"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

05 junho 2015

Simples assim...


For once in my life - Anthony Strong


8 Verdades para serem lembradas quando tudo parecer dar errado






 “Hoje eu estou sentada na minha cama de hospital à espera de ter os meus seios removidos. 
Mas, de uma forma estranha, sinto que sou sortuda. 
Até agora não tive problemas de saúde. 
Sou uma mulher de 69 anos de idade no último quarto no fim de um corredor antes da ala pediátrica do hospital. 
Nas últimas horas eu tenho visto dezenas de pacientes com câncer sendo levados por cadeiras de rodas. 
Nenhum desses pacientes tem mais que 17 anos.”


 *  *  *

Este é o texto do diário de minha avó, escrito em 16 de Setembro de 1977.

Eu tirei uma cópia dele e pendurei no meu quadro de avisos 10 anos atrás.

Ele está lá até hoje e continua a me lembrar de que há sempre, sempre, sempre algo para agradecer. E que não importa quão boa ou ruim minha vida esteja, eu tenho que acordar a cada dia grato por estar vivo, porque alguém em algum outro lugar está lutando desesperadamente para viver.

Verdades sejam ditas, a felicidade não é a ausência de problemas, mas a nossa capacidade de lidar com eles. 
Sempre olhe para o que você tem, em vez de olhar para o que você perdeu. 
Porque não é o que o mundo tira de você o que realmente importa, é o que você faz com o que lhe resta.

Aqui estão alguns lembretes para ajudar a motivá-lo quando você mais precisar:



1. A dor faz parte do crescimento



Às vezes a vida fecha algumas portas, mas somente porque é hora de seguir em frente.

E isso é uma coisa boa, porque, muitas vezes, não seguimos em frente a menos que as circunstâncias nos obriguem.

Em momentos de dificuldade, lembre-se que nenhuma dor vem sem um propósito.

Só porque você está lutando, enfrentando algo, não significa que você está falhando na vida.

Todo grande sucesso requer algum tipo de luta digna para se conquistar. Boas coisas levam tempo. Seja paciente e mantenha o pensamento positivo.

Tudo vai ficar bem, talvez não imediatamente, mas eventualmente.



2. Tudo na vida é temporário



Toda vez que chove, uma hora para de chover. Toda vez que você se machucar, você vai sarar. Depois da escuridão há sempre luz – você sabe disso todas as manhãs, mas ainda assim, muitas vezes, você se esquece e decide acreditar que a noite vai durar para sempre. Não vai. Nada dura para sempre.

Então se as coisas estão bem agora, aproveite. Não vai durar para sempre. Se as coisas estão ruins, não se preocupe porque não vai durar para sempre também. Só porque a vida não é fácil, neste momento, não significa que você não pode rir.

Só porque alguma coisa está incomodando você, não significa que você não pode sorrir. Cada momento é um novo começo e um novo final. Você tem uma segunda chance a cada segundo. Faça este segundo ser melhor que o último.



3. Ficar se preocupando e reclamando não muda nada



Aqueles que se queixam demais conseguem o mínimo.

É sempre melhor tentar fazer algo grande e falhar do que não tentar fazer nada e buscar o sucesso. Se você acredita em algo, continue tentando. Não deixe que as sombras do passado escureçam a porta do seu futuro. Ficar hoje reclamando sobre ontem não vai fazer o amanhã melhor.

Tome uma atitude. Use o que você aprendeu para melhorar a forma como você vive. Faça uma mudança e nunca olhe para trás.

E, independentemente do que aconteça no longo prazo, lembre-se que a verdadeira felicidade começa a chegar somente quando você parar de reclamar sobre os seus problemas e começar a ser grato por todos os problemas que você não tem.



4. Suas cicatrizes são os símbolos da sua força



Nunca tenha vergonha das cicatrizes que vida lhe deixou.

Uma cicatriz significa que a dor já passou e que a ferida está fechada.

Isso significa que você venceu a dor, aprendeu uma lição, ficou mais forte e seguiu em frente. A cicatriz é a tatuagem de um triunfo para se orgulhar.

Não permita que suas cicatrizes o mantenham como refém. Não permita que as cicatrizes façam você viver sua vida com medo.

Você não pode fazer as cicatrizes da sua vida desaparecer, mas você pode mudar a maneira de enxergá-las. Você pode começar a ver as suas cicatrizes como um sinal de força e não de dor.



5. Cada pequena luta é um passo à frente



Na vida, a paciência não é sobre esperar, mas sim a capacidade de manter uma atitude positiva enquanto se trabalha duro para conseguir seus sonhos.

Se você estiver tentando, vá até o fim. Caso contrário, não se ganha nada com simplesmente começar.

Isso pode significar a perda de estabilidade e conforto por um tempo. Isso pode significar sair da sua zona de conforto. Isso pode significar a crítica de quem você conhece. Isso pode significar muito tempo sozinho.

Porém, é a motivação que faz grandes coisas possíveis.

Tudo é uma prova de sua determinação, de quanto você realmente quer.

E se você quiser, você vai fazer, apesar das probabilidades de fracasso. E a cada passo vai se sentir melhor do que qualquer outra coisa que você já fez ou imaginou.

Você vai perceber que a luta não é o que encontramos no caminho, mas sim o próprio caminho.

E é penoso.

Então, se você vai tentar, vá até o fim. Não há melhor sensação no mundo… Não há sensação melhor do que saber o que significa estar vivo.



6. A negatividade das outras pessoas não é problema seu



Mantenha-se positivo quando a negatividade o rodear.

Sorria quando outros tentarem derrubá-lo.

É uma maneira fácil de manter o seu entusiasmo e seu foco. Quando outras pessoas te tratam mal, continue sendo você.

Nunca deixe a amargura de alguém mudar a pessoa que você é. Você não pode levar as coisas para o lado pessoal, mesmo que pareça pessoal. Raramente as pessoas fazem algo por causa de você.

Eles fazem por causa deles mesmos.

Acima de tudo, nunca mude apenas para impressionar alguém que diz que você não é bom o suficiente.

Mude porque faz de você uma pessoa melhor e leva você para um futuro melhor.

As pessoas vão falar, independentemente do que você faz ou quão bem você faz.

Então, preocupe-se consigo mesmo antes de se preocupar com o que os outros pensam de você. Se você acredita em algo, não tenha medo de lutar por este algo.

Então faça o que te faz feliz e esteja com quem te faz sorrir, muitas vezes.



7. O que está destinado a ser, eventualmente será



A verdadeira força vem quando você tem motivos para chorar e reclamar, mas você prefere, ao invés disso, sorrir e apreciar a sua vida.

Há bênçãos escondidas em todas as lutas que você enfrenta, mas você tem que estar disposto a abrir seu coração e mente para vê-los.

Você não pode forçar para que as coisas aconteçam. Do contrário você enlouquecerá. Você tem que deixar a vida seguir e deixar o que está destinado a ser, simplesmente ser.

Você tem que parar de se preocupar, pensar o tempo todo e duvidar de cada passo ao longo do caminho. Tem que rir da confusão, viver consciente do momento e desfrutar de sua vida como ela se desenrolar. Você pode não terminar exatamente onde você queria estar, mas você estará onde exatamente precisa estar.



8 . A melhor coisa que você pode fazer é seguir em frente



Não tenha medo de se levantar quando cair.

Não tenha medo de amar novamente.

Não deixe os machucados no seu coração endurecê-lo. Encontre a força para rir todos os dias. Encontre a coragem de se sentir diferente, se sentir melhor. Encontre a motivação para fazer os outros sorrirem também.

Lembre-se que você não precisa de muitas pessoas em sua vida, apenas alguns que valham a pena, por isso não se rebaixe para ter mais amigos.

Seja forte quando as coisas ficarem difíceis. Lembre-se de que o universo está sempre fazendo o que é certo. Reconheça quando você está errado e aprenda realmente com o erro. Sempre olhe para trás e veja o quanto você cresceu, e tenha orgulho de si mesmo.

Não mude para qualquer um, a menos que você realmente queira. Doe-se mais. Escreva histórias. Tire fotos. Lembre-se dos pequenos momentos e a forma como seus entes queridos olham para você.



Basta ser você mesmo. Continue crescendo. Continue seguindo em frente.


(Por Viva mais verde! · em 10/01/2014)










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A educação atual produz zumbis




Claudio Naranjo: “A educação atual produz zumbis”
O psiquiatra chileno diz que investir numa didática afetiva é a saída para estimular o autoconhecimento dos alunos e formar seres autônomos e saudáveis

Por: FLÁVIA YURI OSHIMA, Época

*  *  *

O psiquiatra chileno Claudio Naranjo tem um currículo invejável.
Formou-se em medicina na Universidade do Chile, especializou-se em psiquiatria em Harvard e virou pesquisador e professor da Universidade de Berkeley, ambas nos EUA.
Desenvolveu teorias importantes sobre tipos de personalidade e comportamentos sociais.
Trabalhou ao lado de renomados pesquisadores, como os americanos David McClelland e Frank Barron. Publicou 19 títulos.
Sua trajetória pode ser classificada como irrepreensível pelo mais ortodoxo dos avaliadores.
Ele é, inclusive, um dos indicados ao Nobel da Paz deste ano.
É comum, no entanto, que Naranjo seja chamado, em tom pejorativo, de esotérico e bicho grilo.
Há mais de três décadas, ele e a fundação que leva seu nome pregam que os educadores devem ser mais amorosos, afetivos e acolhedores. Ele defende que essa é a forma mais eficaz de ajudar todos os alunos – não só os melhores – a efetivamente aprender “e assim mudar o mundo”, como ele diz.
Claudio Naranjo esteve no Brasil para participar do evento sobre educação básica Encontro de Educadores.


ÉPOCA – O senhor é psiquiatra e desenvolveu teorias importantes em estudos de personalidade. Hoje trabalha exclusivamente com educação. Por que resolveu se dedicar a esse tema?


Claudio Naranjo – Meu interesse se voltou para a educação porque me interesso pelo estado do mundo. Se queremos mudar o mundo, temos de investir em educação. Não mudaremos a economia, porque ela representa o poder que quer manter tudo como está. Não mudaremos o mundo militar.
Também não mudaremos o mundo por meio da diplomacia, como querem as Nações Unidas – sem êxito. Para ter um mundo melhor, temos de mudar a consciência humana. Por isso me interesso pela educação. É mais fácil mudar a consciência dos mais jovens.


ÉPOCA – Quais os problemas do modelo educacional atual na opinião do senhor?


Naranjo – Temos um sistema que instrui e usa de forma fraudulenta a palavra educação para designar o que é apenas a transmissão de informações. É um programa que rouba a infância e a juventude das pessoas, ocupando-as com um conteúdo pesado, transmitido de maneira catedrática e inadequada.
O aluno passa horas ouvindo, inerte, como funciona o intestino de um animal, como é a flora num local distante e os nomes dos afluentes de um grande rio. É uma aberração ocupar todo o tempo da criança com informações tão distantes dela, enquanto há tanto conteúdo dentro dela que pode ser usado para que ela se desenvolva.
Como esse monte de informações pode ser mais importante que o autoconhecimento de cada um? O nome educação é usado para designar algo que se aproxima de uma lavagem cerebral. É um sistema que quer um rebanho para robotizar. A criança é preparada, por anos, para funcionar num sistema alienante, e não para desenvolver suas potencialidades intelectuais, amorosas, naturais e espontâneas.


ÉPOCA – Como é possível mudar esse modelo?


Naranjo – Podemos conceber uma educação para a consciência, para o desenvolvimento da mente. Na fundação, criamos um método para a formação de educadores baseado em mais de 40 anos de pesquisas.
O objetivo é preparar os professores para que eles se aproximem dos alunos de forma mais afetiva e amorosa, para que sejam capazes de conduzir as crianças ao desenvolvimento do autoconhecimento, respeitando suas características pessoais.
Comprovamos por meio de pesquisas que esse é o caminho para formar pessoas mais benévolas, solidárias e compassivas.
Hoje a educação é despótica e repressiva. É como se educar fosse dizer faça isso e faça aquilo. O treinamento que criamos está entre os programas reconhecidos pelo Fórum Mundial da Educação, do qual faço parte. Já estive com ministros da Educação de dezenas de países para divulgar a importância dessa abordagem.


ÉPOCA – E qual foi a recepção?


Naranjo – A palavra amor não tem muita aceitação no mundo da educação. Na poesia, talvez. Na religião, talvez. Mas não na educação. O tema inteligência emocional é um pouco mais disseminado. É usado para que os jovens tomem consciência de suas emoções. É bom que exista para começar, mas não tem um impacto transformador.
A inteligência emocional é aceita porque tem o nome inteligência no meio. Tudo o que é intelectual interessa. Não se dá importância ao emocional. Esse aspecto é tratado com preconceito. É um absurdo, porque, quando implementamos uma didática afetuosa, o aluno aprende mais facilmente qualquer conteúdo.
Os ministros da Educação me recebem muito bem. Eles concordam com meu ponto de vista, mas na prática não fazem nada. Pode ser que isso ocorra por causa da própria inércia do sistema.
O ministro é como um visitante que passa pelos ministérios e consegue apenas resolver o que é urgente. Ele mesmo não estabelece prioridades. Estou mais esperançoso com o novo ministro da Educação de vocês (Renato Janine Ribeiro). Ele me convidou para jantar, para falarmos sobre minhas ideias. É a primeira vez que a iniciativa parte do lado do governo. Ele é um filósofo, pode fazer alguma diferença.


ÉPOCA – Para quem decidiu ser professor, não seria natural sentir amor, compaixão e vontade de cuidar do aluno?


Naranjo – Uma vez dei uma aula a um grupo de estudantes de pedagogia na Universidade de Brasília. Fiquei muito decepcionado com a falta de interesse. Vendo minha expressão, o coordenador me disse: “Compreenda que eles não escolheram ser educadores. Alguns prefeririam ser motorista de táxi, mas decidiram educar porque ganham um pouco mais e têm um pouco mais de segurança. Estão aqui porque não tiveram condições de se preparar para ser advogados ou engenheiros ou outra profissão que almejassem”.
Isso acontece muito em locais em que a educação não é realmente valorizada. Quem chega à escola de educação são os que têm menos talento e menos competência. Não se pode esperar que tenham a vocação pedagógica, de transmitir valores, cuidar e acolher.


ÉPOCA – O senhor diz que o sistema de educação atual desperdiça talentos, rotulando-os com transtornos e distúrbios. Pode explicar melhor esse ponto?


Naranjo – Humberto Maturana, cientista chileno, me contou que a membrana celular não deixa entrar aquilo que ela não precisa. A célula tem um modelo em seus genes e sabe o que necessita para construir-se. Um eletrólito que não lhe servirá não será absorvido. Podemos usar essa metáfora para a educação. As perturbações da educação são uma resposta sã a uma educação insana.
As crianças são tachadas como doentes com distúrbios de atenção e de aprendizado, mas em muitos casos trata-se de uma negação sã da mente da criança de não querer aprender o irrelevante.
Nossos estudantes não querem que lhe metam coisas na cabeça. O papel do educador é levá-lo a descobrir, refletir, debater e constatar. Para isso, é essencial estimular o autoconhecimento, respeitando as características de cada um. Tudo é mais efetivo quando a criança entende o que faz mais sentido para ela.


ÉPOCA – Por que a educação caminhou para esse modelo?


Naranjo – Isso surgiu no começo da era industrial, como parte da necessidade de formar uma força de trabalho obediente. Foi uma traição ao ideal do pai do capitalismo, Adam Smith, que escreveu “A riqueza das nações”.
Ele era professor de filosofia moral e se interessava muito pelo ser humano. Previu que o sistema criaria uma classe de pessoas dedicadas todos os dias a fazer só um movimento de trabalho, a classe de trabalhadores.
Previu que essa repetição produziria a deterioração de suas mentes e advertiu que seria vital dar a eles uma educação que lhes permitisse se desenvolver, como uma forma de evitar a maquinização completa dessas pessoas. Sua mensagem foi ignorada.
Desde então, a educação funciona como um grande sistema de seleção empresarial. É usada para que o estudante passe em exames, consiga boas notas, títulos e bons empregos. É uma distorção do papel essencial que a educação deveria ter.


ÉPOCA – Há algo que os pais possam fazer?


Naranjo – Muitos pais só querem que seus filhos sigam bem na escola e ganhem dinheiro. Acho que os pais podem começar a refletir sobre o fato de que a educação não pode se ocupar só do intelecto, mas deve formar pessoas mais solidárias, sensíveis ao outro, com o lado materno da natureza menos eclipsado pelo aspecto paterno violento e exigente.
A Unesco define educar como ensinar a criança a ser.
As Constituições dos países, em geral, asseguram a liberdade de expressão aos adultos, mas não falam das crianças. São elas que mais necessitam dessa liberdade para se desenvolver como pessoas sãs, capazes de saber o que sentem e de se expressar.
Se os pais se derem conta disso, teremos uma grande ajuda. Eles têm muito poder de mudança.




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