"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

27 fevereiro 2016


Entenda por que somos responsáveis por nossas escolhas


O que você está fazendo da sua vida?

"Eu queria conduzir minha vida com base em minhas verdades"

Nietzsche costumava perguntar:
"Você viveu sua vida? Ou foi vivido por ela? Escolheu-a, ou ela escolheu você? Amou-a ou a lamentou?"

E, quando lhe pediam conselhos, o alemão dizia:
"Não posso lhe ensinar como viver de forma diferente, pois, se o fizesse, você continuaria vivendo o projeto de outrem, e não o seu próprio".

Ter um projeto próprio é uma busca demasiadamente humana. Mas... como?

A quantidade de influências que recebemos ao longo de nossa vida, com pessoas procurando nos moldar e nos transformar em uma espécie de replicantes, é imensa.

E não há erro aparente nisso, pois qual é o pai que não quer o bem para a vida de seu filho e, nessa busca, acaba influenciando suas escolhas e seus caminhos?

Mas um pai não pode viver de novo sua vida por meio de seu filho.

Ele pode orientar, alertar, ensinar, mas não viver a vida do filho, ou pelo filho.

Dar raízes e asas, esse é o grande desafio da paternidade.

Mas não é fácil, eu sei. É difícil lembrar que cada um nasce para viver sua própria vida.

E os professores?

Qual o professor que não cumpre sua missão de educar mostrando qual seria a boa trilha a seguir pela vida?

Educar é influenciar, não tem jeito.

Mas educar é, ou deveria ser, acima de tudo, ensinar a pensar, e o pensamento com qualidade conduz, ou deveria conduzir, a duas lições que são as mais belas que um jovem pode aprender: a autonomia e o significado.

Ser autônomo significa fazer suas próprias escolhas e assumir responsabilidade por elas.

Não quer dizer, cuidado, que se possa fazer o que se quer, atender a seus desejos desconsiderando totalmente as expectativas dos outros, do mundo.

Autonomia é razão lúcida, equilíbrio, e pressupõe responsabilidade, maturidade, disposição para assumir seu destino.

A razão emancipada nega a tutelagem e a subordinação. A razão esclarecida é a razão absoluta da autodeterminação.

E ter significado quer dizer estar conectado com uma atividade que faça sentido, que nos dê a certeza de que estamos no caminho certo, fazendo o que gostamos e que aquilo que fazemos torna o mundo melhor.

Mesmo sem saber, à medida que amadurecemos, buscamos, às vezes desesperadamente, essas duas grandes conquistas: a autonomia e o significado.

Autonomia para gerir sua própria vida e significado para sentir prazer em viver.

Enquanto a autonomia garante minha liberdade de escolher, o significado me dá a certeza de que estou vivendo a vida que eu quero viver. 

Do meu jeito.

Naturalmente, o jovem é levado a providenciar, em primeiro lugar, a autonomia.

Pagar suas contas, garantir sua sobrevivência, não depender mais de seus pais nem de ninguém.

E isso está certo, pois quem continua dependente jamais caminhará com suas próprias pernas.

O problema é que às vezes, na pressa pela autonomia, acabamos presos a um sistema que não nos faz felizes.

E é nessa armadilha que se encontra o grande inimigo do my way.

Conheci, recentemente, um jovem nem tão jovem assim, beirando os 40, que desabafou comigo, dizendo:

"Eu queria ser músico, mas virei contabilista. 
Eu queria viajar pelo mundo, mas nunca saí da cidade. 
Eu queria ter meu próprio negócio, mas fui trabalhar em um banco".

Em primeiro lugar, é necessário dizer que não há nada de errado em estudar contabilidade, morar sempre na mesma cidade e trabalhar em um banco.

Mas tem que ser por escolha.

Conheço contabilistas felizes e músicos angustiados.

Funcionários serenos e empreendedores estressados.

Há de tudo. Em todos os caminhos.

O que fica claro, estampado no rosto, transbordante pelo olhar, é a satisfação de estar fazendo o que se escolheu fazer.

Bem-vindo ao mundo real, em que o caminho é representado por um dilema: sem autonomia não posso lutar por aquilo que tem significado para mim, e sem trabalhar com significado dificilmente atingirei a verdadeira autonomia. (...)

A história de um homem depende dele mesmo e depende também do mundo.

Há os que creditam a construção de sua história apenas ao mundo. 

Estes são deterministas.

Há os que acreditam só em si mesmos. Estes são os possibilistas.

E há os que confiam em seu discernimento para seguir a vida, mas não desconsideram o efeito do mundo, do acaso.

Estes são os estrategistas.

Ser como se quer ser.

Ousar sonhar seu próprio sonho.

Ouvir os outros, mas depender apenas de si mesmo para tomar as decisões.

Estas são as qualidades daqueles que dizem que vivem sua própria vida, e não as dos outros.

Como diz Renato Teixeira em seu Tocando em Frente, que compôs com Almir Sater: 
"Cada um de nós compõe a sua história, e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, e ser feliz".

Ao meu amigo contabilista eu quero dizer que nós precisamos que ele faça com que este mundo tenha o mínimo de organização.

Imagine este planeta só com artistas e poetas. Quem colocaria ordem na casa?

Por favor, organize o mundo, aplique as leis, crie estratégias de fluxo de caixa, faça as colunas de débitos e créditos fazerem as pazes entre si. 

Sem isso, o caos tomaria conta e a barbárie voltaria.

Seja um contabilista, mas seja o contabilista que você quer ser.

Do seu jeito.

Aliás, quando se fala em artes e artistas, eu me pergunto: quem é mais artista? Aquele que faz arte ou aquele que faz o que não é arte parecer arte?

Cada vez mais aposto no segundo.

Trata-se da arte de quem desenvolve a capacidade de fazer de seu jeito, por isso faz bem.

Com autonomia e com significado.



(Eugenio Mussak)



Fonte: Vida Simples




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21 fevereiro 2016

O Homem real - Bhagavad Gita


Estes corpos caducos, que servem como envoltórios para as almas que os ocupam, são coisas finitas, coisas do momento, e não são o verdadeiro homem real.

Eles perecem, como todas as coisas finitas; deixa-os perecer, ó príncipe de Pându, e, sabendo isto, prepara-te para o combate.

Aquele que pensa, em sua ignorância: "Eu mato" ou "Eu serei morto", procede como criança que não tem conhecimento da verdade, porque o que Eu na realidade, é eterno, e o Eterno não pode matar nem ser morto.

Conhece esta verdade, ó príncipe!

O Homem real, isto é, o Espírito do homem, não nasce nem morre.

Inato, imortal, perpétuo e eterno, sempre existiu e sempre existirá.

O corpo pode morrer ou ser morto e destruído; porém, aquele que ocupou o corpo, permanece depois da morte deste.

Quem conhece a verdade de que o Homem real é eterno, indestrutível, superior ao tempo, à mudança e aos acidentes, não pode cometer a estupidez de pensar que pode matar ou ser morto.

Como tiramos do corpo as roupas usadas e as substituímos por novas e melhores, assim também o habitante do corpo (que é o Espírito), tendo abandonado a velha morada mortal, entra em outra, nova e recém-preparada para ele.

O Homem real, o Espírito, não pode ser ferido por armas, nem queimado pelo fogo; a água não o molha, o vento não o seca nem move.

Ele é impermeável, incombustível, indissolúvel, imortal, permanente, imutável, inalterável, eterno, e penetra tudo.

Em sua essência, é invisível, inconcebível, incognoscível.

Sabendo isto, não te entregues à aflição pueril.

Se, porém, não o crês, e pensas que nascimento e morte são coisas reais, mesmo assim te pergunto: por que te lamentas e entristeces?

Pois, em verdade, a morte deriva do nascimento, e o nascimento nasce da morte.

Não te aflijas, pois, pelo inevitável.

Aqueles que carecem da Sabedoria Interior, ignoram de onde viemos e para onde vamos; conhecem só aquilo que é transitório.

No Ser Eterno, todas as coisas são compreendidas no estado invisível; depois se fazem visíveis, e na morte tornam a ser invisíveis.

Por que então, lamentar?

Quanto à alma, o Homem real, Espírito ou Ser Eterno, alguns o tomam por coisa maravilhosa; outros ouvem falar e falam dele como de uma maravilha, com incredulidade e sem compreensão.

Mas a mente mortal não compreende esse mistério, nem o conhece em sua natureza verdadeira e essencial, apesar de tudo o que foi dito, ensinado e pensado a seu respeito.

O Espírito, esse Homem real que habita o corpo, é invulnerável e indestrutível.

Não há, pois, motivo para te abandonares à aflição e tristeza.


(BHAGAVAD GITA - A Mensagem do Mestre – O Homem real)



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Simples assim...





Se teus olhos forem bons


A Humanidade infelizmente sempre esteve às voltas com o sofrimento e conflitos entre irmãos.

Mas em meio ao caos e a dor, lampejos de bondade sempre estiveram presentes, como um ponto de luz em meio às trevas.

Segue uma linda mensagem, para tocar nossos corações e mentes, e para que nesse momento difícil pelo qual passamos, possamos exercer a bondade em todos os sentidos.



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Se teus olhos forem bons


Se tiveres bondade em teu entendimento, esteja ela revestida das palavras mais complexas, a Verdade se te revelará, sem que, para tanto, necessites de maior erudição.

Se tudo observares pela ótica sublime do Amor, conforme o próprio Cristo nos observa em nossas imperfeições e mazelas, lograrás profunda compreensão de todas as coisas, não permanecendo na superficialidade das interpretações equivocadas.

Se os teus olhos se comprazem na contemplação do mal, é obvio que tão somente divisarás trevas que se adensam à tua volta, mas se procuras sintonia real com o bem, te depararás com a face luminosa da vida sobre a aparente penumbra com que a vida se te apresenta à visão.

Bondade é sinônimo de luz em teus olhos, em teu corpo, em todo o teu ser...

Ninguém alcança os pórticos do conhecimento do superior, manejando apenas os recursos da inteligência comum.

A sabedoria pressupõe muito mais!...

Se pretendes transcender o habitual e penetrar o espírito da letra, encerrando contigo mais de meras informações que qualquer biblioteca te pode fornecer, além de refletires sob os auspícios da fé raciocinada, aprende a intuir com o coração.

A bondade em teus olhos e em tuas mãos se constituiu em tudo o que sabes traduzido na prática, dimensionando as lições que, até o teu presente momento evolutivo, foste capaz de assimilar.

Neste sentido, não olvidemos a advertência do Mestre, referindo-se incisivo, ao modo como utilizamos a faculdade da visão, em suas expressões físicas e espirituais, com que fomos aquinhoados:


“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti”. (Mateus, 5:30).


(Carlos A. Baccelli / Irmão José)




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Zé Luiz Mazziotti - Altos e Baixos


18 fevereiro 2016

Entre o ruído e a pressa...




Caminha placidamente por entre o ruído e a pressa, e lembra-te da paz que existe no silêncio.

Tenta, na medida do possível, estar de bem com todos.

Exprime a tua verdade com tranquilidade e clareza.

Escuta quem te rodeia, inclusive as pessoas desinteressantes e incultas; também elas têm uma história para contar.

Evita gente conflituosa e agressiva que tanto mal faz ao espírito.

Se te comparares com os outros poderás tornar-te amargo ou arrogante, pois haverá sempre alguém melhor e pior que tu.

Regozija-te com as tuas conquistas e os teus projetos.

Mantém vivo o interesse pela tua carreira por mais humilde que seja; é um verdadeiro bem, nesta época de constante mudança.

Sê prudente nos teus negócios – o mundo está cheio de armadilhas. Mas não feches os olhos à virtude que existe em teu redor, nem às pessoas que defendem os seus ideais e lutam por valores mais altos – a vida está cheia de heroísmo.

Sê tu próprio. Acima de tudo, não sejas falso, nem cínico em relação ao amor que, face a tanta aridez e desencanto, se mantêm perene como uma haste de erva.

Aceita com serenidade a passagem do tempo, sabendo deixar graciosamente para trás as coisas da juventude.

Cultiva a força de espírito, para te protegeres de azares inesperados. Mas não te atormentes a imaginar o pior. Muitos medos nascem do cansaço e da solidão.

Mantém uma autodisciplina saudável mas sê benevolente contigo mesmo.

És um filho do Universo, como as árvores e as estrelas. Tens todo o direito ao teu lugar no mundo.

Poderá não ser claro para ti, mas a verdade é que o Universo está a evoluir como previsto.

É importante, assim, que estejas em paz com Deus, seja qual for a tua concepção d’Ele, e em paz com a tua alma, sejam quais forem os teus anseios e aspirações no ruidoso tumulto da vida.

Apesar de todos os enganos, dificuldades e desilusões, vivemos num mundo bonito.

Alegra-te.

Luta pela tua felicidade.



(Desiderata, 1927 - Max Hermann)



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Dica de vídeo: "O Projeto Terra e a Data Limite - Prof. Laércio Fonseca." (completo)


Nesta vídeo aula inédita, o Prof. Laércio Fonseca apresenta fatos e conexões entre a cosmologia, o universo, o projeto Terra e a Data Limite segundo Chico Xavier.
De onde vim? Para onde vou? 
O fim do mundo está próximo? 
Chico Xavier estava certo? Temos uma Data Limite?
Descubra as respostas para essas e outras perguntas nesta vídeo aula ilustrada.

TEMAS ABORDADOS:
• Questões Fundamentais
• Multidimensionalidade da Matéria
• Projetos Planetários
• A Primeira Fase do Projeto Terra
• Capela e a Civilização Atlante
• Colapso e Ascensão de Atlântida
• Era da Luz e a Era das Trevas
• Vestígios de um Futuro Próximo
• Nossa Jornada
• A Data Limite
• O que vai acontecer em 2019?
• O conhecimento liberta



Recomendadíssimo!


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Simples assim...