"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

12 março 2019

As Aparentes Perdas



Alguns momentos de nossas vidas, indiscutivelmente, vamos presenciar partidas inesperadas, realizar algumas despedidas não autorizadas, sofrer perdas não consentidas e ainda ter que extirpar dores incompreendidas.

O choro vai parecer sem fim e a dor vai persistir e fazer morada longa em nossas lembranças.

Neste dia não haverá o que remediar, vai ser impossível retroceder, quiçá uma negociação haverá de existir; e a negativa por respostas vai ser a realidade mais dura a se apresentar, por dúvidas que sequer saberemos formular o questionamento.

Apenas um desejo ardente será latente, que venha ser tão somente um pesadelo, e dali vir a despertar abrupta, mas aliviadamente.

Mas a hora final não tardará e o nosso mais sincero ato vai ser o de colocar as mãos piedosas sobre o ente querido e erguê-lo junto ao peito, no abraço mais amoroso que nossa alma puder dar. E dali conduzir aquele corpo inerte ao sono mais profundo e ao descanso do silêncio eterno...

A maioria tem crença e acredita que este é o derradeiro fechamento das cortinas da vida, e vai guardar pra si uma inquietude infinita, aliada não menos das dores das perdas sofridas; lançando pesadas correntes àqueles que tanto ama.

Poucos percebem com lucidez, a partir daí e do outro lado da vida, o espírito daquele que animou o tão estimado ente que partiu, a ser prontamente socorrido por almas benfeitoras, amparando-o amorosamente.

Um sono pesado entorpecerá aquela alma que recém desencarnara. As faces perispirituais vão poder espraiar uma expressão venturosa de paz e serenidade a todo aquele que no seu âmago já vertia tais virtudes.

Se for merecedor, além da acolhida dos espíritos auxiliares, entidades veneráveis, aquelas com cabelos níveos e faces ternas nimbadas de luz, vão se fazer presentes e se curvarem junto ao corpo perispiritual que ali se apresenta.

Numa visão clarividente, e poucos talvez entenderão, diante de tão nobre assistência, aquela moribunda alma nos fará um aceno de despedida e alçará seu vôo angélico; sendo conduzida por aquelas mãos fulgentes em direção a alguma morada feliz, transportada como uma verdadeira carga preciosa!

Algum tempo decorrerá, e esse espírito irá despertar bastante surpreendido, diante de um ambiente sereno e reconfortante; todo iluminado por suave luz cor de topázio com reflexos róseos. Sentir-se-á eufórico e recuperado em suas forças vitais.

E assim reiniciará sua vida no astral, recuperará sua memória integral, reconhecerá antigos amigos e parentes consanguíneos terrenos e pouco a pouco se reintegrará a verdadeira vida.

Contudo, vai haver momentos que regressará à Terra para partilhar das boas e mágicas lembranças, com os quais aqui ainda estejam a trilhar os caminhos mais densos.

As doces memórias o trarão como num instantâneo, pois o pensamento é um poderoso catalisador das aproximações duradouras.

Vai bastar darmos um gostoso sorriso como aqueles dados em dias gloriosos, na sólida e estreita parceria firmada, para que ali bem ao nosso lado, invisível aos olhos, mas muito presente aos arrepios incompreendidos, esteja aquele querido e amado ser que tanto nos alegra.

Que saibamos cultivar a vida que liberta e não o desejo da posse que constrange e acorrenta.
Liberte e liberte-se, este o melhor conforto às almas que se amam, independente de planos onde residam!!!

∆ J Chagas


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