"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

11 março 2013

Um pouco de Rubem Alves...



Um único  momento de beleza e amor justifica a vida inteira.

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Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe.

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Eu quero desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que me pintaram. Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.

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Faz tempo que, para pensar sobre Deus não leio os teólogos, leio os poetas.

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Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será…

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Não sabia que era precisamente esse fracasso que me levaria ao lugar que desejava. As correntes do rio profundo foram mais generosas que o meu remar contra elas. Não cheguei aonde planejei ir. Cheguei, sem querer, aonde meu coração queria chegar, sem que eu o soubesse.

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Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno.

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Todo mundo gostaria de se mudar para um lugar mágico. Mas são poucos os que têm coragem de tentar.

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A saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que perdeu.

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Aquilo que o coração ama fica eterno.

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O tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração.

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Não havíamos marcado hora, não havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o encontro.

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Amor é estado de graça e com amor não se paga. Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que 'amor com amor se paga'. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo.

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E é preciso saber falar. Há certas falas que são um estupro. Somente sabem falar os que sabem fazer silêncio e ouvir. E, sobretudo, os que se dedicam à difícil arte de adivinhar: adivinhar os mundos adormecidos que habitam os vazios do outro.

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O segredo do amor é a androgenia: somos todos, homens e mulheres, masculinos e femininos ao mesmo tempo. É preciso saber ouvir. Acolher. Deixar que o outro entre dentro da gente. Ouvir em silêncio. Sem expulsá-lo por meio de argumentos e contra-razões.

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O ouvido é feminino, vazio que espera e acolhe, que permite ser penetrado. A fala é masculina, algo que cresce e penetra nos vazios da alma.
O amor vive neste sutil fio de conversação, balançando-se entre a boca e o ouvido.

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Uma pessoa é bela, não pela beleza dela, mas pela beleza nossa que se reflete nela...

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Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno.

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Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido!

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