"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"
(Teillard de Chardin)
22 janeiro 2012
Os Dons
Narra uma lenda de autor desconhecido que um homem entrou em uma loja e se aproximou do balcão.
Quem estava a atender era uma criatura maravilhosa. Tão bela que parecia uma fada, dessas saídas de um conto infantil.
O homem olhou para os lados e perguntou: O que é que você tem para vender?
Com um sorriso lindo, a jovem respondeu: Todos os dons.
O homem arregalou os olhos, manifestando interesse, e quis saber qual era o preço. Seria muito caro?
Não, foi a resposta. Aqui, nesta loja, tudo é de graça.
Ele olhou, maravilhado, jarros cheios de amor, vidros repletos de fé, pacotes de esperança e caixinhas de sabedoria.
Resolveu fazer o seu pedido: Por favor, quero muito amor, um vidro de fé, bastante felicidade para mim e toda a minha família.
Com presteza, a moça preparou tudo e lhe entregou um embrulho muito pequeno, que cabia na sua mão.
O homem se mostrou surpreso e perguntou outra vez:
Será possível? Está tudo aqui mesmo? É tão pequeno o embrulho!
Sorrindo sempre, a jovem falou:
Meu querido amigo, nesta loja, onde temos todos os dons, não vendemos frutos. Concedemos apenas as sementes.
* * *
As sementes das virtudes se encontram em nós. Somos a loja dos dons. O que necessitamos é investir na semeadura.
Se desejamos que frutifique o amor, é preciso que nos disponhamos a amar. E o exercício começa quando executamos bem as tarefas que nos constituem dever. Prossegue no trato familiar, com pais, irmãos, cônjuges e se amplia no rol das amizades.
Depois, atravessa a cerca dos afetos e passa a agir entre aqueles que simplesmente encontramos na rua, no ônibus, no mercado, no banco.
A fé não é adquirida de rompante.
Necessita ser pensada, estudada, reflexionada. O exercício inicia com a contemplação da natureza. Os dias frios, os dias quentes, o sol, a lua, as estrelas, as árvores que balançam ao vento e as flores multicoloridas nos jardins.
Alonga-se com a visão dos mundos, das coisas infinitamente pequenas e daquelas infinitamente grandes. A harmonia de tudo nos remete a uma confiança irrestrita, uma certeza inabalável que se chama fé.
A felicidade frutifica quando, plenos de amor e de fé, vivemos cada dia com intensidade, sem igual, saboreando cada minuto como se fosse o único, o último, o derradeiro.
* * *
Mudar é um ato de coragem. É a aceitação plena e consciente do desafio.
É trabalho árduo, para hoje. É trabalho duro, para agora.
E os frutos seguramente virão no amanhã, talvez não muito distante.
Mas, quando temos certeza de estar no rumo certo, a caminhada é tranquila.
Quando temos fé e firmeza de propósito é fácil suportar as dificuldades do dia-a-dia.
Pensemos nisso. Invistamos nas virtudes ainda hoje.
(Redação do Momento Espírita, com base no cap. Dons, de autor desconhecido e no cap. É preciso sentir a mudança lá dentro, de R. Anatoli Oliynik, do livro “Momentos de luz”, organizado por Hiran Rocha, v. 1, ed. Kuarup).
Fonte: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3301&stat=0
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