"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

31 maio 2011

Dez Mandamentos para o Trabalho Espiritual


   
1. Não se desconectar da matéria

O excesso de espiritualismo pode criar uma descompensação com graves prejuízos para a vida pessoal e material de uma pessoa. 

A matéria é tão importante quanto o espírito; ambos são matizes, graus da mesma manifestação. Nenhum dos dois pode prevalecer sobre o outro.
 
Antídoto: Equilíbrio.
 
2. Não despertar os poderes antes da consciência
Os poderes estão a serviço da consciência. Não é preciso buscá-los; quando chega o momento, eles surgem naturalmente. 
Buscar o poder antes do saber é inverter a ordem natural do processo. Para que sirvam a consciência, os poderes devem ser doados a partir de algo além de nossa vontade.
 
Antídoto: Eqüanimidade.
 
3. Não fixar-se em pessoas em vez de em suas informações
Você não monta uma casa em um túnel. 
Ele é só um meio para se chegar até ela..
Quem depende de um mestre volta à infância psicólogica. Em um processo de iniciação ou terapêutico isso pode ser necessário, mas somente como uma fase a superar, e não como um estado onde parar.
 
Antídotos: Discernimento e Moderação.
 
4. Não sentir excesso de autoconfiança
Quem se crê autosuficiente é uma presa fácil para os agentes do engano e não raro se vê envolvido por eles. 
Quem crê demais na própria capacidade está fadado a equivocar-se.
 
Antídoto: Desconfiar de Si Mesmo.
 
5. Não sentir-se superior
 Nunca julgue que a própria linha de trabalho é superior às demais. 
 Essa superioridade é a antítese do esoterismo, que afirma justamente a onipresença da consciência em todos os seres e caminhos. 
 Essa postura desconecta uma pessoa das autênticas correntes da consciência amplificada, e é o ponto de partida para a via negra.
 
Antídoto: Eqüidade.
 
6. Não deixar-se levar por impulsos messiânicos
A vontade de salvar os demais é uma armadilha fatal. 
Sua tela de fundo é a vaidade e a insegurança. 
Essa fobia paranóica rompe com os canais de conexão com o mestre interior, bloqueia o processo de autoconhecimento e lança a espiritualidade numa espiral involuta, além de inibir o direito ao “livre-arbítrio de cada um”.
 
Antídoto: Confiança na Existência.
 
7. Não tomar medidas inconseqüentes
O entusiasmo pode levar uma pessoa a romper com seu círculo profissional e familiar sem necessidade. 
Com o “fluir” ou o “fechar os olhos e saltar” — axiomas que só deveriam ser usados em situações muito especiais —, os mais entusiasmados do mundo esotérico incentivam os recém-chegados a se arrebentarem logo na largada.
 
Antídoto: Responsabilidade Serena.
 
8. Não agir com demasiada rigidez
 Encantada com as novas informações que lhe ampliam a consciência, uma pessoa pode-se tornar intolerante. 
 Ela tem a tentação de impor sua forma de pensar e seus modelos de conduta aos demais. 
 Limitando sua capacidade de ver a partir de outras perspectivas, ela perde o acréscimo de consciência que havia conquistado.

 Antídoto: Tolerância e Relaxamento.
 
9. Não se dispersar
Estudar ou praticar demasiadas coisas ao mesmo tempo sem aprofundar-se em nenhuma delas leva a uma falsa sensação de saber. 
Nessa atitude, pode-se passar uma vida inteira andando em círculos, enquanto se faz passar por um sábio.
 
Antídoto: Concentração.
 
10. Não abusar
Manipuladas, as informações espirituais servem de álibis ou justificativas convincentes para os piores atavismos. 
Usar essas informações para fins muito particulares é um crime. 
Ninguém profana impunemente o que pertence a todos.
 
Antídoto: Retidão e Integridade.
 
 
Equilíbrio, eqüanimidade, discernimento e

moderação, eqüidade, tolerância e relaxamento, 

confiança na existência, responsabilidade serena, 

desconfiança de si mesmo, concentração, retidão 

e integridade são a grande proteção daquele que 

se aventura pelo mundo espiritual e esotérico.

 
Por outro lado, quem se assegura dessas 

qualidades pode fazer o que quiser nesse campo 

que estará sempre num bom caminho.

 

(Fabio Fittipaldi)






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