"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

17 junho 2011

O Deus de Einstein


“Nada poderá existir sem a religião cósmica. Ela se diferencia da crença entre as multidões que, ingenuamente, consideram Deus como um Ser que ensina a bondade, mas castiga aquele que faz o mal. Vejo, entre as criaturas, que Deus, segundo as crenças populares, tem na Bíblia uma coleção de histórias que, a meu ver, são primitivas e pueris.”
(Albert Einstein)

* * *

Albert Einstein ficou conhecido pela sua genialidade como o grande físico que foi ao elaborar a Teoria da Relatividade, e que só ficou comprovado e aceito pelos cientistas após sua morte.

No entanto, talvez muitos desconheçam o lado humanista, pacifista e espiritualista desse grande cientista. 

Em maio de 1925, Einstein esteve no Rio de Janeiro, onde visitou o Observatório Nacional e o Instituto Oswaldo Cruz e, ao deixar o país, ele sugeriu que fosse indicado ao Prêmio Nobel da Paz o Marechal Rondon pelo seu trabalho às tribos indígenas, pois para ele era essencial a luta pelo bem-estar do ser humano, com igualdade e pelos direitos humanos.

No livro “Como Vejo o Mundo” (Editora Nova Fronteira) assim ele escreveu:

“A pior das instituições se intitula exército. Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a violência gratuita e o nacionalismo débil. A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Preferia deixar-me assassinar a participar desta ignomínia.

No entanto, creio profundamente na humanidade.

Sei que este câncer de há muito deveria ter sido extirpado. Mas o bom senso dos homens é sistematicamente corrompido. E os culpados são: escola, imprensa, mundo dos negócios, mundo político.

O mistério da vida me causa a mais forte emoção.

Se alguém não conhece esta sensação ou não pode mais experimentar espanto ou surpresa, já é um morto-vivo e seus olhos se cegaram.

Os homens reconhecem, então, algo de impenetrável às suas inteligências; conhecem, porém, as manifestações desta Ordem Suprema e da beleza inalterável.

Eles se confessam limitados e seus espíritos não podem apreender esta perfeição.

E este conhecimento e esta confissão tomam o nome de religião.

Desse modo, mas somente deste modo, sou profundamente religioso, bem como esses homens. Mas, não posso imaginar um Deus a recompensar e a castigar o objeto de sua criação.

Não me canso de contemplar o mistério da eternidade da vida. Tem um sentido a minha vida? A vida de um homem tem sentido? Mas, fazer tais perguntas tem sentido?”

Respondo: aquele que considera sua vida e a dos outros sem qualquer sentido é fundamentalmente infeliz, pois não tem motivo algum para viver.

Todos podem atingir a religião, em último grau, raramente acessível em sua pureza total. 

Dou a isto o nome de religiosidade cósmica e não posso falar dela com facilidade já que se trata de uma noção muito nova, a qual não corresponde a conceito algum de um Deus antropomórfico (doutrina que atribui a Deus uma forma humana).

A religiosidade cósmica não tem dogmas, nem Deus concebido à imagem do homem; portanto, nenhuma Igreja ensina a religião cósmica.

Por isso, estamos começando a conceber a relação entre ciência e a religião de um modo totalmente diferente da concepção clássica.

É, portanto, compreensível que as Igrejas tenham, em todos os tempos, combatido a Ciência e perseguido seus adeptos. Mas eu afirmo com todo o vigor que a religião cósmica é o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica.

O espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade cósmica.

Ela se distingue da crença das multidões ingênuas que consideram Deus um Ser de quem esperam benignidade e do qual temem o castigo - uma espécie de sentimento exaltado da mesma natureza que os laços do filho com o pai - um Ser com quem também estabelecem relações pessoais, por respeitosas que sejam.

A declaração de Einstein sobre Deus caiu na ocasião como uma bomba nos meios científicos, políticos e religiosos.

Muitos se apegaram a esse tema para desenvolverem protestos sobre as teorias dele.

Os religiosos também se manifestaram, dizendo que a Teoria da Relatividade deveria ser revista por encobrir e apresentar o terrível fantasma do Ateísmo, produzindo assim, dúvidas com relação à universal presença de Deus sobre a Criação de todo o Universo e as Criaturas.

Geraram-se - na época - grandes polêmicas entre Albert Einstein, físicos e religiosos.

Por fim, Einstein assim se manifestou sobre Deus (sua declaração foi extraída do Seareiro - Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança - Ano 9 - nº. 84 – Outubro/2008):

“Não sou ateu. Quem quer deduzir isso das minhas teorias científicas não fez por entendê-las.

Creio pessoalmente em Deus e nunca em minha vida cedi a ideologia atéia. Não há oposição entre Ciência e Religião.

O que há são cientistas atrasados, com idéias que não evoluíram, com o passar do tempo.

Vejo na experiência cósmica uma religião nobre, uma fonte científica para profundas pesquisas. 

Procuro entender cada estrela contida nesse imenso Universo, que não é material. Quem assim não procede, sentindo essa estranha sensação de querer levitar no infinito, realmente não sabe viver, porque está morto, diante de tanta beleza divina.

Há muitas formas do ser humano crer em Deus.

Há, para muitos, o Deus jurídico, legislador, agente policial da moralidade, que, através do medo, estabelece essa distância da verdadeira crença.

Há o Deus dos clérigos, que ameaçam, que querem fazer mistérios das verdades das Leis de Deus, através de fórmulas milagrosas. Querem se tornar deuses, pelo orgulho em querer ocupar um lugar que não lhes pertence. 

E há o Deus que se revela através do orgulho do próprio homem, onde sopesa (suspende com a mão) a manifestação da consciência.

Mas acredito em Deus de Spinoza (Baruch Spinoza - filósofo nascido em 1632, em Amsterdã, Holanda), que revela a harmonia em tudo o que existe.

Não acredito, porém, que Deus se preocupe pela sorte das ações cometidas pelos homens. Essa é a minha religião e o Deus em quem creio.”
[...]


(Osvaldo Shimoda)




16 junho 2011


Dá-me a tua mão: vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta.

De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia.

Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.

(Clarice Lispector)




Favor Divino


Não te queixes de Deus porque dificuldades te povoam a vida.

Certamente Deus conhece todos os programas de ação que te estruturam a existência.

O parente difícil, a casa em provas, as tarefas árduas, a conquista de simpatia, o relacionamento espinhoso...

Tudo isso poderia Deus suprimir num momento.

Entretanto, sem os familiares incompreensivos, não conhecerias o amor; fora dos obstáculos domésticos, não adquiririas
responsabilidade; fugindo aos encargos de sacrifício, não terias experiência; longe da procura de apoio, não praticarias
fraternidade e desertando das lutas de equipe, acabarias desconhecendo o valor da cooperação.

Convence-te de que Deus pode sanar qualquer preocupação, mas deixa-nos a cada um a bênção do trabalho, de modo
a que consigamos sair da ingenuidade e da inércia, para sermos, um dia, colaboradores conscientes da Divina Sabedoria
que sustenta a Criação.


Espírito: MEIMEI
Médium: Francisco Cândido Xavier




Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

(Clarice Lispector)




A luz que acende o olhar - Débora Blando

15 junho 2011

Espiritualidade e Alimentação


Além das funções de nutrição, de atração e de satisfação, a comida também tem um componente espiritual.

O aspecto espiritual da dieta compreende desde a compra, a preparação, a aceitação até o ato de comer a comida.

A comida que é selecionada com cuidado, preparada com amor, aceita com gratidão e ingerida com pureza, torna-se um tônico para ambos, para a alma e para o corpo.

O ingrediente básico é a consciência.

Onde a consciência é limpa, preenchida com amor e desapego, a comida é purificada e isso também purifica o corpo. Como resultado, a mente torna-se limpa, ficando livre de desejos e da atração aos órgãos dos sentidos.

Se você estudar a dieta dos yogis antigos da Índia, você notará que seu enfoque no ato de comer era muito refinado. Havia apenas alguns tipos de comida que eles aceitavam e o yogi não se satisfazia (no sentido de obter prazer) nem se permitia ser influenciado pelos sentidos da visão, olfato e paladar. Um yogi sempre fixará determinados horários para comer e beber e manterá esta disciplina.

Um caminho espiritual significa ser atento ao que se consome. [...]

Por razões espirituais, muitas pessoas evitam, inclusive, cebola, alho e especiarias fortes que atuam como estimulantes ao sistema endócrino e, desta maneira, desestabilizam as emoções.[...]

Uma equação básica, com a qual muitos de nós estamos familiarizados, é “de acordo com o que você come é a sua mente”. Isto é um princípio fundamental da dieta espiritual.

O tipo e a qualidade da comida e a maneira de se comer afetam o estado da mente.

A comida que envolve matança de animais carrega uma dívida cármica e isto se torna um fardo na alma humana.

Comida ou bebidas que têm um efeito estimulante no corpo também carregam uma carga tóxica que gradualmente dão lugar a um processo de doença […]

A comida que é ingerida num estado de tensão, ansiedade, depressão, raiva ou medo levará esses padrões de pensamento e essas vibrações e, portanto, isso afetará a digestão.

Os hormônios estimulados por essas vibrações, por sua vez, criam mais vibrações negativas e hormônios, portanto, o ciclo continua.

Um enfoque espiritual na dieta inclui preparar a comida num estado meditativo com sentimentos de amor e desapego. Quando alguém se sente livre de desejos e cozinha com amor para si mesmo, para a família e amigos, na lembrança de Deus, isso trará um poder sutil que energiza a alma e o corpo.

Dentro de parâmetros de uma dieta espiritual precisa, de qualquer modo, é bom aceitar a comida com gratidão e não se tornar muito focado em “eu não posso comer isto ou eu não posso comer aquilo”, a menos que haja necessidades específicas com relação à saúde.

Algumas pessoas desenvolveram a arte de combinar alimentos e nos dias de hoje, alimentos orgânicos são mais populares desde que os efeitos dos pesticidas, fertilizantes e antibióticos (que, inclusive, afetam o leite, iogurte, manteiga e queijo) na contaminação da comida se tornaram mais conhecidos.

Os macrobióticos estão se tornando mais populares, mas não necessariamente se equiparam com a espiritualidade.

Algumas dessas dietas são boas para a saúde, para o meio ambiente e para a consciência, mas se a pessoa que segue um regime rigoroso se torna muito fanática e cria stress como resultado, então, muitos dos benefícios serão, automaticamente, perdidos.

Espiritualidade inclui, também, compartilhar.

Não há nada mais maravilhoso do que compartilhar um alimento cozido lindamente com os outros.

Ao compartilhar, nós perdemos o senso de apego à comida e ao corpo e dominamos a gula.

O sustento natural da comida é realçado pelo poder das vibrações puras e isto também traz benefício num nível espiritual.

Um método para trazer harmonia e unidade em qualquer congregação, quer seja uma família, uma companhia ou entre amigos é comer junto. Comida preparada com amor ajudará a gerar esses sentimentos. As mães conhecem o poder da comida para tranquilizar os sentimentos dos filhos e portanto trazer um sentido de contentamento.


(Extraído da Revista Vida Plena – sessão Enfoque – Ano IV – Edição nº 29 – 2007)







14 junho 2011

O bordado de Deus


(Uma história que nos ensina a confiar cegamente no Plano que Deus tem para nós)

* * *

Quando eu era pequeno, minha mãe costumava cozer muito. Eu me sentava perto dela e perguntava quê estava fazendo. Ela me respondia que estava bordando.

Sendo eu pequeno, observava desde abaixo o seu trabalho, por isso eu reclamava dizendo-lhe que só via uns fios feios. Ela sorria, olhava para baixo e dizia:

- “Filho, vai brincar lá fora um tempinho e quando eu tiver terminado o bordado te colocarei no meu colo e você o verá desde acima”.

Eu me questionava por quê ela usava alguns fios escuros e por quê me pareciam tão desordenados desde onde eu estava. Mais tarde escutava a sua voz dizendo-me:

- “Filho, vem, senta no meu colo”.

Eu o fazia imediatamente e me surpreendia e me emocionava ao ver a formosa flor ou o belo entardecer no bordado. Não podia acreditar; desde abaixo só via alguns fios enrolados. Então minha mãe me dizia:

- “Meu filho, desde abaixo se vê confuso e desordenado, porém você não percebia que por cima havia um plano. Eu tinha um desenho formoso.

Agora olha desde a minha posição, veja como está bonito.”

Muitas vezes ao longo dos anos eu olhei para o céu e dizendo:

- “Pai que estás fazendo?”.

Ele me respondia:

- “Estou bordando a tua vida.”

Então eu replicava:

- Porém se vê tão confuso, é uma desordem. Os fios parecem tão escuros, porque não são mais brilhantes?

O Pai parecia dizer-me:

- “Meu filho, ocupa-te do teu trabalho confiando em Mim e um dia trarei ao céu e te porei sobre meu colo e verás o plano desde minha posição. Só então entenderás...”


(Autor desconhecido)



Casas doentes?


As suas casas adoecem tanto ou mais que vocês mesmos. 
 
Os espaços são como seres vivos submetidos a diversas alterações de energia.

Se vocês vão ao médico, mas voltam para casa e o lugar está ‘doente’, de nada adiantam as correções feitas sobre o corpo.

A sua casa deveria ser um lugar de cura e equilíbrio, que favoreça o seu caminho, e não um lugar doente que roube as suas energias. 

É aí que entra a Geocromoterapia, método de correção da informação celular e psíquica dos ambientes, com finalidades preventivas, equilibrantes e evolutivas a partir do layout e das cores.
(Marta Povo)

(extraído do livro “Fundamentos da Geocromoterapia”, da espanhola Marta Povo, estudiosa da energia das formas e das cores)


Uma dica interessante de leitura!





13 junho 2011

Não me importo com as rimas


Não me importo com as rimas. Raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior.

Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como o levantar-se o vento...

(Alberto Caeiro) 



Tenho Vida, Não Tenho Idade


A velhice existe?

Alguns de nós envelhecemos de fato, porque não amadurecemos.

Envelhecemos quando nos fechamos às novas idéias e nos tornamos radicais.

Envelhecemos quando o novo nos assusta.

Envelhecemos também, quando pensamos demasiado em nós próprios e nos esquecemos dos outros.

Envelhecemos se paramos de lutar.

Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o Mestre é o Tempo.

A vida só pode ser compreendida olhando para trás. Mas só pode mesmo ser vivida olhando para a frente.

Na juventude aprendemos, com a idade compreendemos…

Os homens são como os vinhos, a idade estraga os maus, mas melhora os bons.

Envelhecer não é preocupante, ser olhado como velho é que o é.

Envelhecer é mesmo uma Graça de Deus!

Nos olhos do jovem arde a chama, nos do velho brilha a luz.

Sendo assim, não existe idade, somos nós que a criamos. Se não acreditares na idade, não envelhecerás até ao dia da tua morte.

Pessoalmente, eu não tenho idade. Tenho vida!

Não deixes que a tristeza do passado e o medo do futuro te estraguem a alegria do presente.

A vida não é curta; as pessoas, é que ficam mortas tempo demais…

Faz da passagem do tempo uma conquista e não uma perda.