Sofri um acidente
de moto e morri.
Vaguei sem rumo por muito tempo por aí, sem ter
consciência de que já tinha morrido.
Era como ser um véu se
fizesse presente, o tempo todo me ofuscando a visão. Num primeiro
momento tudo fica confuso. A gente acorda num hospital, cheio de
aparelhos e muitos médicos e enfermeiros.
Depois estes médicos
vão aumentando e uns nos medicam com remédios e outros com
imposição das mãos. Uns se mantém alertas a qualquer sinal
diferente nos aparelhos aos quais estamos ligados, outros pouco se
importam com os sinais emitidos, pois estão equipados com aparelhos
nunca antes vistos por um ser vivente.
De repente tudo acaba.
Os primeiros médicos nos dão como causa perdida e o segundo grupo
fica feliz e nos acolhe como a um filho que chega de viagem.
Tudo é
muito tumultuado. Tudo é muito confuso. Nos deixam ali e pedem para
outras pessoas de branco, os enfermeiros, cuidarem de nós. Mas, num
momento de confusão maior ainda, fugi dali e fui para a rua. Fui pra
casa em busca de minha família.
Encontrei todos tristes
e pesarosos. Ninguém me ouvia, ninguém me dava atenção, como se
alguém ou algum acontecimento mais importante que a minha volta lhes
desviasse a atenção. Então, fugi dali também e fui buscar alguém
que me explicasse o que aconteceu.
Nada. Ninguém me dava respostas.
Vaguei muito tempo até
que me ajoelhei e pedi com todo o meu coração ajuda a Deus ou a uma
força maior.
Pedi que me ajudassem e que, se eu tivesse feito algo
de muito errado, que me perdoassem pois estava arrependido de não
ter sido uma boa pessoa, por nunca ter 'perdido' o meu tempo com
religião ou com um Deus.
Eu acreditava que
existia uma força maior, mas não parava pra pensar se essa força
tinha um nome, uma origem. Nunca rezei e achava que acreditar nessa
força já era suficiente. Acreditava em Deuses diferentes. Uns ditos
e encontrados por amigos em chás, em seitas. Não sabia em que
pensar e, na verdade, não chegava à conclusão nenhuma.
Enfim... Depois desse
pedido com fé, recebi um presente, fui socorrido pela minha avó
Nena.
Quanta felicidade,
quanto alívio, já não estava só. Já podia ver uma luz.
Ela, com muita
paciência e amor me explicou tudo e facilmente pude entender o que
havia acontecido.
Hoje vivo bem e feliz numa colônia espiritual e
além de estudar, já me foram delegadas algumas atribuições como
espírito colaborador.
Agradeço a Deus a cada dia pela oportunidade
e pela misericórdia, por ter se apiedado de mim e me mostrado o
caminho.
Deixo um beijo caloroso
aos meus familiares, às minhasirmãs e à minha mãe querida. Digo
que tudo foi e é como tem de ser. Um abraço a todos e que Deus nos
abençoe e nos guarde em sua bondade e misericórdia.
Lucas
Data: 02 de fevereiro
de 2010
Local : Sorocaba (SP)
Médium : S.A.O.G.
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