"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

29 julho 2015

É preciso coragem para terminar uma história de amor


É preciso coragem para terminar uma história de amor.
E por mais que machuque, entristeça e dilacere, chega um momento em que sabemos que não há outra alternativa, a não ser ter coragem para baixar as armas cansadas.
Para anunciar o cessar-fogo.
Para hastear bandeira branca.
Para parar de brincar de vítima e algoz.
De gato e rato.
De queda de braço.
É preciso coragem para retomar a própria vida.
Para reaprender a estar consigo mesmo.
Para permitir-se começar tudo de novo, quando o novo vier.
Para não fecharmos o coração à perspectiva de que aconteça essa que é uma das melhores dádivas: amar e ser amado, olhar e ser olhado, ao mesmo tempo.

(Ana Jácomo)


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Simples assim...


Os Mistérios do Papiro de Ani



Um texto antigo encontrado no papiro de Ani, o chefe dos escribas do faraó Seti I, diz o seguinte:

“...Leia, tu que descobrirás nas eras futuras, se Deus lhe der o poder de ler. 
Leia, criança do futuro, e aprenda os segredos do que é superior a tudo mais e que está tão longe de ti, ainda que na realidade esteja tão próximo. 
Os homens não vivem apenas uma vez e depois desaparecem para sempre...
Vivem inúmeras vidas em diferentes lugares, mas nem sempre neste mesmo mundo e, em meio a cada vida, há um véu de sombras. 
As portas finalmente se abrirão e veremos todos os lugares que nossos pés percorreram desde o princípio dos tempos. 
Nossa religião nos ensina que vivemos para a eternidade. 
No entanto, como a eternidade não tem fim, não pode ter um começo; é um circulo. 
Consequentemente, se a unidade é verdadeira, isto é, vivemos eternamente, o contrário também deve ser verdadeiro, ou seja, sempre existimos. 
Aos olhos dos homens, Deus tem muitas faces e cada um jura que viu a verdade e o Deus único. 
Mesmo que não seja assim, todas essas faces são apenas faces de Deus. Nosso Ka, que é nosso duplo, nos revela tais faces de diferentes modos. 
Das profundezas ilimitadas da fonte de sabedoria, que está oculta na essência de cada Homem, percebemos grãos da verdade, que conferem o poder para realizar coisas maravilhosas àqueles dentre nós que têm o conhecimento.”


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Dica de vídeo: "Alexandre Caldini e a Reencarnação"


Alexandre Caldini e a Reencarnação
Perfeito!
A idéia de Reencarnação não é exclusividade do Kardecismo



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26 julho 2015

Declaro-me vivo!




Declaro-me vivo.
Saboreio cada momento.
Antigamente preocupava- me quando os outros falavam mal de mim. Então fazia o que os outros queriam. E a minha consciência me censurava.
Entretanto apesar do meu esforço para ser educado, alguém sempre me difamava.
Como agradeço a essas pessoas que me ensinaram que a vida é apenas um cenário.
Desse momento em diante atrevo-me a ser como eu sou.
A árvore anciã ensinou- me que somos todos iguais.
Sou guerreiro: minha espada é o amor, o meu escudo é o humor.
O meu espaço é a coerência. O meu texto é a liberdade.
É possível que tenhamos de ser apenas humanos.
Sem amor nada tem sentindo. Sem amor estamos perdidos, sem amor corremos o risco de correr de costas para a luz.
Por essa razão é muito importante que apenas o amor inspire nossas ações.
Anseio que descubras a mensagem por detrás das palavras: não sou um sábio, sou apenas um ser apaixonado pela vida.
A melhor forma de despertar é deixar de questionar se nossas ações incomodam aqueles que dormem ao nosso lado.
A chegada não importa. O caminho e a meta são a mesma coisa.
Não precisamos correr para algum lugar. Apenas dar cada passo com plena consciência.
Quando somos maiores que aquilo que fazemos nada pode nos desequilibrar.
Porém quando permitimos que as coisas sejam maiores que nós, o nosso desequilíbrio está garantido.
É possível que sejamos apenas água fluindo: o caminho terá que ser feito por nós.
Porém não permita que o leito escravize o rio ou então ao invés de um caminho terá um cárcere. Amo minha loucura que me vacina contra a estupidez.
Amo meu amor que me imuniza contra a infelicidade que prolifera, infectando almas e atrofiando corações.
As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade, que a sensação de felicidade lhes parece estranha.
As pessoas estão tão reprimidas, que a ternura espontânea as incomoda e o amor lhe inspira desconfiança. Peço-lhes perdão: mas declaro-me vivo!!


Texto de Luis (Chamalu) Espinosa, índio Quechua.




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Ayub Ogada - Kothbiro


Belíssima canção interpretada pelo cantor e compositor queniano Ayub Ogada.
Utilizando uma lira do Leste Africano chamada de nyatiti, Ayub mostra seu grande talento e encanto vocal como artista .


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Simples assim...



“Que estejamos presentes em memórias alheias.
Que alguém já distante lembre do nosso sorriso e se sinta acolhido.
Que o nosso bem faça bem ao outro.
Que sejamos a saudade batendo no peito de uma velha amizade.
Que sejamos o amor que alguém nunca esqueceu.
Que sejamos um alguém que sorriu na rua e o desconhecido encantou-se.
Que sejamos, hoje e sempre, uma coisa boa que mora dentro de cada um que passou por nós.”


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A elegância do comportamento




As pessoas geralmente se preocupam com a aparência física e se esmeram para mostrar certa elegância, de acordo com suas possibilidades.

Isso é natural do ser humano. Tanto que muitos buscam escolas que ensinam boas maneiras.

No entanto, existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais corriqueiras, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto: é uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas de boca em boca.

É possível detectá-la também nas pessoas que não usam um tom superior de voz. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É uma elegância que se pode observar em pessoas pontuais, que respeitam o tempo dos outros e seu próprio tempo.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece. É quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não.

É elegante não ficar espaçoso demais. Não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, cargo e jóias não substituem a elegância do gesto. Não há livro de etiqueta que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo e a viver nele sem arrogância.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A pessoa de comportamento elegante fala no mesmo tom de voz com todos os indivíduos, indistintamente.

Ter comportamento elegante é ser gentil sem afetação.

É ser amigo sem conivência negativa.

Ser sincero sem agressividade.

É ser humilde sem relaxamento.

Ser cordial sem fingimento.

É ser simples com sobriedade.

É ter capacidade de perdoar sem fazer alarde.

É superar dificuldades com fé e coragem.

É saber desarmar a violência com mansuetude e alcançar a vitória sem se vangloriar.

Enfim, elegância de comportamento não é algo que se tem, é algo que se é.

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Mais do que decorar regras de etiqueta e elaborar gestos ensaiados, é preciso desenvolver a verdadeira elegância de comportamento.

Importante que cada gesto seja sincero, que cada atitude tenha sobriedade. A verdadeira elegância é a do caráter, porque procede da essência do ser.


(Equipe de Redação do Momento Espírita)





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Dica de vídeo: "Os humanos são naturalmente carnívoros?"


Esta animação conduzida por um porco falante, mostra que somos naturalmente vegetarianos e que o ato de comer carne é de ordem cultural e não biológica.

Iniciativa do Grupo Harmonização dos Animais na Terra – HAT.

Fonte: www.bizarro.com


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Cuidado com a memória de sua casa



O padrão vibratório de uma casa tem relação direta com a energia e o estado de espírito de seus moradores.

Tudo o que pensamos e fazemos, as escolhas, os sentimentos, sejam bons ou ruins, são energias. O resultado reflete nos ambientes, pessoas e situações.

O corpo é nossa primeira morada e nossa casa, sua extensão. É ela que nos acolhe, protege e guarda nossa história.

Da mesma forma que limpamos, nutrimos e cuidamos da vibração de nosso corpo, devemos estender esses cuidados e carinhos ao lar.

Mais que escolher o imóvel e enfeitá-lo com móveis e objetos - muitas vezes guiados apenas por modismos ou pura praticidade -, a elaboração da atmosfera de um ambiente é importante porque reflete a personalidade de seu dono, dando pistas sobre seus gostos, estilo de vida, história e sonhos.

Há quem acredite que, colocando cristais, sinos de vento, fontes, espelhos, instrumentos do feng shui, é possível atrair bons fluídos e equilíbrio para dentro de casa. Mas, é muito pouco, pois a personalidade de um ambiente vai além. Ela é conseguida dia após dia, não apenas com técnicas, mas com pequenos atos de carinho e com muita energia boa.

Além de atrair bons fluídos para nosso lar, temos todas as condições de criá-los no interior do próprio ambiente.

O conjunto de pensamentos, sentimentos, estado de espírito, condições físicas, anseios e intenções dos moradores fica impregnado no ambiente, criando o que se chama de egrégora.

Você, com certeza, já esteve em uma residência ou ambiente onde sentiu um profundo bem-estar e sensação de acolhimento, independe da beleza, luxo ou qualquer outro fator externo. Essa atmosfera gostosa, sem dúvida, era dada principalmente pelo estado de espírito positivo de seus moradores.

Infelizmente, hoje em dia, é muito mais corriqueiro entrarmos em ambientes que nos oprimem ou nos dão a sensação de falta de paz e, às vezes, até de sujeira, mesmo que a casa esteja limpa. A vontade é ir embora rapidamente, ainda que sejamos bem tratados.

O que poucos sabem é que as paredes, objetos e a atmosfera da casa têm memória e registram as energias de todos os acontecimentos e do estado de espírito de seus moradores.

Por isso, quando pensar na saúde energética de sua casa, tome a iniciativa básica e vital de impregnar sua atmosfera apenas com bons pensamentos e muita fé.

Evite brigas e discussões desnecessárias.

Observe seu tom de voz: nada de gritos e formas agressivas de expressão.

Não bata portas e tente assumir gestos harmoniosos, cuidando de seus objetos e entes queridos com carinho.

Não pense mal dos outros. Pragas, nem pensar!

Selecione muito bem as pessoas que vão frequentar sua casa. Festas, brindes e comemorações alegres são bem-vindas porque trazem alegria e muita energia, mas cuidado com os excessos. Nada de bebedeiras e muito menos uso de drogas, que atraem más energias.

Se você nutre uma mágoa profunda ou mesmo um ódio forte por alguém, procure ajuda para limpar essas energias densas de seu coração. Lembre-se que sua casa também pode estar contaminada.

Aprenda a fazer escolhas e determine o que quer para sua vida e ambiente onde mora.

Alegria, amor, paz, prosperidade, saúde, amizades, beleza já estão bons para começar, não é mesmo?

Reflita sobre como você vive em sua casa, no que pensa, como anda seu humor e reclamações do seu dia-a-dia. Tudo isto interfere no seu astral.


(Franco Guizzetti)






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19 julho 2015

Por que depois de 2012 tudo parece estar pior?



2012 prometia uma era de paz, mas o mundo parece estar um caos. Por quê? Qual o motivo de tanta violência e intranquilidade no mundo hoje?

O terrorismo e a violência não saem da pauta; sejam as ações do Estado Islâmico, os ataques dos chamados lobos solitários ou a intolerância racial, homofóbica e xenófoba que tem se disseminado nas ruas e nas redes sociais em quase todo o mundo.

Os últimos meses têm sido marcados pela exacerbação da violência caracterizada pela polarização e agressividade entre pessoas que defendem pontos de vistas opostos.

Disputas políticas, religiosas, ideológicas tem transformado o cenário humano num ringue onde vale tudo: desrespeito aos direitos humanos, incivilidade, falta de educação, violência gratuita, justiça com as próprias mãos e atitudes de extrema intolerância.

Parece que regredimos à barbárie dos tempos em que valia o olho por olho.

A vida humana nunca custou tão pouco para aqueles que defendem ideologias extremistas.

Decapitações, linchamentos e execuções sumárias estão nos noticiários entre comerciais de margarina e os programas imbecilizantes de sempre, com uma naturalidade assustadora.

O que está acontecendo com a humanidade?

Estamos mesmo regredindo a um estágio quase animalesco em nossa forma de lidar com as diferenças ou com os erros dos outros?

Por que boa parte das agressões partem justamente de grupos que se autoproclamam defensores da família, moral ou obreiros de Deus?

Ora, não seriam eles os primeiros que deveriam estar zelando pelo bem estar coletivo?

E os que acreditam na chamada Nova Era, qual a explicação para tamanha regressão justamente após a travessia do limiar de 2012 que supostamente nos levaria a uma era de luz?

Você vai achar estranho o que vou dizer, mas vai indo tudo bem!

Já faz algumas décadas que a humanidade vem experimentando um processo de faxina, de limpeza pesada de suas toxinas emocionais, mentais e físicas.

Não é a toa que muitas doenças têm surgido e que as pessoas têm adoecido tanto e em grande número.

Mas, além dos males físicos, doenças emocionais – como a depressão – e até mesmo doenças espirituais – como o extremismo, o fanatismo religioso e a soberba do “filho eleito”- estão brotando em surtos cada vez mais intensos e, em alguns casos, já se tornaram epidêmicas.

Ora, não se faz uma faxina bem feita na casa sem tirar os móveis do lugar.

É por isso que tudo parece estar mesmo de pernas para o ar. Desde a década de 1980 o processo de faxina da humanidade tem se intensificado e, depois que cruzamos dezembro de 2012, passou a acontecer num ritmo avassalador.

Tudo o que está acontecendo faz parte de um processo de liberação da “sombra” da humanidade.

Toda a negatividade que estava latente ou represada (ódios, medos, ignorância, etc) nos seres humanos está agora sendo exposta à luz.

As trevas nada mais são do que luz mais densa que necessita ser transformada em luz sutil.

É um vasto depósito de energia parada que deveria estar servindo ao objetivos da Criação, mas que foi condensada em nossas mentes subconscientes ao longo dos últimos milhares de anos.

Naquela época, há mais ou menos 13.000 anos, foi necessário que boa parte da luz se recolhesse e se cristalizasse em estruturas mais densas, pois o nosso Sistema Solar havia adentrado uma região obscura do Universo.

Agora que saímos dessa Noite Galática, o dia começa a amanhecer e a luz está ferindo nossos olhos acostumados à escuridão! E, é claro, aqueles mais apegados à escuridão estão reagindo negativamente.

Do ponto de vista desses indivíduos, a luz que entra é o Mal, pois os tira de sua zona de conforto, do seu estado de sono espiritual, exigindo que mudem, que trabalhem sua negatividade.

Reagem como os adolescentes quando são tirados da cama para ir para a escola. Apegar-se às estruturas obscuras do passado é a forma que muitos encontraram para reagir à mudança. E se defendem atacando os que abraçaram a Luz.

Por isso que muitas pessoas ligadas aos movimentos humanitários, à justiça social, ao despertar de uma nova consciência de amor estão sendo atacadas com pesada agressividade.

Para muitas pessoas, falar de amor e perdão é considerado no mínimo utópico, quando não considerado quase como um insulto a ser respondido com agressividade e intolerância.

Pois aqueles que ainda estão abraçados à obscuridade não conseguem abrir os olhos e ver o amor como uma solução; pelo contrário, defendem o “pega pra capar”, o “olho por olho” e equivocadamente acreditam que somente um mundo totalitário e de justiça implacável poderia solucionar as dificuldades – momentâneas, diga-se de passagem – que vivemos hoje. Já vivemos essa versão de mundo várias e várias vezes, e os resultados não ajudaram em nada a iluminação da humanidade.

A faxina vai terminar. É destino das trevas se transformarem em luz. Mas, antes, tudo terá de vir à tona.

É como o romper de um abscesso. Enquanto todo o pus espiritual da humanidade não for expulso, ainda conviveremos com a violência, intolerância, barbárie e terrorismo. São nossas sombras milenares sendo projetadas na forma de “inimigos” (bandidos, políticos corruptos, terroristas, etc) e processadas pela Luz.

Segundo algumas canalizações e leituras astrológicas, 2015 será um ano crítico nesse processo.

Viveremos várias ondas de luz que se chocarão com nossas trevas e farão vir à tona eventos extremamente traumáticos.

Desencarnes coletivos, crimes hediondos, ataques terroristas, guerras e instabilidade política e econômica serão os sintomas de um processo lento de cura da humanidade. É necessário que assim ocorra, e não há nada de errado.

O mundo não está pior, só está com a febre e tosse que estão purificando o sistema.

Cabe a cada um de nós entender isso, aceitar o processo sem resistência e nos manter centrados no nosso coração, deixando nossa verdade se expressar e sendo guiados por nossa luz interior.

Chegou o momento em que o Titanic está rachando ao meio… uns correm para as expressões amorosas, de tolerância e paz, outros correm para defender suas posições e crenças estabelecidas.

Pra que lado você está correndo?


(por Carlos Harmitte)






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Dica de vídeo: Gen. Uchôa / Somos deste planeta?

Não, o planeta Terra não choraria por nós...







11 julho 2015

Um Obsessor no Centro Espírita



  
 
Num centro espírita famoso e muito frequentado, senhor Raimundo estava iniciando os trabalhos de desobsessão. 

Seu Raimundo, como bom doutrinador espírita há mais de 30 anos, fez uma prece de abertura e pediu a Jesus que ajudasse a libertar todos os irmãos que viessem a sala de desobsessão do sofrimento que atravessavam.



Raimundo viu o médium incorporar um espírito que dizia estar no umbral, sofrendo muito por conta da raiva e mágoa que sentia de um desafeto. Senhor Raimundo iniciou então os procedimentos da desobsessão clássica e disse que o espírito deveria perdoar o desafeto, pois a lei do amor é a nossa salvação.



O espírito incorporado, com olhar penetrante, disse:



– E porque devo confiar em você?



– Ora meu irmãozinho – disse Seu Raimundo – Estamos aqui num centro espírita, onde os ensinamentos de Jesus são praticados. Nós aqui ajudamos todos os espíritos sofredores e necessitados.



– E você também ajuda a si mesmo, ou só pensa em ajudar os outros? Perguntou o espírito. Seu Raimundo ficou surpreso com pergunta, mas como doutrinador experiente sabia que não podia cair nas artimanhas dos obsessores, e disse:



– Irmão… não estamos aqui para falar de mim. Você está no umbral e precisa de ajuda. Você não quer sair do umbral?



– Sim, eu quero. – disse o obsessor – Eu só fico me perguntando como existem tantas pessoas vivendo no nível ou no estado umbralino e não percebem, mesmo estando encarnados. Pois afinal, como o senhor mesmo ensina em suas palestras aqui no centro, o umbral é um estado de consciência e não um lugar ou espaço físico. Alguns espíritos vivem no umbral porque não conseguem se desprender da raiva e mágoa que sentem de um desafeto. Mas o senhor, seu Raimundo, perdoa todas as pessoas? Não sente também raiva e mágoa de alguém?



Senhor Raimundo estava ficando irritado com o obsessor. Estava pensando numa resposta, mas o espírito completou:



– Não é verdade que o senhor também sente raiva e mágoa da sua ex-esposa, que te traiu com um dos seus amigos há aproximadamente 10 anos? Não é verdade que até hoje você não consegue perdoa-los?



Senhor Raimundo ficou assustado com aquelas colocações. “Como o espírito poderia saber disso?” pensou. Começou a sentir raiva do obsessor, e não muito confiante, disse:



– Não vou entrar na sua cilada. Você como obsessor experiente deve atacar as pessoas em seus pontos fracos. Portanto, saiba que…



– Eu sou um obsessor, senhor Raimundo? – perguntou o espírito interrompendo seu Raimundo. – Eu me pergunto se todos nós não somos um pouco obsessores das pessoas que dizemos amar, mas que no fundo as tentamos controlar e ganhar seu afeto a força.

Não é verdade que você tem sido quase um obsessor da sua filha adolescente? Quantas vezes por dia você liga pra ela perguntando onde ela está? Quantas vezes você proibiu os namoros dela? Quantas vezes você tolheu a liberdade da sua menina por conta dos próprios medos e incertezas que guarda em seu íntimo? Você pode estar sendo um grande obsessor encarnado dela e nem perceber…



Seu Raimundo ficou atônito com aquelas revelações. Aquele espírito parecia saber tudo a seu respeito, e estava ali desnudando seus defeitos um a um. Seu Raimundo ainda não queria dar o braço a torcer e ficou com mais raiva. Resolveu fazer uma oração, dizendo:



– Senhor Jesus, peço que sua equipe conduza esse irmãozinho perturbado a um local de tratamento no plano espiritual. O espírito disse:



– Por que me chamas de irmãozinho, se nesse momento você quer, na verdade, pular no meu pescoço? De que adianta fazer uma oração a Jesus com toda essa raiva que quase transborda de você? Não, Jesus não vai te atender nesse momento… Você precisa, Seu Raimundo, parar de fugir dos seus problemas e emoções, olhar para as impurezas do seu ser, e parar de achar que é o outro sempre o sofredor e você é o “salvador”. Na verdade, todos nós precisamos de ajuda, todos somos sofredores em maior ou menor grau.

E orientar o outro a praticar aquilo que nós mesmos não realizamos em nossa vida é, nada mais nada menos, do que hipocrisia. É da hipocrisia que o ser humano precisa se libertar… Ensinar aquilo que pratica, ou apenas praticar, sem precisar orientar os outros a fazer aquilo que nós mesmos não fazemos. Quando se vive a vida espiritual, nem precisamos ficar ensinando-a a outros, nossos atos já demonstram os princípios que desejamos transmitir…



Seu Raimundo sentiu uma imensa vontade de chorar e desabou em prantos… O espírito incorporado veio falar com ele. Colocou as mãos em seu ombro e disse:



– Calma meu irmão. Você precisava dessa terapia de choque para poder enxergar a si mesmo e parar de ver os defeitos apenas nos outros. Precisava também parar de se ver como o “salvador” e os outros como “sofredores”, pois isso nada mais é do que uma forma de orgulho e soberba; é uma forma de se sentir superior e de ver os outros como inferiores.

Chore, coloque tudo isso que você sente para fora, faça uma revisão desses pontos que eu te apresentei, e a partir de agora você poderá se tornar um verdadeiro ser humano, renovado, e pronto para ajudar ao próximo, realizando a verdadeira caridade… E dessa vez, sem hipocrisia.



Seu Raimundo, após alguns minutos de choro intenso, olhou para o espírito e perguntou:



– Quem é você?



O espírito olhou para seu Raimundo com todo o amor e carinho e disse:



– Meu filho, você não pediu a Jesus, em sua prece de abertura dos trabalhos, que libertasse os espíritos dessa sala do sofrimento? Então meu filho, Jesus me pediu que viesse aqui e mostrasse tudo isso a você, para que você pudesse ver a si mesmo, saísse do “umbral” de sua mente, e se libertasse de tudo aquilo que te causa sofrimento. Sou um enviado de Jesus, e a partir de agora, você será um novo homem…



Seu Raimundo chorou ainda mais. Agradeceu imensamente a Deus e a Jesus aquela sagrada lição de autoconhecimento… Depois desse episódio, tornou-se uma pessoa muito melhor…



(Autor: Hugo Lapa)














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