"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

26 junho 2011

Medicina Redescobre a Espiritualidade


Medicina e Espiritualidade devem andar juntas.

Esse é o resultado dos estudos realizados pelo médico americano Harold Koenig, que participou co Seminário Internacional de Medicina e Espiritualidade e do V Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil (MEDNESP), cujo tema foi a “Espiritualidade no cuidado com o paciente”.

“O médico deve cuidar do paciente por inteiro”, declara o dr. Harold Koenig.

Além do físico, deve levar em consideração o indivíduo como um ser social, psicológico e, principalmente, espiritual.

A crença em um ser superior, a prática religiosa e a fé são elementos que elevam o bem-estar e a esperança dos pacientes. Dos 114 estudos realizados, 91 concluíram que os religiosos são mais felizes e têm bem-estar mais elevado que os não crentes.

A oração faz o indivíduo afastar da mente a dor e focalizar o pensamento em outras coisas.

Um dos casos mencionados foi o de uma senhora, de 83 anos, que sofria de diabetes e artrite. Apesar de não conseguir andar e da forte dor que sentia, não era uma pessoa triste, nem deprimida. Indagada por seu médico de onde vinha sua alegria, dizia que rezava muito e tinha esperança de que tudo pudesse melhorar. Totalmente independente, ela ainda tinha forças para levar aos outros doentes o poder da oração.

Pesquisas mostram a diminuição de casos de depressão e suicídio em indivíduos que têm alguma prática religiosa. Ansiedade, medo e vícios também atingem menos as pessoas que acreditam em uma força superior. A recuperação dos doentes que sofrem desses males também é mais rápida.

Segundo o Dr. Harold Koenig, o corpo físico tem dentro de si o poder da cura.

As crenças religiosas e as emoções influenciam em sua fisiologia.

Por meio de fatores sociais, psicológicos e comportamentais, tenta-se entender a influência da religião na saúde física. O sistema imunológico de alguma forma é influenciado pela prática religiosa. Segundo pesquisa, as células das mulheres que não sofriam de stress aparentavam aspecto mais jovem.

Foi comprovada, por meio de estudos americanos, que a alimentação adequada somada a exercícios físicos e à prática religiosa levam à diminuição da mortalidade por câncer devido à presença de um volume maior de células que atacam as cancerosas.

Por baixar a pressão sangüínea, casos de hipertensão também são menores. As infecções diminuem e o poder de cicatrização é maior. Pesquisas, ainda não publicadas, afirmam que idosos com forte crença religiosa apresentam o mesmo nível de atividade cardiovascular que os jovens.


Como abordar o paciente

“Apesar de 77% dos médicos pensarem que a crença religiosa pode trazer benefícios aos pacientes, a maioria deles não sabe como chegar ao doente e introduzir a espiritualidade na conversa.
Prevalece ainda o desconhecimento dessa importância para o diagnóstico, prognóstico e tratamento de pacientes”, explica Harold Koenig. “Mas, a maioria dos pacientes quer que os médicos abordem a questão da religiosidade”.

Ao introduzir a conversa, o médico pode dizer ao doente que ambos moram em um país religioso e que pretende fazer as mesmas perguntas a todos os pacientes, independentemente do diagnóstico e do prognóstico de cada um.

Koenig enfatiza que o profissional de saúde deve ter uma sensibilidade muito grande para tocar nesse assunto. Algumas recomendações são: apoiar a crença espiritual do paciente, sem discutir com ele; descobrir seu histórico espiritual; certificar-se de que as necessidades espirituais sejam atendidas e até rezar com o paciente. É importante não prescrever a religião a pessoas atéias, nem dar conselhos espirituais.


Histórico

Até 1970, a Igreja e o atendimento médico sempre estiveram interligados. Até porque, a Igreja foi a pioneira na construção dos hospitais. As enfermeiras não podiam se casar e moravam próximas às instituições onde trabalhavam.

Com o desenvolvimento científico e tecnológico, porém, a religião e a medicina tornaram-se independentes uma da outra.

Os profissionais de saúde começaram a ver a espiritualidade como algo distante, que não poderia estar aliada ao tratamento e cura dos doentes. O pensamento de Sigmund Freud contribuiu para essa separação. A crença era vista por ele como uma perturbação emocional, irracional e neurótica, portanto, não saudável.

Entretanto, nos últimos anos, essa maneira de pensar vem se tornando inadequada.

A comunidade científica tem mostrado interesse em entender como a espiritualidade pode auxiliar os médicos a obter melhores resultados no exercício da profissão.

Desde do ano 2000, cerca de três mil artigos sobre religião e saúde mental foram publicados, mais da metade no último ano envolvendo a religiosidade na educação médica.

O dr. Koenig partiu para a sistematização das pesquisas depois de questionar pacientes sobre o que as ajudava a suportar a doença e ouvir respostas do tipo: “Doutor, é a minha oração”.

Formado pela Universidade da Califórnia em São Francisco, o dr. Harold Koenig tem especialização em geriatria, psiquiatria e bioestatística. É diretor do Centro para o Estudo da Religião, Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, e editor de duas revistas médicas especializadas: International Journal of Psychiatry in Medicine e Research News & Opportunities in Science and Theology. Saúde mental, geriatria e religião são os temas de 24 livros de sua autoria, incluindo o Manual de Religião e Saúde: Revisão de um Século de Pesquisa, o mais completo tratado sobre o assunto.

(Vera Moreira/ Assessora de Imprensa do MEDNESP)








25 junho 2011

As Diferenças entre Religião e Espiritualidade


A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: "aprende com o erro".

A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.

A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

(Autor desconhecido)

O Amor Romântico



O amor romântico é como um traje,
que, como não é eterno, dura tanto quanto dura;
e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos.

O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão.
Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente,
tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes,
com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

(in  Livro do Desassossego, Bernardo Soares - heterônimo de Fernando Pessoa)



De Longe Te Hei-de Amar...


De longe te hei-de amar
- da tranqüila distância
em que o amor é saudade
e o desejo, constância.

Do divino lugar
onde o bem da existência
é ser eternidade
e parecer ausência.

Quem precisa explicar
o momento e a fragrância
da Rosa, que persuade
sem nenhuma arrogância?

E, no fundo do mar,
a Estrela, sem violência,
cumpre a sua verdade,
alheia à transparência.

(Cecília Meireles)




Kings and Queens - 30 Seconds to Mars




Ao assistir a animação "A Lenda dos Guardiões" - um espetáculo lindíssimo em 3D - apaixonei-me por esta música. 

Recomendo ambos!

Presença




Já não estás onde estavas,
já não estás onde sempre te vi.
Mas, olhando o lugar, sinto-te aí
e recupero a paz.

O que conta não é o que se sabe,
tão-pouco o que se vê.
O que conta é aquilo que não cabe
dentro dos olhos, mas se crê.

(Torquato da Luz, in "Destino do Mar")



A Elegância do Comportamento


Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que , talvez por isso,
esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais que falam. E quando falam passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas. É quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando, e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o
que você teve que se arrebentar para o fazer...

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

É elegante o silêncio diante de uma rejeição...

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza...atitudes gentis falam mais que mil imagens...

Abrir a porta para alguém...é muito elegante.

Dar o lugar para alguém sentar...é muito elegante.

Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...

Oferecer ajuda...é muito elegante.

Olhar nos olhos ao conversar, é essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “ com amigo não tem que ter estas frescuras”.

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura.

(Martha Medeiros)

Que as estrelas cuidem de ti


"Atra esterní ono thelduin,
Mor'ranr Ufa unin hjarta onr,
Um du evarínya ono varda." *

(*Que a boa sorte te acompanhe, a paz viva em seu coração e as estrelas cuidem de ti.)

(uma mensagem linda, numa língua fictícia inventada por Christopher Paolini, presente nos livros da série Ciclo da Herança - Eragon, Eldest, Brisingr e Inheritance)




22 junho 2011

Frente ao Sombrio que há em você


Ninguém se torna iluminado imaginando figuras de luz,
mas tornando a escuridão consciente.
(Carl Gustav Jung)


* * *


A disputa entre luz e sombra é tão antiga quanto a existência do ser humano.

Desde as batalhas religiosas entre as forças trevosas e luminosas até as batalhas internas, o ser humano vem travando incontáveis disputas internas entre o bem e o mal em suas diversas manifestações humanas.

Nesse ínterim, o que é a sombra? O que torna a sombra algo tão temida e misteriosa?

Em 1945, o psiquiatra suíço C. G. Jung deu a definição mais direta e clara sobre a sombra: "a coisa que uma pessoa não tem desejo de ser". Sim, simples assim. E é justamente a sombra que nos faz humano.

Muitas correntes religiosas e místicas negam o poderio da sombra, contudo, a sombra enquanto força psíquica e viva, torna-se mais forte quanto mais é negada.

Assumir a sombra não é assumir superstições, mitos e fantasias, muito menos tornar-se agressivo e irredutivelmente feroz frente ao dia-a-dia.

Todos carregamos uma sombra em nosso interior, e quanto menos ela está incorporada em nossa vida consciente, mais negra e densa ela é. Se um sentimento de inferioridade é consciente, sempre se tem uma oportunidade de corrigi-lo.

Há algum tempo, conheci uma pessoa que sempre era vítima de magia negra.

O interesse é que o vitimismo da magia (realidade modificada, transmutação da realidade) negra (sombria), acontecia justamente quando temas referentes à sua própria personalidade inferior emergiam trazidas por terceiros, ou seja, sentimentos negados, rejeições mal trabalhadas, questões ligadas a poder mal assimiladas.

Isso é uma mostra clássica do que a falta de conhecimento e compaixão por si mesmo e por suas próprias fraquezas pode fazer conosco.

Quando negamos nosso lado sombrio nos tornamos vítimas de nós mesmos, onde somos "magos negros" de nossa própria realidade.

Um antigo místico certa vez afirmou: "é da ignorância e só da ignorância que o homem deve se libertar."

As superstições alimentaram no homem os medos que já existiam dentro dele mesmo.

Porque algumas pessoas são sempre vítimas? Porque as histórias se repetem?

É simples: porque há um aprendizado em relação a si mesmo que não foi assimilado.

As pessoas são como peças num jogo de xadrez, elas só cumprem funções, não é pessoal, é cósmico, as leis tem que se cumprir. Não importa o que elas pensam, como agem ou que façam. Porque é como elas mexem com você que determinará o aprendizado que você tem com elas.

A vida, como expressão simbólica e subjetiva, oferece-nos oportunidade de crescimento e transformação constante. Ficar na época das cavernas é uma pessoa que diz respeito somente a você, mas não precisamente a quem está ao seu lado.

O universo é mutante assim como nós.

E não precisamos ficar presos a idéias e conceitos, frustrações e rejeições do passado. Mas, o primeiro passo é aceitá-los como fazendo parte de nós.

O Amor fará o trabalho final.

Jung ainda afirma que o Amor faz a ponte entre a Luz e as Trevas.

Só o Amor integrará o ser humano ao ser divino. Permita-se entender a sua vida.

Com amor,
Nelson Matheus.








Mandy - Barry Manilow


Senhor, mesmo sabendo que não sou forte, capacita-me para seguir em frente, mesmo que a tempestade me açoite o rosto empurrando-me para trás,

Quando sentir-me com o poder dos vulcões, segura-me pelos ombros e faz-me frágil, para que o meu desvario não machuque os que estão ao meu redor, mesmo que distantes – por isso faz-me brando,

Quando sentir-me poderoso, dominando os compêndios da ciência do homem, faz-me sábio o bastante para que eu entenda que todo o conhecimento brota da generosidade de Teus gestos para comigo,

Quando sentir-me o pior de todos, toma-me em teus braços e carrega-me para que eu possa compreender que a minha pequenez, longe de ser um mal, é a constatação de meus limites de humano e de filho, de criança que aprende - eternamente um aprendiz,

Quando estiver cego de ódio, faz-me vomitar, pois Tu e somente Tu sabes, o quanto faz mal carregar dentro de mim a podridão dos sentimentos que paralisam minha busca por Ti,

Nos dias em que a inspiração não for tão aflorada, dá-me humildade de compreender, que toda sabedoria vem de Ti, e que é preciso aprender com a escassez e com a fartura, valorizando cada uma,

Quando Te pedir, mesmo em súplica, algo que não seja para o meu bem, tapa os Teus ouvidos e decodifica meu pedido, por que só Tu sabes o que é melhor para mim, ontem, hoje e sempre,

Quando eu disser e fizer coisas sem sentido, e por isso me martirizar e condenar, faz-me compreender minha necessidade de auto-perdão, par que eu não me castigue a ponto de destruir meu corpo que é o templo do Teu santo espírito,

Por fim, Tu sabes o poder das palavras, por isso protege minha boca, Senhor, para que dela saia apenas o manjar das frases que fazem sentido, e que semeadas possam frutificar a sinfonia de um mundo compartilhado com amor.

Que assim seja! 

(Autor desconhecido)

21 junho 2011

Confia Sempre


Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.

Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.

Crê e trabalha.

Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.

De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve. Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da noite.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte...

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.


(Meimei)

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier) 



Deve-se publicar tudo? E divulgar tudo que se publica?



Consideramos extraordinário o exemplo de Yvonne A. Pereira que, tendo recebido mediunicamente o livro “Memórias de um Suicida”, engavetou-o porque tinha dúvidas quanto ao conteúdo da obra.

Somente depois de mais de 20 anos é que o entregou à editora, após revisão espiritual de Leon Denis.

Hoje, porém, é fácil observar que muitos médiuns não procedem da mesma maneira, enviando apressadamente para publicação tudo que recebem do plano espiritual.

Daí um grande número de obras que não merecem ter sido publicadas por divulgarem violência, sensualidade, assuntos escabrosos, explicações anti-doutrinárias e temas excessivamente repetidos.

Ou apresentam linguagem confusa e até contradições.

Além disso há um número crescente de instituições assistenciais espíritas editando livros com o objetivo único de obter recursos financeiros sem avaliar devidamente o conteúdo de tais obras, o que, a nosso ver, contraria a finalidade superior do livro espírita, pois segundo Emmanuel "o livro espírita já é caridade em si mesmo”.

Diante desta situação, julgamos oportuno consultar a opinião de Allan Kardec, que tratou o problema em dois momentos na Revista Espírita: “Deve-se publicar tudo quanto dizem os espíritos?” (nov./1859) e “Exame das comunicações que nos enviam”(mai./1863), os quais recomendamos aos médiuns psicógrafos, escritores, editores e redatores de jornais espíritas.

Após uma leitura atenta dos dois artigos, destacamos, com algumas adaptações, as seguintes observações, denominando-as de critérios para análise de matéria destinada a publicação.

1 – Não aceitar cegamente textos mediúnicos sem um controle severo. Publicar sem exame, ou sem corretivo tudo quanto vem dos espíritos, seria dar prova de pouco discernimento;

2 – Ao lado de comunicações francamente más, outras há que são simplesmente triviais ou ridículas. Tais publicações têm inconveniente de induzir em erro pessoas que não estejam em condições de aprofundar-se e de discernir entre o verdadeiro e o falso;

3 – Há comunicações que podem prejudicar gravemente a causa que pretende defender, em escala muito maior que os grosseiros ataques e as injúrias de certos adversários;

4 – A importância que, pela divulgação, é dada às comunicações de espíritos inferiores os atrai, os excita e os encoraja;

5 – Os bons espíritos ensinam mais ou menos a mesma coisa por toda a parte, porque em toda parte há os mesmos vícios a reformar e as mesmas virtudes a pregar. Por isso, há centenas de lugares onde se obtém coisas semelhantes, e que é poderoso de interesse local pode ser banalidade para a massa;

6 – Uma coisa pode ser excelente em si mesma, muito boa para servir de instrução pessoal, mas o que deve ser entregue ao público exige condições especiais. Convém, portanto, rejeitar tudo quanto, pela sua condição particular, só interessa àquele a quem se destina. E também tudo quanto é vulgar no estilo e nas idéias, ou pueril pelo assunto;

7 – Mesmo a pessoa mais competente pode enganar-se: tudo está em enganar-se o menos possível. Há espíritos que se comprazem em alimentar em certos médiuns, a ilusão de que não estão sujeitos a enganos. Por isso, nunca seria demais recomendar a estes não confiar em seu próprio julgamento. Nesse sentido, os grupos são importantes pela multiplicidade de opiniões que neles podem ser colhidas. Aquele que, nesse caso, recusasse a opinião da maioria, julgando-se mais esclarecido que todos, provaria
superabundantemente a má influência sob a qual se acha;

8 – Ao lado de alguns bons pensamentos encontra-se, por vezes, idéias excêntricas, traços inequívocos da mais profunda ignorância. Nesta espécie de trabalho mediúnico é que mais evidentes são os sinais da obsessão, dos quais um dos mais freqüentes é a injunção da parte do espírito de os fazer imprimir;

9 – Nenhuma precaução é excessiva para evitar publicações lamentáveis. Em tais casos, mas vale pecar por excesso de prudência, no interesse da causa;

10 – Publicando comunicações dignas de interesse, faz-se uma coisa útil. Publicando as que são fracas, insignificantes ou más, faz-se mal em vez de bem;

11 – Uma consideração não menos importante é a da oportunidade. Comunicações há cuja publicação é intempestiva e, por isso mesmo, prejudicial. Cada coisa deve vir a seu tempo;

12 – Não se trata de desencorajar as publicações. Longe disso. Mas mostrar a necessidade de rigorosa seleção do material.

Aplicando estes princípios às comunicações a ele enviadas até maio de 1863, Kardec classificou-as, obtendo as seguintes conclusões:

a) Em 3.600, mais de 3.000 eram de moralidade ireprochável;
b) Desse número, menos de 300 poderiam ser publicadas (menos de 10%);
c) Apenas 100 apresentavam-se de mérito inconteste.

Quanto aos originais produzidos por encarnados , em cerca de 30, Kardec encontrou 5 ou 6 de real valor.

Conclusão de Kardec: “no mundo invisível como na terra, não faltam escritores, mas os bons são raros.”

Estes critérios de Kardec, propostos para análise de viabilidade de publicações espíritas, são perfeitamente aplicáveis aos divulgadores no exame das obras já editadas.

Na verdade, o livro espírita deve ser examinado em diferentes níveis, sendo a passagem para o nível seguinte condicionada à aprovação nos anteriores, até chegar ao leitor. Pode-se citar os seguintes níveis principais:

a) Autor encarnado ou espírito e médium (Autocrítica)
b) Editor (incluindo-se as revisões gramaticais e gráficas)
c) Distribuidor
d) Divulgador

Esta sequência, entretanto, nem sempre é observada em uma, algumas ou, lamentavelmente, em nenhuma das etapas.

Mas como a nossa doutrina proporciona ampla liberdade à criatura, lembremos o dito do Mestre: “A cada um segundo a sua própria consciência”.

Nestas etapas em cadeia, a tarefa do divulgador reveste-se de especial importância, na medida em que representa a última oportunidade de se evitar a difusão de obras clara ou potencialmente prejudiciais aos postulados doutrinários básicos.

Estamos conscientes de que o problema apresenta aspecto delicado. Mais uma razão para enfrenta-lo com serenidade, sim, mas com determinação. 

Do contrário, Kardec não teria tido o cuidado de passar à posteridade suas observações, conclusões e recomendações.

É preciso haver um conjunto de critérios seletivos para aquilo que circula no âmbito de um movimento de porte e das responsabilidades do espiritismo. 

Não nos cabe impedir de que os textos inaceitáveis sejam lidos, mesmo porque cada um assume a responsabilidade pelo que faz ou permita que faça.

Entendemos, contudo, que é dever e direito do espírita consciente rejeitar a obra que lhe pareça inadequada, sem necessidade de nenhum comitê de censura e emitir listas condenatórias.

Por isso conclamamos os idealistas da área de divulgação do livro espírita a não ignorarem esta questão.

(Cintra e Castilho)

(transcrito do Jornal Macaé Espírita, edição de julho/agosto de 1992, página 3)






 

Pais de bem com a espiritualidade, filhos de bem com a vida


A gente sabe tudo sobre educação de crianças, psicologia infantil, comportamento de adolescentes, não é?

Está tudo ao alcance da mão. Basta um clique (literalmente) e um universo inacreditável de informações cai no nosso colo.

E lá ficamos nós, engolidos em perplexidade, perguntando: afinal, com tantos recursos, com tanta informação, por que a gente não acerta sempre? Por que temos essa sensação de que alguma coisa saiu errada?

Filmes como Kids (lembra desse?) ou como um outro que meu filho de 18 me fez assistir, Réquiem para um sonho, mostram crianças e jovens jogados em um mundo sempre muito escuro e do qual eles mal se dão conta, tão intoxicados pelas drogas e pelo escapismo mais brutal. Como foi que aqueles bebês risonhos cresceram para ficar assim? Onde foi que perdemos contato com eles?

Ninguém discute que somos todos bem-intencionadas criaturas que procuram dar o melhor para seus filhos. Então o que é que pode estar faltando? Para alguns estudiosos, a resposta é clara: no afã de prover os filhos com tanto conhecimento e tantos cursos, brinquedos, treinos, aparelhos, idiomas, os pais esqueceram de olhar para dentro de suas crianças e enxergá-las como verdadeiramente são: seres espirituais.

Nessa linha de pensamento, Mimi Doe, uma especialista em educação e autora de vários livros e de programas infantis não-violentos para a televisão, faz uma afirmação inspiradora: A espiritualidade é a base a partir da qual nascem a auto-estima, os valores, a ética e a sensação de fazer parte de algo. É a espiritualidade que determina o sentido e o significado da vida. Bingo!

Outros estudiosos fazem eco. Spiritual Parenting (uma expressãozinha difícil de traduzir, mas que significaria algo como paternidade/maternidade espiritual), é uma idéia que abre muitas possibilidades e já aportou por essas nossas bandas, alguns textos publicados em português.

Peguei o livro de Mimi Doe para ler, confesso, com um pouco de desconfiança (detesto livros de fórmulas prontas, são um insulto para a nossa inteligência!).

Não fiquei nada decepcionada. Ao contrário, o livro é cheio de idéias para a gente resgatar o caráter sagrado dessa tarefa tão antiga que é criar filhos.

Houve um tempo em que nossos filhos eram nossa única garantia de imortalidade.

Através deles, nos sentíamos projetados para o futuro, elos de uma cadeia sem fim.

Os gestos repetidos, os ensinamentos, os exemplos, as histórias contadas, as receitas, as festas, as tradições, tudo era parte de um legado que transmitíamos às crianças, mas que, na verdade, não nos pertencia.

Os pais eram uma ponte entre o passado e o futuro. E criar filhos era transmitir a herança da espécie, da melhor forma possível, porque cada um dos nossos atos era apenas um movimento na grande dança do universo.

A proposta de Mimi é resgatar esse sentimento de que educar filhos pode ser, ainda hoje, um verdadeiro milagre.

Não, não é nada esotérico, nem específico dessa ou daquela religião.

Ao contrário, abrir um espaço para a espiritualidade na relação com as crianças é fazer coisas simples, como criar um ambiente agradável e receptivo na hora do jantar ou marcar um dia por mês para um estar em família diferente.

Juntos, talvez você e ele se animem a aprender a meditar, a valorizar a bondade e a compaixão através das boas ações, a tirar da gaveta aquela idéia de participar de um projeto comunitário.

Uma outra idéia importante: deixar que nossos pequenos nos inspirem.

Eles são naturalmente conectados com essa forma de espiritualidade. E se estivermos mais atentos, podemos aprender muito com a sua poderosa intuição.

Hugh Prather, um outro autor, confirma que essa é a primeira regra de ouro para quem quer se tornar um pai (ou mãe) mais espiritual: as crianças estão próximas de Deus e podem nos ajudar muito a encontrá-lo.

Isso não quer dizer que elas não precisem de disciplina, de orientação ou de firmeza. Mas significa que ser pais não nos torna automaticamente sábios e que devemos ir com calma antes de achar que sabemos sempre o que é melhor para as crianças.

Na verdade, nós apenas percorremos juntos a mesma estrada e fomos os escolhidos para a posição de guias não por sermos superiores, mas porque conhecemos melhor o mundo.

Só por isso.

Do ponto de vista de Deus, esse bebê que você segura com tanto cuidado, pode ser tão sábio quanto você, mesmo que seja sua a função de amamentá-lo e de cuidar dele até que ele possa fazer isso sozinho.

Vamos conversar mais sobre isso qualquer horinha, mas, por hoje, pincei algumas idéias do livro de Mimi Doe para compartilhar com você.


1. Deixe de lado os seus velhos programas de educação, os erros cometidos por seus pais, os deveres e obrigações que foram se infiltrando no seu jeito de educar. Você é você mesmo e seu filho é ele mesmo. Vocês dois foram reunidos por Deus por algum motivo. Acredite, você e seu pequeno foram, literalmente, feitos um para o outro.

2. Ensine seu filho a desenvolver a concentração no pensar. Use como exemplo uma lanterna ou um foco de luz cortando a escuridão. Os pensamentos dele são como esse raio de luz atravessando o universo, juntando e iluminando os seus desejos. Essa imagem vai ajudar seu filho a entender que nossos pensamentos podem provocar grandes mudanças na nossa vida.

3. Busque o maravilhoso fora do trivial. Celebre junto com seu filho os fatos admiráveis de cada dia. Invente rituais, motivos para celebrar, encha sua casa com música, dance, caminhe na chuva. Se faltarem idéias, tome emprestadas algumas fantasias de seu filho. Com certeza ele vai adorar compartilhar esses tesouros com você.

4. As palavras são importantes. Use-as com cuidado. Em geral, elas refletem nosso jeito de estar no mundo. Institua em sua casa a regra de não permitir rebaixamentos nem zombarias. O deboche é um meio seguro de arrasar o espírito.

5. Faça de cada dia um novo começo. Por pior que tenha sido o dia de hoje, amanhã é um novo dia e ninguém sabe ou pode garantir o que ele vai trazer. Dê de presente para seu filho um dia cheio de possibilidades, um dia sagrado. Um dia para ser saboreado minuto a minuto, intensamente.

(Adília Belotti)





19 junho 2011


Entre vocês, muitos, talvez, rejeitarão nossas conclusões; apenas um pequeno número as aceitarão. Que importa? Não procuramos o sucesso.
Um único móvel nos inspira: o respeito, o amor da verdade.
Uma única ambição nos anima: gostaríamos, de quando o nosso envoltório usado retornar à terra, nosso espírito imortal possa dizer: Minha passagem neste mundo não terá sido estéril, se contribuí para acalmar uma dor, esclarecer uma inteligência em busca do verdadeiro, reconfortar uma única alma vacilante e entristecida.

(Léon Denis, extraído do livro “Depois da Morte”)





Por que eu acredito?



Um dos grandes feitos que a internet me proporcionou foi entrar em contato, mesmo que apenas textualmente, com gente completamente diferente de mim e que sobretudo, pensa de forma completamente diferente de mim e das pessoas que fazem parte do meu mundinho. 

Já me deparei com gente de tudo quanto é ideologia nesses últimos anos e aprendi muito.

Porém, como já disse aqui n vezes, tenho aversão a rótulos. 

Contudo, se é pra escolher um, adotaria o rótulo de espiritualista, mais por oposição do que por identificação, pois a única certeza que tenho é que materialista (filosófico) é que eu não sou, muito menos religioso.

Entretanto entendo e aceito que a decisão e postura filosófica mais razoável que alguém pode adotar é, de fato, o ateísmo. Pois a razão até hoje não comprovou a existência concreta de Deus, especialmente o deus cristão.

Céticos e e ateus adotam a razão e a lógica como critérios para suas posturas e, de acordo justamente com esses critérios, estão certíssimos e nós, crentes e espiritualistas, errados.

Porém espiritualistas como eu, e também agnósticos (e mais ainda os religiosos, de maneira inconsciente), supomos que a razão não abarca toda a existência. 

A razão é especialmente útil para manipularmos o mundo, progredindo tecnologicamente e melhorando nossas condições de vida e até mesmo, por que não, de entendimento da vida.

Mas ela tem um limite. 

A razão não dá conta de lidar com toda essa miríade infindável de manifestações meta-físicas e extra-sensoriais relatadas diariamente. 

Gente muito séria já ficou sem ter o que dizer diante do inexplicável. Provas do insondável nós não temos (justamente porque é insondável, dãããã :) ), mas convenhamos, há muitas e muitas e evidências.

Uma observação a respeito dessa inconstância e até mesmo… insuficiência da razão como critério para entendimento da existência me ocorreu durante a leitura do incrível O Universo Elegante de Brian Greene.

Durante a leitura o autor nos demonstra que a razão e a lógica, que funcionam de um tal modo que conhecemos muito bem no nosso nível existencial, é completamente outra no nível macroscópico do espaço, permitindo inclusive, teoricamente, viagens no tempo. E ainda outra no nível ultramicroscópico, ou quântico, onde se encontram fenômenos impossíveis em nosso nível espacial, como não-localidade, incerteza, superposição e saltos quânticos [...]

A própria teoria das cordas abordada no livro é tão inimaginavelmente extraordinária, com seus literais universos de possibilidades, que ater-se a uma única visão de mundo materialista após tal leitura é como insistir no erro, é como comprazer-se na falta de imaginação, é como preferir trancar-se em casa com medo do mundo vicejante lá fora.

A grandeza do universo me soa como uma obviedade – a de que há muito mais por ser descoberto, ou então o universo é, de fato, de acordo com Carl Sagan, um grande desperdício de espaço. E (o) ser humano é, de fato, um grande desperdício de energia e empenho.

Estas constatações só podem me deixar num estado: O de abertura. Não sei exatamente no que acredito. Mas posso citar um ponto: Acredito que há muito mais possibilidades nesse universo do que nossos limitados sentidos – e quem sabe, raciocínios – podem perceber ou detectar.

(Ronaud Pereira)





18 junho 2011

Crianças Entendendo Sobre Reencarnação

No meu trabalho, gosto muito de usar exemplos do dia a dia para atingir o coração das pessoas.
Da mesma forma, utilizo sempre que possível, esse recurso quando incentivo a espiritualidade de meus filhos.

Pois encontrei na net dicas interessantes, relacionadas a esse tema em especial, o qual reproduzo abaixo,ok?

Vale a pena conferir.



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Crianças Entendendo Sobre Reencarnação





Como devemos falar com nossas crianças quando nos perguntam sobre a Morte?

Como devemos conversar com elas para que entendam e aceitem que a morte não é algo macabro como é visto e mostrado para elas pela sociedade que se vive?

Existem três histórias que Maurício de Souza publicou há alguns anos; [...] que permitem, através de uma linguagem que elas entendam, que é através dos Gibis, que nossas crianças e também nós mesmos possamos entender de um modo mais sutil e muito mais belo.

A primeira história é da Magali, contando suas reencarnações (existências) e explicando porque ela se tornou tão comilona.

A segunda é a do Chico Bento, que teve uma irmãzinha que acabou morrendo por causa de uma doença, e explicando o motivo desta doença e desse desencarne.

A terceira é continuação, onde a irmãzinha de Chico Bento retorna para dar um presente em seu aniversário.

São histórias emocionantes (confesso que a do Chico Bento eu chorei); vale a pena ler para nossas crianças.

Não coloquei as histórias dos gibis aqui pois existem os direitos autorais de Maurício de Souza, mas estou colocando os links para que acessem direto do site da Turma da Mônica e se encantem como eu.

Parabéns Maurício de Souza pela sua arte estar trazendo a espiritualidade por gerações e gerações.

(Monica Molina)