"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"
(Teillard de Chardin)
15 janeiro 2012
Das Luas
“Quando Ismália enlouqueceu”
Porque Ismália viu o homem pisar na lua, mas nunca o viu descer de lá, pensa que ficou no céu.
Nas noites de lua cheia, olha serena e amantíssima, confidente e piedosa, só ela se deu por conta que esqueceram um homem no espaço?
Na minguante pensa o quanto deve ser difícil ficar se equilibrando só naquele pedacinho que sobra.
Pior ainda na nova. Ela procura a lua na imensidão negra do céu, nem sempre a encontra, mas imagina o pobre homem sozinho no escuro. Será que é frio lá na lua? Ah, Ismália queria tanto aquecer o homem da lua.
Sonhadora e romântica ela sente com uma certeza instintiva e pungente; o homem da lua está olhando para ela! Sentadinho na imensidão de prata, vendo no planetinha azul e nebuloso, por entre os prédios, as calçadas das ruas, a mulher de vestido com florinhas vermelhas, olhando para ele.
Ela chora. Uma lagrimazinha quente que cai no decote entre os seios murchos. Pobre do homem na lua! Tão apaixonado, sempre a observando aqui na Terra, sem ter como encontrá-la. Um amor assim tão bonito e tão difícil, tão distante e tão branquinho. Ela joga um beijo pro céu.
Espere, amor, que já vou indo.
* * *
Ismália
(Alphonsus Guimaraens)
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava longe do céu...
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar. . .
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma, subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Texto de Vinícius Linné e foi retirado do site http://anjomaldito.blogspot.com/2008/08/das-luas.html#ixzz1jWzQqfUf
A História do Amor Mais Antigo
Na época em que tudo era treva, havia um planeta que era escuro e triste.
Era jovem. Dentro dele não havia sombra, porque sequer havia luz para que alguma sombra pudesse surgir. Ele não conhecia a beleza, pois não podia vê-la dentro de si, e o caos de sua superfície não lhe permitia enxergar as cores do universo.
Em tempo: ele tinha uma família.
Seu pai era imenso, e quente. Mas não o acalentava, meramente o mantinha vivo, e ativo. Seus irmãos eram muitos, de diversas idades e tamanhos magníficos. Mas ele não os conhecia. Giravam todos ao redor do pai. O planeta escuro sabia que havia outros, mas sentia-se sempre só.
Como sofriam os outros, sem saber o que fazer.
Pobre planeta. Dentro dele havia um interminável caos. Apenas calor e violência. Havia vida, mas a vida era diferente. Havia energias, e espíritos, de formas e tamanhos incalculáveis.
Seus irmãos eram grandes, pequenos, todos tinham muitas riquezas em si, sem tanta variedade de formas e cores, mas viviam bem deste modo.
E apesar de viverem bem, lamentavam que não havia nada que pudessem fazer para mudar o sofrimento do planeta escuro. E ele não podia entender como poderiam os outros se sentir, pois ele próprio não era capaz de entender a si mesmo.
O pai, tão radiante que era, teve uma idéia: dar-lhe companhia.
Quem sabe uma companhia não lhe faria mudar. Eis o que fez: com toda a sua grandeza, atraiu um cometa imenso, com muito gelo, para si mesmo e, no momento exato, o planeta Escuro acabaria por acidentalmente interceptá-lo.
Eis o ocorrido: o cometa se chocou com o planeta escuro, e separou dele uma parte, viva, e alva. O gelo do cometa tornara-se um vapor cruel e triste dentro dentro do planeta, mas a outra metade, pequena, esfriou. Toda a violência e caos do planeta escuro que havia dentro dela cessara, e ela o admirou. Como era grandioso!
Ela parou numa distancia que pudesse não causar mal, mas ainda, que sua gravidade lhe pudesse fazer carícias. E foi o que aconteceu. Ela ergueu todo o vapor que havia dentro dele, e fez chuva forte. Chuva intensa e incessante. Muito fogo se apagou, e a poeira e fumaça que lhe cobriam toda a superfície se haviam tornado areia e pó no solo.
Pela primeira vez o calor de seu pai que lhe acalentava a pele escura. E as águas evaporaram-se lentamente para formar nuvens.
Quando veio a noite, ele descobriu que uma parte de seu próprio corpo e de seu próprio espírito estava ali, olhando calmamente para ele. Serena e branca. Ela lhe ajudou a ganhar novas cores, essas cores preenchiam formas, e a vida que havia ali ganhou beleza.
O Planeta escuro ficou azul. Verde. Marrom, branco, rosa, preto, vermelho, amarelo, e outras cores que olhos não são capazes de perceber.
Amam-se até os dias de hoje. Há quem diga que giram todos em torno do sol, mas se começar a observar o universo pela amante branca, assim como a Terra, gira toda a galáxia em torno da Lua.
(Alex Pedro)
Fonte: http://alex-pedro.blogspot.com/2011_12_01_archive.html
14 janeiro 2012
Passarás por minha vida sem saber que passaste
Passarás em silêncio por meu amor e, ao passar,
fingirei um sorriso, como um doce contraste
de dor de querer-te… e jamais o saberás.
Sonharei com o nácar virginal de tua testa;
sonharei com teus olhos de esmeralda de mar;
sonharei com teus lábios desesperadamente;
sonharei com teus beijos… e jamais o saberás
Talvez passes com outro que te diga ao ouvido
essas frases que ninguém como eu te dirá;
e afogando para sempre meu amor inadvertido,
te amarei mais que nunca… e jamais saberás.
Eu te amarei em silêncio, como algo inacessível,
como um sonho que nunca conseguirei realizar;
e o longínquo perfume de meu amor impossível
roçará teus cabelos… e jamais o saberás
E se um dia uma lágrima denuncia meu tormento
o tormento infinito que devo ocultar
te direi sorridente: “não é nada…foi o vento”.
Me enxugarei a lágrima… e jamais o saberás
(Poema do renunciamento - José Angel Buesa)
(Tradução Maria Teresa Almeida Pina)
***
Pasarás por mi vida sin saber que pasaste.
Pasarás en silencio por mi amor y, al pasar,
fingiré una sonrisa, como un dulce contraste
del dolor de quererte… y jamás lo sabrás.
Soñaré con el nacar virginal de tu frente;
soñaré con tus ojos de esmeralda de mar;
soñaré con tus labios desesperadamente;
soñaré con tus besos… y jamás lo sabrás.
Quizás pases con otro que te diga al oído
esas frases que nadie como yo te dirá;
y, ahogando para siempre mi amor inadvertido,
te amaré más que nunca… y jamás lo sabrás.
Yo te amaré en silencio, como algo inaccesible,
como un sueño que nunca lograré realizar;
y el lejano perfume de mi amor imposible
rozará tus cabellos… y jamás lo sabrás.
Y si un día una lágrima denuncia mi tormento
-el tormento infinito que te debo ocultar-
te diré sonriente: “No es nada… Ha sido el viento.”
Me enjugaré la lágrima… y jamás lo sabrás.
(Poema del renunciamiento - Jose Angel Buesa)
Fonte: http://blogs.utopia.org.br/poesialatina/poema-do-renunciamento-jose-angel-buesa/
Sua alma acorda quando seu corpo dorme!
Quando dormimos, nossa alma acorda.
Não somos o nosso corpo, em essência, somos a consciência que habita nosso corpo.
Quando adormecemos o corpo, diminuímos o metabolismo físico, relaxamos a mente e com isso permitimos que nossa consciência - que está sediada na alma - se desligue temporariamente e viaje pelos mais diferentes locais nas dimensões extrafísicas.
DIFERENTES ASSÉDIOS
Podemos viajar na presença de nossos amigos espirituais e seres de Luz, se estivermos sintonizados em vibrações positivas. Nessa condição, normalmente quando acordamos nos sentimos bem, realizados e felizes com a vida.
Podemos também ser assediados por espíritos sombrios, por bagunceiros do plano espiritual, por desafetos de outras vidas e até por outros seres encarnados que estejam também em projeção astral.
Isso tudo depende da condição na qual vamos dormir.
E, no caso desses tipos de assédios - infelizmente muito comum - costumamos acordar com diversas sensações ruins, como dores de cabeça, mal-estar, desânimo pela vida, entre outros.
Podemos ficar presos aos nossos corpos por conta da aceleração do metabolismo provocada por erros na alimentação e, dessa forma, nem sairmos em projeção. Isso também acontece quando estamos hiperativos mentalmente.
Nestes casos, o que ocorre é que o corpo físico relaxa parcialmente e com isso a nossa consciência não se liberta por completo.
Normalmente, nessas situações, após o período do sono, a pessoa relata que não conseguiu descansar direito e mesmo depois de ter dormido por várias horas, não encontra uma sensação de plenitude física e mental.
A PROJEÇÃO ASTRAL
É a faculdade que a alma tem de se projetar para fora do corpo físico durante o sono, mantendo-se ligada ao corpo denso por meio do cordão de prata.
Basicamente existem dois tipos de projeção: a consciente, em que o projetor tem discernimento sobre seus atos e pensamentos, e a não consciente, em que não há lembrança da saída do corpo.
Portanto, todos estamos habilitados a realizar esta prática. Acontece comigo, acontece consigo, acontece com todo mundo, pois essa é uma natureza da alma humana. Todavia, muitas pessoas costumam achar que isso é loucura; que não é possível.
E QUANTO AOS SONHOS?
Quando dormimos, nossa consciência experimenta basicamente três principais padrões. São eles:
1 - Sonhos construídos com base nos elementos vivenciados durante o dia.
Nesse caso, a pessoa costuma sonhar com situações misturadas, que reúnem elementos confusos, como entrar por uma porta, depois se ver em uma cadeira, depois observar um cachorro, conversar com o chefe, brigar com o vizinho, depois entrar num circo em que o palhaço vai embora, e mais tarde tomar um copo de suco, dentro de um elevador, que tem asas e voa até uma cozinha, que tem o Tiririca como cozinheiro, e assim por diante.
Resumo, nada se liga a nada.
Este tipo de sonho manifesta o padrão mental desorganizado, agitado, tenso, cansado. É a reunião de burburinhos mentais que só revelam que a pessoa está precisando desacelerar a mente.
2 - Recordações de vidas passadas...
Quando os sonhos têm mensagens sempre muito parecidas e afetam o emocional da pessoa com grande intensidade, eles dão indícios de ter relação com situações de vidas passadas que afloram durante o sono como uma recordação perturbadora.
Aqueles sonhos que carregam sempre os mesmos elementos, como uma guerra, uma perseguição, um abandono ou uma situação específica, que a pessoa já sonhou repetidas vezes, manifestam provavelmente recordações de vidas passadas.
3 - Encontros espirituais nas projeções astrais.
Quando estamos libertos do corpo físico, apenas ligados pelo cordão de prata, podemos, como já citado, ter diversas vivências em várias situações e contatos com outras consciências extrafísicas, de amor (ou não), de luz (ou não).
Também podemos encontrar parentes e amigos desencarnados.
Nesses casos, muitas vezes a pessoa ao acordar não se lembra de nada, mas nas situações em que a memória "funciona bem", qualquer um pode perceber a nitidez e a riqueza de detalhes na qual a experiência aconteceu.
O MAIOR APRENDIZADO
Para ter uma projeção astral proveitosa e harmoniosa é necessário adquirir o hábito de nos prepararmos consciencialmente para o sono, equalizando nossos pensamentos em elevadas vibrações, purificando nosso espírito, acalmando a nossa mente e procurando manifestar uma intenção positiva.
É importante a realização da prece, magnetizada pela vontade de servir aos planos de Luz naquilo que os seres de amor entendam ser a tarefa adequada para nós.
Também podemos e devemos pedir treinamentos e instruções nas escolas do plano espiritual, com o objetivo de seguirmos evoluindo na experiência física.
Prepare-se para o sono, cuide da sua energia antes de embarcar na viagem da alma e jamais, de maneira alguma, adormeça nutrindo sentimentos de raiva, revolta, vingança e mágoa, porque eles podem ser o elo de ligação entre a sua alma e os planos mais densos com seus representantes...
(Bruno J. Gimenes)
Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=28294
O retrato
Gilene, senhora esperta e conversadeira, que adorava o mexerico, costumava sair de seu lar, relando aqui e ali, procurando motivos quaisquer que lhe servissem de combustível a alimentar a língua irrequieta.
Com efeito, sentia a Dona Gilene indizível prazer ao saborear o excitante prato de uma bem enredada fofoca e viam-se lhe as feições irradiar felicidade.
Ora, certa noite, ou noite certa, D. Gilene acerta, ao descer de um veículo, com um acontecimento assaz interessante.
Pois, entrando em um parque florido, de perfumes convidativos ao passeio noturno, depara com a cena inspiradora: olhando para todos os lados, em busca de algo que pudesse favorecer a crítica, viu, dentro de um carro, um homem em completa simbiose, em troca recíproca de amor e carinho com a companheira.
Gilene exultou de contentamento. Para ela, nada havia de mais importante. Não lhe importava o convite de natureza, ao coração, concitando-o a haurir as maravilhas do sentimento elevado; seus olhos estavam cegos quanto à observância dos reflexos do Criador, na própria criação de beleza esfuziante; sua sensibilidade psíquica estava de todo abafada pela fuligem escura da maledicência.
Nada mais, enfim, lhe importava, e nem mesmo notara o ridículo de seus passos de felino a tocaiar a presa incauta no meio escuro, os olhos a brilhar.
Esgueirando-se por detrás de uma árvore amiga, saciava-se na contemplação do espetáculo, enquanto exclamava, sussurrando de si para consigo: - coitada da comadre Andréa! É o compadre Tião, com a safada da Ambrósia!
Os dois amantes, entrelaçados no interior do veículo, não suspeitavam, nem de leve, que estavam sendo assim focalizados, somente o lusco-fusco da noite com a luz da lua, em intercâmbio divino com as estrelas, viu quando a Gilene, passo a passo ainda mais cautelosos, retirou-se do local, por instantes.
Foi rápido à procura dos meios para concretizar a sua espetacular idéia: poucos minutos após, retornava ao local com um fotógrafo da sua faixa, porém mais habilidoso, o que lhe permitiu tirar duas fotos, em duas posições diversas. Gilene, a sorrir, continuava à espreita, repleta de incontida satisfação.
Os amantes se amavam, não viam. No dia seguinte Gilene se dirige à casa da comadre e, depois de preparar bem o ambiente, dizendo que detesta fofocas, mas que devido à amizade que as unia, se sentia na obrigação de relatar certos fatos. Narra tudo quanto viu e imaginou ver, a estupefata comadre.
Andréia jamais suspeitara que o marido pudesse imiscuir-se em situação semelhante, contudo, face à eloqüência e convicção da amiga, sentiu-se realmente perturbada.
Seu coração, àquela altura dos acontecimentos, estava por demais abrasado pelo ciúme infernal, mas Gilene ainda não se dera por satisfeita, dispondo-se a buscar as duas fotos que, certamente, àquela hora já estariam prontas.
Era a prova cabal e concludente, a destruição de um mito de virtudes.
Andréia, sempre muito calma e ponderada, dessa vez não se dispôs a esperar. Queria ir, também. Ofereceu, inclusive, um cheque vultoso a Gilene, como prova de agradecimentos por ter-lhe colocado a par de tamanha traição.
E lá foram as duas à casa do fotógrafo e batem. Gilene, impaciente, Andréia, aflita.
O fotógrafo, ao abrir a porta, ainda surpreendeu uma frase: - Olha, comadre, os retratos é que vão falar mais alto! Depois, percebendo a presença de Chiquinho (o fotógrafo), cumprimentou-o, avivando-lhe a memória sobre o seu encontro do dia anterior, e dizendo que tinha vindo buscar as fotos.
Sim, Chiquinho se lembrava perfeitamente. Ia passando pelo parque, quando foi abordado e requisitado. Estava precisando de dinheiro e aceitou.
- Lembra-se, senhor?
- Oh, sim, eu me lembro. Já estão prontas. Tirei duas cópias de cada pose, ficaram ótimos. Queiram entrar. Estejam à vontade que eu vou buscar.
Logo depois, volta ele com as fotos nas mãos, a soltar gostosas gargalhadas, exclamando:
- Esse povo é demais! Onde já se viu? Com uma cena assim, e um concurso, aposto que eu tiraria o primeiro lugar! E vai entregando a D. Gilene, enquanto iniciava mais uma gargalhada. Adivinhe: o que as fotos revelavam?
Pois Gilene, ao contemplá-las, revirou os olhos. Paralisou-se-lhe o pensamento, o coração lhe veio à boca. Como estivesse assentada, não caiu. Mas deitou, sem sentidos.
ERA DE SEU MARIDO, O RETRATO...
Fonte: http://www.lema.not.br/artigo_canal.php?pagecanais=faq&acao=resposta&sub=6&princi=Se%E7%F5es&recstart=0&q_id=339
O pecado de minhas orações
Penso com horror nas minhas preces de outrora,
Quando eu pedia alguma coisa
Vida, saúde, prosperidade e outros ídolos
Como se algo houvesse de real,
Fora de ti, meu Deus,
Realidade única, total, absoluta!
Como se em ti não estivessem contidas
Todas as coisas do universo!...
Como se todos esses pequenos "realizados"
Não fossem reflexos de ti, o grande "Real"!...
Tamanha era a minha ilusão dualista,
Que eu julgava poder possuir algum efeito individual
Sem possuir a Causa Universal!...
Hoje morreu em mim toda essa idolatria,
Esse ilusório dualismo objetivo.
Redimido pela verdade libertadora,
Sinto, hoje, nas profundezas do meu Ser,
O grande monismo do Universo.
Hoje, o alvo das minhas orações
És tu, Senhor, unicamente tu.
Hoje, sei e sinto que, possuindo a ti,
Possuo em ti todas as coisas
Que de ti emanaram,
E em ti ficaram...
Todas as coisas que, por mais distintas de ti,
São todas imanentes em ti.
Porque tu és a eterna Essência
De todas essas Existências temporárias.
Hoje não quero mais nada
Senão a ti somente, Senhor,
Porque em ti está tudo
Que, fora de ti, parece existir.
E, porque assim te amo, Senhor,
Amo também tudo que é teu,
Tudo que, disperso pelo cenário cósmico,
Veio de ti,
Está em ti,
Voltará a ti.
Revestiu-se de mística sacralidade
O meu antigo amor profano,
Desde que vejo o Deus do mundo
Em todas as coisas do mundo de Deus.
E o pecado das minhas orações de outrora
Foi remido pela verdade da minha prece de hoje.
(Huberto Rohden)
A ilusão dentro de mim
Desde o dia em que tu nasceste, criei a ilusão dentro de mim, que poderia caminhar por ti.
Imaginei que colocaria teus pés sobre os meus e te levaria pelos caminhos que eu julgasse mais tranquilos e seguros.
Dessa maneira, tu nunca feririas teus pés pisando em espinhos ou em cacos de vidro e jamais te cansarias da caminhada. Nem mesmo precisarias decidir qual estrada tomar. Isso seria eternamente minha responsabilidade.
E foi assim durante um bom tempo. Caminhei por ti e para ti.
Então, o tempo veio me avisar bruscamente que essa deliciosa tarefa não faria mais parte dos meus dias.
Teus pés cresceram e eu já não conseguia mais equilibrá-los em cima dos meus e, quando eu menos esperava, eles escorregaram e alcançaram o solo.
Hoje sou obrigado a vê-los trilhar caminhos nos quais os meus jamais os levariam e ainda tento detê-los insistentemente, mas só consigo raríssimas vezes.
Agora só me é permitido correr com os meus junto aos teus e, em certos momentos, teus passos são tão largos que quase não posso acompanhá-los.
Atualmente assisto aos teus tropeços sempre pronto a levantar-te das tuas quedas.
Por vezes, tu me estendes as mãos em busca de socorro.
Outras, mesmo estando estirado ao chão e ferido, insistes em levantares sozinho para me provar que já és capaz de te erguer, após teus tombos e curares as próprias feridas.
Assim vamos vivendo e sinto uma saudade imensurável daquele tempo que precisavas de mim para te conduzir, pois era bem mais fácil suportar teu peso sobre meus pés do que sobre o meu coração.
No entanto, já consigo compreender como a vida é sábia.
Percebo, finalmente, que em algum momento tu precisarias mesmo desbravar teus caminhos independente de mim.
Como eu, é provável que tenhas que fazê-lo com mais alguns pés sobre os teus, os dos teus filhos.
Claro que não é uma tarefa fácil. Mas se eu consegui, tu também conseguirás porque plantei em teu coração o melhor e mais poderoso aditivo para que suportes tanto peso: o amor.
* * *
Os filhos são, sem dúvida, um empréstimo Divino.
Com eles aprendemos a lição maior do amor incondicional. Tornamos-nos habilidosos em corrigir nossos piores defeitos e multiplicar os melhores sentimentos.
Se hoje eles estão ao nosso lado, façamos por eles o melhor que pudermos pois, com certeza, logo chegará o tempo em que eles não mais estarão tão próximos.
Quando pequenos, toda a felicidade deles depende dos pais e é realmente doloroso o momento em que constatamos que haverá o tempo em que não mais precisaremos carregá-los e nem guiar os seus passos.
Então preparemos o seu caminho.
Através do amor, ofereçamos a eles toda a bagagem necessária para que possam seguir em frente com força e segurança.
Que eles carreguem a certeza de que, mesmo estando fisicamente distantes, estaremos sempre ao seu lado.
(Redação do Momento Espírita,com base em mensagem, de autoria desconhecida.)
Fonte: http://blog.cele.com.br/2011/12/ilusao-dentro-de-mim.html
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