"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

16 novembro 2012

Dever paterno




Duas verdades muito simples devem estar presentes na imaginação dos pais: de um saco vazio nada podemos tirar; de um terreno inculto, abandonado, nenhum bom grão podemos colher.

Estas duas asserções, banais em aparência, naturalmente servirão para lhes trazer à mente um fato de suma importância: a educação dos filhos.

Sim, se eles descurarem o cumprimento deste dever, chegará o dia em que debalde procurarão obter alguma coisa dos filhos. Estes lhe darão o que se pode tirar de um saco vazio ou aquilo que se pode colher de um terreno abandonado.

A autoridade paterna, elemento indispensável na orientação e direção da mocidade, não surge do vácuo nas ocasiões prementes das grandes necessidades, dos lances aflitivos em que ela é reclamada.

Se essa autoridade existe...apresenta-se, impõe-se, age, luta e consegue.

Se não existe, é escusado apelar-se para ela, no paroxismo de qualquer aflição.

A autoridade paterna se desenvolve paulatinamente, como fruto da educação que os pais dão aos filhos, quando essa educação se funda na base sólida de exemplos dignos e elevados.

Ela se desenvolve e frutifica como as plantas de valor. Pretendê-las num dado momento, como façanha de prestidigitador, é ilusão que nenhum pai sensato deve alimentar.

Há exemplos, não contestados, de filhos bons e dignos, à revolta da influência doméstica, e outros que são maus, a despeito dos desvelos paternos; porém tais casos são exceções que não anulam a regra e, menos ainda, os deveres dos pais, no que concerne à formação do caráter de seus filhos.

Sabemos que nossos filhos são espíritos reencarnados, os quais semelhante ao vento, segundo disse Jesus ninguém sabe donde vêm. É possível que sejam espíritos de sentimento e moral elevados; assim sendo, não nos darão maior trabalho: é a exceção.

Caso contrário, como é de regra, trarão consigo defeitos, vícios e paixões, para cujo extermínio cumpre providenciarmos, empenhando, todos os meios ao nosso alcance. E isto se obtém, ministrando a educação cristã, firmada sobre os alicerces de exemplificações acordes com aquela doutrina.

Educar é salvar.

O Espiritismo é a religião da educação. Não há lugar para superstições, na trama urdida pelos postulados cristãos que o Espiritismo veio restaurar em toda a sua verdade.

Eduquemo-nos, pois, e eduquemos nossos filhos.

Um mau chefe de família nunca pode ser um bom espírita.


(De “Na Escola do Mestre”, de Vinícius/Pedro de Camargo)


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