Em geral as
pessoas entendem "curar" como o conjunto de medidas que tornam alguém
livre de uma doença ou de um problema de saúde.
Mas a
palavra latina tem outro, e mais amplo sentido.
"Curar" é
"cuidar".
E isto é importante porque, em primeiro lugar, nem todas as
doenças podem ser simplesmente eliminadas.
À medida que
aumenta a expectativa de vida, e que as pessoas chegam a idades mais avançadas,
aumenta o número de problemas crônicos para os quais não existe solução
definitiva e que exigem, portanto, cuidados constantes.
Por outro
lado, mesmo quando existe cura no sentido de um medicamento ou procedimento
eficaz, é preciso que alguém auxilie o doente a fazer uso desse medicamento ou
procedimento.
Portanto,
precisamos de cuidadores, e cada vez mais precisamos deles.
O que torna
uma pessoa cuidadora?
Alguém dirá
que se trata de uma vocação especial. Isto existe em muitos casos, mas não
basta.
Cuidar não é
apenas questão de generosidade, é questão de técnica, de conhecimento.
E exige
dedicação.
Os dias se
passam, as semanas, os anos, e os problemas que invalidam a pessoa, que a fazem
sofrer estão ali presentes, às vezes melhorando, às vezes se agravando.
Isto
significa que a pessoa precisa renovar, às vezes diariamente, às vezes hora a
hora, a sua disposição para cuidar do outro.
Ou seja: os
cuidadores precisam ser cuidados.
Há muitas
maneiras de fazê-lo, desde o treinamento até formas de suporte psicológico.
Mas quem tem
experiência nesta área sabe: uma coisa que funciona é a gratidão. A gratidão
da pessoa que está sendo cuidada, de seus familiares, de seus amigos.
Um simples
"obrigado" pode fazer muito pelo cuidador ou pela cuidadora.
Esta palavra
é, ela própria, um cuidado, uma verdadeira cura para os revezes que encontramos
em nossa existência e em nosso trabalho, particularmente quando este diz
respeito à doença.
Cuidemos dos
cuidadores.
Assim
estaremos cuidando de nós mesmos e da humanidade como um todo.
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário