"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

22 fevereiro 2015

Baba Yetu



De volta...

Todos nós temos dias difíceis.
Que muitas vezes tornam-se semanas, meses, até anos...
Dias em que não conseguimos enxergar o belo, porque só enxergamos nosso próprio problema.
Dias em que perdemos a chance de ouvir as pequenas histórias que nossos filhos poderiam nos contar, porque só ouvimos nossos pensamentos infelizes.
Dias em que perdemos a oportunidade de viver momentos mágicos, porque perdemos o brilho e o encanto e nos tornamos seres amargos e de cor cinza, como nuvens de uma tempestade que se aproxima...
Mas muitas vezes, somos socorridos deste ciclo vicioso - que nos impede de interagir com o bem e que não resolve em nada nossos problemas - por um simples sonho, uma palavra, uma inspiração ou um simples trecho de música.
Abrindo uma pequenina brecha em nosso coração e nossos pensamentos.
Quando esses dias difíceis me encontram, quando os olhos baixam e se umedecem, quando sinto-me em desamparo, percebi que somos cercados de sinais, quase que bombardeados por eles, tentando tirar-nos desta couraça que criamos, feita de interrogações e medo do hoje, cheio de incertezas, violência e tristezas.
Quando escuto esta música – Baba Yetu: o Pai Nosso cantado em um dialeto africano, e vejo essas imagens - do nosso planeta azul e de pessoas com almas e dores tão variadas quanto sofridas, sinto-me insignificante e com problemas insignificantes.
Assim a couraça se quebra.
E meu coração se abre de novo.
Tenhamos todos um caminho, uma brecha, que nos faça voltar a sorrir, a gargalhar com prazer, a perceber que nem tudo está perdido e a nos penalizarmos pelo outro, que com certeza sofre muito mais que nós.





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