"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

19 dezembro 2011


A ausência só mata o amor quando ele já está doente na data da partida.

(Condessa Diane – Escritora – França,1829 // 1899) 





15 dezembro 2011

Dica de vídeo: Google e a retrospectiva 2011




O Google cria uma retrospectiva 2011 baseada em buscas e principais eventos do mundo todo.
Uma lista que reúne os termos mais populares e que cresceram mais rapidamente no ano, de acordo com as buscas em sua ferramenta.
Muito interessante!!

Dica de flme: A Ponte de San Luis Rey


Baseado em uma novela do escritor Thornton Wilder, a trama se passa em Lima, no Peru.
Um acidente acontece em uma ponte e acaba matando cinco pessoas.
Um padre, acreditando que existe alguma razão divina para que essas pessoas morressem todas no mesmo local e da mesma forma, começa a investigar os detalhes da tragédia, mesmo enfrentando a Igreja controladora do século 18.
Filme sensível e interessante, principalmente no que se refere ao questionamento sobre a existência de um plano maior que afeta a nossa vida ou o se somos objetos do mero acaso.
Recomendo!!!!




Por onde andas?



Por onde andas?
Perguntei a todas as calçadas e a todos os rostos vagabundos de uma manhã fria e cinzenta.
Ninguém sabe onde se esconde o teu perfume nem a tua alegria invulgar.
Desapareceste dos dias tal como negavas as noites.
Por onde andas?
Por curiosidade pergunto. Apenas pela curiosidade. Pergunto mas não procuro. Jamais procurarei o teu rasto e deixarei morrer nos braços de um horizonte eterno uma pergunta e uma paixão que desvanece.
São apáticos os dias sem paixão. Desinteressantes.
São autênticos Domingos à tarde sem motivação.

(desconheço a autoria)








Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim,
provarei a mim mesma que nada há a temer,
que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia,
a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência,
eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro!
O que eu disser soará fatal e inteiro!

(Clarice Lispector – in “Perto do Coração Selvagem”)





13 dezembro 2011

O corpo é o templo do espírito


Ao pesquisarmos no dicionário a palavra “templo”, encontraremos as seguintes definições: “Edifício destinado ao culto religioso / Monumento em honra de uma divindade / Lugar misterioso e respeitável / Recordação eterna das ações memoráveis.”

Se fizermos uma analogia com o nosso corpo físico e mudarmos algumas palavras, veremos como é verdadeiro o título deste tema. 

Poderíamos dizer, portanto, que o corpo é o edifício destinado ao espírito. Monumento feito para uma individualidade. Lugar misterioso e respeitável. Recordação eterna de nossas boas e más ações.

Podemos concordar que o corpo seja o templo do espírito, mas será que o tratamos como se realmente estivéssemos em um local sagrado?

Será que sabemos respeitá-lo e descobrir seus mistérios sem destruí-lo? Provavelmente não.

Geralmente, não cuidamos desse templo como deveríamos.

Algumas pessoas desrespeitam esse templo por acharem que suas atitudes não lhes trazem prejuízos físicos ou porque, devido às dificuldades em que se encontram, não possuem condições de preservá-lo.

Outras, porém, conhecem o que lhes é prejudicial mas não querem deixar seus prazeres imediatos. É o caso, por exemplo, dos consumidores de cigarro, álcool, drogas, etc.

E nós espíritas? Em qual dos dois casos nos encontramos? Será que não possuímos qualquer tipo de vício? Será que dormimos as horas necessárias? Temos uma alimentação saudável? Será que não nos entregamos ao sexo desenfreado?...

Mas será que só com essas atitudes podemos dizer que cuidamos de nosso corpo?

E os malefícios do orgulho, da vaidade, do egoísmo, da inveja, do ódio e tantos outros defeitos que possuímos? Será que esquecemos desses comportamentos que freqüentemente temos para com nossos semelhantes?

Para nós, que sabemos que os vícios morais também contribuem para a destruição do nosso corpo, as responsabilidades serão ainda maiores, pois nos encontramos entre aqueles que cometem os erros conscientemente e, portanto, teremos de responder por toda a agressão que venhamos a cometer contra esse templo que Deus nos confiou.

Vale lembrar que quando temos consciência de nossos erros e persistimos neles, não estamos comprometendo apenas o nosso corpo carnal mas, também, nosso perispírito e nossa alma.

(Alexandre Ferreira)










A vida é curta




Um simples adesivo, fixado num vidro de carro, revela uma filosofia de vida muito perigosa.

Diz assim: "A vida é curta. Quebre algumas regras."

Precisamos analisar esta cultura do “Aproveite a vida, pois ela é curta”, com bastante cuidado.

Percebemos que esse tipo de entendimento circula pelo mundo fazendo muitos adeptos que, por vezes, caem em armadilhas terríveis, sem perceber.

Parece haver em muitas pessoas uma aversão a regras, às leis, mesmo quando essas servem apenas para regular a vida em sociedade. Por isso, tão necessárias.

É a repulsa à responsabilidade que ainda encontra forças em tantas mentes que teimam em não crescer.

Quebrar regras simplesmente por diversão ou por achar que a vida está muito certinha – como se fala – é atitude infantil, imatura e perigosa.

Basta, por exemplo, uma única vez, extrapolar na velocidade na condução de um automóvel para se comprometer uma vida toda.

Uma brincadeira, um simples pega, pelas vias de uma cidade, para se colocar em risco um grande número de vidas, inclusive a própria.

Assim, não é um tipo de regra que pode ser quebrada de quando em vez.

Por que quebrar regras para se aproveitar a vida? Quem disse que para se curtir cada momento da existência com alegria, precisamos infringir leis?

Aproveitar a vida não significa fazer o que se quer, quando e onde se queira. Esta é a visão materialista, pobre e imediatista do existir.

Aproveitar a vida consiste em fazer o que se deve fazer, determinado pela consciência do ser espiritual, que sabe que está no mundo por uma razão muito especial.

O ser maduro, consciente, encontra no caminho do bem, da família, do amor, sua curtição, sem precisar sair por aí quebrando regras e infringindo leis.

* * *

A vida é curta ou longa. A escolha está em quem vive.

Ela é curta para os que desperdiçam tempo na ociosidade. Longa para os que se dedicam a uma causa nobre.

A vida é curta para os que acompanham os filhos crescerem de longe. Longa para os que aproveitam cada instante, cada beijo de bom dia, cada beijo de boa noite.

A vida é curta para os que acham que os vícios não fazem mal. Longa para os que desenvolvem hábitos sadios para seus dias.
A vida é curta para os que acham que a vida é uma só. Longa para os que já descobriram que o Espírito é imortal, já existia antes desta vida e continuará existindo depois.

A vida é curta para quem não perdoa. A mágoa mata mais cedo. É longa para os que buscam a reconciliação, evitando a vingança destruidora.

A vida é curta para quem não sorri. A depressão mata mais cedo. É longa para quem cultiva o bom humor perante as situações difíceis da existência.

A vida é curta para os vilões. Longa para os heróis.

A vida pode ser curta ou longa. Cabe a você escolher.


(Redação do Momento Espírita)









Construtores da vida


Por mais que gostemos da vida no corpo físico, um dia, todos morreremos, isto é fato.

Morrem os pobres e morrem também os ricos.

Foi assim que um dia aquele homem, que detinha poder e muitas posses, foi habitar o além.

Foi recebido pelo benfeitor, encarregado de conduzi-lo à sua nova residência.

Caminhavam calmamente por um lugar pitoresco, com ruas calmas, um gramado extenso e grande variedade de árvores e jardins.

Ao passarem por uma das casas, o benfeitor mostrou-a ao homem e lhe disse: "Observe! Aquela é a casa de sua cozinheira."

"Mas ela ainda não morreu", respondeu o homem.

Sem dar nenhuma resposta, andaram por mais algum tempo e o orientador mostrou outra casinha graciosa e disse: "Essa é a casa do seu jardineiro."

Ambas eram casas muito agradáveis. Simples, mas aconchegantes.

Jardins com flores silvestres e pássaros voejando e cantando por entre as borboletas que pousavam de flor em flor.

Discretos regatos com águas cantantes e cristalinas cortavam os gramados verdes.

O homem estava muito animado, pois se seus empregados teriam moradias tão agradáveis, o que não estaria reservado a ele, um homem rico e poderoso?

Caminharam por mais algum tempo, quando o benfeitor parou diante de um barraco, localizado numa área menos clara e quase sem nenhum encanto.

Com um gesto gentil indicou ao homem sua nova residência.

O homem teve um sobressalto.

Indignado perguntou ao orientador: "Como posso eu, um homem rico e possuidor de muitos bens, morar agora nesse barraco caindo aos pedaços? Sem dúvida deve ser uma brincadeira!"

"Infelizmente não é, meu filho", falou amavelmente o benfeitor.

E acrescentou: "Todas as construções são feitas com os materiais que vocês nos enviam diariamente enquanto estão na Terra. São materiais invisíveis aos olhos físicos, mas firmes o bastante para construir um recanto sólido aqui, nesse novo mundo. Cada gesto nobre, cada boa ação, cada trabalho realizado com honestidade e desinteresse, são matérias primas importantes aplicadas nos tesouros verdadeiros deste lado da vida."

"Mas como saber disso, se ninguém me avisou enquanto estava na Terra?", objetou o infortunado.

"Ora, meu filho, talvez você tenha esquecido, mas há mais de dois milênios se ouve falar de um Homem chamado Jesus, que orientou muito bem sobre essa questão, recomendando que se construíssem tesouros no céu, onde nem a traça come nem os ladrões roubam."

Pensativo e sem argumentos, o homem adentrou seu mísero barraco, em busca de um mínimo de conforto para sua alma inquieta.

* * *

A parábola nos conduz a riquíssimas reflexões.

Nossos maiores tesouros são as virtudes.

A compaixão, a fraternidade, a solidariedade, a ternura, o afeto, são elementos importantes na construção da beleza e da harmonia.

A honestidade, a dignidade, a humildade, a indulgência e a justiça, são virtudes essenciais para construções sólidas e indestrutíveis.

Assim sendo, vale a pena investir nesses tesouros desde hoje, pois a imortalidade não é uma proposta para ser pensada depois da morte, é uma realidade para ser vivida hoje.