"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

28 abril 2015

Por que tantas mortes?


Em tempos de tantas tragédias e perdas de tantas vidas, vejam o que fala Kardec, no livro "A Gênese", sobre este momento que a Humanidade vive.






A Geração Nova 



Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem.

Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso.

Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar.

Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.

A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração.

A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.

Tudo, pois, se processará exteriormente, como deve acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar.

Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem.

Muito menos, pois, se trata de uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de Espíritos.

Sem dúvida, neste sentido é que Jesus entendia as coisas, quando declarava: «Digo-vos, em verdade, que esta geração não passará sem que estes fatos tenham ocorrido.»

Assim decepcionados ficarão os que contem ver a transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos.

A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações.

Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares.

Têm idéias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem.

Pela natureza das disposições morais, porém sobretudo das disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.

Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.

Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração.

O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta contra Deus, ao se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.

Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque o contacto com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem.

Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus esforços e de sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais completa lhes abra o acesso aos mundos superiores.

Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários.

Muitos, ao contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo.

Nesses, a casca é pior do que o cerne.

Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corporal, eles, em sua maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa daquela por que as viam quando em vida, conforme os múltiplos casos que conhecemos.

Para isso, têm a auxiliá-los Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar quão falso era o caminho que seguiam.

Nós mesmos, pelas nossas preces e exortações, podemos concorrer para que eles se melhorem, visto que entre mortos e vivos há perpétua solidariedade.

É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da Natureza.

Sejam os que componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo.

Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma renovação.

Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que chegam.

O estado dos costumes e da sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela das duas categorias que preponderar.

Uma comparação vulgar ainda melhor dará a compreender o que se passa nessa circunstância.

Figuremos um regimento composto na sua maioria de homens turbulentos e indisciplinados, os quais ocasionarão nele constantes desordens que a lei penal terá por vezes dificuldades em reprimir.

Esses homens são os mais fortes, porque mais numerosos do que os outros. Eles se amparam, animam e estimulam pelo exemplo. Os poucos bons nenhuma influência exercem; seus conselhos são desprezados; sofrem com a companhia dos outros, que os achincalham e maltratam.

Não é essa uma imagem da sociedade atual?

Suponhamos que esses homens são retirados um a um, dez a dez, cem a cem, do regimento e substituídos gradativamente por iguais números de bons soldados, mesmo por alguns dos que, já tendo sido expulsos, se corrigiram.

Ao cabo de algum tempo, existirá o mesmo regimento, mas transformado. A boa ordem terá sucedido à desordem.

As grandes partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativar as saídas; têm igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa, livrando-a das más influências e o de dar maior ascendente às idéias novas.

Por estarem muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura.

Enquanto se conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas.

Uma estada no mundo dos Espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí vêem o que não podiam ver na Terra.

O incrédulo, o fanático, o absolutista, poderão, conseguintemente, voltar com idéias inatas de fé, tolerância e liberdade. 

Ao regressarem, acharão mudadas as coisas e experimentarão a influência do novo meio em que houverem nascido. Longe de se oporem às novas idéias, constituir-se-ão seus auxiliares.

A regeneração da Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. 

Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo.

Assim, nem sempre os que voltam são outros Espíritos; são com freqüência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentindo de outra maneira.

Quando insulado e individual, esse melhoramento passa despercebido e nenhuma influência ostensiva alcança sobre o mundo.

Muito outro é o efeito, quando a melhora se produz simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as proporções que assuma, numa geração, pode modificar profundamente as idéias de um povo ou de uma raça.

É o que quase sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as populações.

Os flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados.

É de notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso.

Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade.

A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens.

São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades.

As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.

Para o materialista, os flagelos destruidores são calamidades carentes de compensação, sem resultados aproveitáveis, pois que, na opinião deles, os aludidos flagelos aniquilam os seres para sempre.

Para aquele, porém, que sabe que a morte unicamente destrói o envoltório, tais flagelos não acarretam as mesmas consequências e não lhe causam o mínimo pavor; ele lhes compreende o objetivo e não ignora que os homens não perdem mais por morrerem juntos, do que por morrerem isolados, dado que, duma forma ou doutra, a isso hão de todos sempre chegar.

Os incrédulos rirão destas coisas e as qualificarão de quiméricas; mas, digam o que disserem, não fugirão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e, então, que lhes acontecerá?

Eles dizem: “Nada! Viverão.”, no entanto, a despeito de si próprios, se verão, um dia, forçados a abrir os olhos.


(Allan Kardec)



(Extraído do Livro: A Gênese, cap. 18 - Sinais dos Tempos)





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Simples assim...




19 abril 2015

Dica de vídeo: Mensagem para o espaço


O pai da menina Stephanie, de 13 anos, trabalha na Nasa, na Estação Espacial Internacional e fica muito tempo sem ver a família.
Ela recebe então uma ajuda especial para mandar um recado para o pai, que está bem longe da Terra.


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Teoria da Presciência - Como é possível o conhecimento do futuro?



Como é possível o conhecimento do futuro? 

Compreende-se as previsões dos acontecimentos que são consequência do estado presente, mas não dos que nenhuma relação têm com eles, e, ainda menos, dos que são atribuídos ao acaso. 

Diz-se que as coisas futuras não existem, que ainda estão no nada, então como saber se acontecerão? 

Contudo são muito numerosos os exemplos de predições realizadas, de onde concluir-se que aí se passa um fenômeno cuja chave não se tem, pois não há efeito sem causa. 

Essa causa, que tentaremos achar, ainda é o Espiritismo, ele próprio também chave de tantos mistérios, que no-la fornecerá e que, além disso, mostrar-nos-á que o próprio fato das predições não se afasta das leis naturais.

Como comparação, tomemos um exemplo nas coisas usuais, e que auxiliará a compreender o princípio que teremos de desenvolver.

Suponhamos um homem colocado no alto de uma montanha, considerando a vasta extensão da planície. 

Nessa situação, pouco será o espaço de uma légua, e facilmente poderá ele abarcar de um golpe de vista todos os acidentes do terreno, do começo ao fim da estrada. 

O viajante que por primeira vez percorre essa estrada sabe que caminhando chegará ao fim. Isto é simples previsão da consequência de sua marcha. Mas os acidentes do terreno, as subidas e descidas, os riachos a transpor, as matas a atravessar, os precipícios onde pode cair, os ladrões postados para o assalto, as hospedarias onde poderá descansar, tudo isto independe de sua pessoa. 

Para ele, o futuro é desconhecido, porque sua vista não vai além do pequeno círculo que o en­volve. 

Quanto à duração, mede-a pelo tempo consumido em percorrer o caminho. Tirai-lhe os pontos de referência e apaga-se a duração. 

Para o homem que está na montanha e que acompanha o viajante com o olhar, tudo isto é presente. 

Suponhamos que esse homem desça até o viajante e que lhe diga: “Em tal momento encontrareis tal coisa; sereis atacado e socorrido.” Ele predirá o futuro. Para o viajante, isto é o futuro. Para o homem da montanha é o presente.

Agora, se sairmos do círculo das coisas puramente materiais e, por pensamento, entrarmos no domínio da vida espiritual, veremos esse fenômeno reproduzir-se em escala muito maior. 

Os Espíritos desmaterializados são como o homem da montanha. 

O espaço e tempo não existem para eles. 

Entretanto, a extensão e a penetração de sua vista são proporcionais à sua depuração e à sua elevação na hierarquia espiritual. 

Em relação aos Espíritos inferiores, eles são como um homem munido de poderoso telescópio, ao lado de outros que observam a olho nu. 

Nestes últimos a vista é circunscrita, não só porque dificilmente podem afastar-se do globo a que estão ligados, mas porque a grosseria de seu perispírito vela as coisas afastadas, como faz a névoa em relação aos olhos do corpo.

Compreende-se, pois, que conforme o grau de perfeição, um Espírito possa abarcar um período de alguns anos, de alguns séculos, e até de muitos milhares de anos, pois o que é um século em comparação com a eternidade? 

Diante dele os acontecimentos não se desenrolam sucessivamente, como os incidentes da estrada do viajante. Ele vê simultaneamente o começo e o fim do período. 

Todos os acontecimentos que nesse período são o futuro para o homem da Terra, para ele são o presente. 

Poderia ele, pois, vir dizer-nos com certeza: Tal coisa acontecerá em tal época, porque ele vê essa coisa, assim como o homem da montanha vê o que espera o viajor na estrada. Se ele não diz, é porque o conhecimento do futuro seria nocivo ao homem. Ele entravaria o seu livre-arbítrio; paralisá-lo-ia no trabalho que deve realizar para o seu progresso. O bem e o mal que o esperam lhe são desconhecidos a título de provação.

Se uma tal faculdade, mesmo restrita, pode estar nos atributos da criatura, a que grau de poder deve ela elevar-se no Criador, que abarca o infinito? 

Para ele o tempo não existe; o começo e o fim do mundo são o presente. Nesse imenso panorama, que é a duração da vida de um homem, de uma geração, de um povo?

Contudo, como o homem deve concorrer para o progresso geral, e certos acontecimentos devem resultar de sua cooperação, em certos casos pode ser útil que pressinta esses acontecimentos, a fim de lhes preparar o caminho e estar pronto para agir quando chegar o momento. 

Eis por que, às vezes, Deus permite seja levantada a ponta do véu, mas é sempre com um fim útil, e jamais para satisfazer uma vã curiosidade. 

Assim, essa missão pode ser dada, não a todos os Espíritos, pois alguns não conhecem o futuro melhor que os homens, mas a alguns Espíritos suficientemente adiantados para isto. 

Ora, convém ressaltar que essas espécies de revelações sempre são feitas espontaneamente, e jamais, ou pelo menos muito raramente, em resposta a uma pergunta direta.

Essa missão pode ser igualmente concedida a certos homens, e eis de que maneira.

Aquele a quem é confiado o trabalho de revelar uma coisa oculta pode recebê-la, malgrado seu, por inspiração dos Espíritos que a conhecem, e então a transmite maquinalmente, sem se dar conta.

Além disto, sabe-se que, quer durante o sono, quer em vigília, quer nos êxtase da dupla vista, a alma se desprende e possui em grau mais ou menos grande as faculdades do Espírito livre. 

Se ele for um Espírito adiantado, e principalmente se, como os profetas, tiver recebido a missão especial para esse efeito, ele goza, nesses momentos de emancipação da alma, da faculdade de abarcar, por si mesmo, um período mais ou menos extenso e vê como presentes os acontecimentos desse período. 

Então pode revelá-los imediatamente, ou lhes conservar a memória ao despertar. 

Se esses acontecimentos devem ser mantidos em segredo, ele perderá a sua lembrança ou deles conservará apenas uma vaga intuição, suficiente para guiá-lo instintivamente. 

É assim que se vê essa faculdade desenvolver-se providencialmente em certas ocasiões, como nos perigos iminentes, nas grandes calamidades, nas revoluções, e que a maioria das seitas perseguidas tiveram numerosos videntes. 

É ainda assim que se veem grandes capitães marcharem resolutamente contra o inimigo, com a certeza da vitória, bem como homens de gênio, como Cristóvão Colombo, por exemplo, perseguirem um objetivo predizendo, por assim dizer, o momento de atingi-lo. 

É que eles viram esse objetivo, que não é desconhecido para o seu Espírito.

Todos os fenômenos cuja causa era desconhecida foram reputados maravilhosos. Uma vez conhecida a lei segundo a qual se realizam, eles entraram na ordem das coisas naturais. 

O dom da predição não é mais sobrenatural do que uma grande quantidade de outros fenômenos, porque ele repousa nas propriedades da alma e na lei das relações entre os mundos visível e invisível que o Espiritismo vem dar a conhecer. 

Mas como admitir a existência de um mundo invisível, se não se admite a alma, ou se não se admite sua individualidade após a morte? O incrédulo que nega a presciência é consequente consigo mesmo. Resta saber se ele é consequente consigo mesmo em relação à lei natural.

A teoria da presciência talvez não resolva de modo absoluto todos os casos que a previsão do futuro possa apresentar, mas não se pode deixar de admitir que ela estabelece o seu princípio fundamental. 

Se não se pode tudo explicar, é pela dificuldade, para o homem, de colocar-se nesse ponto de vista extraterreno. 

Por sua própria inferioridade, seu pensamento, incessantemente arrastado para a senda da vida material, muitas vezes é impotente para se destacar do solo. 

A esse respeito, certos homens são como as aves novas, cujas asas, demasiadamente fracas, não lhes permitem elevar-se no ar, ou como aqueles cuja vista é demasiado curta para ver ao longe, ou, enfim, como aqueles a quem falta um sentido para certas percepções. 

Entretanto, com alguns esforços e com o hábito da reflexão, lá se chega, e os espíritas chegam mais facilmente do que os outros, porque melhor do que os outros podem identificar-se com a vida espiritual, que eles compreendem.

Para compreender as coisas espirituais, isto é, para fazer delas uma ideia tão clara quanto a que fazemos de uma paisagem que está aos nossos olhos, falta-nos, realmente, um sentido, exatamente como a um cego falta o sentido necessário para compreender os efeitos da luz, das cores e da visão à distância. 

Assim, só por um esforço da imaginação é que o conseguimos, auxiliados por comparações tiradas das coisas familiares. 

Entretanto, as coisas materiais só nos podem dar ideias muito imperfeitas das coisas espirituais. 

É por isso que não se deveriam tomar essas comparações ao pé da letra e crer, por exemplo, no caso de que se trata, que a extensão das faculdades perceptivas dos Espíritos depende de sua elevação efetiva, e que eles necessitem estar no topo de uma montanha, ou acima das nuvens, para abarcar o tempo e o espaço. 

Essa faculdade é inerente ao estado de espiritualização ou, se se quiser, de desmaterialização. 

Por outras palavras, a espiritualização produz um efeito que se pode comparar, embora muito imperfeitamente, ao da visão de conjunto do homem que está no alto da montanha. 

Esta comparação apenas objetivava mostrar que acontecimentos que estão no futuro para uns, estão no presente para outros e podem, assim, ser preditos, o que não implica que o efeito se produza da mesma maneira.

Para gozar dessa percepção, o Espírito não precisa, portanto, transportar-se para um ponto qualquer no espaço. 

Aquele que está na Terra, ao nosso lado, pode possuí-la em sua plenitude, da mesma forma que a possuiria se estivesse a milhares de léguas, ao passo que nós nada vemos fora do horizonte visual. 

Não se produzindo a visão, nos Espíritos, da mesma maneira nem com os mesmos elementos que no homem, seu horizonte visual é muito diferente. Ora, aí está precisamente o sentido que nos falta para concebê-lo. 

Ao lado do encarnado, o Espírito é como um vidente ao lado de um cego.

Além disso, é necessário levar em consideração que essa percepção não se limita à extensão, mas compreende a penetração em todas as coisas. 

É, repetimo-lo, uma faculdade inerente e proporcional ao estado de desmaterialização. 

Essa faculdade é amortecida pela encarnação, mas não é completamente anulada, porque a alma não está encerrada no corpo como numa caixa. 

O encarnado a possui na medida do adiantamento do Espírito, posto que sempre em menor grau do que quando inteiramente desprendido. 

É o que dá a certos homens um poder de penetração que a outros falta completamente, uma justeza maior no golpe de vista moral, uma compreensão mais fácil das coisas imateriais. 

O Espírito não só percebe, mas se recorda do que viu no estado de Espírito, e essa lembrança é como um quadro que fica gravado em sua mente. 

Na encarnação ele vê, mas vagamente, como que através de um véu. No estado de liberdade ele vê e concebe claramente. O princípio da visão não está fora dele, mas nele. É por isso que não necessita de nossa luz exterior. 

Pelo desenvolvimento moral, o círculo das ideias e da concepção se alarga; pela desmaterialização gradual do perispírito, ele se purifica dos elementos grosseiros que alteravam a delicadeza das percepções, de onde é fácil compreender que a extensão de todas as faculdades decorre do progresso do Espírito.

É o grau da extensão das faculdades do Espírito que, na encarnação, o torna mais ou menos apto a conceber as coisas espirituais. Contudo, essa aptidão não é a consequência necessária do desenvolvimento intelectual, porque a Ciência vulgar não a dá. 

É por isso que se vêm homens de grande inteligência e grande saber, tão cegos para as coisas espirituais quanto outros o são para as coisas materiais. 

Eles são a elas refratários porque não as compreendem. 

Isto se dá porque seu progresso ainda não se realizou nesse sentido, ao passo que se veem pessoas de inteligência e instrução vulgares apreendê-las com a maior facilidade, o que prova que tinham a sua intuição prévia.

A faculdade de mudar de ponto de vista e de olhar do alto não só dá a solução do problema da presciência; é, além disso, a chave da verdadeira fé, da fé sólida. 

É também o mais poderoso elemento de força e de resignação, porque, então, aparecendo a vida terrena como um ponto na imensidade, compreende-se o pouco valor das coisas que vistas debaixo parecem tão importantes. 

Os incidentes, as misérias, as vaidades da vida se apequenam à medida que se desenrola o imenso e esplêndido horizonte do futuro. 

Aquele que assim vê as coisas deste mundo, pouco ou nada é atingido pelas vicissitudes e, por isto mesmo, é tão feliz quanto o pode ser aqui em baixo. 

É preciso, pois, lamentar os que concentram seus pensamentos na estreita esfera terrena, porque eles ressentem, em toda a sua força, o contragolpe de todas as tribulações que, como tantos aguilhões, os ferem incessantemente.

Quanto ao futuro do Espiritismo, como se sabe, os Espíritos são unânimes em afirmar o seu triunfo próximo, a despeito dos entraves que lhe opõem. 

Essa previsão lhes é fácil, primeiro porque sua propagação é obra pessoal deles, e eles sabem, consequentemente, o que devem fazer, e em segundo lugar, porque lhes basta abarcar um período de curta duração e porque, nesse período, veem em sua rota os poderosos auxiliares que Deus lhes suscita, e que não tardarão a manifestar-se. 

Sem serem Espíritos desencarnados, que os espíritas se transportem apenas trinta anos à frente, em meio à geração que surge; que daí considerem o que hoje se passa; que sigam a fieira, e verão consumir-se em vãos esforços os que se julgam chamados a destruí-lo. 

Eles os verão desaparecendo da cena pouco a pouco, ao lado da árvore que cresce e cujas raízes cada dia mais se estendem.



(Texto inserido no livro “A gênese”, capítulo XVI.)


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Melhor do que comprar uma vida, é salvar uma.


Amor e empatia não tem preço.
Linda iniciativa.
Veja o vídeo.

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Despertando nossa Consciência Espiritual



Na casa de meu Pai há muitas moradas. 
(João 14:1 - 3)


Sempre procurei e sempre buscarei lutar pelo mundo que sei que somos capazes de construir.

Pois existem seres humanos bons, honestos, idealistas e sonhadores.

Criaturas cujo coração acredita no amor, na amizade, na verdade e na felicidade. 

Entidades maravilhosas cujo espírito pertence às estrelas e cuja mente está posta para aprender.

São eles meu alvo e serão sempre meu objetivo.

Serei para eles um ponto de convergência, uma luz para seus ideais e um porto para abrigar seus sonhos.

Estou para dar forma a suas idéias e dar força a suas vontades. Jamais para liderá-las, mas apenas para ser mais um na construção de nosso futuro.

Ao longo de minha vida, os extraterrestres me mostraram o que conseguiram realizar pelo seu esforço. Uma amostra do que nós poderemos algum dia conquistar para nós mesmos. E eu acredito nesse futuro e nessa possibilidade.

Não busco que acreditem em mim nem nas minhas experiências.

Nos meus contatos ou conversas com extraterrestres. Apenas que acreditem que amo o mundo, o ser humano e o Universo do qual somos parte. Quero que acreditem nos meus sonhos de uma vida melhor e que existem pessoas capazes de construí-la, pois amam a vida como eu.

Busco desesperadamente encontrar sonhadores que, como eu, vêem através de seus corações o despertar de um Universo que nos estende seus braços e que quer se aproximar.

Procuro obsessivamente amantes da vida, que como eu querem desfrutar desse amor cósmico e profundo.

Aquele capaz de superar toda e qualquer dificuldade ou barreira.

Aquele que une as pessoas mais a cada momento e as faz serem fortes, resistentes e seguras.

Aquele que nos preenche e nos toma por completo pois torna a amizade algo maravilhoso e poderoso.

Nosso futuro precisa de nós. O mundo precisa de nós. O amor e a vida precisam de nós.

Não interessa quem somos, que somos, qual o nosso sexo ou qual a nossa história pessoal.

O que importa é que somos capazes de realizar e temos a vontade de realizar, pois a vida será sempre repleta de erros, dificuldades e incompreensão.

Mas a nova vida, o mundo novo, será repleto de vida nova, de amor, de tolerância, respeito, compreensão e amparo. De igual forma como o Universo nos acolheu um dia e nos colocou neste pequeno planeta, devemos nós, cada um de nós, acolher os nossos semelhantes.

Buscar nos amar, nos respeitar e construir nossa mente para lapidar o nosso coração e dar forma a nossas vidas.

Temos a missão de sermos artífices da paz e da felicidade. Temos a obrigação de viver em paz e dignamente. Temos a responsabilidade de nos preparar para descobrir as técnicas, as formas, os passos, os conhecimentos que nos permitam realizar essa missão.

Dois milênios atrás uma criatura veio ao nosso mundo, perdoando, amando, ensinando, levando esperança e compreensão.

Amou desmiolados, acudiu doentes, acolheu prostitutas e recriminados pelo preconceito, levou esperança aos pobres e conhecimento a quem o ouviu.

Que seu exemplo nos guie no caminho da vida, que suas obras iluminem nossas ações e que na sua futura vinda nos encontre dignos de sermos, enfim, amados e reconhecidos como verdadeiramente humanos.


(Lindo texto extraído do livro “Um extraterrestre na Galiléia” – C.R.P. Wells)



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18 abril 2015

O que é ser livre?


Livre não é aquele que não tem obrigações, mas o que as cumpre com alegria; não é o que pode estar em todos os lugares, mas o que de lugar algum necessita.
Livre não é aquele que pode pegar o que quiser, mas o que pode dizer com sinceridade: “Sou feliz com o que tenho”. Também não é o que satisfaz todas as suas vontades, mas aquele que não se escraviza aos próprios desejos.


(in “A Nova Terra – o despertar de uma nova consciência”, de Mara Regina Zumpano. Ed. ISIS.)




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Oração Diminuta



Entrego a Deus a minha esperança e a minha luz diminuta.
Na noite que corre e o meu espírito voa até o céu.
E bato na porta onde me foi recomendado bater...
E peço a Quem me foi recomendado pedir...
E o Amor virá em meu socorro.


(Lélio Costa e Silva)



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11 abril 2015

Nascer de novo


"Nascer de novo" é tarefa para todos os dias.

Renascer dentro da própria existência física é mais importante do que ganhar corpo novo e simplesmente reencarnar.

A Criação Divina, a cada dia, expande-se e aperfeiçoa-se.

Renascer do erro é admiti-lo e começar a repará-lo.

O homem que, por orgulho ou comodismo, se cristaliza em suas opiniões, vai ficando à margem do dinamismo da Vida.

Disponhamo-nos a recomeçar sempre.

Voltar atrás em decisões equivocadas é prova de grandeza espiritual.

Sejamos como a gleba fértil e generosa que agasalha em seu seio toda boa semente e permite que ela germine...

Ninguém desfruta da saúde espiritual, se não tiver a humildade de reconhecer os seus limites e trabalhar para ampliar os horizontes pessoais.

Crescer não é superar os outros, mas tornar-se maior do que se é,
conservando-se pequenino.

Quantos preferem sofrer no erro a serem felizes ao reconhecê-lo ?

O homem que perde a simplicidade é candidato ao desequilíbrio emocional.

Sejamos comedidos em tudo quanto fizermos.

E não ignoremos os companheiros de jornada que gemem, renteando conosco na difícil caminhada.

Quem ama, por mais complexa a decisão, acerta sempre.



(in "Saúde Mental À Luz do Evangelho" - Carlos A. Baccelli / Esp. Inácio Ferreira)



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Brasil: a decisão é nossa


Tomemos uma atitude.

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Cinco sapos estão em um tronco.
Quatro decidiram pular.
Quantos ficaram


Resposta: cinco


Por quê?



Só decidiram, nenhum saltou.


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Pra ler todo dia...




Dica de Filme: "Ectoplasma"



Documentário de Mário Luna, produzido a partir da entrevista de Fred Ganem sobre Ectoplasmia, no Programa Ciência & Consciência de Ton Martins.
Realizado em parceria com a TV Complexis.




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O termo ectoplasma (gr. ektós "por fora" e plasma "molde" ou "substância" que sai de qualquer lugar do corpo), foi introduzido na Parapsicologia pelo fisiologista Charles Richet, para designar uma espécie de substância esbranquiçada que pode exteriorizar-se para fora do corpo de determinados médiuns, mais frequentemente pela boca, mas que pode sair por qualquer parte do corpo.

É também supostamente sensível a determinados impulsos, se exterioriza visível a partir do corpo de determinados indivíduos com características especiais (sensitivo), permitindo a materialização de formas de corpos humanos distintos daquele de onde saiu ou de formas de membros tais como mãos, rostos e bustos (ectocoloplasmia - formação de apenas partes ou membros do objeto ou coisa materializada).

Apesar de existirem muitos registros de atividade ectoplásmica, incluindo vasto material fotográfico, sua existência, até o momento, não foi comprovada pelo método científico.


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Sobre os Mentores e Guias Espirituais


Quem são estes seres espirituais também chamados de anjos da guarda, amparadores, mentores espirituais, protetores ou guias que, ao nosso lado, se comprometem em missão a ajudar-nos na caminhada da existência?

Tendo em vista que este é um tema que causa grande dúvida aos buscadores do amor incondicional, exponho abaixo um pouco sobre estes seres que nos auxiliam no período em que estamos encarnados na Terra.

Diferente do que a maioria das pessoas pensam o mentor espiritual é um espírito em processo de evolução, que ainda não alcançou a perfeição; ele nos acompanha durante toda vida até o dia do nosso desencarne.

Nas obras do inesquecível Chico Xavier: “Missionários da Luz” pelo espírito André Luiz, e “O Consolador”, pelo espírito Emmanuel, encontramos significativo conteúdo de pesquisa que pode trazer-nos a necessária luz do conhecimento, dissipando dúvidas e possíveis confusões a respeito da existência destes amigos da outra dimensão.

Em “Missionários da Luz”, André Luiz informa-nos que “com todo o apreço que devemos aos mentores espirituais, é preciso considerar que são vanguardeiros do progresso, sem serem seres infalíveis.

Os mentores são grandes almas em abençoado progresso de sublimação, credores de nossa reverência pelo grau de elevação que já conquistaram, contudo são espíritos ainda ligados à humanidade terrena e em cujo seio se corporificarão, de novo, no futuro, através da reencarnação para o desempenho de preciosas tarefas.

Não são luminares isentos de errar.

Não podemos exigir deles qualidades que somente transparecem nos espíritos que já atingiram a sublimação absoluta.

São altos expoentes de fraternidade e conhecimento superior, porém, guardam ainda consigo probabilidades naturais de desacerto.

A palavra do guia é agradável e amiga, mas o trabalho de iluminação pertence a cada um. 

Na solução dos nossos problemas, nunca esperemos pelos outros, porque, de pensamento voltado para a fonte de sabedoria e misericórdia, que é Deus, não nos faltará, em tempo algum, a divina inspiração de sua bondade infinita”.


Portanto, se você quiser atrair, canalizar seu mentor espiritual, espíritos guardiões, seres angelicais, mestres ascensionados, é preciso elevar seu teor vibracional, cultivando a positividade, os bons pensamentos, sentimentos e atitudes para se sintonizar com eles, é preciso assumir responsabilidade, tomar posse de si pela qualidade de seus padrões vibracionais.

Precisamos também cultivar a prece, fortalecer a fé, termo tão desacreditado no mundo moderno. A era científica e tecnológica em que vivemos valoriza muito o intelecto e trata com descaso a fé. (...)





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Simples assim...