"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

05 junho 2011

Evangelização Infantil - Será que o lobo é mau?



Despertar a espiritualidade na criança é missão importantíssima e deixo aqui uma dica de site interessante, que encontrei em minhas andanças na net, www.searadomestre.com.br/evangelizacao , onde é possível ler ou baixar histórias e livros infantis espíritas, classificadas por tema, inclusive com ilustrações e atividades. 
A seguir, uma delicada história infantil que encontrei neste site.

* * *


 Será que o lobo é mau?



Os porquinhos Juca, Pipo e Lilo já são porquinhos adultos e resolveram cada um construir a sua própria casa, que seria o lar de sua família, no futuro.


Juca construiu uma casa de palha e assim que terminou foi dormir, que é o que ele mais gosta de fazer. E Juca pretende dormir bastante, agora que não tem sua mãe por perto para lhe alertar sobre a preguiça.



Pipo é um pouco mais organizado e resolveu fazer sua casa de madeira e galhos de árvores, para suportar ventos e chuvas. Assim que terminou a casa foi descansar, pois estava muito cansado.



O porquinho Lilo trabalhou por várias semanas para construir uma casa forte, com um bom alicerce, paredes de tijolos e janelas e portas com fechaduras, tudo muito seguro. Sua nova casa é bonita e segura como seu antigo lar e Lilo, quando terminou de construí-la convidou sua mãe para lhe fazer uma visita.



Perto de onde foram morar Juca, Pipo e Lilo mora um lobo, que eles pensavam que era mau. Mas estavam enganados, pois o lobo já estava idoso, tinha orelhas e nariz muito grandes e apesar da aparência de mau era, na verdade, um lobo bom, quieto e sem muitos amigos.



Tudo ia muito bem, até que chegou a primavera, a mais bela das estações. Qual o problema? O problema é que Zoé, esse é o nome do lobo, é alérgico a pólen de flores. Ele costuma espirrar muito, tossir sem parar, ficar com os olhos vermelhos e ter coceiras no nariz e, às vezes, coçar todo o corpo sem conseguir parar.



Aos primeiros sinais da alergia, Zoé foi ao médico, Sr. Orestes, que lhe tratava há muitos anos. Na volta para casa, passou na farmácia, que estava lotada, e comprou o remédio.



Espirrou por todo o trajeto, seu nariz estava vermelho como um pimentão e seu corpo todo coçava.



Quem o observou pelo caminho achou o lobo muito esquisito: parecia muito feio e bravo, principalmente quando tossia e se coçava sem parar.



Chegando em casa, o lobo imediatamente pegou um copo d’água e o remédio para tomar. Pegou a caixa e logo percebeu que haviam lhe dado o remédio errado na farmácia. O remédio de Zoé para alergia foi trocado por outro parecido, porém para dor de barriga.



Entre espirros, tossidas e coceiras, o lobo resolveu pedir ajuda aos porquinhos, seus novos vizinhos, pois se tivesse que ir até a farmácia iria piorar muito, pois o caminho era cheio de flores nesta época.



Quando chegou na casa de Juca para perguntar se ele poderia destrocar o remédio, Zoé bateu na porta e enquanto aguardava que o porquinho atendesse, sentiu uma enorme vontade de espirrar e deu um enorme espirro, e mais outro, e outro e outro... Quando conseguiu parar de espirrar viu que havia derrubado a frágil casinha do porquinho.


O lobo não conseguiu sequer pedi desculpas ao porquinho, muito menos explicar que precisava de ajuda, pois Juca fugiu apavorado e foi se esconder na casa de seu irmão Pipo.


Como continuava se sentindo muito mal, tossindo e espirrando, mas certo de que tomaria mais cuidado para não derrubar a casa do próximo vizinho, o lobo foi até onde morava Pipo.


Zoé chegou perto e chamou pelo vizinho. Como sua voz estava fraca e ele espirrava e tossia muito, o lobo imaginou que ninguém tinha conseguido ouvi-lo. Chegou mais perto e, antes que conseguisse bater na porta para pedir ajuda, começou a tossir muito, pois parecia que alguém passava uma peninha em sua garganta. 

Tossiu alto, muitas vezes e muito forte, para ver se a peninha parava de incomodar. Quando conseguiu parar, notou que a casa do vizinho estava demolida, e que os dois porquinhos corriam de medo dele.


O lobo ficou muito chateado pelo que aconteceu, mas decidiu ir até a casa do porquinho Lilo, não apenas para que eles lhe ajudassem a trocar o remédio, mas para pedir desculpas e avisar que assim que melhorasse alergia iria ajudar a reconstruir as casas dos dois porquinhos.



Chegando na casa de Lilo, bateu na porta e esperou. Enquanto esperava, espirrou um pouco e coçou o nariz, que ficou mais vermelho ainda. Como ninguém atendeu, bateu de novo. Depois de algum tempo, apareceu na janela Lilo, que gritou:



-Vá embora, seu lobo. Esta casa você não vai conseguir derrubar! Estamos seguros aqui, e não seremos seu jantar!


O lobo explicou então que era apenas um velho lobo doente que precisava de alguém que fosse até a farmácia destrocar o seu remédio da alergia.



Por favor, não consigo parar de espirrar e tossir. Meu nariz coça muito e meus olhos estão vermelhos de tanto coçar. Preciso de ajuda! Se eu tiver que ir até a farmácia, ficarei pior.



Os porquinhos ficaram desconfiados e não abriram a porta. O velho lobo pediu mais uma vez, enquanto tossia e espirrava:



- Por favor, eu tenho alergia na primavera, preciso do remédio...



Os porquinhos observaram o lobo por alguns instantes e puderam perceber que ele parecia furioso e espirrava e tossia sem parar.



Lilo lembrou aos irmãos que não devemos julgar os outros pela aparência. Então pensaram bem e resolveram deixar o lobo entrar e ouvir melhor o que ele tinha a dizer.



O lobo agradeceu e contou que tinha essa alergia na primavera desde criança e que precisava de ajuda, pois não podia ficar sem o remédio.



Os porquinhos perceberam que o lobo não era mau como pensavam e, apesar do aspecto esquisito, parecia ser muito legal.



Pipo, então, foi rapidamente até a farmácia e trouxe o remédio certo para Zoé. O lobo tomou o remédio e logo começou a se sentir melhor. Ele agradeceu muito a ajuda, pediu desculpas pelo susto que deu nos porquinhos e prometeu ajudar a reconstruir as casas deles



Todos riram muito quando ele contou que seu apelido quando criança era ATCHIM, como o anãozinho da Branca de Neve.



Lilo serviu suco de frutas para todos e eles se sentaram na biblioteca, longe do pólen das flores, para conversar, começando ali uma grande amizade.


Os porquinhos sempre contam essa história aos seus filhos para que eles percebam que não devemos julgar alguém pela sua aparência física, pois podemos nos enganar sobre a pessoa e deixar de conhecer um novo amigo. 

Além disso, Juca e Pipo aprenderam que quando temos que fazer algo, é importante fazer com carinho e dedicação, como sua mãe sempre lhes ensinara, pois trabalhos malfeitos podem acabar como as suas casinhas, que tiveram que ser reconstruídas, desta vez com menos preguiça e mais cuidado.




(História adaptada do clássico original “Os Três Porquinhos” do autor Joseph Jacobs)
 
* * *



Conversando Sobre a História




A história nos mostra que cada porquinho poderia construir sua casa como quisesse. Será que Juca e Pipo construíram a casa da maneira certa?


Não, porque a preguiça e a má-vontade não deixaram. Eles acharam que tinham liberdade de não dar satisfação a ninguém, podendo fazer o que quisessem, como e quando desejassem. Quando estavam em casa e a mamãe estava sempre pedindo para que eles trabalhassem para ajudar nos serviços de casa achavam ruim, mas depois perceberam que é necessário trabalho e organização para manter uma casa em ordem.

E Lilo? Lilo havia aprendido as lições que sua mãe, tão carinhosamente, ensinara a todos eles. Quando construiu sua casa, teve a oportunidade de colocar na prática o que havia aprendido. 

Sua casa demorou para ser construída, mas tinha um bom alicerce e era bem segura. Quando ficou pronta ele logo começou a arrumá-la, e enfeitá-la, pois não via a hora de convidar sua querida mamãe para uma visita.

O que acontece quando fizemos as coisas com preguiça e má-vontade?
Os nossos trabalhos saem mal feitos e muitas vezes temos que os refazes.

O lobo Zoé era legal, bondoso, amigo, era bonito?
Era leal e amigo, mas não era bonito. Beleza não significa bondade.

Só as pessoas bonitas são boas? Por quê?
Não, porque uma coisa não está ligada a outra, não devemos julgar as pessoas ou as situações pelas aparências.

Devemos julgar uma pessoa pelo seu corpo físico?
Não, o presente independe do pacote.

Devemos ajudar o nosso próximo?
Sim e isso nos deixará alegres e satisfeitos, mesmo quando não recebemos agradecimentos pelo bem que fizermos.




Grupo Espírita Seara do Mestre



04 junho 2011

Quer saber o que é a amizade?


Em um gesto coletivo de apoio a um colega que faz tratamento contra um câncer, estudantes do ensino médio de uma escola de Governador Valadares (MG), decidiram raspar o cabelo.

Arthur Gonçalves, de 17 anos, foi surpreendido na última segunda-feira ao chegar para aula no Colégio Genoma, onde cursa o terceiro ano. Ao entrar na sala, se deparou com todos os alunos do sexo masculino, bem como o professor, com os cabelos raspados.

Gonçalves estava em Belo Horizonte, onde se submeteu às primeiras sessões de quimioterapia - que levaram à perda do cabelo.

Um amigo de infância, Lucas Avelino, aproveitou sua ausência e mobilizou os colegas para o gesto solidário. Tanto o corte coletivo de cabelos quanto a recepção a Gonçalves foram registrados em vídeo. Até hoje, em quatro dias, o vídeo "Quer saber o que é a amizade?", postado na internet, foi visto mais de 59 mil vezes.

Veja o vídeo abaixo:






 


03 junho 2011

O sofrimento do hipócrita - Victor Hugo



Ter mentido é ter sofrido.

0 hipócrita é um paciente na dupla acepção da palavra; calcula um triunfo e sofre um suplício.

A premeditação indefinida de uma ação ruim, acompanhada por doses de austeridade, a infâmia interior temperada de excelente reputação, enganar continuadamente, não ser jamais quem é, fazer ilusão, é uma fadiga.

Compor a candura com todos os elementos negros que trabalham no cérebro, querer devorar os que o veneram, acariciar, reter-se, reprimir-se, estar sempre alerta, espiar constantemente, compor o rosto do crime latente, fazer da disformidade uma beleza, fabricar uma perfeição com a perversidade, fazer cócegas com o punhal, por açúcar no veneno, velar na franqueza do gesto e na música da voz, não ter o próprio olhar, nada mais difícil, nada mais doloroso.

0 odioso da hipocrisia começa obscuramente no hipócrita.

Causa náuseas beber perpétuamente a impostura.

A meiguice com que a astúcia disfarça a malvadez repugna ao malvado, continuamente obrigado a trazer essa mistura na boca, e há momentos de enjôo em que o hipócrita vomita quase o seu pensamento.

Engolir essa saliva é coisa horrível.

Ajuntai a isto o profundo orgulho.

Existem horas estranhas em que o hipócrita se estima. Há um eu desmedido no impostor. 0 verme resvala como o dragão e como ele retesa-se e levanta-se.

0 traidor não é mais que um déspota tolhido que não pode fazer a sua vontade senão resignando-se ao segundo papel.

É a mesquinhez capaz da enormidade. 

0 hipócrita é um titã-anão.


(Victor Hugo, in "Os Trabalhadores do Mar")





Resposta às Trevas



Dedico este texto aos tarefeiros do bem, de todas as correntes de pensamento.

Há os que realizam passes, práticas bioenergéticas, Apometria, consolação, esclarecimento, cura, conselho fraterno.

Há os que escrevem livros, ministram aulas e proferem palestras.

Não importa como prestamos assistência ao próximo, desde que o façamos com dignidade e honestidade de propósito. Estamos na mesma condição: vivemos em mundo de provas e expiações, somos falíveis, cheios de defeitos, em busca de reforma íntima e de servir à humanidade.

Um dia chega um espírito obsessor de uma manada de assediadores extrafísicos. Aponta o dedo para o nosso repertório de erros, praticados nesta e em outras reencarnações — como se o obsessor tivesse errado menos.

Nessas horas temos de dar uma resposta à altura — não é para convencer o obsessor, mas para proteger nossa própria auto-estima de assédios morais que, muitas vezes, levam a pique preciosas oportunidades de melhoramento íntimo e projetos coletivos em benefício de toda a sociedade.

Este texto é genérico e, portanto, possui as limitações da generalidade. Porém, fornece argumentos lógicos e honestos, complementados por notas de fim.


(Dalton Campos Roque)


* * *


Resposta às Trevas


Sim, pratico muitos erros — alguns até lúcidos —, mas reencarnei com coragem e estou aqui na luta, errando ainda, mas acertando também (1).

Sim, tenho minha “folha corrida” de defeitos, mas estou aqui enfrentando, na marra, os desafios da reencarnação, enquanto você continua neste atraso de vida, acumulando débito, perseguindo os que estão reencarnados (2).

Sim, sou um velho espírito em novo corpo, mas não sou a mesma pessoa que você me conheceu séculos atrás (3).

Sim, tenho medo, vergonha e vacilo na auto-estima e no perdão, mas embora falhe, procuro dar o exemplo com minhas atitudes — não doutrino ninguém, nem peço a outrem para fazer o que não consigo (4).

Sim, às vezes cometo velhos erros, mas não sou o mesmo. Mudei a mim mesmo e mudei meu projeto de vida. Só mudará amanhã quem tenta hoje (5).

Sim, minhas fissuras cármicas são muitas. Se sou vítima, sou vítima de mim mesmo. Mas, pelo menos, não mais prejudico ninguém por perversidade (6).

Sim, minha ignorância é patente e minha teimosia também, mas tenho estudado bastante e, mesmo ainda vulnerável a armadilhas do ego, sirvo à humanidade à minha maneira (7).

Sim, tenho momentos de hipocrisia, mas nem tanto quanto as trevas e seus assediadores, que optaram por insistir no mal e sabem do mal que praticam, em desafio inócuo à Lei Eterna, à qual me submeto da forma que posso (8).

Sim, às vezes fujo das minhas responsabilidades e da realidade que me cerca, escondo-me no ócio, na preguiça ou no vício. Mas persisto, volto à luta por dignificar a vida e a esperança de mim mesmo (9).

Sim, nem sempre estou em paz comigo mesmo, nem sempre tenho discernimento, nem sempre faço a escolha mais ponderada, mas não vivo preso ao ódio e entregue a projetos de vingança (10).

Sim, tenho momentos de blasfêmia e xingamento. Mas também tenho, em meu íntimo, melhorado na prática da gratidão, do perdão e do amor ao próximo (11).

Sim, ainda tenho atitudes de arrogância, orgulho, egoísmo e vaidade, mas já consigo vivenciar momentos de sincera modéstia e humildade sadia (12).

Sim, não sou boníssimo, mas não tenho má índole. Melhor caminhar em câmera lenta para frente do que estagnar ou caminhar para trás (13).

Sim, não estou no “céu”, nem o mereço, mas já sintonizo com ambientes mais elevados do que aqueles com os quais tinha afinidade em meu passado multimilenar ou mesmo recente (14).

Sim, sou fraco, mas enfrento, assim mesmo, as vicissitudes da vida e ajudo meus companheiros de jornada evolutiva, pondo em prática alguns bons exemplos de conduta, frutos da minha perseverança no melhoramento íntimo (15).

Sim, estou sempre tentando, de novo. Às vezes, fracasso. Tenho minhas recaídas. Mas persisto. Há tempos reneguei o fracasso maior de teimar na prática do mal lúcido e consciente (16).

Apesar de meus erros, não perco meu tempo monitorando a desgraça alheia. Foco minhas energias em melhorar, o que, inexoravelmente, conseguirei (17).

* * *

Este texto-resposta foi criado pensando nos obreiros anônimos dos centros, templos, casas, lojas e institutos, de cunho religioso, esotérico ou espiritualista.

É preferível errar — com o perdão da expressão chula — sendo “meia-boca” ao trilhar o caminho do bem do que primar pela excelência na prática do mal (esta, sim, é o maior empecilho à evolução inexorável do espírito, o maior gesto de fraqueza e estupidez que alguém pode ter).

Magos negros e seus asseclas baixam em casas de assistência, listam o cabedal de erros e incoerências dos obreiros, sem ouvirem uma refutação substancial e realista.

Não adianta apenas repetir à exaustão frases de efeito tiradas do Evangelho. Sejamos contundentes quando necessário e, ao mesmo tempo, lembremos que melhorar a si próprio é uma escolha de foro íntimo, que depende da nossa perseverança.

* * *

NOTAS:

(1) Erro lúcido não se confunde com a consciente e lúcida opção pelo mal (opção das trevas): erro lúcido significa comportamento consciencial patológico, compulsivo, devido a uma brecha cármica, diferente do mal lúcido, opção das trevas.

(2) Magos negros são exímios fujões da reencarnação. Sabem que não podem enganar as leis cármicas e que, por isso, vão sofrer terrivelmente quando reencarnarem — estamos em situação menos grave porque estamos reencarnando periodicamente e, a cada reencarnação, nos melhorando, ainda que à custa de muita dor e sofrimento.

(3) Assediadores extrafísicos perseguem seus desafetos. Os obsessores tentam convencer (mesmo que por meio de sugestões subliminares) os obsediados de que estes não mudaram, mas apenas se esconderam em novos corpos. Não interessa. Estamos enfrentando as difíceis condições de uma reencarnação em um mundo de provas e expiações e, a cada reencarnação, evoluímos, embora nem sempre com a rapidez que gostaríamos.

(4) O problema não é possuir defeitos, mas querer convencer um obsessor a perdoar, quando você também não perdoa. Jamais peça um espírito para fazer o que você ainda não conseguiu. Tenha consciência das suas próprias fissuras. Mais psicologia aplicada, menos demagogia.

(5) Temos compulsão a repetir os erros do passado. É importante tentar melhorar todos os dias e tomar consciência desse processo.

(6) Todo obsessor aproveita as fissuras cármicas, os aspectos negativos da personalidade do obsediado. Faz isso de forma consciente, intencionado à prática do mal. Se você tem essa fissura, a culpa é sua e não do obsessor — ele apenas entra pela porta aberta que temos de suar para fechar em definitivo.

(7) Não importa o que você é, algum bem você pode fazer. Eu uso meu talento de escrever e lecionar, minha mediunidade e projeção (viagem astral). Se você sabe cantar, cante músicas com letras positivas. Se sabe se comunicar verbalmente, fale coisas boas (benéficas à humanidade). Se sabe distribuir sopa, distribua. É importante que faça alguma coisa em prol de todos. Usar este texto somente como oração decorada de nada adianta — tem de ter ressonância em seu coração.

(8) Todos somos falsos em algum nível. Temos, por exemplo, as máscaras do ego, bem como as máscaras sociais, profissionais e sexuais. A pior hipocrisia é a do mal lúcido e consciente, própria de espíritos trevosos que têm a desfaçatez de apontar os erros dos tarefeiros do bem, de gente que, mesmo com suas imperfeições, efetivamente ampara a humanidade, na medida de suas possibilidades.

(9) Há muitos tarefeiros em duras provas cármicas, lutando em sua intimidade solitária para melhorar. Precisamos perseverar. As trevas se alimentam da falta de esperança. O viciado tem tendência a procurar o vício — nestes casos, só o amor auxilia, com eficácia muito além das críticas dos colegas de jornada evolutiva, que não possuem esses vícios, mas possuem outras brechas cármicas também profundas. Se há disputa em casa de assistência, o obsessor já entra se achando o dono da razão.

(10) Sabemos que perdoar é difícil — nem por isso, devemos fazer poupança de ódio ou ressentimento em nossos corações. Tem gente que todo dia deposita mais um pouco de ressentimento na poupança do coração. Se, no momento, não há condições de praticar o perdão, que, ao menos, não sejam alimentados sentimentos tão francamente negativos como o ódio, sintonia certa para obsessores.

(11) Não adianta proselitismo moralista — mais do que não ajudar, atrapalha, por passar a impressão de que só vale a pena a conduta moral ideal, absolutamente irrepreensível, o que nos desanima, considerando o precário estágio evolutivo da humanidade terrestre. Temos nossos rompantes de estupidez. Porém, temos também momentos de bênção e poesia — se não têm, crie-os. A evolução espiritual não se faz da noite para o dia, em saltos quânticos.

(12) Apesar dos nossos rompantes, mantém-se indispensável buscar — intensamente e com sinceridade profunda — a modéstia, a paciência e o perdão sinceros. Conheça a si próprio e se esforce para não repetir os erros passados. Não se culpe, não se condene e procure não deixar a auto-estima cair. É preciso buscar autoconhecimento por meio de meditação e reflexão — técnicas diferentes e igualmente eficientes.

(13) Não somos nem anjos nem monstros — temos atributos de um pouco dos dois. Piores são as trevas que, por escolherem a maldade lúcida, agravam a própria “folha corrida” cármica dia-a-dia, em círculo vicioso. Já nós, pelo menos, avançamos na senda evolutiva, ainda que lentamente.

(14) Orai e vigiai, orai e bio-energizai. Façamos a nossa parte, tendo prudência e vigilância em relação a nossos pensamentos e sentimentos e mantendo as orações e as práticas bioenergéticas em alto nível.

(15) As trevas são covardes: atacam em silêncio, dispondo de invisibilidade e se aproveitando da ignorância e da arrogância humanas. Nós, tarefeiros do bem, apesar de nossos defeitos, temos a virtude de trabalhar com a cara limpa.

(16) A gente tenta, fracassa e, às vezes, desanima. A vida é para isto: perseverar. Se você se entrega, perdeu a razão. Fracassadas são as trevas, que optaram — de forma lúcida e consciente — pela sistemática prática do mal. Terão de pagar ceitil por ceitil, em dezenas de reencarnações.

(17)Quer pobreza de espírito e atraso de vida maiores que vigiar (e fofocar sobre) os erros alheios? Quem faz isso tem a vã pretensão de preencher o vazio interior com o prazer de manchar a reputação dos outros.

( Andréa e Dalton Campos Roque)











02 junho 2011

Flamboyant - Emilio Santiago

Reforma íntima


Você já ouviu falar em reforma íntima?

Quase sempre, o termo desperta nas pessoas a idéia de que tudo em si está errado e necessita ser reformulado, que é portador somente de coisas negativas, ruins, que devem ser modificadas.

O termo reforma quer dizer retificação, mudança. Mas, também, melhoria, aprimoramento, dar melhor forma a alguma coisa.

Quando dizemos que vamos fazer uma reforma em nossa casa, isto não significa que ela esteja ruim. Pode simplesmente querer dizer que desejamos melhorá-la, ampliá-la, torná-la mais confortável.

Assim, a reforma pode compreender uma nova pintura externa, porque a atual está começando a descascar ou se encontra desbotada, pelo longo tempo de exposição às intempéries.

Durante uma inspeção para reforma, poderemos descobrir que precisamos substituir o assoalho de um cômodo, uma parede, um pedaço do teto. Talvez substituir algumas telhas quebradas ou consertar as calhas.

Com certeza, haveremos de encontrar na casa que nos dispomos a reformar, um cômodo quase ideal, que, ao menos no momento, não precisa nenhum retoque.

É um lugar aconchegante, com boa iluminação, móveis bem colocados, pintura excelente. Enfim, ali tudo está bem e não necessitará ser tocado, por enquanto.

Pois assim também é quando se fala em reforma íntima. Analisando as nossas disposições individuais, a nossa forma de ser, de pensar e de agir, vamos descobrir que temos defeitos, sim. Entretanto, também temos virtudes.

Os defeitos são aqueles dos quais devemos nos libertar.

Naturalmente, a pouco e pouco.

Exatamente como a reforma de qualquer casa, quer seja por condições financeiras, quer seja por condições técnicas, não se faz de um dia para o outro.

Tempo, esforço, atenção é do que precisamos para nos liberar de pequenos e grandes defeitos.

É o ciúme que teima em aparecer, a impaciência que nos faz explodir por quase nada, o egoísmo falando mais alto.

Como toda reforma tem a ver com uma certa desarrumação, sujeira de caliça, madeira e pó, quando iniciamos a reforma íntima, por vezes vamos nos sentir como se tudo estivesse muito mal.

Parecer-nos-á que só temos defeitos e não os iremos superar nunca.

Devemos ter paciência conosco! A natureza não dá saltos. Vícios de muitos anos precisam de tempo para ser modificados.

Um dia, quando a reforma estiver completa, tudo estará arrumado, bem disposto, no lugar correto.

E, é claro, nossa alma estará enfeitada com flores viçosas nos vasos delicados das virtudes conquistadas.[...]

(Redação do Momento Espírita)






Nada perece e nada morre, a não ser o revestimento, a forma, o
invólucro carnal, em que o Espírito, encarcerado, se debate, luta, sofre, aperfeiçoa-se. 
Morre a forma - essa carcaça - mas rebrilha a alma, esse gnomo de luz; e o que é essa existência do corpo - um sopro - perante a existência da alma - a eternidade? 
Mortos andamos nós, os vivos; mortos na vida, para ressurgir vivos na morte.

(Alberto Veiga)

Uma razão para que Deus tenha criado o tempo é para que houvesse um lugar para enterrar os fracassos do passado.

(Autor Desconhecido)

Jesus Cristo seria professor hoje?


Nem Jesus Cristo aguentaria ser um professor nos dias de hoje…

O Sermão da montanha (versão para educadores):

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.

Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.

Tomando a palavra, disse-lhes:
– Em verdade, em verdade vos digo:
– Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
– Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
– Felizes os misericordiosos, porque eles…?
Pedro o interrompeu:
– Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
– É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
– Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
– Vai cair na prova?
João levantou a mão:
– Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
– O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
– Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
– Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
– Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
– Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
– Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
– Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
– Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
– Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
– Quais são os objetivos gerais e específicos?
– Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
– Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas?
– E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
– Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
– Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final,
aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
– Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
– E vê lá se não vai reprovar alguém!

E, foi nesse momento que Jesus disse: “Senhor, por que me abandonastes…”




01 junho 2011

O que é ser médium


Você indaga, às vezes, se as sensações que tem sentido são realmente de caráter mediúnico ou apenas estados emocionais, ou ainda, se certos acontecimentos não seriam meras fantasias ou suposições erradas, por ficar impressionado em demasia com tudo o que lhe ocorre.

Porém como saber? Afinal, o que é ser médium?

Usualmente, denomina-se médium aquele em quem a faculdade mediúnica se mostra de forma ostensiva.

Entretanto é bom saber que todos os seres humanos têm mediunidade em estado latente, como um princípio, uma semente, que poderá ou não desabrochar no curso da existência terrena.

Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, explica que todos os indivíduos são médiuns, no sentido de que somos influenciáveis pelas sugestões alheias, podendo estas partir de espíritos desencarnados que nos desejam influenciar.

Isto se dá através da sintonia mental, de forma espontânea e natural, surgindo na mente do indivíduo como uma idéia, um pressentimento, também chamado de “intuição”.

Isto pode estar sendo lançado por um espírito desencarnado, e a pessoa aceitará a idéia ou não, dependendo do seu livre arbítrio.

Voltemos ao termo “médium”. É importante saber que esta palavra significa “aquilo que está no meio”. Allan Kardec propôs esta terminologia, inclusive as palavras “Espiritismo”, “espírita”, etc, para designar coisas novas trazidas pelos Espíritos Superiores à Humanidade.

Assim, médium é o intermediário, aquele que intermedeia a comunicação de um espírito com as demais pessoas.

A eclosão da mediunidade não depende de religião, idade, raça ou sexo.

Muitas criaturas, não conhecendo nada sobre o assunto, ficam amedrontadas, outras temem as responsabilidades que são inerentes ao exercício mediúnico e recusam-se a conscientizar-se acerca da sua faculdade. Evitam de todas as maneiras qualquer conversa ou situação relacionadas com o tema, mas, se os sinais de mediunidade forem muito evidentes, intensos e freqüentes, essas pessoas ficam sujeitas a alguns problemas mais graves decorrentes das presenças espirituais ao seu lado, as quais captam sem saber como se defender ou precaver-se contra assédios negativos.

Mas, afinal, como saber se sou médium ostensivo? É a pergunta que lhe ocorre.

Existem indícios que caracterizam a presença da mediunidade de forma expressiva. O Espiritismo aclara e orienta todo esse processo, auxiliando o médium principiante e possibilitando o exercício da mediunidade de maneira equilibrada e serena, que lhe confere bem-estar e paz interior.

Alguns dos indícios do desabrochar da mediunidade podem ser relacionados. São eles: alterações emocionais súbitas; acentuada sensibilidade emotiva; vidências; necessidade compulsiva e inoportuna de escrever idéias que não lhe são próprias; calafrios, sensação de formigamento nas mãos e na cabeça; mal-estar em determinados ambientes ou em presença de certas pessoas;
sensações de enfermidades inexistentes.

Estes sintomas podem surgir de forma associada, com maior ou menor intensidade, prevalecendo um ou outro ou vários, conforme a condição espiritual do indivíduo.

Que fique bem claro que alguns desses sintomas citados podem ocorrer, sem que seja necessariamente um sinal de predisposição mediúnica.

Outro ponto que merece ser ressaltado é que mediunidade não é doença.

Também não deve ser encarada como um privilégio ou, sob outro aspecto, como uma sobrecarga de responsabilidade de tal teor, que somente uns poucos conseguirão levá-la adiante.

O desabrochar da mediunidade representa para o ser humano um horizonte novo que se abre para ele. É um chamamento, um convite a fim de que se volte para o bem, que desperte para as realidades maiores da vida.

É uma responsabilidade sim, mas, sendo vivenciada com seriedade, com amor e disciplina, será sempre fonte de benefícios, em primeiro lugar para o próprio médium.

Às vezes as pessoas têm uma impressão distorcida acerca do Espiritismo pelo que a mídia apresenta, ou seja, pessoas que são médiuns mas que, na verdade, não são espíritas, embora assim se apresentem, e que se utilizam da sua faculdade para aparecerem, para divulgarem suas produções mediúnicas, mas que não têm as características espíritas, cujas orientações são sempre voltadas para fins sérios, altruísticos e renovadores, sem qualquer conotação de rituais ou de lucros materiais.

Se você apresenta as características acima mencionadas, se o que lhe está acontecendo se encaixa nestes pontos relacionados, é provável que a mediunidade lhe esteja sinalizando a busca de uma nova vida, de um caminho novo, espiritualizado, para que você encontre, enfim, o sentido transcendente da vida terrena.

(Liana)


A mediunidade não veio em minha vida por acaso. É um compromisso que assumi perante a Espiritualidade Maior. É como um convite para reavaliar tudo o que fiz até hoje e recomeçar em bases espiritualizadas e seguras, descobrindo através do intercâmbio com os seres invisíveis um novo caminho para ser feliz.”

Do Livro Mediunidade: Caminho para ser feliz - Suely Caldas Schubert - Editora Didier