"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

31 janeiro 2013

Melodia sentimental - Djavan

Não estamos sozinhos



Há um Pai de amor e muito amor a caminhar a cada minuto, a cada respirar nosso, Ele sempre está lá.

Pai que só nos apresenta oportunidades de crescimento, nem sempre compreendidas pela criança espiritual que ainda somos.

Mas o Pai não nos pune, não nos condena e sim nos banha com seu amor.

E é esse amor que nos liberta, que nos levanta e nos mostra outros caminhos.

Ontem foi doloroso…

Hoje é um novo recomeço, agora é o momento de novamente reerguer a cabeça e seguir.

Não seguiremos sozinhos!

O Pai não nos deixa.

Nas manhãs em que acordamos sem pique, Ele vem até nós e nos envolve em sua proteção.

Nos instantes em que não seguramos as lágrimas, são suas mãos que as enxugam.

E quando pensamos que não aguentaremos mais o fardo a carregar e realmente pensamos em desistir, é Ele que declama:

"Eu estou contigo.
Vamos, confia, porque juntos triunfaremos."

E, assim, novo alento renasce em nosso íntimo e a esperança volta a sorrir.

E de mãos dadas com esse Pai de Misericórdia, voltamos a caminhar, porque somos capazes, trazemos imenso potencial dentro de nós.

E com esse potencial vamos edificando outras construções, porque nosso potencial não pode enferrujar, acreditemos nele e muito faremos.

“Batei e vos será aberto”.

Vamos, tendo a consciência de que não iremos sozinhos.

O Pai caminha conosco.

E juntos triunfaremos diante de qualquer tempestade.

Não deixemos de confiar!

O Pai está eternamente a nos abençoar com seu amor…



*  *  *

Contato com os Guias Espirituais



Uma mensagem esclarecedora de Joanna de Ângelis, para nossa reflexão.

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Afliges-te, porque ainda não lograste o contato psíquico com os teus guias espirituais.

Reflexionas que buscaste a fé religiosa, abraçando a mediunidade, e, não obstante, tens a impressão que navegas sem rumo, padecendo conflitos e experimentando desânimo.

Momentos surgem nos quais receias pela legitimidade do intercâmbio espiritual de que te fazes objeto.

Anseias por informações precisas sobre o teu papel nas tarefas da mediunidade.

Relacionas pessoas que te parecem menos equipadas, e, apesar disso, apresentam-se superprotegidas pelos Espíritos Nobres, assessoradas por Benfeitores Venerandos e Entidades outras, que na Terra deixaram nomes respeitáveis, famosos...

Planejas desistir, acreditando que as tuas são faculdades atormentadas, sem credencial ou recurso capaz de registrar a proteção dos guias espirituais.

Tem, porém, cuidado e medita sem queixa.

A mediunidade é instrumento de serviço em nome do amor de Deus, para apressar o progresso dos homens e facultar o intercâmbio com os Espíritos, deles recebendo a ajuda.

Candidatas-te ao labor socorrista, como recurso saudável para te recuperares moralmente do passado delituoso, mediante cuja contribuição terias, também, as dores lenidas ou alteradas no seu organograma para a evolução.

Honrado pelo trabalho de iluminação de consciência, estás colocado como veículo de bênçãos.

Buscam-te os sofredores, porque são trazidos a ti pelos teus guias espirituais, que confiam na tua ductibilidade, no teu sentimento de amor.

Porque não ouves os teus Benfeitores, não te creias abandonado, sem apoio.

Tem paciência.

Faze silêncio íntimo e entrega-te mais.

Quando desdobrado parcialmente pelo sono, eles te confortam e instruem, fortalecem-te e programam as atividades para as quais renasceste.

Se não o recordas conscientemente, ficam impressos nos teus registros psíquicos, esses salutares conúbios edificantes.

Se aprofundares reflexão, perceberás quantas vezes eles já te falaram, socorreram e apoiaram nos momentos rudes das provações e dos testemunhos.

Eles são discretos e agem sem alarde, não brindando recursos que induzam à vaidade, ao exibicionismo.

Amparam em silêncio, instruem em calma, conduzem com afabilidade.

Quando vejas, na mediunidade, o campeonato das disputas humanas e o calafrio que provoca a presença de seres nobres do passado, aureolando com pompa terrestre a memória, que pretendem manter rutilante, acautela-te e desconfia.

Importante não é o nome que firma ou enuncia uma mensagem, mas, sim, o seu conteúdo de qualidade e penetração benéfica.

Desse modo, trabalha no anonimato e, consciente das responsabilidades que te dizem respeito, deixa que os teus guias espirituais zelosamente te guardem e conduzam, não te expondo no palco da insensatez, onde brilha por um dia e se apaga de imediato a vaidade humana.

(Joanna de Ângelis)




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30 janeiro 2013

Dai-me força Senhor



Pai Amado... Não está sendo nada fácil seguir em frente de cabeça erguida, em meio a tantos problemas!

Doem-me os golpes desferidos pelas criaturas por quem me desvelei e que penso, em meu humilde entendimento, deviam-me um pouco mais de respeito e consideração...

Tenho procurado amar e auxiliar, na medida do possível, não só aos meus como a todos os meus semelhantes; tenho respeitado compromissos, honrado laços e cumprido fielmente todas as minhas obrigações, seja no lar, na rua ou no trabalho...

Ainda assim, Pai, minha recompensa tem sido a ingratidão e o pouco caso, como que a me fazer acreditar quão pouco valor possui aquilo que faço e que ofereço à vida!....

Por isso estou aqui, Senhor, rogando envie os bons Espíritos -seus emissários junto às nossas dores – para me esclarecer, me consolar e me dar forças para seguir em frente mesmo que sob o clima da incompreensão e da intolerância em que vivo hoje.

Dá-me sustentação, meu Pai, dá-me coragem e serenidade para enxergar as situações como elas realmente são, a fim de que meu coração não se inunde com o fel da mágoa e o visco do ressentimento, envenenando não só a mim como também às oportunidades presentes e que podem trazer em seu bojo a solução de meus problemas...

Guarda-me de chorar além das lágrimas que aliviam, não permitindo que minha alma mergulhe em pensamentos negativos e neles permaneça, prejudicando minha vida e minha saúde conscientemente.

Pelo contrário, Pai, dissipando as nuvens de meu desencanto, possa o Senhor colocar em seu lugar a confiança plena em Tua Justiça e em Teu Amor, na certeza de que, se hoje colho lágrimas e desconsideração, amanhã será dia de sorrir entre laços e afagos mais sinceros

Assim seja!


(André Luiz)




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Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.

(Martha Medeiros)

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Um pouco de Mário Quintana...



As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas. 
Temos que nos bastar, nos bastar sempre, e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam, não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

(Mário Quintana)

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28 janeiro 2013

Silêncio



No silencio faço orações.
E que Deus afaste o mal para bem longe daqui e dos meus.
Que somente o que for bom  faça morada e fique. 
Que leve embora a dor. A saudade que dá nó e os pedidos do eu.
Que Deus nos de a coragem para continuar sonhando. Que o amor esteja presente em nós.
É isso.

(Instituto Gamah)

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27 janeiro 2013

A maior tragédia de nossas vidas



Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça.

A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta.

Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa.

A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013.

As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada.

Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa.

Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio.

Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda.

Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.

Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa.

Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram.

Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo?

O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista.

A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.

Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.

Mais de duzentos e quarenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.

Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal.

As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso.

Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.
As palavras perderam o sentido.

(Fabrício Carpinejar - poeta, cronista, jornalista e professor)

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Tragédia: incêndio na boate Kiss em Santa Maria causou a morte de mais de 230 jovens na madrugada deste domingo.
Nossa  solidariedade e as mais sinceras vibrações para as vítimas deste acidente e os seus familiares.
Que Deus os ampare e fortaleça neste momento difícil de separação.

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Dica de filme: "Intocáveis" (Intouchables - 2011)



Apesar de mostrar dois dramas que se cruzam, “Intocáveis” é uma comédia  divertida e simples em seu roteiro.
Baseado na história real do milionário Philippe (François Cluzet) que, tetraplégico, contrata um ajudante muito atrapalhado, Driss (Omar Sy). 
Os dois acabam construindo uma bonita amizade que vai mudar a vida de ambos.
Companheirismo e confiança são os elementos que tornam esse filme tocante e inesquecível.
Uma  história forte, mas contada de forma descontraída,  cuja mensagem principal é simplesmente generosidade.

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O país dos dedos gordos



Vivia, num país distante e de céu cor de anil, um povo pobre e feliz, que na sua pobreza tinha tempo e gosto para cantar, brincar, fazer versos, e experimentar com aquelas artes e aquelas ciências que faziam alegres o seu coração.

Felizes também eram o rei e a rainha, amigos de todos e que esperavam, para sua felicidade, o nascimento de uma criança. 

Nasceu uma menina linda, mansa e fofa. 

E para que nada lhe acontecesse, convidaram como madrinhas e padrinhos do batizado todas as fadas e magos do reino, que com os seus encantamentos haveriam de envolver a criança com um círculo mágico protetor. 

Ignoravam, é claro, a bruxa malvada que vivia na floresta negra.

Quando ela soube, pela leitura das colunas sociais, que havia sido desprezada, teve um acesso de cólera e jurou vingança. 

Mandou ao palácio seus corvos espiões: que verificassem se havia algum ponto vulnerável nos encantamentos que protegiam a princesinha.

Voltaram desapontados: "o corpo da princesa está fechado. Nada sério pode ser feito. Só existe um lugarzinho. Esqueceram-se do dedo 'seu vizinho', da mão esquerda...'' 

A bruxa deu uma gargalhada: "Mais que suficiente. Jogarei uma praga que fará com que o rei e a rainha se arrependam para o resto de suas vidas. Aquele dedinho vai engrossar, engrossar, engrossar. E não haverá remédio que cure..."

E assim foi. E a malvada ainda mandou dizer, por mensagem no bico de seus corvos-correio.

O rei e a rainha foram tomados de grande aflição.  Chamaram fadas e magos. Inutilmente. Bruxedo não se desfaz. Vieram médicos, cirurgiões plásticos, invocaram homeopatia, fizeram compressas de confrei, apelaram para o poder das pirâmides e a meditação transcendental.

Em vão. 

Pobre princesinha. Seu dedinho virou dedão, grotesco e vermelhão. 

Não podia usar aquelas lindas luvas brancas. E nem os anéis reais. 

Também não podia tocar piano, violino ou violão. O dedão esbarrava e a nota desafinava. Chocava a pobre princesinha, inconsolável pelo seu "seu vizinho"... Quem queria se casar com uma jovem de dedo grosso?

O rei, desesperado, chamou seus sábios e pediu conselho. 

Foi então que um deles fez sensata ponderação! "Alteza, se não é possível fazer com que o dedo da princesinha fique igual aos dedos dos outros, é possível fazer os dedos dos outros ficarem iguais ao dedo da princesinha. Ao final, o resultado será o mesmo. Ninguém terá vergonha".

O rei ficou encantado. E logo chamou os técnicos que foram encarregados de viabilizar a solução. 

O que se decidiu foi o seguinte: o rei promoverá, anualmente, um baile para qual todos os jovens do reino estão convidados. Infelizmente, nem todos poderão ser admitidos porque só há lugar para mil pares no salão de festas.

Muitos serão chamados, poucos os escolhidos. Mas estes serão regiamente recompensados: empregos públicos vitalícios.

E um, dentre estes, será escolhido pela princesa, como marido, futuro rei. 

O critério de admissão? Os mil que, dentre todos, tiverem os dedos mais grossos "seu vizinho" da mão esquerda. 

Pra que haja justiça, sem fraude, se colocarão orifícios eletrônicos no vestíbulo do palácio. Os moços enfiarão seus dedos, o computador dirá quantos pontos fizeram, se passaram ou não.

E assim se fez.

Os arautos anunciavam a boa-nova. De repente o reino mudou. Todos compreenderam que o futuro passava pelos exames vestibulares e só havia uma única coisa que importava: a grossura do "seu vizinho" da mão esquerda.

Cessou a antiga alegria inconseqüente e descontraída. Os pais deixaram de prestar atenção nos risos para prestar atenção no dedo. E se gabavam: "menino de futuro promissor; veja só seu dedo, tão jovem, tão gordo..."

As escolas passaram por revoluções. 

Os estabelecimentos antiquados, preocupados com sorrisos, viram-se repentinamente sem alunos. "Alegria não engrossa dedo", diziam os pais, categóricos, ao pagar sua última prestação. 

E as que progrediam eram aquelas que desde cedo introduziam as crianças na filosofia do dedo grosso. 

Música, literatura, brinquedos, as artes e as ciências a que davam prazer foram todas aposentadas. 

O que importava era passar no vestibular e, no vestibular, só contava a grossura do dedo.

E foi assim que se criou uma nova filosofia da educação, e coisas novas, cursinhos que viam tudo pelo ângulo e segundo o objetivo de engrossar os dedos.

Os preços eram exorbitantes. Os pais trabalhavam horas extras, as viúvas lavavam mais roupas: "Pai não mede sacrifício para o bem do seu filho..." 

E à noite rezavam: "Oh, Deus, ajuda o meu filho para que ele ten disciplina e se aplique para que o seu dedo engrosse..."

Mas, ano vai, ano vem, a mesma coisa acontecia. Só mil entravam.

Os que ficavam de fora se punham a olhar para seus dedos grossos, aquele era o resultado de anos de disciplina e privações. Será que adiantou? E pensavam nas coisas perdidas, nunca mais. Dedo grosso, inútil, gordo de abstenções e sacrifícios. As coisas que davam prazer haviam sido abandonadas e, agora, estavam sem o baile e sem o prazer. A suspeita era de que haviam sido vítimas de uma grande burla ...

A cada ano que passava, aumentava o número de jovens tristes.

Nunca entrariam no baile. E o pior: estavam aleijados. 

O mundo se havia transformado num gigantesco dedo grosso. 

Era como se um pedaço da vida lhes tivesse sido roubado, irremediavelmente. O passado não se recupera. 

Por todo o País, a nuvem de tristeza. Os técnicos sugeriam que, talvez, com técnicas mais eficientes, a qualidade do ensino pudesse ser melhorada. Dedos mais grossos, talvez ...

O único problema é que o tamanho do salão de bailes continuava o mesmo. 

Lá dentro a situação não era melhor. A princesinha não se decidia sobre o seu eleito: “Pai, eles são tão chatos. Só sabem falar sobre dedos grossos. Preferiria um moço de dedo fino, mas que fosse alegre e pudesse me alegrar...”

O rei compreendeu, repentinamente, o tamanho de sua estupidez.

Às vezes, o amor é cego e burro.

Mandou seus arautos de novo, país afora, dizendo que dali para frente ninguém mais seria julgado pela grossura do dedo. O que importaria seria a alegria de viver.

E então, como que por encanto, o País acordou do seu feitiço.

Ninguém mais procurava os cursinhos engrossa-dedo, que tiveram de fechar suas portas.

Os pais mudaram suas orações, pediam a Deus que fizessem alegres os seus filhos, pararam de fiscalizar os seus dedos "seu-vizinho", e iam às escolas para saber das coisas belas e gostosas que ali se faziam.

Os poemas voltaram a ser lidos, os moços brincavam com suas flautas e violões sem dores de consciência, e das Ciências e Artes eles se dedicavam àquelas que lhes davam prazer.

O salão de festas continuou do mesmo tamanho. Mas sua sombra sinistra já não mais enfeitiçava os anos da juventude.

Mesmo os que ficavam de fora continuavam a sorrir, porque sabiam que tinha valido a pena. O mundo ficara mais belo. O tempo não tinha sido perdido. O passado não tinha sido inútil.

E o rei, olhando para a princesinha, feliz, cantarolava que o que importa é que cada um "da alegria seja um aprendiz".

E os moços tomavam seus instrumentos e dedilhavam as cordas. E não havia dedos gordos que atrapalhassem.

(Rubem Alves)

*  *  *

O dia em que um médium falhou



O caso serve para ilustrar o aspecto melindroso dos desempenhos nos trabalhos de desobsessão e doutrinação de desencarnados em desorientação em algumas casas espíritas.

Isto porque, no decorrer do tempo em que frequentei e participei de sessões assim, pude observar que, dentre as muitas ocorrências havidas, acontecia vez por outra dos mentores e guias dos pacientes se manifestarem, em pessoa, por intermédio do médium incorporador diante do doutrinador, em lugar de algum esperado obsessor ou espírito necessitado de auxílio, embora sejam estes os que vêm em maior número a este gênero confraterno de trabalhos mediúnicos.

Aconteceu certa vez com minha mãe.

Ela realizava tratamentos em determinado endereço espírita que, agora, não vem ao caso, porque foi lá também que houve o episódio dúbio que relatarei em seguida, e não se condena um prédio pela fragilidade de um tijolo.

Acomodando-se diante de ambos os trabalhadores da Casa, em obediência a bateria de sessões necessárias ao trabalho de doutrinação e profilaxia espiritual realizado normalmente com todos que procuravam aquela instituição, para seu profundo encanto, e admiração dos médiuns presentes, quem incorporou foi um guia, que evidenciava grande iluminação íntima.

Provavelmente um dos mentores desencarnados da própria Casa!

Estando minha mãe, na época, usufruindo tratamento de feição espiritual que muitos buscam, naqueles períodos de maior turbulência e desafios a serem enfrentados na vida, de ordem física ou emocional, surpreendeu-se, ela, da presença justo daquele amigo das esferas invisíveis que, espontaneamente, tomou lugar frente ao médium doutrinador.

Este, em percebendo a ocasião feliz e particularmente incomum, deixou a palavra ao visitante; e ele dirigiu à minha emocionada genitora aconselhamentos e esclarecimentos de indubitáveis valor e utilidade, dos quais até hoje ela não se esquece!

Todavia, tempos depois, em época na qual, em pleno florescimento da sensibilidade mediúnica própria, já me via mergulhada em estudos incessantes e nos eventos espontâneos de manifestação do meu mentor, Caio Fábio Quinto, por intermédio da psicografia, eis que o episódio se repete, também comigo, na mesma Casa.

Incompreensível, porém, fora a reação da médium doutrinadora, vindo provar que, em questões de doutrinação e recepção de desencarnados em trabalhos deste teor, grande deve ser o preparo, e a constatação patente da sensibilidade dos candidatos a este gênero de atividades.

Todos se acomodaram para o início da sessão de incorporação.

A médium doutrinadora pronunciou a prece do hábito, e, passados alguns segundos, sob a minha expectativa atenta, o visitante se manifestou através do médium de incorporação, principiando uma saudação e um esclarecimento no sentido de que era um meu conhecido, permanecendo próximo a mim dado a algum tipo de afinidade que principiava a descrever...

Não findou as primeiras palavras, e a trabalhadora, em tom austero e quase acusatório, o interrompeu, perguntando:

- E o que você fez para que exista esta afinidade, para que ela goste da sua presença?!...

De meu lado, acomodada já inquieta no assento que me fora destinado, intuí na mesma hora que deveria se tratar daquele mesmo mentor que já vinha acompanhando-me e orientando o desenvolvimento da minha sensibilidade mediúnica para a escrita.
Todavia, não podia falar nada, porque o paciente nada podia dizer no decurso da entrevista, segundo as regras da casa.

O espírito em manifestação, através do incorporador, deteve-se  - notei - como se algo perplexo do que ouvia.

E ensaiou dizer alguma coisa a mais em tom cordato; mas já a doutrinadora, inamovível de suas convicções prévias de que se tratava, todo visitante, de algum tipo de obsessor, ou talvez algum súcubo ou íncubo, retomou a palavra, e, decidida, procedeu ao arremate usual de doutrinação ao qual mais de uma vez já presenciara, não apenas nos episódios de minhas sessões, como nas de que ouvi contar de outros:

- Veja, meu irmão! Veja o que pode acontecer com você se continuar ao lado dela! Atente no seu futuro!

Na época, não entendi bem a que ela aludia.

Compreendi, depois, tratar-se, aquela providência, de algum tipo de recurso de que os trabalhadores da Casa lançavam mão, no sentido de projetar a consciência do espírito em manifestação para a visualização futura das possíveis consequências dos seus malfeitos junto aos reencarnados aos quais obsidiavam.

O visitante, neste ponto - observei - após mais alguns instantes em silêncio, comentou algo em concordância. Qualquer coisa próxima a um "compreendo", sem maiores anotações.

Despediu-se em seguida.

Mais tarde compreendi, com maior lucidez sobre o episódio equivocado, que só lhe restou esta opção, por respeito a um impasse originado nas limitações óbvias da médium, que o impediu de extrair o proveito pretendido, qual, talvez, o de me dirigir alguma palavra orientadora para aquela fase de minha vida.

Saí do episódio francamente confusa, sem entender bem.

E, só mais tarde, pude compreender que fora a minha sensibilidade, naquela situação, mais aguçada para a identificação da manifestação do mentor querido, e mais reveladora da realidade do que acontecia, do que o treinamento talvez bem intencionado e exaustivo daquela médium da Casa espírita, visto que a sua percepção mediúnica e interpretação de contexto foram inteiramente equivocadas na ocasião.

O leitor conhecedor de algo dos trabalhos deste teor  em outras instituições poderia alegar que talvez se tratasse mesmo da visita insidiosa de algum obsessor.

Todavia, a isto argumento que, já naquela época, eu mesma conseguia distinguir com algum acerto, via sensibilidade sendo francamente desenvolvida neste sentido, uma presença de padrão obsessivo, ou algo diferente.

Fisicamente sentia o efeito das energias nocivas.

E, durante o período em que frequentei aquela bateria de trabalhos da Casa, aconteceu destes se fazerem presentes, vez ou outra. Houve o caso de uma obsessora encarniçada baixar no médium, transcendendo ressentimento flagrante na própria entonação de voz.

Alegava estar me cobrando alguma dívida, não dela mesma, mas contra algum malfeito de passado que comprometeu algum afeiçoado seu.

Com esta, assim, não havia dúvidas; e o trabalho de doutrinação se fez longo, melindroso, mas eficiente.

Muitas nuances, portanto, denunciam ao paciente estudioso, e não alheio às particularidades mediúnicas das próprias vivências, de quem se trata os que comparecem para nos dirigir palavras de alento, orientação, ou, por outra, acusações agressivas ou intenções de vindita. 

Porque não fazem por onde ocultar, via de regra, ali, onde diante dos guias da Casa nada pode ser dissimulado, as suas reais intenções.

Mas o visitante daquele dia, de início, já se fazia polido e cordato.
O teor do que enunciava evidenciou, logo nos primeiros momentos, os objetivos pacíficos de sua visitação.

Como normalmente é difícil encontrar uma Casa Espírita dispondo de alguma sessão específica para que os mentores e guias possam se manifestar, naquele endereço em particular, pelo visto, eles utilizavam os trabalhos desobsessivos para somar sua intercessão luminosa aos esforços dos médiuns.

Então, totalmente precipitada fora a atitude da médium que o recebeu, por antecipação, como obsessor.

Serve para reflexão.

(Christina Nunes - meridius@superig.com.br)



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Um pacto de amor eterno



Existe uma hora na vida em que a mulher mais fraca do mundo se torna a mais forte e a mais pobre se sente absolutamente rica e onipotente. 
É o momento em que, mãe, ela segura no colo seu filho recém-nascido. Se até ali era escrava, transforma-se em rainha.
Acabou de fazer um pacto de amor que, entre todas as alianças da Terra, é o único que não se desfaz.
Adquiriu um poder jamais superado por qualquer outro. Em luta por seu lugar na sociedade, buscando seus próprios caminhos a mulher é, hoje, um ser com projetos autônomos.
Mas há um projeto que continua sendo permanentemente seu, do qual não abre mão e no qual nenhum homem a iguala, podendo apenas olhar para ela com espanto: o da maternidade. 
Para melhor desempenhá-lo, a mulher se quer livre: livre, até mesmo para ter consciência de que seu filho deve crescer.
E precisava sair do ventre para o colo, do colo para a rua, da rua para o mundo.
Mundo que ele há de transformar, na medida em que teve uma mãe digna deste nome.

(Heloneida Studart)

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Alma - Simone


Letra lindíssima!

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25 janeiro 2013

Formas-pensamento - Que tipo de energia sua mente cria?




Forma-pensamento

Como se cria:

O conteúdo moral do pensamento projetado determina as formas exteriorizadas captadas pelos médiuns videntes.

Sentimentos de ódio ou amor, felicidade ou tristeza, agressividade, medo e rancor.

Cada pensamento produz uma imagem específica, de formas ternas a aparências monstruosas e horrendas.

As formas-pensamento são plasmadas em matéria sutil imperceptíveis ao nosso olhar.

Elas são capazes de se movimentar e de certo modo, interagir com o meio em que se manifestam enquanto recebem injeções de vibração projetante.

O mal que faz:

O assunto é assustador e, segundo o alerta do médium capixaba João Marcio, da casa espírita Bom Pastor, o homem não tem a menor idéia do potencial do seu pensamento. 

Ele atua como uma força e pode prejudicar ou ajudar bastante a vida do ser humano.

"Se os meus pensamentos estão centrados em uma determinada coisa, local ou pessoa, a forma criada por estes pensamentos, seja ela feia ou bonita, estará projetada na direção desse objetivo e ficará lá trabalhando, influenciando o meu foco de desejo.

Se vibro luz, elas levam luz, se vibro trevas, elas levam trevas.

Mas o que não podemos esquecer é que a situação emocional da pessoa que emite o desejo é que molda a forma-pensamento. 

Vários videntes afirmam presenciar cenas de formas monstruosas acompanhando determinadas pessoas.

Se a pessoa concentra seus pensamentos em si mesma , eles ficam à sua volta influenciando-a e interagindo constantemente com ela", finaliza João, mostrando que o mal está junto de nós. Depois é que ele se multiplica, espalhando-se ou atraindo as energias que vibram na mesma faixa e sintonia de pensamento.

É desta forma que os obsessores nos reconhecem e chegam até nós, com suas influências. [...]

"Diz-me o que pensas e te direi com quem andas"


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BIG BROTHER BRASIL: Sintonia Umbralina



A entidade que estimula o estudo e aplica pedagogias de ensino adequadas às idades das pessoas é uma escola. As academias têm o costume de promover o preparo físico; as igrejas, templos, centros espíritas e espiritualistas aconselham e orientam práticas para a ligação com a divindade. 

Então, eu pergunto: o que é algo que estimula a vaidade, a superficialidade, o sexo e o consumo de bebidas alcoólicas?

Pense em um propósito maior, em uma noção mais ampla: qual seria o objetivo de um programa de TV - exibido em um dos países do mundo que mais se assiste televisão - em estimular as brigas, disputas, batalhas emocionais, guerras de vaidades e muita, mas muita deturpação de valores morais? Seria um objetivo elevado e de moral superior?

Óbvio que não!

Estamos falando de uma programação que estimula em 90% dos casos, a elevação de emoções, pensamentos e sentimentos negativos, de baixo calão, portanto, distanciados dos valores espirituais sublimes e do amor universal.

Até esse momento, eu estou expressando a minha simples opinião pessoal, pois sinceramente acredito que o Big Brother Brasil não estimula, não inspira e nem incentiva qualquer tipo de valor que deva ser aproveitado ou que gere benefícios humanitários.

Nunca tive vontade de escrever sobre o assunto, até mesmo para não dar mais força a ele, pois quanto mais falamos, mais tornamos visíveis, então, por prática pessoal, aquilo que não quero que exista mais, sinceramente decido não falar, entretanto, depois de uma orientação espiritual que recebi, decidi que relataria o ocorrido em um texto. Vamos ao ocorrido.

Era uma terça-feira, eu estava sentado na cadeira da sala, usando o computador que estava sobre a mesa redonda. No outro ambiente ao lado, deixei a TV ligada, mas eu não estava assistindo nada. 

Para ser mais objetivo, acabei deixando o aparelho ligado por puro descaso, entretanto, era possível ouvir toda a programação dali da mesa em que eu estava.

Continuei concentrado na minha tarefa em frente ao computador, quando foi possível ouvir o início do referido programa.

Não me importei com nada e continuei concentrado na minha tarefa, sem me interessar pelo programa que se iniciava. 

Neste momento, surgiu ao meu lado a presença extrafísica (em espírito) de Antônio. Trata-se de um amparador que aparenta um professor Grego, um pouco mais de 1,80m de altura, cabelos negros e volumosos, roupas brancas feitas à moda grega antiga.

Ele se aproximou de mim e disse:

"Esse programa atingiu o seu ápice no que tange à formação de um psiquismo espesso e denso. Agora que por vários anos uma atmosfera de discórdia, sexo, promiscuidade, vaidades excessivas se cristalizaram ao redor desse acontecimento, o plano denso facilmente encontrou condições de utilizar este programa como um irradiador de densidades para todos os seus expectadores.

São muitos anos de brigas, intrigas, sexualidade desvairada e desinteresse por valores mais elevados, o que constrói uma nuvem negra de fluidos maléficos. 

Ao sintonizar-se com esse acontecimento, o expectador recebe uma volumosa carga de fluídos densos que é engenhosamente manipulada por especialistas das sombras, para que os seus lares sejam lentamente densificados, em especia, pela ressonância mórfica da compreensão do programa e da falta de vínculos espirituais mais fortes por parte de todos que se prendem a essa rotina.

A ignorância cobra o seu preço. 

A massa de expectadores nem imagina que uma simples sintonia com um programa de TV pode trazer tantas influências negativas aos seus lares, pois não compreendem algumas leis naturais que só podem ser entendidas por seres abertos aos movimentos cósmicos mais sutis.

No plano espiritual, os mensageiros da luz nada podem fazer senão alertar para o fato de que a ligação com valores espirituais é o melhor caminho para uma vida de bem e amor. 

"Semelhante atrai semelhante" quer dizer que a força que você segue torna-se o seu manancial.

Embora a humanidade já tenha conhecimento dos exemplos de grandes seres de luz que já passaram por aqui, bem como já esteja banhada por muito conhecimento universal, são os instintos primitivos que reinam com maior preponderância em relação aos valores espirituais.

Tecnicamente falando, quando um expectador se conecta ao referido programa por vários dias em seguida, e ainda se envolve emocionalmente com os seus acontecimentos, ele começa a formar em seu ambiente e em seu corpo espiritual, formas-pensamento exatamente semelhantes as que estão pairando sobre o local físico da casa onde se reúnem os integrantes do programa televisivo.

Depois da formação dessa energia chamada forma-pensamento, o que está lá dentro da casa também estará na aura da pessoa expectadora, pois, em um processo de simbiose natural, as formas-pensamento tornar-se-ão entidades vivas agindo como organismos pensantes e pulsantes.

A considerar que a humanidade como um todo tem enormes desafios no que tange a busca da angelitude de suas almas, e que essa caminhada ainda mostra-se muito longa, é de tal modo, sensato analisar que a hipótese de abandonar o hábito de sintonizar-se com tais programas seja uma alternativa saudável.

As forças negativas que convergem na direção dos expectadores são potencializadas por entidades escurecidas, habitantes de atmosferas sub-umbralinas, muitíssimo interessadas na decadência da raça humana.

E, por último, é pertinente evidenciar que tais forças extrafísicas malignas têm como prática a utilização de acontecimentos populares de baixa moral, para a impregnação em massa de estímulos primitivos".

Depois de finalizar sua explicação, da mesma forma que chegou, Antônio olhou para mim e serenamente se despediu.

Fiquei completamente absorto em minhas reflexões. Logo depois de alguns segundos, corri na TV e a desliguei. Em seguida, coloquei o cd do Krishna Das, ouvi mantras por duas horas, em seguida, enquanto terminava minhas tarefas daquela noite.

Como escritor, ora inspirado pelos amigos extrafísicos, ora estimulado por meu próprio querer, peço a você, leitor, que caso não concorde com uma só palavra que aqui foi dita, que não me critique, apenas me ignore e pronto!

Eu não quero me promover, não quero aparecer, apenas faço o que faço pois sou estimulado por um chamado interno, então, não tenho o objetivo de obrigar ninguém a nada.

Gosto da reflexão, gosto do " filosofar"! Então, aí está, um tema bastante polêmico para você refletir e filosofar. Será que o que está escrito nessas linhas é um completo absurdo, que seu escritor é um perfeito lunático ou o conteúdo exposto deve ser analisado com respeito e seriedade?

A decisão é sua. A minha eu tomei de apresentar o que me foi passado.

Bruno J. Gimenes - sintonia@luzdaserra.com.br

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Bruno é co-fundador do portal Luz da Serra, conheça: www.luzdaserra.com.br

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Aquilo que seremos



A Humanidade está dividida em duas partes:  os que acreditam em reencarnação e os que vão acreditar.

(Sir Joseph  Oliver Lodge)

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O exílio luminoso de Victor Hugo



Todos os seres são, foram e serão.

Que haja cinza no coração que leva lama à frente, todo o ser é imortal como essência e conquista o que se lhe deve pela lei que o governa. O fato de ser pequeno, imperceptível, não é motivo para não ter porvir; nada padece em vão.

Tudo vive. A criação esconde os renascimentos.

Chama de Deus, a alma existe em todas as coisas. O mundo é um conjunto em que nada está só! Todo corpo esconde um espírito! 

Toda carne é uma mortalha e para ver a alma é preciso compreender o sudário.

Todo ser, qualquer que seja, do astro ao estrume, do estúpido ao profeta é um espírito arrastando uma forma final.

(Victor Hugo)

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Victor Hugo, poeta nacional da França, dedicou boa parte de sua vida literária e espiritual à Doutrina Espírita.

Seu talento encontrou, nos princípios desta, fontes de inspiração que lhe permitiram escrever páginas brilhantes, as quais continuam guiando o pensamento humano sobre os grandes problemas metafísicos e religiosos.

As Contemplações, Raios e Sombras, A Lenda dos Séculos revelam conceitos realmente comovedores. Nestes livros o poeta manifestou uma profunda sabedoria espiritual como que inspirada por grandes potências do mundo invisível. É que Hugo, sempre a serviço da verdade, tudo escreveu interrogando o Mais Além.

Seu gênio romântico cresceu com a visão espírita do mundo; por isso, seu romantismo foi como uma conseqüência desses mistérios espirituais que sempre o rodearam.

Em Jersey, junto ao tripé mediúnico, o mesmo que foi usado pelas sacerdotisas de Apolo para dar oráculos em Delfos, enquanto o mar batia furiosamente à costa, foi que concebeu suas grandes visões poéticas e sobrenaturais. Polemizou em verso com entidades invisíveis, com o que comprovou a existência do mundo dos espíritos.

O poeta sabia que o tripé era um instrumento mágico pelo qual a luz do mundo invisível pode vencer as trevas da terra.

Sentia-se na Ilha de Jersey como João em Patmos, razão pela qual pode ser considerado como o fundador da Patmologia Espírita. 

Falou com o espírito em meio ao mar e escreveu um novo Apocalipse. Relacionou-se empregando a linguagem de Ronsard com Moliére e A Sombra do Sepulcro, duas elevadas personalidades mediúnicas.


O mar e a solidão acompanharam-no sempre e foram até seus confidentes.

Não obstante, aquela Ilha de Jersey tinha a virtude de povoar-se de entidades invisíveis que lhe falaram de liberdade, amor e recordações. 

Sua filha Leopoldina, desaparecida em um naufrágio, se lhe fez presente por meio do tripé mediúnico e falou com sua alma de modo terno.

O poeta sabia que os mortos não são devorados pelo abismo e que as distâncias metafísicas não podem alijá-los dos homens. Por isso, dizia: "Peçamos justiça à morte, mas não sejamos ingratos com ela. A morte não é, como se diz, uma queda nem uma emboscada".

Proclamou, assim, que os mortos voltam.

Resistia a aceitar um Além, que impedia os espíritos desencarnados de comunicar-se com os homens. 

Aceitava, em troca, um mundo invisível comunicando-se com o visível; o invisível era para o poeta um templo repleto de presenças espirituais sempre disposta a relacionar-se com a mente e o coração dos povos. Foi por isso que disse: "Os mortos são os invisíveis e não os ausentes". [...]

( O exílio luminoso – in “Victor Hugo Espírita”, de Humberto Mariotti)

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22 janeiro 2013

Dica de vídeo: "A Revolução dos Livros"



O pecuarista Robson Cézar Correia de Mendonça morava em Alegrete, interior do Rio Grande do Sul, ao lado de sua mulher e seu casal de filhos.

Em busca de uma vida melhor, viajou a São Paulo após vender seus bens e sofreu um duro golpe do destino: foi assaltado logo em sua chegada na cidade, tornando-se um morador de rua.

Após um ano sobrevivendo nesta condição, soube da morte de sua mulher e filhos decorrente de um acidente de carro. Ao tentar se informar melhor sobre o ocorrido, procurou a Câmara Municipal paulista, onde foi barrado pelos seguranças por ser um morador de rua sem estudo.

Impedido ainda de retirar livros em bibliotetas, pelo fato de não ter como comprovar residencia, deu início ao projeto Bicicloteca, uma iniciativa que visa dar acesso à cultura aos moradores de rua da cidade de São Paulo.


Marcou-o especialmente o livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, que encontrou em uma minibiblioteca de um albergue no Brás. O título da obra chamou a sua atenção.

"Comecei a pensar que, se os animais são capazes de mudar suas vidas, por que nós, que somos animais racionais, não podemos mudar?"

Abaixo um Documentário sobre o "Projeto Bicicloteca", de Robson Mendonça, intitulado “A Revolução dos Livros”, produzido para a disciplina Projetos em Televisão, do curso de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP (CJE/ECA/USP), com orientação da professora  Egle  Spinelli.

Vale a pena conferir.




Fontes:



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Ama sempre



Ama sempre.
E quando estiveres a ponto de descrer do poder do amor, lembra-te do Cristo; o Senhor sabia que o mundo de seu tempo estava repleto de espíritos endividados perante a Lei, que Ele não poderia invalidar os arestos da justiça para o reajustamento dos culpados, compreendia que as criaturas hipnotizadas pelo vício não lhe dariam atenção, que deveria contar com a hostilidade daqueles mesmos a quem se propunha beneficiar, permanecia convicto de que o extremo sacrifício lhe seria o coroamento da obra; entretanto, consubstanciando em si mesmo o infinito amor que Deus consagra à Humanidade, veio ao mundo, mesmo assim.

(Chico Xavier / Emmanuel)

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