijar um pai, uma mãe, um avô?

A certeza de que a morte não é o fim – não para o espírito, apenas para o corpo – nos dá força, e os compromissos do mundo nos impelem a seguir adiante, ainda que aparentemente sozinhos. Mas a misericórdia de Deus é realmente muito grande e alguns meios tornam-se úteis quando é necessário amenizar um pouco a dor da partida.

Afinal de contas, como escreveu Chico Buarque, a “saudade é o pior tormento/pior que o esquecimento/a saudade é o revés de um parto/ a saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu” – difícil definir dores piores que essas...

A psicografia foi amplamente divulgada por Chico Xavier em seu trabalho de instruir e consolar.

E, certamente, dezenas de milhares de famílias receberam cartas de entes saudosos, mostrando que continuavam a viver, identificando-se e comentando coisas de um círculo muito íntimo de convívio, impossível de ser devassado por quem quer que fosse.

Muitas famílias foram confortadas e puderam a partir de então seguirem mais confiantes nas realizações ainda por completar. Alguns desses casos tiveram muita repercussão na mídia, mas sejam anônimos ou famosos, todos deixam como lição a imortalidade da alma e a certeza do reencontro.

Um meio também ao alcance de todos é o do sonho. O Sonho é uma interrogação para muitas pessoas.

Ao adormecer o corpo, nosso Espírito goza de maior liberdade, e pode mesmo se afastar do veículo físico e se reencontrar com Espíritos amigos. 

Quantos de nós não sonhamos algo vívido, organizado, extremamente real, com alguém que amamos e acordamos repletos de lágrimas? 

Até mesmo no Plano Espiritual é assim. Haja visto em “Nosso Lar”, quando André Luiz visita em sonho sua mãe, que se encontra em plano superior ao dele, e tem como meio de intercâmbio o sono.

Recordações do Passado


Somos o nosso próprio passado.

Dormem soterradas nos tenebrosos porões do inconsciente as razões das nossas angústias de hoje, tanto quanto estão em nós as conquistas positivas, que lutam por consolidar-se na complexidade da nossa psicologia, tentando suplantar os apelos negativos que insistem em infelicitar-nos.

Estamos a caminho da redenção quando damos apoio consciente às tendências do bem em nós, quando estimulamos, com as nossas lágrimas, e cultivamos, com amor e sofrimento, as sementeiras da paz.

Se, ao contrário, nos deixamos dominar pelas sombras que trazemos no íntimo, paramos no tempo, enquanto se aprofundam em nós as raízes do desequilíbrio, no terreno fértil das paixões que julgamos tragicamente indomáveis, quando são, simplesmente, indomadas. É preciso saber que cabe a nós — e a ninguém mais — domá-las; mas, enquanto nos apraz o erro, todo o nosso esforço é posto na tarefa inglória de manter soltas as paixões, e presas as recordações.

(trecho do livro "Diálogo com as Sombras" - Hermínio C. Miranda)

Como ocorre a Reencarnação?


"Com a reencarnação, caem os preconceitos de raça e de casta, de vez que o mesmo Espírito pode renascer rico ou pobre, senhor ou proletário, patrão ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher.
"De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravatura, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que prime mais, em lógica, do que o fato material da reencarnação."  
(Allan Kardec - A Gênese) 

Podemos considerar, de um modo didático, 3 tipos básicos de reencarnação: voluntária, semi-voluntária e compulsória.

1.Reencarnação Voluntária (Livre)

Grandes missionários que vêm à Terra em tarefa de valor incontestável. Possuem liberdade de escolha muito grande, pois eles mesmo determinam as tarefas a serem desenvolvidas, o local onde vão nascer, os pais e as diversas situações de sua existência. Muito raras são essas encarnações;

2.Reencarnação Semi-Voluntária (Proposta)

Leva em conta o livre-arbítrio relativo de que dispõe o Espírito; mentores estudam seus débitos e méritos, programando, em seguida, os principais acontecimentos da próxima existência na carne, tendo em vista a liquidação ou minoração de dívidas e as possibilidades de progresso. Mas isto não é imposto, podendo o indivíduo discutir certas questões e propor alterações, que serão aceitas ou não. É a modalidade de muitos de nós, dotados de suficiente acuidade mental no espaço para discernir o que é interesse genuíno e o que é ilusão, na vida terrena;

3.Reencarnação Compulsória

É aquela que colhe o Espírito sem prévia concordância dele e até sem o seu conhecimento. Própria dos Espíritos cuja perturbação impede análise lúcida da situação ou cujas faltas são tão graves que anulam a liberdade de escolha. É uma imposição feita pela Lei para atender a casos cuja recuperação exige longas expiações. Os arranjos reencarnatórios são feitos por entidades amigas de condição evolutiva superior que preparam todos os detalhes daquela nova existência.

O processo de reencarnação compulsória, na realidade, dispensa a atuação direta de técnicos da espiritualidade. Tudo pode desenrolar-se naturalmente, obedecendo aos impositivos do automatismo que rege a encarnação dos seres.

Importa, entretanto, considerar que, mesmo nesses casos, a entidade reencarnante sofre supervisão atenta, mesmo que a distância, de Espíritos superiores, responsáveis pelo destino da Terra.

A esse respeito Manoel Philomeno de Miranda [Painéis da Obsessão] esclarece:

"Cada criatura recebe de acordo com as necessidades da própria evolução. Merece todavia, considerar que existência alguma se encontra ao azar, distante de carinhosa ajuda e de socorros providenciais. Da mesma forma que a faixa mais larga da reencarnações ocorre através de fenômenos automatistas, numa programática coletiva, esta não se dá sem que os superiores encarregados dos renascimentos, na Terra, tomem cuidadoso conhecimento."

Com relação aos Espíritos vinculados ao planeta Terra, informa-nos André Luiz, que a maioria deles reencarna-se de forma compulsória.



Fases da Reencarnação

Não existem duas encarnações iguais, mas podemos, didaticamente, separar em fases, os momentos sucessivos que acompanham o mergulho do Espírito na carne.

André Luiz [Missionários da Luz] estuda a reencarnação  mostrando-nos como se desenvolve uma encarnação do tipo semi-voluntária:

1ª Fase: Planejamento Encarnatório

Esta fase desenvolve-se no plano espiritual, onde o reencarnante ao lado de seus mentores vai planejar a sua futura encarnação. Lembra Kardec que são planejados apenas os grandes lances da existência, aqueles que podem realmente influir no destino da criatura.

O casamento, os filhos, a profissão, o tempo médio de vida na Terra e as principais doenças cármicas são nessa fase bem determinados. Detalhes mais importantes do futuro corpo podem ser determinados nesse período. São os mapas cromossômicos, descritos pelo autor, que traduzem a herança genética do pai e da mãe e que irão determinar as características hereditárias do reencarnante.


2ª Fase: Contato fluídico com os pais

É a fase em que o reencarnante, em contato mais íntimo com os futuros pais, vai preparando-se para a nova existência. É uma fase importante, onde o Espírito mantém-se em processo de ligação fluídica direta com os pais. A medida que se intensifica semelhante aproximação, o reencarnante vai perdendo os pontos de contato com a esfera espiritual.


3ª Fase: Ligação do Espírito à matéria

a) Redução Perispiritual: o Espírito passa a sofrer uma redução de corpo espiritual, por uma redução dos espaços intermoleculares. Perde "matéria psi", e atingindo uma pequena dimensão, vai ser acoplado ao centro genésico da mãe. Acredita-se que a redução perispiritual será tanto mais intensa quanto mais involuído for o Espírito reencarnante;

b) Seleção do Espermatozóide: Acoplado ao centro genésico da futura mãe, o reencarnante miniaturizado aguarda a relação sexual para desencadear a reencarnação propriamente dita.

Após a explosão dos espermatozóides, liberados na relação sexual, um deles será "escolhido" e devidamente magnetizado para vencer a corrida e alcançar a trompa de Falópio onde está o óvulo.

Essa magnetização do espermatozóide que deverá vencer a corrida é, muitas vezes, feita por técnicos da espiritualidade que selecionam o gameta que traz a carga genética apropriada, de acordo com os mapas cromossômicos, delineados anteriormente.

Quando o reencarnante, pelo seu passado, não faz jus a uma equipe especializada, o processo se desenvolve segundo os princípios da sintonia magnética. O perispírito do reencarnante, por sintonia, atrai o espermatozóide que melhor se adapte às suas necessidades evolutivas;

c ) Fecundação: o gameta masculino ao alcançar o terço superior da Trompa de Falópio vai encontrar o óvulo e fecundá-lo. Nesse exato momento, o Espírito reencarnante que se encontra ajustado ao aparelho genital, liga-se magneticamente à célula ovo, não podendo mais ser substituído por outro Espírito.


4ª Fase: Formação do feto

Inicia-se com a fecundação e vai até o nascimento.

Trata-se do período de múltiplas divisões celulares que vão dar origem ao embrião e logo depois ao feto. O reencarnante nesta fase está criando, através de seu perispírito, um campo magnético que vai atuar como molde onde as células físicas irão se ajustando.

À semelhança de uma colmeia de abelhas que vai sendo paulatinamente preenchida, o corpo espiritual, como vigoroso modelo, atuará como ímã entre limalhas de ferro dando forma consistente ao futuro corpo físico.

Os primeiros 21 dias após a fecundação são de extrema importância para a formação do futuro corpo - época em que estão se formando os órgãos e sistemas - e por esse motivo, a assistência espiritual nessa fase é muito intensa. A gestante não pode afastar-se do corpo, e são proibidas as visitas. Após o 21º dia, reduz-se a vigilância espiritual, que no entanto, continua presente até o final.


5ª Fase: Adaptação à Vida

O processo encarnatório, segundo André Luiz, não se completa ao nascimento, mas apenas aos 7 anos de idade, quando ocorre a plena integração do reencarnante aos implementos físicos.



Aspectos psicológicos do Reencarnante

O momento da encarnação é seguido de um estado de perturbação mais ou menos longo.

Esta perturbação, algumas vezes bastante dolorosa, tem início quando da redução do perispírito e vai prolongando-se até ao nascimento, quando o grau de inconsciência atinge o apogeu.

A partir do nascimento o reencarnante vai recobrando a lucidez à medida que a as células do sistema nervoso vão se amadurecendo. O grau e intensidade da perturbação depende de 3 fatores:

a) Período de Gestação: a perturbação vai aumentando à medida que a gestação se prolonga, sendo menor no início e máxima ao término da gravidez;

b) Evolução do Reencarnante: a reencarnação de Espíritos superiores acompanha-se de um estado de perturbação mais discreto e mais tardio. Os Espíritos mais inferiorizados, desde as primeiras horas da gestação mergulham-se em estado profundo de perturbação;

c) Estado Emocional dos Pais: os pensamentos dos pais, especialmente da mãe, se misturam com os pensamentos do reencarnante, havendo uma profunda troca de emoções e sensações.

Mães ansiosas, deprimidas, queixosas, podem transmitir essas vibrações para o Espírito do feto, agravando o seu sofrimento e a sua angústia. Por outro lado, mães tranquilas, calmas, otimistas, contribuem sensivelmente para o estado de equilíbrio do feto, transfundindo-lhe coragem, fé e esperança.

Há registros na literatura espírita de Espíritos que abandonaram o útero materno em função da carga de emoções doentias recebidas da mãe, o que configura uma forma de aborto, que André Luiz denomina de Aborto Inconsciente.

Manoel Philomeno de Miranda [Temas da Vida e da Morte] informa que o reencarnante registra todos os estados familiares, todos os conflitos domésticos e isso poderá, muitas vezes, ser causa de uma infinidade de problemas emocionais ou físicos na futura criança, como enurese noturna, irritabilidade constante, insegurança, etc.

Aspectos psicológicos dos pais

Da mesma forma que o filho recebe da futura mãe os pensamentos e seus conteúdos emocionais, a mãe capta de uma forma mais evidente as vibrações emitidas pelo feto.

A gestante é "uma criatura hipnotizada a longo prazo", exatamente porque traz seu campo psíquico invadido pelas impressões e vibrações do reencarnante.

Funciona a mãe como um "exaustor de fluidos" e terá, consequentemente, uma alteração profunda em emocional. Algumas se enchem de entusiasmo e bem estar. Mulheres, às vezes ansiosas, que se equilibram durante a gestação ; sentem-se bem, tranqüilas, em função de uma carga emotiva sadia ou afim que está vindo do filho.

Em outras oportunidades ocorre o inverso. Durante a gravidez, a mulher torna-se deprimida, tensa, há um decréscimo da vivacidade mental, um torpor intelectual, extravagâncias. Pode ser em função de vibrações pouco sadias ou de um Espírito que foi um desafeto do passado.

O futuro pai pode também sofrer alterações em seu campo mental em função da presença de um novo Espírito em seu lar.

Às vezes, vê-se possuído de terrível ciúme e passa a encher a mulher de atenção e carinho. Outras vezes, torna-se arredio, agressivo, deprimido. São vibrações de um Espírito ligado a ele por um passado feliz ou infeliz que agora retorna para prosseguir em sua marcha evolutiva, fortalecendo a amizade, se esta já existe, e desfazendo mágoas e desentendimentos se eles ocorreram.


fonte: http://www.amaluz.net/processo.htm



10 abril 2011

Bons Amigos


Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente.

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende.

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar.

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão.

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade.

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas.

(Machado de Assis)

Mortes violentas


199- Por que a vida, frequentemente, é interrompida na infância?
- A duração da vida de uma criança pode ser, para o Espírito que está encarnado, o complemento de uma existência interrompida antes do seu termo marcado, e sua morte, no mais das vezes, é uma prova para os pais.
- Que sucede ao Espírito de uma criança que morreu em tenra idade?
- Recomeça uma nova existência.
(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos)


As mortes trágicas são sempre motivo de profundas dúvidas e reflexões para os seres humanos.
Não aceitamos essa fatalidade da vida e, depois de tantos milênios, não aprendemos a lidar com o assunto.

As narrativas religiosas e filosóficas enchem nossos olhos e nossas mentes sobre os "porquês" das coisas, mas continuamos a rejeitar, pelo medo e pela fuga, o fato de que, a qualquer momento, a nossa frágil experiência biológica pode cessar.

A idéia e todas as impressões negativas de uma tragédia está examente na constatação de que temos limites e que a imperfeição é uma determinação das leis da matéria.

Na trajetória efêmera do relógio existencial, o nascimento e a morte estão bem próximos, seja para crianças, adultos ou idosos. O que importa, durante e depois de tudo o que acontece, é a indicação dos rumos seguros pela bússula eterna da consciência.

***


Assistimos estarrecidos cenas cruéis de assassinatos de crianças e, de acordo com a doutrina espírita, isto é um crime aos olhos de Deus porque aquele que tira a vida de seu semelhante corta uma vida de expiação ou de missão, e aí está o mal.

Deus é justo; julga mais a intenção de quem praticou o crime do que propriamente o ato.

No seio de qualquer civilização considerada avançada sempre existirão seres cruéis, exatamente como a árvore carregada de bons frutos dos quais alguns deles não amadureceram.

São espíritos de ordem inferior, praticamente animalescos e muito atrasados que podem encarnar em meio a homens avançados na esperança de se tornarem pessoas melhores. Mas, sendo a prova muito pesada, a natureza primitiva poderá dominá-los.

Diante da lei de Deus, qualquer um que mata uma criança é culpado porque todo crime é ofensivo. O sentimento de crueldade está ligado ao instinto de destruição; o que há de pior.

Isto é sempre o resultado de uma natureza má que se formou por ter priorizado seus instintos bárbaros e egoístas em sua conservação pessoal. Além do mais, esta pessoa imperfeita está sob o domínio de espíritos igualmente imperfeitos que lhes são simpáticos.

A crueldade vem da ausência do senso moral, ou melhor, o senso moral não está desenvolvido, mas não que esteja ausente, porque ele existe como princípio em todos os seres; é esse senso moral que o faz ser bom.

A superexcitação dos instintos materiais sufoca, por assim dizer, o senso moral, que acaba se enfraquecendo pouco a pouco, priorizando suas faculdades puramente selvagens.

A sociedade dos homens de bem estará um dia livre dos malfeitores, pois a humanidade progride; aqueles que são dominados pelo instinto do mal, que se acham deslocados entre as pessoas de bem, desaparecerão pouco a pouco, como o mau grão é separado do bom depois de selecionado.

Somente depois de muitas gerações e encarnações o aperfeiçoamento se tornará completo e viveremos em uma sociedade mais harmoniosa e pacífica.