Quando observares o incêndio lavrando na vizinhança, não é
preciso te candidates ao título de herói, procurando as tarefas de integral
remoção do perigo.
Faze alguma coisa, para que o fogo se reduza ou se extinga e
terás agido com a fraternidade no coração.
Se a penúria visita a paisagem social em que respiras, não é
necessário te convertas em salvador apressado.
Traze a quem sofre alguma gota de remédio ou a côdea de pão
que te sobra na mesa farta e terás cumprido o dever da solidariedade humana.
Se o desastre feriu aqueles que te seguem de perto, não é
imperioso te transformes em pessoa milagrosa.
Coopera, de algum modo, com os teus braços amigos, para que
os problemas sejam solucionados e revelar-te-ás em bom caminho.
Se a maledicência amontoa espinheiros em torno da alheia
reputação, ninguém espera sejas o advogado palavroso dos ausentes.
Basta que faças algum silêncio ou que pronuncies uma frase
caridosa e marcharás na senda de elevação.
O Céu não reclama dos homens a santidade improvisada e nem
exige que a criatura abandone hábitos seculares de um dia para outro.
Aguarda, sim, a nossa migalha de boa vontade na redução dos
variados enigmas da luta humana.
Em verdade, grande é a dor que martiriza os corações
vinculados à Terra...
Realmente, a aflição é hoje problema generalizado, em todas
as latitudes do Globo, mas, quando coração fizer alguma coisa, cada dia, pela
vitória do bem, estaremos alcançando para o mundo inteiro a conquista da
felicidade imortal.
(Emannuel)
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