"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

31 julho 2013

Das ilusões





Meu saco de ilusões, sempre cheio tive-o.
Com ele ia subindo a ladeira da vida,
E, no entretanto, após cada ilusão perdida...
Que extraordinária  sensação de alivio!

(Mario Quintana)


*   *  *

Seja o Cisne



Talvez o maior desafio da vida moderna seja sermos nós mesmos em um mundo que insiste em modelar nosso jeito de ser.

Querem que deixemos de ser como somos e passemos a ser o que os outros esperam que sejamos.

Aliás, a própria palavra “pessoa” já é um convite para que você deixe de ser você.

“Pessoa” vem de “persona”, que significa “máscara”.

É isso mesmo: coloque a máscara e vá para o trabalho.

Ou vá para a vida com a sua máscara.

Talvez o sentido do elogio: “Fulano é uma boa pessoa”, signifique na verdade: “Ele sabe usar muito bem a sua máscara social”.

Mas qual o preço de ser bem adaptado?

O número de depressivos, alcoólatras e suicidas aumenta assustadoramente.

Doenças de fundo psicológico como síndrome do pânico e síndrome do lazer não param de surgir.

Dizer-se estressado virou lugar-comum nas conversas entre amigos e familiares.

Esse é o preço.

Mas pior que isso é a terrível sensação de inadequação que parece perseguir a maioria das pessoas.

Aquele sentimento cristalino de que não estamos vivendo de acordo com a nossa vocação.

E qual o grande modelo da sociedade moderna?

Querer ser o que a maioria finge que é.

Querer viver fazendo o que a maioria faz.

É essa a cruel angústia do nosso tempo: o medo de ser ultrapassado em uma corrida que define quem é melhor, baseada em parâmetros que, no final da pista, não levam as pessoas a serem felizes.

Quanta gente nós não conhecemos, que vive correndo atrás de metas sem conseguir olhar para dentro da sua alma e se perguntar onde exatamente deseja chegar ao final da corrida?

Basta voltar os olhos para o passado para ver as represálias sofridas por quem ousou sair dos trilhos, e, mais que isso, despertou nas pessoas o desejo de serem elas mesmas.

Veja o que aconteceu a John Lennon, Abraham Lincoln, Martin Luther King, Isaac Rabin…

É muito perigoso não ser adaptado!

Essa mesma sociedade que nos engessa com suas regras de conduta, luta intensamente para fazer da educação um processo de produção em massa.

A maioria das nossas escolas trabalha para formar estudantes capazes de passar no vestibular.

São poucos os educadores que se perguntam se estão formando pessoas para assumirem a sua vocação e a sua forma de ser.

Quantos casos de genialidade que foram excluídos das escolas porque estavam além do que o sistema de educação poderia suportar.

Conta-se que um professor de Albert Einstein chamou seu pai para dizer que o filho nunca daria para nada, porque não conseguia se adaptar.

Os Beatles foram recusados pela gravadora Deca!

O livro “Fernão Capelo Gaivota” foi recusado por 13 editoras!

O projeto da Disney World foi recusado por 67 bancos!

Os gerentes diziam que a idéia de cobrar um único ingresso na entrada do parque não daria lucros.

A lista de pessoas que precisaram passar por cima da rejeição porque não se adaptavam ao esquema pré-existente é infinita.

A sociedade nos catequiza para que sejamos mais uma peça na engrenagem e quem não se moldar para ocupar o espaço que lhe cabe será impiedosamente criticado.

Os próprios departamentos de treinamento da maioria das empresas fazem isso.

Não percebem que treinamento é coisa para cachorros, macacos, elefantes.

Seres humanos não deveriam ser treinados, e sim estimulados a dar o melhor de si em tudo o que fazem.

Resultado: a maioria das pessoas se sente o patinho feio e imagina que todo o mundo se sente o cisne.

Triste ilusão: quase todo mundo se sente um patinho feio também.

Ainda há tempo!

Nunca é tarde para se descobrir único.

Nunca é tarde para descobrir que não existe nem nunca existirá ninguém igual a você.

E ao invés de se tornar mais um patinho, escolha assumir sua condição inalienável de cisne!"

Pense nisso!!!



(Roberto Shinyashiki)



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Delirante - João Neto e Peixinho


Divulgando música de qualidade!

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Deus não demora, ele capricha...


O que faz mal à saúde...


30 julho 2013

Como defender-se das energias negativas


Todos nós sabemos que as energias negativas são uma das maiores preocupações do ser humano.

Elas nos alcançam em qualquer lugar do planeta.

Mas, podemos nos defender, começando a tomar uma série de atitudes e providências.

Abaixo seguem seis dicas para começar a combatê-las.


1. NÃO TEMER NINGUÉM

Uma das armas mais eficazes na subjugação de um ser é impingir-lhe o medo.

Sentimento capaz de uma profunda perturbação interior, vindo até a provocar verdadeiros rombos na aura, deixando o indivíduo vulnerável a todos os ataques.

Temer alguém significa colocar-se em posição inferior, temer significa não acreditar em si mesmo e em seus potenciais; temer significa falta de fé.

O medo faz com que baixemos o nosso campo vibracional, tornando-nos assim vulneráveis às forças externas.

Sentir medo de alguém é dar um atestado de que ele é mais forte e poderoso. Quanto mais você der força ao opressor, mais ele se fortalecerá.


2. NÃO SINTA CULPA

Assim como o medo, a culpa é um dos piores estados de espírito que existem.

Ela altera nosso campo vibracional, deixando nossa aura (campo de força) vulnerável ao agressor.

A culpa enfraquece nosso sistema imunológico e fecha os caminhos para a prosperidade.

Um dos maiores recursos utilizados pelos invejosos é fazer com que nos sintamos culpados pelas nossas
conquistas.

Não faça o jogo deles e saiba que o seu sucesso é merecido. Sustente as suas vitórias sempre!


3. ADOTE UMA POSTURA ATIVA

Nem sempre adotar uma postura defensiva é o melhor negócio.

Enfrente a situação.

Lembre-se sempre do exemplo do cachorro: quem tem medo do animal e sai correndo, fatalmente será perseguido e mordido. Já quem mantém a calma e contorna a situação pode sair ileso.

Em vez de pensar que alguém pode influenciá-lo negativamente, por que não se adiantar e influenciá-lo beneficamente? Ou será que o mal dele é mais forte que o seu bem? Por que será que
nós sempre nos colocamos numa atitude passiva de vítimas?

Antes que o outro o alcance com sua maldade, atinja-o antecipadamente com muita luz e
pensamentos de paz, compaixão e amor.


4. FIQUE SEMPRE DO SEU LADO

A maior causa dos problemas de relacionamentos humanos é a "Auto-Obsessão" .

A influência negativa de uma pessoa sobre outra sempre existirá enquanto houver uma idéia de dominação, de desigualdade humana, enquanto um se achar mais e outro menos, enquanto nossas relações não forem pautadas pelo respeito mútuo.

Mas grande parte dos problemas existe porque não nos relacionamos bem com nós mesmos.

"Auto-Obsessão" significa não se gostar, não se apoiar, se auto-boicotar, se desvalorizar, não satisfazer suas necessidades pessoais e dar força ao outro, permitindo que ele influencie sua vida, achar que os outros merecem mais do que nós.

Auto-obsediar-se é não ouvir a voz da nossa alma, é dar mais valor à opinião dos outros.

Os que enveredam por esse caminho acabam perdendo sua força pessoal e abrem as portas para toda sorte de pessoas dominadoras e energias de baixo nível.

A força interior é nossa maior defesa.


5. SUBA PARA POSIÇÕES ELEVADAS

As flechas não alcançam o céu.

Coloque-se sempre em posições elevadas com bons pensamentos, palavras, ações e sentimentos
nobres e maduros.

Uma atmosfera de pensamentos e sentimentos de alto nível faz com que as energias do mal, que têm
pequeno alcance, não o atinjam. Essa é a melhor forma de criar "incompatibilidade" com as forças do mal.

Lembrem-se: energias incompatíveis não se misturam.


6. FECHE-SE ÀS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS

As vias de acesso pelas quais as influências negativas podem entrar em nosso campo são as portas que levam à nossa alma, ou seja, a mente e o coração.

Mantenha ambos sempre resguardados das energias dos maus pensamentos e sentimentos, e fuja das
conversas negativas, maldosas e depressivas.

Evite lugares densos e de baixo nível.

Quando não puder ajudar, afaste-se de pessoas que não lhe acrescentam nada e só o puxam para o lado negativo da vida.

O mesmo vale para as leituras, programas de televisão, filmes, músicas e passatempos de baixo nível.





* * *

Estava escrito


Meu Deus, quando renasci nesta vida trouxe comigo todas as minhas misérias passadas, dívidas pendentes que Tu, em silêncio, pedia que eu saldasse em nome de minha própria paz!...

Assim, vim ao mundo com inclinações que me diziam ao coração de todos os riscos a que estava submetido, pois que a carne é teia hipnótica a enredar a alma em ilusões e enganos e que só tarde demais revela os danos causados ao espírito invigilante...

Mas, ao lado da minha fragilidade perante as provas, e da desanimadora certeza de queda, estava a Tua força e o Teu amor, qual redoma de insuspeitável energia a me amparar a caminhada!

Foi assim que ao deparar-me com as primeiras lágrimas, estava escrito que eu desanimaria...

Mas, entre o véu que encobriu minha face eu vi Teu sorriso e o meu pranto amainou suavemente.

Aprendi a sorrir contigo para enfrentar a dor e a dor tornou-se lição suportável e passageira...

Quando os instintos violentos que falam do animal que ainda sou ergueram-se em ímpetos homicidas contra aqueles que me aborreciam a caminhada, estava escrito que eu me submeteria...

Mas então vi sobre minha raiva o Teu olhar de cordeiro imolado e minhas mãos envergonharam-se de si mesmas e desde então oferecem vida ao derredor, auxiliando, acarinhando e protegendo!...

Quando o corpo pediu-me a saciedade dos brutos através do prazer sem responsabilidade, estava escrito eu eu me deixaria seduzir...

Mas então Teu coração pulsou junto ao meu peito a falar de um amor que ainda não havia experimentado, e nunca mais o visco dos maus hábitos teve sobre a minha emoção o mesmo fascínio de antes!...

Quando tive a oportunidade de apropriar-me de bens e riquezas, beneficiando-me indevidamente em detrimento da lei, Tua e dos homens, estava escrito que eu me deixaria arrastar...

Porém, vi Tua preocupação sobre meus movimentos e devolvi, incontinenti, o que não me pertencia e aprendi no trabalho honesto a cuidar de mim e a bastar-me com desvelo e probidade!...

Quando os compromissos assumidos tornaram-se incômodo obstáculo ao que supunha ser felicidade, estava escrito que eu desertaria...

Mas, antes que eu abandonasse os meus deveres, complicando-me o próprio destino, Tu me mostrou a tua inalterável paciência para comigo, não obstante todos os meus erros e defeitos, e eu voltei atrás, reconsiderando votos e promessas, para amar um pouco mais e entregar em Tuas mãos o término da minha provação!...

Quando adoeci e a dor chegou-me dizimando as forças, quando meu corpo maltratado enfraqueceu minha alma de toda fé e toda coragem, estava escrito que eu não sobreviveria...

Mas então vi os padecimentos que suportastes em nome do amor imenso que nos devotas, e silenciosamente trabalhei minha recuperação para prosseguir vivendo, produzindo e auxiliando, com muito mais alegria e disposição que antes!...

Quando o abismo abriu-se aos meus pés e a idéia da morte afigurou-se-me com única saída, estava escrito que eu me deixaria cair...

Mas entre as vibrações do desespero insano em que me arrojava, eu senti Teu abraço a proteger-me a vida e desde então procuro amar-me com Tu me amou naquela hora triste, reconhecendo na existência humana precioso estágio de superação de medos, fugas e fraquezas!...

Em minha vida toda, meu Deus, estava escrito que tropeçaria nas deficiências e dificuldades que trago comigo...

Estava escrito, não por Tuas amorosas mãos, mas pela minha própria fragilidade humana, que eu não seria capaz de vencer a mim mesmo, que entre todas as tentações, vícios, covardias e más tendências, eu me enredaria mais uma vez e fracassaria...

Mas, e como o meu coração se alegra hoje ante esta constatação, está escrito também que Tu modificas todos os dias o nosso destino com a força do amor que nunca nos abandona, e permaneces ao nosso lado, caminhando conosco, passo a passo, até nos saber capazes e seguros para seguirmos com nossas próprias forças, rumo à glória que nos está destinada em Teu reino eterno de Amor, Paz e Justiça, para todo o sempre!

Assim seja!




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27 julho 2013

Dica de livro: "Eustáquio: Quinze séculos de uma trajetória" – de Abel Glaser/Autor Espiritual Cairbar Schutel.


Como seria se nós pudéssemos saber quais foram nossas reencarnações anteriores? Pelo menos as mais significativas em relação à nossa evolução espiritual.

Neste livro, ao acompanhar a evolução de Eustáquio, é inevitável a reflexão sobre nossa encarnação atual e suas aparentes injustiças. 

No livro "Eustáquio: Quinze séculos de uma trajetória" – de Abel Glaser/Espirito Cairbar Schutel, nós acompanhamos o desenvolvimento espiritual de Eustáquio, o general de Clóvis, o rei dos Francos, durante 17 encarnações.

No texto abaixo um resumo destas vidas, servindo como exemplo de que tudo o que vivemos e todo o sofrimento e as dificuldades que enfrentamos tem uma razão de ser.

Editora O Clarim. 

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RESUMO DO LIVRO “EUSTÁQUIO - QUINZE SÉCULOS DE UMA TRAJETÓRIA”

(pelo espírito Cairbar Schutel , através do médium Abel Glaser)


São 17 vidas narradas, do ano de 445 a 1945.
O espírito Eustáquio teve numerosas vidas antes da primeira vida narrada neste livro. 
Os nomes dos países natais estão atualizados.


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NA SENDA DO ERRO: de 445 a 1080


-1ª EUSTÁQUIO ( FRANÇA) . De 445 a 500.

Pais amorosos e ricos. Dão-lhe boa educação. Desde criança sente-se satisfeito por prejudicar seu próximo.
Aos 15 anos tem tuberculose, causada por obsessores. É curado por intermédio de Genebaldo, médium cristão humilde que tem uma casa de oração, de quem despreza bons conselhos.
Torna-se general. É impiedoso, cruel, arrogante, assassino, ambicioso, ladrão, adúltero.
Saqueia e incendeia vila de seu próprio reino, determinando a morte de todos os seus habitantes. Estes outrora foram romanos assassinos de cristãos nas arenas.
Desencarna e sofre com a ação de seus obsessores. Conhece a traição conjugal que sua esposa lhe fazia. Torna-se obsessor e, na disputa pelo comando de outros obsessores, faz um inimigo, o capitão Tergot. 
Um momento de reflexão sobre o objetivo da vida proporciona seu resgate por bons espíritos da cidade espiritual Alvorada Nova.
Fica 5 anos em sono profundo recordando os últimos 500 anos de existência e 3 anos recordando os conselhos bons que ouviu nas últimas existências. Sua mãe na última encarnação o auxilia.


- CARLO (ITÁLIA). De 600 a 635.

Sua mãe é o mesmo espírito que na vida passada foi mãe de Eustáquio, vindo com a missão de ajudá-lo. Ela não precisava reencarnar mais na Terra. Carlo é pobre, revoltado com a pobreza, rancoroso, vingativo, ladrão, assassino. Sua esposa Ana é cruel e rude, obrigando-o a conseguir riqueza a qualquer custo. É preso e morre de Hanseníase na prisão.
Desencarna e vê seu corpo se decompondo. Sofre pela ação de obsessores. É resgatado para Alvorada Nova, onde relembra o passado e é orientado para reencarnação compulsória (obrigatória).


- 3ª PIETRO (ITÁLIA). De 692-750.

É abandonado na infância. Sua mãe adotiva o maltrata, levando-o a fugir e a viver como mendigo. Tem retardamento mental provindo da desnutrição. Não consegue viver em trabalho honesto. Vive embriagado, revoltado com a vida e perseguido por obsessores. Tenta suicídio.
Após a desencarnação é levado para Alvorada Nova, onde prepara-se para reencarnação compulsória.


- 4ª GISCARD (FRANÇA) . De 770 a INÍCIO DO SÉCULO IX

Nobre, rico. Seduz várias jovens. É perseguido pela família de uma jovem que ele engravidou. Para fugir, abandona sua esposa e filhos, passando a viver num mosteiro beneditino com o título comprado de prior (diretor) dos monges. 
Compra o título de bispo. Manda assassinar a esposa que fugiu e também uma amante que o abandonou. É materialista, ambicioso, impiedoso, corrupto, usando seus títulos religiosos para conquista de riqueza e poder. 
Tem como inimigo o bispo Marcel. É assassinado por seu filho bastardo que não perdoou o erro paterno. É levado por espíritos inferiores. 
Depois de se libertar deles, passa 20 anos no Posto de Socorro ligado à Alvorada Nova. Rememoriza erros e acertos da última vida.


- 5ª TATUÍ-PIABA ( BRASIL). De 900 a ?

Nasce em tribo indígena. 
Esta vida objetiva o aprendizado da simplicidade, o desapego aos bens terrenos e o refúgio à ação dos inimigos do passado desencarnados. 
É pajé, orientando e curando com bondade os índios.
Promove intrigas para exercer maior poder, levando sua tribo a assassinatos e confrontos violentos. 
Perde a pajelança e termina sua vida corporal abandonado. Ao desencarnar, é resgatado por espíritos de Alvorada Nova.


- 6ª SAMUEL ( ESLOVÊNIA). De 970 a 1030.

Vida de expiação. Deficiente físico e mental. Triste e revoltado. Somente se alegra quando se desprende pelo sono e contata espíritos bons ou maus. É mais feliz quando se encontra com a que foi sua mãe na 1ª e na 2ª vida narrada, então desencarnada , recebendo dela orientações.
São anos de reflexão.


- 7ª PATRICK (FRANÇA) . De 1080 a 1137.

Epiléptico, empregado de um nobre, inconformado com sua situação, orgulhoso. Encontra-se com inimigos do passado mas não se reconcilia com eles. Promove intrigas. Assassina uma mulher.
Torna-se alcoólatra, adúltero, maledicente, entregando-se às farras.
Após a desencarnação, é obsidiado por anos pela mulher que assassinou, cujo espírito também estava reencarnado na 2ª vida narrada e teve seu corpo morto por Carlo . Depois de liberto, é levado para Alvorada Nova.


- 8ª CHARLES (FRANÇA) . De 1147 a 1216.

Pais sem amor. Tem educação moral e cultural por professor dedicado, que é a reencarnação de Genebaldo (1ª vida narrada). Casa-se por interesse financeiro, sem amor, sendo sua esposa reencarnação de uma filha que abandonou na 4ª existência narrada. Despreza a esposa e os seus 2 filhos. 
Não segue conselho do professor de infância, e vai à Cruzada (guerra “santa”) em 1189. É materialista. No caminho, recebe aviso para desistir da ação militar. A mensagem é dada por um menino, logo morto pelos cruzados, sendo ele a reencarnação da esposa de
Eustáquio (1ª vida narrada) que resgata o erro de ter traído o esposo naquela existência. 
Saqueia um templo com bandidos locais, sendo um deles uma mulher que houvera sido Ana ( 2ª existência narrada). 
Volta da cruzada desanimado e com maus pensamentos que atraem seus inimigos desencarnados. Estes o inspiram a suicidar-se, o que acaba fazendo.
Sofre intensamente por 70 anos no umbral (vale dos suicidas). É socorrido depois de ter o primeiro pensamento de arrependimento e oração. Cientifica-se de ter abreviado apenas 8 meses de sua existência.


- 9ª ÁDILA (ISRAEL). De 1291 a 1333.

Nasce pobre e franzina. Filha de um ladrão e mau caráter que a tenta seduzir constantemente. É raptada por 3 jovens, sendo que 2 deles a estupram, deixando-a grávida. Tem ódio aos agressores, mas não busca se vingar. Doa o filho. É rejeitada pela família. O pai a vende como escrava. 
Depois de vários anos, é vendida para um casal que a liberta. Permanece com sua ex-“dona”, agora patroa, por receber dela amizade e otimismo. 
Quando a patroa desencarna, passa a viver só, fazendo pequenos trabalhos e favores aos vizinhos.
É triste, arrependendo-se de ter doado seu filho que lhe serviria de companhia. Após a desencarnação é levada para Alvorada Nova.


- 10ª MIRANDELA (ITÁLIA). De 1339 a 1393.

Filha de casal grosseiro, materialista e miserável. Sua irmã mais velha a desperta para a religião cristã. Casa-se, e seus três primeiros filhos são as reencarnações dos que a raptaram na vida anterior. Tem uma filha que é a reencarnação do filho que abandonou na vida como Ádila.
O marido é adúltero e irresponsável, terminando por abandoná-la. Ama seus filhos, perdoando assim os seus algozes da vida anterior . É resignada, buscando apoio no cristianismo. Adota algumas crianças abandonadas, inclusive uma deficiente física. Após a desencarnação, é levada para Alvorada Nova.


-11ª JEAN PAUL (FRANÇA). SÉC. XV (vive 45 anos).

Família pobre. O pai abandona a família. Ingressa no exército para sobrevivência e não para conquistas de poder e fortuna. Convive com Joana D'Arc e procura seguir seu exemplo de cristã.
Tem como companheiro um inimigo da 4ª encarnação narrada ( o bispo Marcel), a quem tem antipatia . Mas, por conselhos de Joana, procura não ter atritos com ele.
Desencarna e é levado para Alvorada Nova.



A CAMINHO DA REGENERAÇÃO: DE 1502 A 1945.


-12ª MAXIMILIANO (ITÁLIA). De 1502 a 1572.

Nasce em família modesta e simples. Torna-se culto pela leitura. Faz-se monge beneditino. Abandona o convento por discordar das torturas ali praticadas aos infiéis. Vai para o Vaticano, encontrando-se com inimigo de vida passada, o cardeal Ubaldo, que foi o capitão Tergot da 1ª vida narrada. Este, lhe demonstra ódio.
Desgostoso com a prepotência da estrutura católica, conhece o protestantismo e se converte a ele. Sofre, por isso, condenação do Vaticano, fugindo para não ser preso. 
É capturado e reafirma sua opção pelo protestantismo, ficando 7 anos na prisão do Vaticano. É liberto por protestantes e desencarna na Noite de São Bartolomeu, massacre que os católicos fizeram aos protestantes em 1572.
É levado para Alvorada Nova.


-13ª LUVI (BENIN-África). Fins do séc. XVI- início do séc. XVII.

Desde cedo, órfão de mãe. É abandonado pelo pai. Tem bons sentimentos. Cuida com amor da irmã deficiente física, que é a reencarnação do seu inimigo da vida anterior, o cardeal Ubaldo, também presente n 1ª vida narrada (capitão Tergot).
Esta irmã faz tudo para magoá-lo, mas ele continua amando-a  e cuidando dela com carinho.
É feito escravo por inimigo da 4ª encarnação narrada. Vem para o Brasil juntamente com outro escravo, que é o inimigo do passado bispo Marcel (da 4ª e da 11ª vidas narradas). Por compartilharem muitos anos na mesma vida de sofrimentos da escravidão, tornam-se amigos.
Seu “dono” era um sacerdote português que o humilha e o tortura sempre, tendo sido uma mulher assassinada por Carlo e, em outra vida, por Patrick ( 2ª e 7ª encarnações narradas).
O sacerdote guarda ódio de causa inconsciente por não perdoar essas agressões recebidas nas vidas passadas.
Após a desencarnação, fica 2 anos de sono profundo se recuperando da difícil vida recém findada.


-14ª FREDIANO (FRANÇA). De 1621 a 1648.

A mãe desencarna prematuramente. É abandonado pelo pai e adotado por um casal amoroso. Quando adulto, perdoa o pai biológico e se torna amiguíssimo dele. 
Seu pai é a reencarnação do filho bastardo de Giscard, parricida na 4ª encarnação narrada (assim se dá a reconciliação de dois inimigos após mais de 800 anos).
Torna-se protestante e participa da Guerra dos Trinta Anos contra os católicos. É preso por eles, desencarnando na prisão pela fome e pela fraqueza do corpo físico, causadas pela perversidade de seus opressores.


-15ª LIZANDRO (FRANÇA). De 1737 a 1794.

Nasce rico. Defende as idéias iluministas que combatem a pena de morte, que pregam que Deus é acessível sem a Igreja, e que as leis devem ser justas.
Crê em Deus e na vida após a morte. Um irmão é amigo de vidas passadas. Um inimigo do passado agora faz-se passar por amigo. Não sofre muita perseguição espiritual, pois seus mais cruéis obsessores estão reencarnados. Não se casa, preocupado em ajudar seu país em difícil situação política.
Assessora um dos deputados que colabora na Constituição da Revolução Francesa. Desencanta-se com a política.
Refugia-se em mosteiro beneditino desvinculado do Vaticano, que pratica o amor e a caridade. Doa seus bens materiais. Ao desencarnar, é conduzido à Alvorada Nova.


- l6ª EDUARDO (FRANÇA) Fim do séc. XVIII-1852

Escritor e jornalista, publica artigos e livros sobre política e filosofia. Doa sua herança para se dedicar aos ideais da democracia, das liberdades individuais e das igualdades sociais.
Teve vários relacionamentos extraconjugais, desgostando profundamente sua esposa, que, por isso, desencarna prematuramente. Com remorsos, redobra atenção às duas filhas.
Promove comícios e passeatas protestando contra um golpe de estado, sendo assassinado durante uma dessas passeatas. É levado para Alvorada Nova.


- 17ª JOSÉ (BRASIL). De 1890 a 1945.

Recebe dos pais orientação espírita. Desde jovem, já pensa em fazer caridade. Vai para França, ainda moço, para estudar medicina. Dedica-se a auxiliar os enfermos pobres enquanto estuda.
Encanta a todos colegas pela inteligência e bondade. Sua vida é dedicada a atender pela Cruz Vermelha enfermos das 2 grandes guerras mundiais, da Revolução Russa de 1917 e aos pobres. É poliglota, interessa-se pela arte e literatura.
Permanece solteiro para se dedicar mais a seu próximo. Faz reuniões espíritas nas tendas militares recebendo orientações de seus protetores de Alvorada Nova. Doa a herança que recebe. Expõe sua vida nos combates para salvar os feridos.
Pergunta-se por que existe tanto ódio e ferocidade no mundo. Reencontra-se com inimigos do passado, ora como doentes, ora como companheiros de trabalho, resgatando suas dívidas passadas por seu proceder cristão.


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Tipos de reencarnações de acordo com o grau de evolução do espírito endividado:


1ª- Reencarnação alternativa: é um apoio ao espírito endividado para se desligar de laços do passado. Realizada em local diverso das passadas existências. Nela, o reencarnante não convive com conhecidos de outras vidas. Tem mais expiações do que provas. Exemplos: 5ª e 9ª vidas narradas.

2ª- Reencarnação preparatória: tem um pouco mais de expiações do que de provas. Prepara o espírito para as reencarnações-chaves. Os exemplos são a 6ª, a 10ª e a 14ª vidas narradas. O fracasso nessa reencarnação o sujeita a outra reencarnação semelhante, ou até à reencarnação alternativa.

3ª- Reencarnação-chave: destina-se aos maiores e mais importantes resgates que se tenha a enfrentar. Tem mais provas que expiações. É realizada nos locais onde o espírito cometeu os erros a resgatar, na convivência de pessoas a quem prejudicou. Exemplos: a 8ª , a 15ª, a 16ª e a 17ª vidas narradas.


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ALGUMAS CONCLUSÕES ( de acordo com O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, 2ª parte):

- o espírito Eustáquio, biografado em 17 vidas, ainda terá muitíssimas outras vidas para prosseguir sua evolução até atingir a perfeição, mas em vidas cada vez mais cheias de felicidade e paz, não necessariamente neste mundo;

- todos passamos por numerosas encarnações para a nossa evolução moral e intelectual. A inteligência se desenvolve sempre, mas a moral pode ficar estacionada em uma ou mais vidas;

- podemos encarnar em corpo masculino ou feminino, em raça , país e condição social diversos;

- teremos que resgatar todos os débitos do passado, reconciliando com os inimigos; as leis divinas coloca-nos em relação com eles em ocasiões aparentemente casuais mesmo após séculos do início da inimizade.

- o caminho para a evolução espiritual é o que Jesus e outros grandes missionários ensinaram: desapego aos bens terrenos, amor a Deus e amor ao próximo levando à prática da caridade moral e material com devotamento e abnegação;

- Deus orienta o homem para o bom caminho através de ensinamentos de sábios e bons missionários encarnados em várias regiões e em épocas diversas (Jesus, Buda, Confúcio, etc), através de amorosos conselhos dados por nosso próximo e através das inspirações dos espíritos protetores. Quando o homem não atende a esses convites ao bem, grandes sofrimentos o levam a ser mais humilde, piedoso, crente em Deus e consciente da responsabilidade que tem em cada ação praticada.


AUGUSTO DE OLIVEIRA




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26 julho 2013

Canção do mar




Uma música especial em uma interpretação solo piano belíssima de Jô Martins...

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Eu conheço gente assim...


As coisas mudam...


Bocas cheias de nada...


Unidade




A terra que pisei hoje de manhã  transcende a história.
Primavera e inverno estão presentes neste momento.
A jovem folha e a folha morta são realmente uma.
Meus pés tocam a imortalidade,
E os meus pés são teus.
Ande comigo agora.
Vamos entrar na dimensão da unidade
E ver a cerejeira florescer no inverno.
Porque deveríamos falar sobre a morte?
Eu não preciso morrer para voltar pra ti.

(Thich Nhat Hanh)


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Ir além da dor


Um texto sobre a meditação e seus caminhos nem sempre fáceis, mas que também discorre de forma interessante sobre a dor do corpo e da alma e como enfrentá-las...

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Ir além da dor


Ir além de: precisamos de uma clarificação.

No nosso andar cotidiano passamos pelas coisas - e as deixamos para trás.

As coisas "aproximam-se" e "distanciam-se". Neste aproximar e distanciar, algumas vezes dizemos que vamos "além de" algo.

Ultra-passamos, trans-passamos, "para"-passamos. Deixamos para trás; nós e as coisas estamos "além".

A dor também é algo que se nos aproxima e distancia.

Podemos sentir a sua aproximação e dela nos refugiar, abrigar, proteger.

Sentados peri-imóveis, vemos a sua aproximação. A mão de ferro da dor nos comprime, devagar mas sem hesitação: é decidida, não duvida.  Nos deixamos ficar tensos na compressão deste amplexo.

Assim estamos, então, sentados e em dor. A dor está presente: aproximou-se, porém não se distancia. Diferindo de um ponto pelo qual passamos e deixamos "para trás", a dor permanece. Se desistimos do nosso sentar, evitamos a dor - nos abrigamos dela. 

Mas assim vamos para além dela?

Não; somente a anulamos como possibilidade de ser. Ela torna a ser quando as condições estão postas. 

Torna-se claro que ir além da dor, então, não é dela se distanciar como algo no mundo, como o seria ir além da árvore na esquina. "Ir além" da dor é ultrapassa-la incluindo-a.

Ultrapassar incluindo é como virar a luz da vela para iluminar a chama.

Ao sentar, sentimos a dor. Ela continua existindo, como dor, mesmo quando vamos "para além" dela. Não nos tornamos insensíveis, dela, como dor; não fugimos. Lá - aqui - ela está e continua.

É preciso a aguda e perfurante determinação para ir além da dor; é preciso uma cálida paciência para aprender a soltar, relaxando, nosso corpo da gélida mão pétrea da dor.

É por isto que ir além da dor sempre foi descrito em tons heroicos; determinação e "coragem" são a marca do herói - força de leão, olhar de águia. 

Fora isto, ir além da dor não tem precisamente nada de heroico; é simplesmente a pura determinação de vivenciar o shikantaza* em sua simplicidade.

*****

O melhor a fazer, com relação a dor durante o zazen**, é: vá um pouco além do ponto que você costuma aguentar. 
Depois, simplesmente troque de posição, se preciso. 
Ficar com a dor "heroicamente" deve ser uma escolha, e não uma obrigação. 
Não faça mal a si mesmo, a dor é um bom sinal de algo que não está tão bem assim.

(Seigaku)




*Significa, literalmente, "apenas sentar"

** é a base da prática Zen Budista. O objetivo do zazen é "apenas sentar", com a mente aberta, sem apegar-se aos pensamentos que fluem livremente.




*  *  *




15 julho 2013

Rezar é um santo remédio: a Ciência reconhece o poder da oração



Rezar pode ajudar na cura de enfermidades.

A medicina moderna começa a descobrir e a comprovar os laços que unem a saúde física à vida espiritual.

*

"Vocês são cristãos?" , perguntou o geriatra nissei, ao terminar de examinar meu velho pai, internado às pressas num hospital paulista devido a uma séria crise neurológica motivada pela sua idade muito avançada.

Resposta afirmativa, o médico não hesitou: "Eu sou budista, mas sei rezar o Pai Nosso. Vocês gostariam de rezar comigo?"

Lembro-me que eu e minha irmã nos olhamos um tanto atônitos, mas, sem muito pensar, dissemos sim com a cabeça.

O médico segurou nossas mãos, fechou os olhos e foi em frente: "Pai Nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome, seja feita a Vossa vontade..."

Quando terminou, nosso pai, que momentos antes se agitava em dores, ressonava tranquilamente.

O médico sorriu e foi definitivo: "A oração, às vezes, é um santo remédio" .

Meu pai já faleceu, e muitos anos se passaram desde que esse episódio aconteceu.

Mas ele permanece fresco na minha memória.  Foi uma das provas que tive de que, em certos momentos difíceis, a oração às vezes funciona igual, ou melhor, que um remédio.

Aquele geriatra nissei, por sinal, não é o único que sabe disso.

Além dos remédios  e da cirurgia, muitas pessoas acreditam que rezar e meditar podem influir positivamente na luta contra as enfermidades.

Será que isso tem um fundo de verdade?

Fiz a pergunta a outro profissional médico, o saudoso doutor Sérgio Mortari, que foi cirurgião plástico e médico holista em São Paulo, e o comentário que ele fez surpreendeu.

Disse que, atualmente, alguns dos defensores dessas ideias não são apenas sacerdotes, magos ou charlatões, mas sim médicos que pesquisaram os efeitos benéficos de invocações a Deus – não importando em qual das formas o Absoluto seja apresentado nas diferentes religiões.


Tais invocações, que podem ser na forma de orações, leituras do Evangelho, modalidades de meditação oriental, etc., influem efetivamente nos parâmetros biológicos do corpo, tais como
o ritmo cardíaco, a pressão sanguínea, as secreções hormonais, o estado de humor, os limites de resistência à dor e ao stress.

Dias depois, Dr. Sergio mandou-me fotocópias de estudos que tratavam do tema.

Alguns desses estudos foram desenvolvidos em universidades de prestígio, e os resultados parecem não deixar margem a dúvidas.

Pierluigi Zucchi, diretor do Instituto para a Terapia da Dor,  da Universidade de Florença, Itália, é um dos que estão convencidos de que a oração e a meditação não apenas elevam
sensivelmente os limites de resistência à dor, mas também incrementam a eficácia dos tratamentos com remédios.

Uma das experiências de Pierluigi Zucchi consistiu em proporcionar sessões de leitura e meditação sobre trechos do Evangelho de São João a grupos de enfermos, desconhecendo-se as convicções religiosas de cada um deles.

O estudo revelou, já de início, que o limite de resistência à dor entre os que tinham fé era muito mais elevado. Provavelmente, observou Zucchi, graças à prece e à meditação, nosso cérebro aumenta a produção de algumas substâncias analgésicas, chamadas endorfinas.

Sergio Mortari concordava com a opinião científica do seu colega italiano: 
"Sabemos que nossas emoções influem diretamente sobre o funcionamento da hipófise e de todas as demais glândulas do organismo que produzem hormônios, endorfinas, adrenalina, acetilcolina, etc.
Emoções alegres e positivas melhoram esse funcionamento; emoções pesadas, tristes e negativas podem comprometê-lo seriamente.
Quando uma pessoa está doente, quase sempre cai em depressão. 
Isso afeta a sua endocrinologia e o seu sistema imunológico. 
Quando, através da oração, o doente cria uma expectativa positiva, desperta a sua esperança na cura, isso aumenta a sua imunologia e
colabora para regularizar o seu sistema hormonal.
A medicina conhece muitos casos notáveis de regressão de tumores e de remissão de outras doenças através desses processos" .

Outros estudos apontam para as mesmas conclusões.

Uma pesquisa feita com cinco mil indivíduos, na Universidade da Califórnia, em Berkeley, sustenta que aqueles que vão à missa uma ou mais vezes por semana têm índices de mortalidade de 25-35% mais baixos do que os que não vão à missa.

Em Los Angeles, o Veterans Affairs Medical Center, uma das entidades governamentais norte americanas mais importantes no campo da investigação clínica, desenvolve um programa de
pesquisa sobre as variações da atividade cerebral humana durante a oração.

Esse programa faz uso da sofisticada tecnologia da ressonância magnética e do eletroencefalograma, entre outros recursos.

Ao mesmo tempo, quase uma centena de cientistas se reuniu na Virgínia para debater os efeitos da espiritualidade nas doenças orgânicas. 

Nesse encontro foi apresentado um trabalho desenvolvido pela Darthmouth Medical School, relacionado a pessoas operadas do coração, o qual demonstrava que a porcentagem de cura dos pacientes que se declararam muito crentes era três vezes superior à dos que alegaram não ter nenhum interesse em vida religiosa.

Por seu lado, o Instituto Nacional para o Estudo do Envelhecimento, nos Estados Unidos, revelou que, sobre uma amostragem de 4 mil idosos da Carolina do Norte, a depressão e as
enfermidades físicas afetam muito menos a quem professa uma fé religiosa.

Observou-se que a pressão arterial média das pessoas que frequentam igrejas é mais baixa do que a daquelas que não frequentam.

Todos esses dados parecem confirmar que a oração e a espiritualidade como ajuda nos tratamentos constitui uma realidade difícil de ser refutada.

Essa convicção cresceu a tal ponto que já supera as barreiras de desconfiança que rodeiam as clínicas e hospitais.

Motivo pelo qual o comportamento aparentemente incomum daquele geriatra a rezar o Pai Nosso já não deve causar muito espanto.

Segundo uma recente investigação da Academia dos Médicos de Família Americanos, para 99% dos sócios a fé ajuda a curar, e 80% deles considera que o relaxamento e a meditação deveriam ser incluídos na formação das novas gerações de médicos. 

"Os pacientes que têm convicções negativas a respeito da sua própria doença nunca melhoram tanto quanto aqueles que não perdem a fé e a esperança", conclui um relatório dessa
Academia.

Curiosamente, os estudos sobre reações neuroquímicas relacionadas ao stress foram os que melhor revelaram o que acontece no organismo quando se junta a oração e a meditação aos
remédios.

Herbert Benson, professor da Escola de Medicina de Harvard, investiga o tema há mais de vinte anos.

Ao estudar o metabolismo, as batidas do coração e as ondas cerebrais de um grupo de jovens que praticava formas de meditação, Benson descobriu que havia diferenças sensíveis quando a pessoa se encontrava em repouso ou quando estava em plena atividade meditativa. 

Nesta última condição, os parâmetros químicos do metabolismo diminuíam até 17%, o ritmo respiratório baixava 20%, e também baixava a frequência das ondas cerebrais.

Uma religião não é melhor do que a outra.

Outro dado muito importante emergiu também dessas pesquisas: do ponto de vista da saúde, não existe uma religião melhor que outra.

O mesmo Herbert Benson estudou pessoas no ato de elevar uma prece ou de repetir fórmulas rituais de diferentes sistemas religiosos como o cristão, o islâmico, o budista, o taoista e o confucionista, e verificou que em todos os casos aconteciam as mesmas alterações fisiológicas.

Conclusão: não importa qual seja a fé religiosa, o simples exercício espiritual de elevar a consciência a planos superiores, através da prece ou da meditação, representa benefício para a saúde.

Isso me faz lembrar da poeta paulistana Maria José de Carvalho, que foi minha professora nos meus tempos de juventude, e boa amiga depois disso. Até falecer, ela se declarava pagã e atéia, rebelando-se contra toda religião institucionalizada.

Apesar disso, Maria José dizia que, todas as noites, antes de dormir, orava para as "forças superiores", nas quais depositava fé total, e atribuía a esses diálogos meditativos a sua boa saúde e a solução da maior parte dos seus problemas.

Maria José era a prova viva de que uma pessoa espiritualizada não precisa ser, necessariamente, religiosa.

Deus, ou o princípio superior ao qual damos esse nome, existe no mais profundo de cada um de nós, e é lá que podemos encontrá-Lo através da oração ou da postura meditativa.

Larry Dossey, importante médico holístico norte-americano e autor de dois livros fundamentais sobre o poder da prece e a prática da medicina - As Palavras Curam e Rezar é um Santo Remédio -, ambos já traduzidos no Brasil, partilha dessa convicção.

Nesses livros ele expõe as mais recentes evidências que interligam as preces, as curas e a medicina, e convoca para uma nova e audaciosa integração entre ciência e espiritualidade. "Não sabemos como a cura espiritual acontece. Muitos céticos dizem que isso é razão suficiente para jogá-la fora, pela janela, rejeitando-a completamente, inclusive como possibilidade. Mas, em vista das evidências que corroboram a cura espiritual, essa posição é
ingênua e descuidada", afirma Dossey.

Para ele, reconhecer que não sabemos como alguma coisa acontece não é uma confissão especialmente danosa no campo da medicina.

Cita o exemplo da própria aspirina, um dos remédios mais populares, da qual até hoje não se conseguiu explicar a capacidade de aliviar a dor e a inflamação. Por isso, não importa se ainda
não se sabe bem como a prece e a meditação atuam para ajudar na cura. O importante é que elas realmente ajudam.

Pois, como conclui Larry Dossey, "a primeira pergunta que uma pessoa padecendo de uma doença faz, diante de qualquer nova terapia, não é 'Como é que ela age?' e sim 'Resolve? "

Como a história prova, explicações completas em geral são dadas mais tarde. Pode ser que aconteça o mesmo com a prece e a cura espiritual.



Dicas para uma boa oração

"Muitos cristãos rezam baixinho, com medo de que Deus os ouça realmente, porque eles, pobres criaturas, na verdade nunca quiseram ser ouvidos" , escreveu, com uma ponta de ironia, Charles Spencer Lewis.

O medo dos resultados é um tipo de pensamento negativo sobre a oração. Larry Dossey ponta muitos outros em seus livros sobre o poder de cura das orações, e dá dicas para corrigir posturas e atitudes que podem comprometer a eficácia da prece.

Lá vão algumas:

Não levar a prática da oração muito a sério. Quando notar que está levando a prática da oração muito a sério - achando que deveria ser mais disciplinado e "rezar de forma melhor"

Procure se lembrar que ainda está aprendendo. Lembre-se da máxima do filósofo Chesterton:
"Tudo que vale a pena fazer corre o risco de ser malfeito" , e da velha piada, "Como fazer para Deus rir? Simplesmente contando-lhe nossos planos e desejos" .

Entenda que as atitudes negativas com relação à oração são universais. Os maiores santos e místicos de todas as religiões se queixaram da oração uma vez ou outra.

Como nós, eles achavam difícil perseverar na oração, e lamentavam a própria fraqueza. Se às vezes você achar que é um fiasco ao rezar, lembre-se que isso já aconteceu às pessoas mais ilustres e espiritualizadas.

Lembre-se de que existem muitos tipos de oração e inúmeras maneiras de rezar.

Quando temos dificuldade com um determinado tipo de oração, ou técnica de meditação, devemos pesquisar outros. Podemos até inventar nosso próprio jeito de orar ou meditar. 

Se as orações de súplica - orações de pedido e intercessão - parecem pouco apropriadas, podemos nos dedicar a outros tipos, como as orações de adoração, de celebração e de agradecimento.
Para a maioria das pessoas essas orações são mais leves. Elas podem dar nova vida a nossas preces quando estas se tornam um dever melancólico.

Lembre-se de que a oração não é apenas uma questão de fazer alguma coisa, mas também um modo de ser.

 A escritora Dorothy Day observou
"Terá Deus uma forma fixa de oração, um modelo que ele
espera que sigamos? Duvido. Eu acho que algumas pessoas – ou melhor, muitas - rezam dando testemunho de sua vida, através do trabalho que realizam, das amizades que têm, do amor que oferecem às pessoas e que delas recebem. Desde quando as palavras são a única forma aceitável de oração?"

A oração pode assumir uma forma de devoção - uma atitude, um estado psicomental em que sentimos uma ligação sagrada com o Absoluto. A devoção vai muito além das mãos postas, da
cabeça inclinada e dos joelhos dobrados, e de todos os “tus” e “vós” dos textos das orações convencionais.

Ela pode estar presente não apenas na igreja, mas também enquanto cuidamos do jardim, lavamos os pratos ou levamos os filhos para a escola.

Por meio da devoção, podemos rever nossas atitudes negativas com relação à oração formal e ritualizada.

Na devoção, sentimentos sagrados afloram naturalmente das profundezas do nosso ser, como uma fonte límpida brotando na encosta de uma montanha. A devoção leva-nos de volta à oração, mas à oração transformada, a uma oração tão espontânea e natural quanto o alvorecer.



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