"A escolha é
nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos
outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida".
(Carta da Terra)
Neste verão, as altas
temperaturas registradas em grande parte do território nacional
impressionam leigos e alertam cientistas sobre os efeitos das
mudanças climáticas no Brasil e no mundo.
Recente estudo sugere
que mudanças climáticas radicais estão prestes a ocorrer, e a
região dos trópicos será a primeira a sentir efeito intenso da
mudança.
Segundo a publicação
da revista "Nature", a Terra pode experimentar um clima
diferente no prazo de 34 anos, mudando para sempre a vida como
conhecemos, com impacto mais intenso ocorrendo primeiramente na
região tropical que será afetada mais rápido e de forma mais
intensa.
Plantas e animais
tropicais não estão habituados à variação do clima e por isso
são mais vulneráveis mesmo às menores alterações.
Conforme o estudo, os
trópicos sustentam a maior diversidade do mundo em espécies
marinhas e terrestres, e experimentarão climas sem precedentes dez
anos antes do que qualquer outra região da Terra.
Essas regiões também
abrigam a maior parte da população mundial. "Em países
predominantemente desenvolvidos, cerca de seis bilhões vivem em
regiões que irão experimentar climas extremos antes de 2050",
alertou o coautor do estudo, Ryan Longman.
"Isso faz aumentar
a preocupação com mudanças no abastecimento de água e comida,
saúde humana, a disseminação mais extensa de doenças infecciosas,
estresse causado pelo calor, conflitos e desafios para as economias",
prosseguiu. "Nossos resultados sugerem que os países que serão
impactados primeiro por climas sem precedentes serão aqueles com
menos capacidade para responder", finalizou.
Numa contagem
regressiva, segundo um cenário de emissões onde não foram tomadas
as providências para reduzir a quantidade de CO2 na atmosfera, os
cientistas previram que as datas da "partida climática"
seriam por volta de 2020 em Manokwari (Indonésia), 2029 em Lagos
(Nigéria), 2031 na cidade do México, 2066 em Reykjavik (Islândia)
e 2071 em Anchorage (Alasca).
Os estudos denominaram
de "partida climática" o ponto em que eventos extremos
mensurados durante os últimos 150 anos -período durante o qual
dados climáticos são considerados confiáveis- se tornam a norma.
"Se a avaliação
estiver correta, atenção conservacionistas: a corrida das mudanças
climáticas não só começou, mas está definida, com a linha de
chegada da extinção se aproximando mais dos trópicos",
escreveu Eric Post, do Departamento de Biologia da Universidade do
Estado da Pensilvânia, em um comentário sobre as descobertas.
As mudanças climáticas
que estão ocorrendo em nível mundial, elevando e superando recordes
de temperatura, interferem na saúde humana.
Portanto, a exposição
prolongada ao calor excessivo pode desenvolver no indivíduo, aumento
da irritabilidade, fraqueza, depressão, ansiedade e incapacidade
para se concentrar. Nos casos mais graves, podem ocorrer alterações
físicas como desidratação, erupção da pele, câimbras, insolação
e alterações neurológicas.
Segundo o professor de
psicologia, Amável Cume, da Universidade de San Pablo, na Espanha,
"agressividade, irritabilidade e cansaço são algumas
consequências derivadas da ansiedade e o estresse gerado pelas altas
temperaturas".
Diante deste quadro de
alterações climáticas e suas consequências na saúde e
comportamento das pessoas, as cidades de São Paulo e Porto Alegre
fecharam o mês de janeiro de 2014 com as maiores temperaturas já
registradas pelo Instituto de Metereologia (INMET). Foi o mês mais
quente da história climática da capital paulista desde que as
medições começaram, em 1943. Já em Porto Alegre, o mês foi o
mais quente em quase cem anos.
Se a previsão caótica
não for revertida a tempo de garantir alguma qualidade de vida para
as próximas gerações de humanos, restará aos seres vivos do
planeta Terra uma adequação às mudanças climáticas. Necessidade
de adaptação a uma realidade bem mais problemática que
experimentamos com as primeiras ondas de calor excessivo neste início
de século.
Sensação térmica que
começa a exigir do indivíduo das regiões tropicais, adequação a
uma realidade de aumento progressivo de temperatura. Fenômeno que
começa a interferir no físico, psicológico e no comportamental das
pessoas que vivem nas regiões mais quentes do planeta, como
registrou Camilo Moura, do Departemento de Geografia da Universidade
do Havaí: "Os resultados nos chocaram, ao longo da minha
geração, qualquer clima com o qual estejamos acostumados será
coisa do passado".
Neste panorama nada
promissor para o homem, o desnível consciencial da humanidade é o
que determina o quadro atual que prevê um futuro de muitas
dificuldades para a vida no planeta Terra.
Contudo, ingressamos na
Nova Era e vivenciamos um momento de transmutação da energia
planetária, que definirá seguindo as leis naturais que orientam a
vida inteligente no universo, os espíritos que continuarão
reencarnados na Terra e aqueles que irão para realidades compatíveis
com o seu grau de evolução consciencial.
Enquanto este momento
não chega, cabe às consciências evoluídas tentar frear o
acelerado processo que está levando a vida no planeta Terra a uma
situação de difícil sobrevivência.
(por Flávio Bastos)
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