"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

18 dezembro 2019


As grandes verdades do Universo: você não morre, a vida não acaba aqui, existe um Criador, o Universo foi criado por uma vida inteligente, existem outras formas de vida, outras civilizações, outros níveis dimensionais, e todo conhecimento que nós pensamos ser gerado na Terra, daqui há 100 anos será completamente ultrapassado, exceto o Amor.

(Alcione Giacomitti)


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02 dezembro 2019

QUANDO PERDEMOS NOSSO PAI



A morte sempre vem sem avisar. 
Até mesmo os doentes terminais não esperam morrer hoje. Talvez em uma semana, mas não agora. Não hoje.

A morte do meu pai foi ainda mais inesperada. Ele se foi aos 27 anos, assim como muitos músicos dos chamados ’Clube dos 27′. Era jovem, muito jovem. 
Meu pai não era nem músico nem famoso. 
O câncer não escolhe as suas vítimas. 
Ele morreu quando eu tinha apenas 8 anos, o suficiente para que eu sentisse saudade por toda a minha vida. 
Se ele tivesse morrido antes, eu não teria lembranças e não sentiria nenhuma dor, mas, ao mesmo tempo, talvez eu não pudesse dizer que tive um pai. E eu me lembro dele. Eu tive um pai.

Se ele não tivesse morrido, teria me feito rir com as suas piadas e teria me beijado no rosto antes de dormir. Talvez tivesse me obrigado a ser fanático pelo seu time de futebol, e teria me explicado algumas coisas de um jeito que nem a minha mãe conseguiu.

Ele nunca me disse que morreria tão cedo. Até mesmo quando estava na cama do hospital, cheio de tubos enfiados no corpo, ele não disse uma palavra sequer. Meu pai continuava fazendo planos para o próximo ano, mesmo sabendo que ele já não estaria entre nós no próximo mês. No ano seguinte, iríamos pescar, viajaríamos e conheceríamos lugares novos. O próximo ano seria maravilhoso. Esse era o nosso sonho.

Acho que ele pensava que isso me daria sorte. Fazer planos para o futuro era a sua forma de manter a esperança. Me fez rir até o final. Ele sabia o que aconteceria, mas, mesmo assim, nunca me disse nada. Ele não queria me ver chorar.

Um dia, minha mãe veio me buscar na escola e fomos direto pro hospital. O médico deu a notícia com toda a delicadeza do mundo. Minha mãe começou a chorar porque ela ainda tinha uma pequena esperança. 

Eu estava em choque. O que isso queria dizer? Os médicos não curam tudo? Fui traído. Gritei de raiva. Até que entendi que meu pai já não estava mais conosco. E comecei a chorar.

Mas aí, uma coisa aconteceu. Uma enfermeira veio até mim com uma caixa debaixo do braço. A caixa estava cheia de envelopes com frases, ao invés de endereços. A enfermeira me deu apenas uma das cartas.

«Seu pai pediu para eu te dar essa caixa. Ele ficou a semana inteira escrevendo estas cartas e queria que, hoje, você lesse a primeira delas. Seja forte».

No envelope estava escrito: ’Quando eu não estiver mais aqui’. Eu abri a carta.

Filho,
Se você está lendo esta carta, significa que eu estou morto. Sinto muito, eu sabia que isso iria acontecer.
Não queria te falar, não queria que você chorasse. A decisão de não contar foi minha. Acho que a pessoa que está perto da morte tem o direito de ser um pouco egoísta.
Eu ainda tenho muito para te ensinar. Você ainda não sabe quase nada. Por isso que eu escrevi estas cartas. Não abra até que chegue o momento indicado, certo? Esse é o nosso acordo.
Te amo. Cuida da mamãe. Agora você é o homem da casa.

Com amor, papai.

P.S. Não escrevi cartas para a mamãe, pra ela eu deixei o carro.

A carta me tranquilizou e me fez sorrir. 
Meu pai conseguiu fazer uma coisa super original.
Essa pequena caixa se transformou no objeto mais importante do mundo pra mim. 
Eu falei pra minha mãe que ela não podia abrir. 
As cartas eram pra mim e ninguém mais deveria ler. 
Decorei tudo que estava escrito nos envelopes. 
A única coisa que eu tinha que fazer era esperar o momento de cada uma delas… até que eu me esqueci delas.
Sete anos depois nos mudamos para outra casa e eu não tinha ideia de onde havia deixado a caixa. Esqueci. Até que uma coisa aconteceu.

Minha mãe não se casou de novo. 
Não sei por que, talvez ela quisesse pensar que meu pai foi o amor da sua vida. 
Durante um período ela teve um namorado que não prestava. Para mim, ela se rebaixava ao sair com alguém como ele. Ele não a respeitava. Ela merecia coisa melhor que um homem que conheceu num bar.

Ainda me lembro do tapa que me deu quando eu disse a palavra «bar». Reconheço: eu mereci. Ainda com a pele do rosto ardendo do tapa, me lembrei da caixa com as cartas e de um envelope em especial, onde estava escrito ’Quando você tiver a briga mais feia com a sua mãe’.

Procurei em cada canto do meu quarto e encontrei a caixa dentro de uma mala que estava no alto do armário. Vi os envelopes e percebi que me esqueci de abrir a carta que dizia ’Quando você der seu primeiro beijo’. Me odiei por isso e decidi abri-la depois. Ao final, encontrei a carta que eu procurava.

Vá até ela e peça desculpas.
Não sei qual a razão da briga, e não sei quem tem razão, mas eu conheço muito bem a sua mãe. Vá até ela, é o melhor que você pode fazer.
Ela é sua mãe, te ama mais do que qualquer coisa no mundo. Você sabia que você nasceu de parto normal porque alguém disse que isso seria melhor para você? Você alguma vez viu como uma mulher dá a luz? Você precisa de outra prova de amor?
Peça perdão. Ela vai te perdoar.
Te amo, teu pai.

Meu pai não era um grande escritor, era um simples funcionário de um banco, mas as suas palavras sempre me influenciaram muito. Eram palavras sábias, ainda mais para um adolescente de 15 anos, como eu.

Fui rapidamente ao quarto de minha mãe. Eu estava chorando quando ela se virou e me olhou nos olhos. Me lembro que eu fui até ela com a carta na mão. Ela me abraçou e ficamos ali parados, em silêncio.

Fizemos as pazes e conversamos um pouco sobre o assunto. Era como se ele estivesse ali, sentado conosco. Minha mãe, eu e uma parte do meu pai, uma parte que ele tinha deixado a nós dois numa folha de papel.

Passou algum tempo até a próxima carta: ’Quando você perder a virgindade’.
Parabéns, filho.
Não se preocupe, com o tempo sempre melhora. A primeira vez dá medo. Minha primeira vez foi com uma mulher muito feia e que, além disso, era uma prostituta.
Meu maior medo era que você perguntasse para a sua mãe o que é a virgindade ao ler essa palavra sobre este envelope.
Com amor, papai.

Meu pai esteve comigo durante toda a minha vida. 
Não importava que tivesse morrido há muito tempo. 
Suas palavras fizeram o que ninguém mais conseguiu: me deram força para superar as muitas dificuldades da vida. 
Ele sempre soube como me fazer rir quando, em volta, tudo parecia um pesadelo. Ele me trouxe paz em momentos de raiva.

A carta ’Quando você se casar’ me intrigou muito. Mas não tanto como a que dizia: ’Quando você for pai’.

Agora você entende o que é o amor verdadeiro, filho. O amor verdadeiro é isso que você sente por essa pequena criatura que está ao seu lado. Não sei se é um menino ou uma menina.
Então… aproveite! O tempo começa a passar cada vez mais rápido. Acompanhe tudo de perto. Não deixe passar os momentos importantes porque eles não voltam. Troque fraldas, dê banhos, seja um exemplo a seguir. Acho que você tem tudo para ser um bom pai, como eu fui.

A carta mais difícil que eu li em toda a minha vida, e também a mais curta, foi do meu pai. 
Tenho certeza que, quando ele escreveu essas quatro palavras, ele estava sofrendo o mesmo que eu. 
Demorei, mas finalmente abri o envelope: ’Quando a sua mãe morrer’.
Agora ela é minha.
Que curioso!… Foi a única carta que não me fez sorrir.

Sempre cumpri a minha promessa, por isso nunca li as cartas antes do tempo. Bom, a exceção foi com a carta ’Se você perceber que é gay’.
O que eu posso te falar? Ainda bem que estou morto!
Brincadeiras à parte, um pouco antes de morrer eu entendi que nos preocupamos com coisas que não têm importância. Você acha que isso muda alguma coisa, filho?
Não seja bobo. Seja feliz!

Sempre esperei com ansiedade o momento seguinte, a próxima carta, outra lição de meu pai. É incrível o que um homem de 27 anos pode ensinar a um velho como eu, de 85 anos.

Agora, deitado numa cama de hospital, com tubos no nariz e na garganta por causa deste maldito câncer, toco suavemente com os dedos o papel descolorido da última carta que ainda não foi aberta. 
Na minha frente, a frase: ’Quando chegar a sua hora’.
Não quero abrir. Tenho medo. Não quero pensar que a minha hora está próxima. Ninguém pensa que vai morrer um dia.
Respiro fundo e abro o envelope.

Oi, meu filho. Espero que você esteja bem velho.
Sabia que essa foi a primeira carta que eu escrevi? Foi a mais difícil de todas. É uma carta que me livrou da dor que foi te perder. 
Acho que a nossa mente acorda quando sente que o fim está perto.
Estes últimos dias pensei muito na minha vida. Foi curta, mas muito feliz. Fui o seu pai e o marido da sua mãe. O que mais eu poderia pedir? Isso me traz uma paz enorme. Agora, faça você o mesmo.
Meu único conselho: não tenha medo.
P.S: Tenho muita saudade…

Extraído do site medium.com

https://medium.com/life-tips/when-i-m-gone-f1611ceb759f#.c7bq6ooa1Translated from original by Rafael Zoehler.

Translated from original by Rafael Zoehler.

06 agosto 2019


Pois é...as vezes não somos nós que encontramos a emoção. 
Ela é que nos acha.
Por acaso.
Na forma de um vídeo e uma canção lindos...
Aos que perderam alguem especial. 
Aos pais distantes e tristes.
Aos filhos perdidos.
Não existe força maior que o AMOR.
Ele abre caminho onde é impossivel.
Ele une corações e almas desencontradas.
Ele cura feridas.
Que o véu que nos separa daqueles que foram antes de nós se desfaça.
Papai, onde o senhor e a mamãe estiverem...todos os meus dias são seus.

*  *  *





01 junho 2019



Eu achava que nunca deixaria de doer.
Que havia machucado de tal modo que a dor nunca arredaria os pés dali.
Que aquele incômodo não passaria mais.
Eu estava enganada: passou. 
A memória me conta com frequência cada vez menor o que aconteceu. 
Lembranças de vez em quando vêm dizer que uma dor existiu bem ali, mas não dói mais.

(Cicatriz - Ana Jácomo)




A importancia de silenciar a mente


No Taoísmo, silenciar a mente é fundamental, porque segundo pesquisas, nós temos de 50 a 70 mil pensamentos por dia, classificados em 2 tipos de pensamentos: metade deles sobre o que você quer e a outra metade sobre lembranças.

Geralmente a lembrança é sobre algo que não nos fez bem e quando o pensamento é um desejo, este vai nos aprisionar ainda mais na Matrix.

Quando “paramos de pensar”, ou seja, silenciamos a mente, paramos de desejar novas prisões e paramos de lembrar coisas que nos incomodaram.

Isto nos dará um pouco de paz e refrigério.  

Os pensamentos produzem sentimentos, que por sua vez criam realidades, que atraem coisas que vão nos aprisionar mais ainda, deixando nossa vida ainda mais difícil.

Portanto quando silenciamos a mente, paramos de criar coisas desnecessárias, temos mais tempo para nos interiorizarmos e explorar aquilo que realmente está internalizado em nós e que nos trará paz, ou seja, sentimentos de benevolência, de caridade, de amor, respeito ao próximo e se auto conhecer.


(Flávio Valle) 



11 maio 2019

Colo de mãe


É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto. 

Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é um erro de avaliação. 

Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.

O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome. 

Não liga se viramos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos.

O mundo quer defender o seu, não o nosso.

O mundo quer que a gente torre nossa grana, que a gente compre um apartamento que vai nos deixar endividados, que a gente ande na moda, que a gente troque de carro, que a gente tenha boa aparência e estoure o cartão de crédito. 

Mãe também quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, nossos dentes, nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.

O mundo nos olha superficialmente. Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento. 

O mundo quer que sejamos lindos, magros e vitoriosos para enfeitar a ele próprio, como se fossemos objetos de decoração do planeta. 

O mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de bolo feito em casa.

O mundo quer nosso voto, mas não quer atender nossas necessidades. 

O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui. 

O mundo não tem doçura, não tem paciência, não nos escuta. 

O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego.

Mãe é de outro mundo. 

É emocionalmente incorreta: exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática. Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto que o mundo nos exige eficiência máxima, seleciona os mais bem dotados e cobra caro pelo seu tempo. 

Mãe é de graça.


(Martha Medeiros)


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Psicografia de uma mãe


“ACREDITAMOS QUE ELES NÃO SABERÃO O QUE FAZER SEM NÓS”

Hoje eu compreendo a necessidade que tinha de me afastar deles. 
Nós não queremos partir. 
Queremos continuar com tudo o que achamos que nos pertence. 
Ficar em nossos antigos lares, nas casas, com nossos parentes.

Acreditamos que eles não saberão o que fazer sem nós. 
Achamos que o sofrimento deles será demais, era eterno, mas não é assim. 
Eu não pude perceber que eu estava causando mal à eles por causa da minha influência. 
Eles sentiam o que eu sentia, o meu pesar, o meu ressentimento, o meu sofrimento. 
Eu estava bloqueando a energia doméstica, mas não poderia imaginar que é isso o que acontece.

Por isso, tem um trecho na Bíblia que diz que não devemos nos envolver, é por isso. Cada um deve buscar o seu lugar. Vivos no mundo dos vivos e mortos no seu mundo. 

Acho que mortos é forte demais, que horror! Eu não morri, mas vamos deixar assim, acho que deu para entender. 

A verdade é que eu me desesperei quando percebi que minha filha estava grávida e abandonada pelo pai da criança. 

Vou entrar em dois pontos fundamentais. Minha filha foi criticada por toda a sociedade por ter engravidado, afinal, ela não era casada, não tinha estrutura financeira e engravidou, mas ninguém nunca criticou o rapaz que fez o filho junto com ela.

Por que não? Por que ninguém costuma ensinar aos filhos homens que eles têm que respeitar as mulheres, as moças?
Ninguém fala para usar preservativo e tomar cuidado para não constituir a família que não se deseja?
Por que não ensina a respeitar os sentimentos das moças?
Ninguém ensina castidade para homem?

Eles têm que ter virilidade, mesmo que isso indique um bando de filhos, um com cada mulher. Um monte de crianças que devem sobreviver com um terço de um salário mínimo? Isso paga fraldas, comida e remédio?

Fiquei desesperada. 

E aí entro no segundo ponto fundamental de meu breve relato: o que seria dela sem um pai para seu filho e sem a mãe dela – eu? 

Fiquei desesperada e percebi que a vizinha me ouvia. 

Ela estava conversando com minha filha e quando eu pensei alto, ela me ouviu. 

Foi aí que tive a ideia de pedir algumas coisas para ela. 

Eu achei que ela fosse me atender rapidamente e prontamente ela tratou de se preocupar com a vida dela, nem mesmo se preocupou com a situação de Alice. 

Mas, eu não podia deixar minha filha passando necessidades, então, insisti. 

O senhor pode até falar que eu a estava obsidiando, mas para mim não era isso. Era uma mãe pedindo socorro para alguém. 

Eu tive que pegar pesado, influenciei em sonhos e comecei a mandar imagens mentais onde tudo o que ela observava girava em torno do mundo infantil e ligado às gestantes. 

Acho que o egoísmo cega os homens. 

Ela não é ruim. Tanto que, depois disso, ela ajudou de todas as formas e hoje pode ser considerada a salvadora da Alice. 

Minha filha arrumou emprego por intermédio dela e o bebê é muito lindo. 

Estou feliz que tenha dado tudo certo, espero que ela seja muito feliz. 

Sou agradecida pela oportunidade que tive de ser socorrida e também de estar com ela no momento do parto, eu estava tão preocupada. 

Sou feliz!

ISAURA
05/05/19

Cartas de Erasmo Gurgel - Nenhuma palavra se perderá no anonimato

Psicografia da médium Paula Alves pelo Espírito Erasmo Gurgel


(Erasmo Gurgel auxilia no mundo espiritual os espíritos em tratamento e que se expressam através das cartas.)


https://erasmogurgel.blogspot.com.br



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As mães nunca morrem




(...) Com o decorrer dos anos, a convivência mais harmoniosa com o luto e a domesticação da saudade, não ha um único dia sem bater ponto nos meus sentimentos, e passei a entender que as mães não morrem nunca. 

As mães jamais morrem. Pelo menos a minha mãe amada mãe. 

Ela é uma presença constante em todos os dias e noites da minha vida. 

Não há um segundo sequer em que eu não lembre de alguma frase dela...

Não há uma situação em que eu não imagine o que ela estaria fazendo se estivesse ali ao meu lado. 

Não há um dia do meu aniversário em que eu não acorde às 8h da manhã (isto é uma exceção já que sou dorminhoca) para esperar o telefonema de parabéns da minha mãe.

Ao fazer invenções de pratos na cozinha, é na minha mãe que penso e imagino a expressão de felicidade dela ao ver a filha mais avessa às panelas excursionando nos dotes culinários. 

Sempre que marco um café com alguma amiga no shopping que ela gostava de frequentar, costumo chegar uns minutinhos antes do agendando para ficar um pouco ali sozinha, e tenho a nítida impressão de que minha mãe dá uma espiada se estou abusando do açúcar para adoçar o líquido, como ela fazia. (...) 

Se tenho   qualquer indisposição de saúde, imediatamente penso no que a minha mãe receitaria para reduzir ou eliminar o problema. 

Quem sabe um chá, uma canja ou um banho quente e cama? 

Se brigo com alguém por motivos banais e que não deveriam motivar uma discussão, na mesma hora imagino a cara da minha mãe dizendo: 'filha, deixa de ser tão esquentada, tão explosiva e releva um pouco'. Às vezes, até sigo os seus conselhos e reverto a situação. (...)

E nos últimos anos, ao perceber que minha mãe está presente constantemente na minha rotina, que suas frases, conselhos, orientações, ensinamentos, educação e amor estão sempre no meu dia a dia e que seu coração continua pulsando e segue batendo na vida de cada filho e filha, encantei-me mais com um pensamento que encontrei nas redes sociais e cuja autoria é atribuída a Marcos Luedy. 

Ele diz: 'As mães nunca morrem, elas entardecem, tingem de nuvens os cabelos e viram pôr do sol'.

(Márcia Martin)



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Querida Mamãe



Mãe me perdoe ainda por alimentar lembranças de dor, por não distinguir que és um ser espiritual que carinhosamente se dispôs a trazer-me em teu ventre para que eu tivesse na Terra oportunidades de crescimento.

Perdoa-me por falar contigo de qualquer maneira, por não saber que temos um pacto de Amor, por ferir os teus sentimentos a partir das minhas próprias percepções.

Perdoa-me por cada minuto no qual pensei que tudo isto se tratava de ti e não de mim. Perdoa-me por nossa história juntas, por querer mudá-la, por não conseguir superar nossas diferenças. 

 Perdoa-me por eu não perceber o seu significado em minha vida,  quem realmente tu eras, porque através de ti só enxergava em mim  a minha criança magoada, pois  só sentia  dor dentro de mim.

Perdoa-me por querer sair da tua vida, perdoa-me por ter ido embora, perdoa-me por não querer voltar a ti, perdoa-me por não te honrar e não te amar o suficiente.

Me perdoo por minha capacidade latente para magoar, para ressentir, para prejudicar, para odiar, nada disto foi criado conscientemente, uma força interior, uma razão, uma memória, uma queixa, o  desejo e a minha necessidade de fugir da dor me Impulsionou.

Eu busco me perdoar completamente e o faço agora.

Sem dúvida alguma te agradeço por em um ato de amor consciente ou inconsciente me trouxeste à vida, a este mundo e ter feito o seu melhor para que eu que  pudesse conhecê-lo e viver da melhor forma.

Agradeço pelo convívio, pelas experiências juntas, pelas dores, pelas lágrimas, pelas risadas, pelas ausências, pelas feridas abertas, pelas palavras bonitas ...

Dou-te graças porque tu existes em algum lugar do meu ser e por me ouvir agora. Deus te abençoe. 

Sinto muito pelas memórias de dor que compartilho com você, te peço perdão por unir meu caminho ao seu para curar. 

Agradeço-te porque estás aqui para mim e eu te amo por ser quem és. Também te amo porque você está em minhas lembranças. 

Estas palavras surgem, nascem, brotam e florescem em meu ser, o amor me procura agora e me deparo com você, eu escolho estar em paz contigo, eu sou essa paz em ti e em mim. Eu sou paz.

Eu honro a minha vida e a tua como foi, como é. 

Eu faço uma reverência perante o teu ser de luz que é quem eu sou. "e assim é". 


Eu sinto muito,
Por favor, me perdoe,
Sou grato (a)
Eu te amo!


(Fonte desconhecida- Texto original em Espanhol Internet – Autor desconhecido)


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